Peço desculpas pela demora, fiz uma cirurgia nas costas e não posso ficar sentada muito tempo para escrever, mas tentarei trazer muitos capítulos para vocês. Obrigada pela leitura e comentem que isso ajuda muito o livro.
Parte 46...ElenaMarta e eu entramos com sorrisos cúmplices, prontas para um dia de compras debochado. Assim que colocamos os pés dentro da loja, foram recebidas pela vendedora que até parecia outra, nada como antes.— Estou pronta para ajudar vocês a escolherem as roupas - ela sorriu tentando ser agradável, mas parecia nervosa.— Não precisamos de sua opinião - Marta abanou a mão — Apenas vá trazendo suas melhores peças - abanou a mão de novo.A mulher mudou a cara na hora e abaixou a cabeça, saindo para buscar mais peças enquanto ficamos mexendo na arara que Marta tinha separado antes.— Agora aprenda como se trata gente desse tipo - ela disse baixinho — Levante o nariz, seja arrogante.— Eu acho que não sei ser assim.— Pois aprenda!Eu não sei o que está acontecendo comigo, mas eu gostei dessa sensação, sei lá, meio fora de mim. Tipo algo rosa, como a Vicky fala quando algo de bom acontece.— Vamos precisar de vestidos, chapéus, bolsas, joias... Você sabe, tudo que é necessário p
Parte 47...ElenaEu ainda estou me sentindo meio que fora de mim depois da tarde agitada que tive ao lado de Marta. E me sentindo outra também.Quando chegamos ao salão, uma equipe já nos esperava. Marta conversou em particular com a mulher que parecia ser a dona de tudo, o que me deixou um pouco tímida.— Bem, pode deixar que nós vamos cuidar bem dela - a mulher disse mexendo em meu cabelo — Pode ir tranquila. Quando retornar, ela estará pronta para ir.— Vai me deixar sozinha aqui, Marta? - olhei para ela pelo espelho, com preocupação.— Sim, mas volto no máximo em uns quarenta minutos. É que tenho outro serviço para concluir - ela sorriu e apertou meu ombro — E não fique preocupada, aqui são todos amigos - bateu de leve em meu ombro — Suzy, cuide bem dela e tire toda beleza dela pra fora.Eu dei uma risadinha, apertando os lábios.— Deixe com a gente. Já vejo de longe que temos muito potencial aqui.Eu respirei fundo. Ainda bem que ela vê, porque pra mim, eu continuo a mesma.Quan
Parte 48...ElenaEu senti uma pontada de dor irradiar de meu braço, mas tentei manter a compostura. Ergui o queixo, tentando encarar aqueles olhos frios com firmeza.— Eu sou Elena - respondi da forma mais séria que deu — Marta me deixou aqui porque Vlad... - minha voz vacila ligeiramente, mas eumantive o tom firme. Mais ou menos.— Vlad? - ele solta uma risada seca e debochada. — Não acredito em uma palavra do que você diz. Meu irmão é esperto demais para cair nas garras de qualquer aventureira que aparece!— Marta me trouxe pra cá para...— Ah, mentira! - ele falou alto — De alguma forma você entrou aqui, com essa carinha e está tentando roubar algo de meu irmão.— Não, eu não sou...Ele me empurra contra a parede, me fazedo bater com força e o som surdo ecoa pela sala enquanto sinto o impacto nas costas. Senti uma pontada de dor nas costelas, mas não queria gritar ali.— Olha só... - eu apertei os lábios sentindo ainda a dor — Eu não sou ladra. Já disse, foi a Marta quem me troux
Parte 49...ElenaO tal maluco ficou me olhando com cara de bunda agora, enquanto Vlad me ajudava a levantar. Ele segurou meu rosto e pela sua cara, eu estava de novo toda lascada.— Poderia ter me dito que estava com uma vadia nova.Eu olhei feio pra ele.— Vai se foder, seu bosta! - soltei.Ele deu um passo para mim e Vlad olhou feio pra ele, que parou.— Você está ficando paranóico, irmão.— Sei lá... Com tudo o que vem ocorrendo - ele abriu os braços — Eu entrei e a vi aqui e...— E sua primeira reação foi atacá-la? - Vlad se aproxima lentamente — Você quase destruiu tudo, Sorin. E se você tivesse se enganado? E se ela estivesse realmente aqui para ajudar?A sala mergulhou em um silêncio pesado, enquanto ele tentava processar o que aconteceu, e eu tentava recuperar meu fôlego.— Então, ela é o que sua, realmente?— Ela é minha - foi tudo o que Vlad disse — E você agiu como um louco.— Um filho da puta, isso sim!— Elena... Não repita isso - Vlad me olhou de cara fechada — Ele é me
Parte 50...ElenaDepois da confusão no escritório, Vlad decidiu me levar em um restaurante. Eu, que nunca passei da calçada de nenhum deles enquanto vendia as flores junto com a Vicky.— Agora que estou toda suada por causa de seu irmão idiota, você quer que eu vá em um restaurante?— Olha a língua.— Vai à merda! - respondi com um resto de raiva ainda — Eu fui agredida, não percebeu? Só porque é seu irmão, você não tem que passar pano para o que ele fez. Por acaso ele tem problema mental? - levantei de seu colo — Isso lá é jeito de entrar em um lugar e já ir agredindo alguém que nem conhece?— Meu irmão tem problemas sim, mas não mentais - ele ergueu a sobrancelha — Sorin é muito arredio e desconfiado. E tivemos alguns problemas sérios nas últimas semanas.— Eu também! - cruzei os braços.— Mas agora está livre.— Estou mesmo? - rodei a língua pelos lábios — Se eu quiser ir embora agora, vai me deixar ir?— Não! - eu girei os olhos — Você fez um acordo comigo. Eu ainda quero saber o
Parte 51...Vlad Estou ao telefone com Sorin, tentando manter a conversa discreta enquanto desfruto de um jantar ao lado de Elena. É interessante ver como ela está curiosa, deslocada e animada ao mesmo tempo. Mas a voz de Sorin está carregada de preocupação.— Vlad, preciso que você fique de olho naquela área. Os Petrov estão tentando tomar nossos pontos- ele diz — Eu ia falar isso com você quando peguei aquela vaquinha em sua sala e...— Sorin, menos exagero está bem? - olhei para Elena em minha frente, mordendo o lábio e tentando adivinhar os pratos no cardápio — Eu entendo. Mantenha-se seguro e continue com o trabalho. Confio em você! - respondo, desligando o telefone. De repente, noto um movimento na entrada. Andrei Petrov, um dos homens mais leais da família Petrov, entra no restaurante. Ele percorre o local com um olhar frio até encontrar o meu. Com um sorriso sinistro, Andrei começa a caminhar em nossa direção.Levanto-me lentamente, meus olhos fixos nos dele. Elena percebe a
Parte 52...Vlad— Vamos - digo quando o carro para na vaga — Podemos resolver isso depois. Pense bem no que tem a me contar, antes que eu descubra sozinho.O motorista abre a porta e ela desce com o corpo tenso e os ombros caídos. É bom que esteja mesmo preocupada, pois isso pode me ajudar a não perder tempo tentando saber o que está me escondendo.Entramos no elevador privado e ela se encolhe no canto.— Não entendo como você pode me julgar se nem me conhece - reclama com a voz baixa, quase se falasse para ela mesma.— Eu apenas colho informações e faço o julgamento de acordo - olhei de cara fechada para ela e a puxei pelo braço — Não pense que eu tenho alguma ilusão sobre você, pequena - toquei seu rosto — Apesar de sua situação delicada, não acredito em santidade.Ela torce a boca e tenha puxar o braço. Em troco eu ergo a mão e tomo seu seio, apertando de leve. Ela ergue o olhar pra mim e seu peito sobe e desce com a respiração funda.Pressiono mais seu seio e aperto seu mamilo en
Parte 53...Vicky Deus nos ajude, Deus nos ajude!As memórias do armazém ainda me atormentam, em cada canto escuro, cada barulho metálico. A estrutura parecia um labirinto de pesadelos. Entre as paredes de metal enferrujado e as tábuas quebradas, cada dia se arrastava como uma tortura. Sinto tanta falta de Elena e me preocupo tanto com o que deve estar acontecendo com ela durante esses dias em que nos separaram.Eu e outras duas garotas éramos mantidas em uma sala pequena, sem ventilação e com uma única janela coberta por grades enferrujadas. O calor era sufocante, e o medo, constante.As noites eram as piores pra mim. Os homens que nos mantinham lá pareciam ter uma crueldade inata. Suas mãos eram ásperas, seus olhares vazios. O abuso físico e psicológico era uma rotina. Eu sempre ficava muito assustada quando ouvia algum som do lado de fora do quartinho onde nos mantinham. Nunca pensei que alguém pudesse ser tão perverso dessa forma para outra pessoa que nunca vira antes.Eu me v