Parte 53...Vicky Deus nos ajude, Deus nos ajude!As memórias do armazém ainda me atormentam, em cada canto escuro, cada barulho metálico. A estrutura parecia um labirinto de pesadelos. Entre as paredes de metal enferrujado e as tábuas quebradas, cada dia se arrastava como uma tortura. Sinto tanta falta de Elena e me preocupo tanto com o que deve estar acontecendo com ela durante esses dias em que nos separaram.Eu e outras duas garotas éramos mantidas em uma sala pequena, sem ventilação e com uma única janela coberta por grades enferrujadas. O calor era sufocante, e o medo, constante.As noites eram as piores pra mim. Os homens que nos mantinham lá pareciam ter uma crueldade inata. Suas mãos eram ásperas, seus olhares vazios. O abuso físico e psicológico era uma rotina. Eu sempre ficava muito assustada quando ouvia algum som do lado de fora do quartinho onde nos mantinham. Nunca pensei que alguém pudesse ser tão perverso dessa forma para outra pessoa que nunca vira antes.Eu me v
Parte 54...VickyQuando o primeiro raio de sol atravessou o horizonte, decidimos que era hora de continuar. A gente só conseguiu dormir depois de um tempo e foi pelo cansaço mesmo.Nossos corpos doíam e nossos estômagos rugiam, mas a necessidade de escapar era mais forte. Quando saímos do cativeiro nem lembramos de pegar algo para trazer. Não dava tempo de pensar direito, eu só queria sair dali.— Acho que deveríamos seguir na direção do sol - sugeri, apontando para um lado, sem nem saber se isso fazia sentido — Devemos encontrar uma estrada ou algum tipo de ajuda.Caminhamos em silêncio, a areia sob nossos pés criando um ritmo constante. A paisagem era desoladora, sem nenhuma indicação de civilização. O calor do dia começou a nos castigar, e cada passo se tornava um desafio maior. A sede queimava nossas gargantas, e a fome nos deixava fracas, mas a determinação de sobreviver nos mantinha em movimento. A todo momento a gente olhava para trás e em volta, com muito medo de aparecer al
Parte 55...VladEu prefiro conversar com Sorin aqui no escritório, por ser reservado e também porque posso aproveitar e saber como está indo a boate. O chão é coberto por um carpete caro, de cor vinho escura. As paredes são revestidas em madeira nobre, decoradas com quadros de antigos mafiosos em preto e branco. A mesa de madeira maciça, grande e robusta, domina o centro da sala. Atrás dela, há uma enorme janela de vidro que me dá uma visão privilegiada da pista de dança abaixo, onde as luzes piscam como uma tempestade elétrica.Aqui o movimento é vinte e quatro horas, quase os sete dias na semana. Não tem horário para fechar.Sentado atrás da mesa, com os olhares fixos de meu seguranças, estou dando uma geral nos papéis dispostos à minha frente. Há uma elegância letal em seus movimentos. Ao meu lado, na outra ponta da sala, o cofre de aço está entreaberto e dentro dele brilham fileiras de lingotes de ouro e várias maletas com pilhas de dinheiro. No ar, o aroma da fumaça de um cha
Parte 56...ElenaMinha ansiedade está a mil. Do jeito que estou nervosa com os próximos acontecimentos, daqui a pouco meu coração vai falhar.Não ouvi nada por aqui, só o movimento lá fora e olhei pelo olho mágico da porta da cozinha. Vi que tem dois homens parado, conversando. Com certeza seguranças para me impedirem de sair, mas aqui dentro estou sozinha. E porra, esse lugar é enorme.Abri a geladeira alta de inox e peguei uma garrafinha de água. Daqui posso ver a rua lá embaixo. Se eu pudesse sair, talvez conseguisse me afastar antes que ele voltasse, mas isso não me ajudaria em nada.Não tenho para onde voltar e nem iria voltar para o trabalho porque isso poderia colocar os Carter em perigo.A merda é minha e quem tem que resolver sou eu. E além disso, eu fiz um acordo com o Vlad. Se eu sair, ele pode desistir de procurar por Vicky ou até pior. Não estou a fim de descobrir.Andando pelo corredor, vou olhando os móveis e quadros. Tudo muito bonito e caro. Passo a mão em cima da ma
Parte 57...Elena— Vem cá, você estava mexendo na mesa de Vlad quando Sorin entrou?— Não, eu só estava olhando em volta...Reconhecendo o lugar...— Estranho... - ela fez um bico, batendo a unha grande no tampo de granito — Ele disse que achou um pendrive caído perto da mesa do irmão e achou que você estivesse xeretando os negócios deles.— Eu vi que ele pegou... - ergui a mão e me expliquei — Mas eu não mexi em nada, juro. Só fui notar o pendrive depois que ele surtou pra cima de mim.— Eu fiquei sabendo - ela mordeu o lábio.— Marta... Você foi bem legal comigo antes... Será que pode me ajudar de novo?— Até posso, mas isso vai depender do que você vai me pedir. Eu trabalho para os dois e minha lealdade é com eles - respondeu séria.— Eu não vou pedir nada fora disso.— E seria o que, então?— Você sabe que... - torci a boca de um lado para outro, meio sem jeito de falar — É... Que... Vlad tem um quarto aqui que eu não...— Ah, sim! - ela deu uma risadinha — O quarto da diversão...
Parte 58...Elena— Você entendeu o que eu disse?— Entendi, mas é meio esquisito.— Não tem nada de esquisito, você só está presa a padrões e agora, na sua situação, não tem sentido isso mais.Ela tem razão. Estou com uma mão na frente e outra atrás. Minha opção hoje não é nada boa, mas posso pegar as dicas que ela me deu e usar isso ao meu favor. Ainda que continue achando estranho.— Eu vou embora agora - ela sorri — Faça o que eu disse, aproveite o resto do dia e caso as coisas andem da forma como parece, não hesite em surpreender Vlad.Suspirei longo e cocei a testa.— Eu vou tentar.— Não tente. Faça! - ela apertou meu braço — Você não tem nada a perder, mas tem muito a ganhar. Saia desse padrão, corra atrás e vire o jogo.Eu apertei os lábios. Não sei como me sinto agora.— Obrigada! Eu vou tentar fazer o melhor por mim.— Isso mesmo - saiu andando na frente e quando abriu a porta, um dos seguranças ficou na frente — Sai da frente, eu vou sair.— Ela não pode sair - ele apontou
Parte 59...ElenaBom, na minha cabeça, tudo vai dar certo. Eu estou até focando apenas no que vou ganhar no futuro como vantagem, ainda que não tenha sido da forma como eu planejei junto com a Vicky, mas acho que o que vale, é deixar para trás a vida que a gente tinha antes.Sentei na beirada da cama, fiquei pensando no que fazer quando ele chegasse. Parei de roer a unha antes que tirasse sangue, mas isso é pelo nervosismo.— Ah, merda!Levantei e fui até a cozinha. Não entendo porra nenhuma sobre bebidas, mas tem um monte aqui. Peguei uma garrafa que já estava aberta, uma taça e voltei para o quarto.Acho que passou uma meia hora até Vlad dar sinal de ter voltado. Ouvi sua voz falando com alguém, talvez um dos seguranças lá fora.Ele entrou no quarto e se encostou na porta fechada, me olhando.— Por que está aqui?— Você disse que eu tinha que me preparar - dei de ombro — Achei melhor já estar no local certo - bebi mais um pouco — Não é aqui que as coisas acontecem?Ele deu um sorri
Parte 60...ElenaComo eu já tive uma breve amostra do que seria estar ao lado de Vlad quando ele se masturbou ao meu lado, não estava mais tão travada como antes.E depois de ouvir Marta, isso diminuiu mais e criei uma coragem que eu não sabia que tinha, com relação a isso.Se eu jogar direitinho, posso sair com vantagem do tabuleiro e talvez, ganhar uma recompensa enorme.Vlad estava me comendo com os olhos e eu confesso que gostei disso. É bom ver que eu causo algum tipo de reação que me dá um pouco de poder. Ele até engoliu em seco.Coloquei os calcanhares na cama com os saltos mesmo e abri as pernas. Vi em suas pupilas o desejo aumentando. E também em seu membro que me pareceu crescer.— Tem ideia do quanto eu desejo você agora, Elena?Minha respiração ficou presa e não consigo desviar os olhos dos deles.Comecei a me tocar, passando a mão por meu rosto, descendo pelo pescoço. Me apoiei no cotovelo e continuei, observando a reação dele.Desci a mão devagar até os seios, passando