NINA
— NÃO!
Acordo assustada. Sento-me na cama, ofegante. Meu coração está acelerado. Faz muito tempo que não tenho esse sonho que me persegue desde que perdi meu filho. São imagens dele sendo levado por uma mulher, em seguida, seu pequeno e frágil corpo sem vida em um caixão. Encosto-me na cabeceira da cama, tento aplacar minha dor. Um pedaço de mim se foi, a parte mais importante.
Alguém bate na porta, me cubro com o lençol, pois estou nua, digo para entrar. É Georgia, ela entra com uma bandeja de café da manhã. Desde que me casei é a primeira vez que recebo café da manhã no quarto.
— Bom dia, senhora Ferri — ela diz, sorridente.
— Bom dia, Georgia — respondo, empurrando para longe as imagens perturbadoras do meu sonho.
— O senhor Ferri pediu para que eu trouxesse seu caf&e
ENRICOLorenzo e eu passamos o dia fazendo reuniões, tanto na empresa, como no clube. Descobrimos que o maledetto que estava fazendo perguntas sobre meus negócios, trabalhava só e pelo o que apuramos, ele recebia ordens de uma pessoa, a qual não sabemos quem é. Descartamos Dimitri, acreditamos em sua palavra, mas antes de que desse fim a vida do maledetto espião, ele disse que trabalhava para os russos e isso não está ajudando em nada. Durante o jantar Lorenzo e eu teremos outra conversa com o Dimitri.Depois da última reunião, vamos para casa, estou morrendo de saudade da Nina, nos falamos pela manhã, ela estava insegura, queria ter certeza de que estamos bem. Chegando em casa, a beijo, com sofreguidão, esquecendo-me de que temos companhia. Levo-a para o quarto e a fodo com pressa, pois falta pouco para que os convidados cheguem.A companhia toca e Nina sai corrend
NINAMeu coração quase parou quando vi Carla, não por mim, mas, sim, por causa do Enrico. Me lembro como se fosse hoje, após uma discussão, vi o quanto ele ficou magoado por eu ter me relacionado com mulher. Depois que me recolhi, ele foi até meu quarto, jogou um envelope em cima de mim e saiu, sem dizer nada. Nele continham fotos e mais fotos minhas com a Carla, e isso me fez me sentir péssima. Eu gostava da Carla, mas nunca fui apaixonada, ainda pensava no Enrico, por conta desse sentimento que eu não conseguia esconder, nos desentendemos por diversas vezes. Carla queria muito mais do que eu poderia dar.Quando nos conhecemos, eu estava triste, carente e sozinha. Descobri que estava grávida e não podia contar à minha família, foi muito difícil me esconder do meu pai, principalmente do Lorenzo, que esteve duas vezes no Brasil. Estava prestes a ligar para o Enrico e
NINADepois de me reivindicar como sua, Enrico não permitiu que eu me limpasse, adormeci com seu sêmen sobre mim. Pela manhã, sou acordada por ele, que me pega em seus braços e me leva para o banheiro, a banheira está cheia e com bastante espuma. Meu malvado me coloca dentro dela, retira sua cueca e entra. Sem dizer uma sequer palavra, me lava, suas mãos grandes limpam todo meu corpo.Em cada movimento, ele me estuda, e o que vê é uma mulher apaixonada e excitada. Ele sai da banheira, ainda em silêncio, me ajuda a levantar e sair. Coloca o roupão sobre meu corpo, fico frustrada. Quero ser tomada por ele.Caminho até a pia e escovo meus dentes, meu malvado fica atrás de mim, me observando pelo espelho. Quando termino, abro meu roupão e levo minha mão para meu sexo, na confiança de que ele não esteja me castigando, que ele queira transar comig
NINAQuando estou prestes a sair da delegacia, Costas me avisa que Enrico ligou, pedindo que eu vá ao clube, desde que vim morar em Verona essa será a primeira vez que vou àquele lugar, não sei se vou gostar do que irei encontrar.Assim que Pontes é liberado, Costas me leva para o clube, fico surpresa ao ver sua estrutura, para quem não sabe do que se trata, imagina ser uma fábrica abandonada. Costas caminha na frente, sigo seus passos. Ele toca o interfone e o velho portão de ferro é aberto. Do lado de dentro há um homem bem vestido e armado, ele aperta a mão do Costa e faz um pequeno gesto com a cabeça para mim.Não consigo observar direito a decoração, porque meu segurança me leva para um corredor bem longo, no final dele à direita paramos em frente um grande e antigo elevador, sua porta é pantográfica, fazem ru&ia
NINAEstou no meu escritório, na empresa, quando meu celular toca, atendo sem saber de quem se trata, pois o número é desconhecido.— Alô — digo.— Olá, Nina, sou eu, Carla. — Em segundos, penso como ela conseguiu meu número, mas para quem descobriu onde eu moro, isso deve ser fácil.— Bom dia, Carla, tudo bem?— Tudo. Desculpa estar te ligando no horário de trabalho. — Nossa ela sabe tudo sobre minha vida, estou em total desvantagem. — Quero te convidar para almoçar comigo, estou bem perto, por isso, resolvi ligar.— Vou sair daqui a uma hora, tudo bem para você?— Perfeito. Te aguardo no La Griglia.Desligo o celular, pego o telefone e aviso ao meu malvado, que não gosta nada. Abro minha bolsa e pego meu batom vermelho, Carla sempre disse que eu ficava bem de vermelho. Ajeito meu
ENRICOOlho para meu relógio de ouro em meu pulso e vejo que já são oito horas. Depois que a Nina foi embora, vim para o clube, como faço todos os dias na parte da tarde. Pego minha carteira, chave, coloco uma arma no coldre e outra em minhas costas, visto meu paletó e sigo para casa. Estaciono meu carro e vejo só o da Nina, abro a porta e não vejo ninguém. Subo as escadas para meu quarto e encontro Nina sentada na poltrona. Ela me olha de uma forma que não consigo decifrar, meu instinto me diz que não vou gostar nenhum pouco do que está por vir.Retiro meu paletó, afrouxo minha gravata, pego minhas armas e coloco no criado-mudo. Nina continua em silêncio, a observo, com cautela. Ela se levanta e vem em minha direção, se aproxima e me abraça. A abraço de volta, posso sentir seu coração acelerado.— O que foi, amo
LORENZOPorra, que merda! Odeio brigar com minha irmã, odeio a ver sofrer. Peguei pesado com ela, tenho noção disso. Nina fez o que mais odeio na vida, mentiu. Viajou para Bahia, em um período muito conturbado, em que precisei lidar com muita merda. O problema com a família do Enrico e o assassinato da minha mãe, trouxeram uma carga muito grande para a famiglia, um verdadeiro caos.Meu pai era apenas uma sombra de um homem, perder minha mãe praticamente ao mesmo tempo que ele achava que tinha perdido o amigo, o tirou de si, ele estava longe de ser o Don Guiseppe que todos conheciam. Com isso, minhas responsabilidades triplicaram. Quando Nina disse que iria para Bahia, estudar, achei ideal que ela ficasse longe de toda confusão, longe de todo banho de sangue. Para mim, ela estaria protegida. Me sinto culpado por não ter percebido seu sofrimento, por não estar em Roma quando acusaram os F
LORENZOVer o Enrico querendo tirar a própria vida, foi um soco no meu estômago. Sua dor, seu sofrimento partiu meu coração. Testemunhar um homem como ele daquele jeito, foi muito difícil. O pior é que a causadora de tudo isso é a minha irmã, minha garotinha, que cuidei como filha.Enrico apagou, foram muitas doses de uísque. Meu amigo estava tentando aplacar sua dor através da bebida. A vinda do Pietro para Verona foi em boa hora, ele vai ficar fazendo companhia ao Enrico e eu vou para casa, preciso ver minha mulher. Essa merda toda foi muito intensa, estou preocupado com ela e com o bebê. Também preciso ver como Nina está.Chego à mansão Ferri ela está silenciosa, subo e vou direto para o quarto que estou hospedado e minha Perla não está, sigo para o quarto da Nina e encontro as duas dormindo. Sento-me na beira da cama, minh