Endireitei a postura, e mantive os olhos fixos na figura masculina à minha frente. — Eu já tenho a minha decisão. — Ele ajeita os óculos antes de começar a leitura — Com base em todas as provas periciadas, tanto antigas quanto recentes, e dado em vista também, a averiguação conjunta de ambas as linhas de investigações apuradas até o presente momento. Exaltando a carência de fatos, ainda não apurados e a índole do réu acusado, na participação dos crimes ao qual foi sentenciado anteriormente como principal suspeito. Eu, juiz John Mansfield, meritíssimo da primeira corte dos Estados Unidos, do Distrito de Nova Iorque... Sinto o coração parar de bater, quando ele finalmente anuncia a fim da sentença. —... considero o réu INOCENTE! de todas as acusações devido à falta de provas contundentes, que afirmam a natureza de suas ações. Peço também, em nome da suprema corte e do estado de Nova Iorque, uma retratação imediata a honra dos seus serviços prestados a este país. O réu será realocado a
Uma maldit@ caixa de madeira, com um grande laço vermelho. Quando tropeço a estrutura tomba, mas não se abre. No entanto, pela fresta de sua tampa, um líquido escuro e espesso escorre. Me agacho ao lado da caixa sem tocá-la, apenas de olhar vejo que é sangue. — Puta merda! — minha reação espontânea, não contém o palavrão. Eva que até o momento estava escondida, aparece na porta. Os olhos vidrados, presos na caixa, sem expressão. Fica paralisada, em choque. Me levanto e vou até ela, com delicadeza, a puxo pela mão e a levo até o sofá. Em seguida ligo para o Capitão e aviso sobre o carro e o "presente". Aproximadamente, trinta minutos depois, Jhonatan e Cassie, estão na minha porta. Assim, como o carro particular de Raul. — Querida, eu preciso que você fique com sua família essa noite. Tudo bem? Eva ergue os olhos. — Você vem comigo? Eu quero ficar com ela. Mas, não posso. Tenho certeza que o presente, foi enviado pelo assassino. Esse cara precisa ser pego. — Querida, eu não
Tanto Cassie quanto eu, ficamos estagnados. Imóveis, absorvendo a descoberta que fiz. Poderia ser uma coincidência, se não fosse óbvio demais. Foi preciso pensar além da caixa. Para quem coleciona pequenos objetos como suvenires, que passam despercebidos, e é meticulosamente inteligente para não deixar rastros e esconder suas digitais, nenhuma anomalia, poderia ser considerada erro ou desatenção. Mesmo tendo observado e identificado, o fio de cabelo, essa descoberta alimenta outras perguntas. Uma coisa que eu preciso descobrir. Por que usar o cabelo de Kate como assinatura? Tudo o que ele apresentou até aqui, parece feito especificamente para chamar minha atenção. O coração e o sangue ainda estão em análise. Preciso ter certeza, se pertencem ou não a Kate. Olhando mais uma vez para as fotos, e os resultados dos testes, percebi mais um pequeno detalhe. As cenas estão distribuídas com outro pequeno padrão. — Você reparou na disposição das duas primeiras vítimas? — Stones olha as co
Esse nome outra vez, volta a me assombrar. Depois de tantos anos me culpando por nunca ter pego o desgraçado, que cometeu aquelas atrocidades, ele volta dos recantos sombrios da minha mente para me visitar. Começo a analisar as cenas dos crimes recentes e os crimes do Da Vinci, as cenas são exatamente bem meticulosas, sem sujeira, além da sua distorcida visão de arte. — Não faz sentido. — Digo depois de passar um tempo processando a informação. Kobayashi me olha esperançoso, na procura de que eu lhe dê alguma coisa para acrescentar no sua pasta. — O que não faz sentido? — As vítimas. O caso do Da Vinci, não foram prostitutas. E sim alguns críticos corruptos, cobradores de propina, gente dessa laia. — Ele também teve uma garota de programa. Você não lembra? — dessa vez é o capitão quem se pronuncia. Ele se levanta e caminha até o quadro de suspeitos, com uma caneta ele escreve o codinome e lista as vítimas. Lara Smith. Esse último nome me desperta lembranças. — Essa não era
O que eu temia, está acontecendo de novo. Vejo a sequência numérica, exatamente igual a mensagem no pager. Minha primeira reação, é pensar em como ninguém notou isso antes? No entanto, minha preocupação se concentra em Jhonatan. — Kobayashi, não saia daqui. Tome cuidado, eu vou ver onde está o Walker. Ele assente e permanece em posição. A mensagem terá de esperar, eu preciso encontrar meu parceiro. Sem desviar os olhos da porta, caminho lentamente, iluminando o trajeto com a lanterna. Estamos complemente no escuro. Meu coração está acelerado, sinto as palpitações se misturando com o nervosismo. Não quero pensar que isso tenha algo a ver, com o nosso suspeito. Me aproximo da porta, e uso a mão que segura a lanterna para abri-la. — Não siga ele. — Ouço a voz do agente me alertar— Se for mesmo o psicopata, essa é mais uma armadilha. — Infelizmente, não posso prometer. — Respondo assim que atravesso o batente. O corredor e tudo ao meu alcance, está envolto num breu absoluto. A lu
Fixo meus olhos na tela do pager. Frisch percebe minha inquietação, e me chama para fora da sala. O corredor está vazio. —Aí, Tenente, o que está pegando? Ele olha ao redor, como se o que estou prestes a contar, pudesse ser um segredo. — Eu já sei o que encontraremos em Bradford. —Respondo em baixo tom, exigindo que ele me peça para repetir. No entanto, não tenho tempo a perder. Entro na sala de observação, com ele atrás de mim, e encontro os presentes com a mesma feição. — Vocês também receberam os resultados dos exames? O capitão confirma. Ele soca a parede ao lado e Kobayashi se aproxima de mim. — O xerife ligou. Acharam outro corpo. Infelizmente, eu previ. Meus instintos me dizem que é Amber Collins. Olho através do vidro e vejo Jayson sentado, impaciente e aparentemente irritado. — Talvez, devêssemos perguntar se ele conhece a garota da mensagem. — Digo. Frisch no canto da sala com os braços cruzados, não diz nada. Mas, percebo que o diretor está perdido em pens
Lembro-me como se fosse hoje... Dia 23 de novembro de 2003. 19:00 horas, aproximadamente. 3th avenue st com a E144th st Mott Haven — Bronx — O que você vai fazer amanhã? — Kate me perguntava entusiasmada. — Amanhã...? —Fingi surpresa, embora nós dois soubéssemos a resposta— Vejamos?... vou trabalhar e depois passar o jantar de ação de graças com a minha mulher! — respondi serenamente. O rosto dela apoiado sobre meu peito se contorceu em desprezo. E por instantes pareceu estar concentrada, talvez pensasse no que iria dizer em seguida. — Por que você continua indo pra aquela casa? — Kate andava me questionando sobre isso, muitas vezes, nos últimos meses. A minha resposta era sempre a mesma: — Como assim? Eu moro lá, é pra onde eu vou todos os dias depois do meu expediente.— Ela odiou ouvir isso, por que sabia que era verdade Mesmo assim, se levantou e ficou sentada na cama ao meu lado, me observando atentamente enquanto insistia naquela conversa. — Mentiroso! — me di
Horas mais tarde, eu acordei. Mas, algo havia acontecido durante meu sono. Assim que abri os olhos, percebi que minha visão estava embaçada, tentei me levantar da cama, mas não conseguia. Me sentia fraco e a cabeça estava girando. Eu não enxergava um palmo a minha frente sem ser borrões e sombras, e o braço estava dormente. Com muita dificuldade olhei para baixo e vi que tinha um elástico segurando minha circulação e um pontinho arroxeado ao redor do que parecia ser um furo. Alguém havia me drogado. Passei a mão na cintura. O coldre ainda estava lá. Mas, minha arma havia desaparecido. Por um momento de sobriedade, me lembrei de Kate. Olhei para o lado, mas ela não estava lá. Me forcei a levantar outra vez, e por fim, sentei na cama. Apoiei os braços no colchão e me pus de pé. Não conseguia andar um passo sem sentir que minhas pernas, poderiam ceder a qualquer momento. Comecei a chamar por Kate e nada de resposta. Fechei os olhos e parei, precisava de um minuto antes de tent