A primeira coisa que Ellen viu ao acordar foi os olhos do seu namorado olhando atentamente para ela. E sua primeira reação foi sorrir para ele, mesmo que o seu rosto estivesse doendo e que ela não tivesse certeza de que ele estava vendo por causa da pouca luz. Ela estava em um quarto meio escuro e um pouco gelado. Suas pálpebras pesaram antes de ela conseguir abrir os olhos completamente. Sua boca estava seca e seu corpo muito dolorido. Mas acima de tudo, sua cabeça estava confusa como nunca esteve antes. Ela pediu água.
Nicholas olhava pra ela com nada mais do que amor em seus olhos. Sorriu ao ver que ela enfim tinha despertado, levantou-se da cadeira onde estava sentado e caminhou até ela. Ele ficou na beira da cama e deu um beijo em sua testa. Depois se virou para a pequena mesinha ao lado e encheu um copo com a água de uma jarra. Ela bebeu a água devagar e sentiu um pouco da dor se esvair junto com a sua sede.— Onde... — ela parou ao sentir a garganta arranhar, mas fez força e continuou — Onde eu estou?— Bem-vinda de volta, meu amor. — ele acariciou o rosto machucado dela e deu um beijo doce em sua boca. — Ah, Ellen Muller, se queria me assustar, você conseguiu.Ele sorriu e fez os cantos da boca dela levantarem um pouco também. Os olhos dele estavam vermelhos e inchados como se ele tivesse chorado muito. O que realmente aconteceu.— Onde eu estou? — ela perguntou novamente, segurando firme a mão dele contra seu rosto.— No hospital. Você se lembra do que aconteceu?Ellen balançou a cabeça, confusa em negação. Ela não se lembrava do acidente. Ela não lembrava que quase morreu em uma noite onde tudo poderia ter sido perfeito, mas acabou em tragédia.— Antes de conversarmos, eu vou chamar o médico. — ele se levantou e saiu do quarto por alguns minutos. Quando voltou, trouxe consigo uma enfermeira e o médico que a operou.— Olá, Ellen. Eu sou o Dr. Wood, como se sente? — o médico perguntou enquanto a enfermeira verificava sua pressão.— Bem, eu acho. — ela olhou para Nicholas e ele entendeu que ela o queria perto dela — Apenas o meu corpo que está todo dolorido. O que aconteceu comigo?— Quando a enfermeira terminar de verificar todos os seus sinais vitais então nós poderemos conversar tranquilamente. Tudo bem, Ellen?Ela concordou. Nicholas segurou sua mão durante todo o tempo em que ela estava sendo avaliada e sorriu amavelmente para confortá-la. Depois de toda a verificação, a enfermeira saiu do quarto deixando apenas o médico juntamente com os dois. O médico se preparava para conversar com Ellen, mas Nicholas pediu um minuto a sós com ela. Ele esperou que o médico saísse e então voltou a sentar-se na cama junto à sua amada. Ele voltou a segurar sua mão e abaixou a cabeça por um instante antes de tomar uma longa respiração— Nick, o que foi? — ela perguntou, tentando endireitar-se na cama para ficar mais confortável.— Você sofreu um acidente há uma semana, Ellen. Você estava voltando do aeroporto depois de deixar o Benjamin lá e... aconteceu.— Eu não me lembro disso.— É normal por enquanto. É um dos sintomas de estresse pós-traumático.Ela abaixou a cabeça e quando voltou a levantá-la, ele estava chorando. Silenciosamente. Mas estava chorando.— Nick... — ela tocou seu rosto — Nick amor, não chore.— É tudo culpa minha, Ellen. Eu sou o culpado. Eu não deveria ter deixado você sozinha naquela noite. Eu deveria ter ficado com você.Ela o acalentou por um tempo enquanto ouvia os lamentos dele. Quando ele se calou e voltou apenas a chorar, ela pegou em seu queixo e o ergueu para que Nicholas olhasse em seus olhos.— Não é sua culpa. Não tem como ser sua culpa e eu nunca mais quero ouvir essa besteira, ok?Ele relutou em aceitar suas palavras, mas com a insistência clara no olhar dela, Nicholas sorriu forçadamente e conseguiu concordar, mesmo que por dentro ele ainda se sentisse como o homem que tirou dela algo precioso.— Ellen, eu te amo tanto.Ela tentou se sentar para que seus olhos ficassem na altura dos dele, mas não tinha forças para fazer isso. Ele a ajudou, mas algo estava diferente. Ela sentia o toque de Nicholas em seus braços e parte da cintura, mas não sentia quando o toque era em suas pernas.— Nick... — ela chamou.— Sim?— Eu não estou sentindo minhas pernas. — ela disse com preocupação na voz — Por que eu não estou sentindo minhas pernas?Ele fechou os olhos e mordendo os lábios, confirmou com o seu semblante, o pensamento que a atravessou por um momento.— Nick, o que aconteceu? — ela estava quase chorando. Ele deu um beijo demorado na testa dela, outro na boca e caminhou até a porta onde chamou o médico que aguardava do lado de fora.— Agora, doutor Wood. — ele olhou para a cama onde ela estava com o rosto franzido e confuso — Estamos prontos.Mudará. No momento em que eu saio do hospital eu sei que a minha vida mudará. Radicalmente até. E não da forma que eu esperava ou da forma que eu queria, mas de uma forma que me pegou de surpresa e abalou minha estrutura.As últimas duas semanas se passaram lentas e rápidas ao mesmo tempo. De uma eu não me lembro muito. Estava a maior parte do tempo sedada em uma cama no quarto de recuperação do hospital após a cirurgia. Da outra eu me lembro como uma passagem dolorosa após o doutor Wood me falar sobre as sequelas resultantes do meu acidente. Mas tem duas coisas das quais eu jamais esquecerei. De dois faróis mortais pertencentes ao caminhão que bateu em mim no momento em que eu tive mais medo na minha vida e de dois olhos castanhos amorosos me vigiando como um falcão assim que eu acordei. O Nick ficou o tempo todo ao meu lado na cama, o Robert disse. Ele nem sequer foi trabalhar durante todo esse tempo. Apenas dava uma passada rápida em casa pra tomar banho e trocar de roupa, porque a
A visão da parte de cima não me impressiona menos que a da parte de baixo. O quarto dele está muito diferente. Não. Dizer que está diferente é um eufemismo. Está completamente diferente.— Amor... meu Deus, você mudou a casa inteira.Toda a pintura é igual ao quarto que eu tenho no apartamento. A cama dele é outra. Agora é uma com dossel e com barras de madeira em ambos os lados. O piso de madeira está coberto por partes antiderrapantes e parece que o espaço em si é maior. Minhas estantes de livros e filmes também estão aqui.— Adaptei o quarto pra ficar o mais acessível pra você.— Você mudou a sua casa inteira por mim? E quando eu for embora?Olho pra ele e o vejo com o rosto sério. Ele então se abaixa de joelhos na altura dos meus olhos e tira do bolso uma caixinha vermelha.— Nick... — Não pode ser o que eu estou pensando.— Eu estava mesmo querendo falar com você sobre isso.Por favor, que não seja o que eu estou pensando. É cedo demais.— Você tem que ficar comigo por enquanto E
— Eu te amo, Ellen.— Eu sei. — beijo seu queixo — Eu sei que sim.Ele afasta o rosto para me olhar e eu vejo a dor em seus olhos. Meu amor está sofrendo. Seus lindos olhos estão cheios de lágrimas não derramadas.De repente eu sei o porquê da sua culpa. Ele está revivendo um trauma de cinco anos atrás. Não sei se me agrada o fato de ele estar comparando a minha situação com a situação que ele viveu naquela época.— Não pense nisso, Nick. — digo afagando seus cabelos e o pouco de barba que há em seu rosto.— Não pensar em quê?— O que aconteceu comigo há duas semanas não tem nada a ver com o que aconteceu com a Ada há cinco anos.Ele fecha os olhos com o rosto contorcido e nesse momento eu sei que era exatamente isso que o estava consumindo.— Não foi culpa sua há cinco anos. Não foi culpa sua há duas semanas.— Me desculpa, Ellen. Eu não quero que você ache que eu estou comparando você à Ada, mas é que eu não consigo me livrar desse sentimento.— Que sentimento? O de culpa?— Eu deve
E então agora sim. Eu vejo a malícia em seus olhos. Adoro o jeito como ele me olha com amor e desejo em medidas iguais. A mistura desses olhares sempre me deixa louca.Nick me beija da mesma maneira que me beijou na noite do acidente, antes de tudo acontecer. Um beijo cheio de desejo e promessas safadas.— Esse sim é o Nick que eu adoro quando me beija.— Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para que a nossa vida seja a mesma que sempre foi.— Ótimo. — sorrio.— Começando por isso.Franzo a testa. Nick joga água em mim e se afasta nadando.— Acho que tenho que começar com o que é mais fácil pra mim minha linda.— Ah é claro. — sustento-me na beira da piscina enquanto ele nada para cada vez mais longe de mim. — Sorte sua que eu não posso nadar agora ou deixaria você no chinelo.— Eu ouço isso o tempo todo. — ele se escora na beira do outro lado da piscina — Mas olha só que curioso, não me lembro de você ter ganhado de mim nenhuma vez Ellen e não pense que eu deixarei você me ganh
Uau. Nossa cozinha. Eu sei que ele me pediu pra morarmos juntos, mas “nossa cozinha”? Até parece que ele quer que a gente seja como marido e mulher. Não que eu tenha do que reclamar se esse for o caso.Ele se abaixa ao meu lado e depois de um beijo rápido, me olha com certa malícia.— Acho que você se sujou um pouquinho.— O quê?— Talvez precise de um banho agora, linda.— Ainda estou com as minhas mãos enrugadas da piscina.— Estou vendo. — ele pega minhas mãos e massageia.— Mas você tem razão, eu preciso de um bom banho de espuma e você faria bem em me dar um.— Então que tal ir para o quarto e ficar por lá mesmo? Tipo até amanhã?— Concordo plenamente.— Você pode me dar um minuto, Nick? — pergunto assim que entramos no banheiro.— Por quê?— Não me chama de boba, mas é que eu preciso... — Droga! Por que eu me sinto tão sem jeito?— Do que você precisa?— Preciso olhar pra mim por um tempo... Eu... Você entende? Não. Você não entende.Ele sorri e me beija na testa.— É claro que
Me apoio nos cotovelos e vejo quando ele me lambe. Sinto sua língua no meu lugar mais sensível, mas não como algo que me faça delirar de prazer do jeito que esse tipo de carícia sempre fez, mas apenas como um toque qualquer em um lugar qualquer. Também vejo quando ele insere um dedo em mim e pela primeira vez desde que eu perdi a virgindade com ele, eu não estou encharcada com seu toque. Sei disso porque sinto o atrito do seu dedo com a minha parede vaginal. E ele percebe o mesmo porque mais uma vez uma viga se forma na sua testa quando ele a franze.Não sei se devo falar alguma coisa ou se devo deixá-lo cuidar disso. Mas eu nem mesmo preciso me preocupar muito com essa decisão porque no momento seguinte, a língua dele já está entrando e saindo de dentro de mim em penetrações rasas.Nem sei por quanto tempo ficamos assim antes de eu perceber que não importa o quanto ele me chupe, eu não ficarei lubrificada o bastante pra recebê-lo. Assim, puxo Nick pelos cabelos até que ele está com o
Acordo na manhã seguinte da mesma forma como adormeci, com um braço enrolado ao peito largo do Nick, nossas pernas entrelaçadas e os braços dele nas minhas costas me apertando contra seu corpo.Minha cabeça está contra seu coração ouvindo seus batimentos calmos. Me remexo em cima dele, sentindo o seu calor gostoso e viro a cabeça pra cima para olhar seu rosto sereno durante o sono. Ele deve estar exausto. Eu dei uma canseira nele ontem.Acaricio seu peito com a ponta dos dedos e beijo sua pele. Espero que o que aconteceu não o abale muito porque eu não poderei suportar a mínima ideia de saber que já não posso ser a mesma na nossa relação.Viro rapidamente o pescoço para a mesinha de cabeceira e olho as horas. Já passa das sete da manhã.Com meus movimentos ele começa a despertar. Eu deveria deixá-lo quieto para que durma. Não é preciso ser gênio pra saber que ele ficou acordado até tarde depois que terminamos de transar. Mas ele tem que acordar ou chegará atrasado à Universidade.—
Ele sorri. Beija um dos meus olhos e seca as lágrimas dele. Depois repete o mesmo no outro olho. Por fim, me beija com amor. Um beijo rápido e molhado.Fico olhando pra ele e esperando por mais. Ao perceber que ele não fará mais que isso, levanto um pouco o rosto oferecendo minha boca para mais um beijo e para ser bem sincera, fico um pouco chocada ao ver que ele aceita. Esperava que ele se afastasse.Com as mãos entre suas mechas castanhas e sedosas, puxo sua cabeça de encontro à minha e colo nossas bocas. Com a ponta da língua, contorno seus lábios. Depois mordo seu lábio inferior e puxo entre meus dentes. Ele geme quando finalmente enfio a língua na sua boca, mas ainda está muito quieto.Esse não é o jeito dele de começar algo que se transformará em uma transa matinal. Normalmente ele já estaria dizendo as maiores baixarias no meu ouvido e esfregando seu corpo no meu para extrair todo o prazer de mim e assim me dá todo o prazer que ele sabe que pode me proporcionar.Só pode haver u