5

Uau. Nossa cozinha. Eu sei que ele me pediu pra morarmos juntos, mas “nossa cozinha”? Até parece que ele quer que a gente seja como marido e mulher. Não que eu tenha do que reclamar se esse for o caso.

Ele se abaixa ao meu lado e depois de um beijo rápido, me olha com certa malícia.

— Acho que você se sujou um pouquinho.

— O quê?

— Talvez precise de um banho agora, linda.

— Ainda estou com as minhas mãos enrugadas da piscina.

— Estou vendo. — ele pega minhas mãos e massageia.

— Mas você tem razão, eu preciso de um bom banho de espuma e você faria bem em me dar um.

— Então que tal ir para o quarto e ficar por lá mesmo? Tipo até amanhã?

— Concordo plenamente.

— Você pode me dar um minuto, Nick? — pergunto assim que entramos no banheiro.

— Por quê?

— Não me chama de boba, mas é que eu preciso... — Droga! Por que eu me sinto tão sem jeito?

— Do que você precisa?

— Preciso olhar pra mim por um tempo... Eu... Você entende? Não. Você não entende.

Ele sorri e me beija na testa.

— É claro que eu entendo, Ellen. Eu te dou o tempo que você precisar.

— Obrigada. — dou-lhe um sorriso tímido.

Devo parecer ridícula. Estou prestes a transar com meu namorado e estou nervosa como se fosse a primeira vez que fazemos isso.

— Mas eu estarei o tempo todo aqui do lado de fora encostado à porta.

— Certo.

Nick sai do banheiro e fecha a porta devagar. Eu consigo me locomover muito bem dentro do banheiro. As modificações que ele fez foram ótimas. Ele não poderia ser mais atencioso.

Ligo o jato da banheira e deixo encher. Pego em uma das prateleiras um vidro de sabonete líquido e derramo uma boa quantidade na água. Um perfume maravilhoso enche o ambiente e me relaxa um pouco.

Sei que em uma das gavetas perto da pia tem velas aromáticas. Vou até ela, pego quatro e acendo, colocando uma em cada canto do banheiro. Com esse mínimo esforço, minha respiração acelera. Não importa o quão confortável e prática seja essa cadeira, se locomover com ela por um longo tempo é cansativo.

Depois de preparar o lugar, começo a me despir. Começando pela parte mais fácil. Minha blusa e sutiã saem facilmente como sempre foi, mas não consigo tirar meu short. Não posso erguer os quadris pra puxar para fora o tecido.

Tento uma porção de vezes, mas não posso. Eu não posso.

— Merda. — É inútil tentar fazer isso sozinha.

Apoio os cotovelos nos joelhos e abaixo a cabeça nas mãos. Vai ser mesmo difícil viver assim.

— Nick. — chamo.

— Estou aqui. — ele entra em um piscar de olhos.

— Preciso de ajuda pra tirar minha roupa. — digo sorrindo e com os olhos fechados.

— Hmm. — abro um olho apenas e vejo seu sorriso lindo e cheio de malícia — Interessante.

— Apesar da atmosfera, isso não é nada sexual Nick.

— Quem disse? — ele se abaixa e traça o dedo pela borda do short lentamente.

— Talvez seja bom colocar uma música lenta e sensual pra melhorar o clima.

— E com certeza apagar as luzes também.

Antes de perceber eu já estou nua.

— Ainda precisa de um tempo?

— Agora só com você.

Ele me dá seu sorriso mais sexy e me pega nos braços. Envolvo minhas mãos em seu pescoço e o beijo.

— Não se preocupe em me pedir qualquer coisa que seja, Ellen. Principalmente se for pra tirar sua roupa. — ele beija os dois lados da minha boca e meu queixo — Eu vou adorar fazer isso.

Apenas aceno com a cabeça e ele me põe na banheira. Desliga a torneira e começa a tirar a própria roupa, dando aos meus olhos um show e tanto.

Quando está gloriosamente nu, Nick entra na banheira atrás de mim e me puxa para apoiar as costas em seu peito. Beija minha nuca e meus ombros repetidas vezes.

— Só pra constar Ellen, nada no seu corpo mudou. Você continua sendo a fantasia de todos os meus sonhos eróticos.

Sorrindo, descanso a cabeça no ombro dele.

— É sério?

— Claro que sim.

— Então eu quero que mostre isso de todas as maneiras possíveis, ok. — peço mordendo seu queixo.

— Será um prazer.

Passamos uns bons minutos apenas desfrutando da companhia um do outro com brincadeiras, flertes e provocações. O Nick é ótimo em me provocar quando a atmosfera sugere algo sexual. Ele faz esse joguinho porque sabe perfeitamente que isso me esquenta. Mas o estranho é que apesar de sentir uma coisa muito boa com suas palavras e carícias, meu núcleo não está latejando como já era pra estar e o formigamento que normalmente sinto nessas situações com ele não está aqui.

— Tudo bem, Ellen? — ele sussurra.

— Tudo. Por quê?

— Sei lá. Você ficou tensa de repente.

Disfarço.

— Nada amor. Mas eu estaria mentindo se dissesse que não estou nervosa.

— Nervosa? — ele vira meu rosto para olhar pra ele — Comigo? Desde quando você fica nervosa quando está comigo?

— Exatamente. Esse é o ponto. Eu não sei por que estou nervosa, Nick.

— Então acho que está na hora de sair da banheira e ir pra cama. Vou fazer você relaxar.

Sorrio. É claro que ele vai. Se alguém nesse mundo tem o poder de me levar aos lugares mais distantes, esse alguém é Nicholas Hoffman.

Ele sai primeiro da banheira e em seguida me tira e me carrega nos braços até o quarto. Pingando água por todo o piso, ele parece não se importar com isso e me põe de forma delicada até demais em cima dos seus lençóis brancos de seda.

— Já faz tempo demais que não sinto sua pele íntima da minha. — ele me deposita um beijo no umbigo.

Essa é a hora. É agora que eu saberei se posso ou não lidar bem com a minha invalidez. Se eu puder ser a mesma de sempre com o homem que eu amo, então nada será forte demais, ou doloroso demais que eu não possa aguentar.

— Eu quero você, Nick.

— Eu sou seu. — ele segue uma trilha de beijos desde o meu umbigo até a minha boca — Eu sempre serei seu, Ellen.

Colamos nossas bocas em um beijo apaixonado e ardente. As mãos dele passeiam pelo meu corpo e as minhas pelo dele. Nick geme toda vez que arranjo seu peito, seu abdómen ou suas costas.

— Deus, eu te amo tanto. — digo entre nossos beijos.

A língua dele penetra minha garganta como se ele estivesse com fome e sede de mim. Mas tem uma coisa bem errada aqui. Em metade do corpo, eu sinto fogo e desejo. Na outra metade, eu não sinto nada. Absolutamente nada.

Eu já deveria estar sentindo uma enchente se formando no meio das minhas pernas, mas não. Isso não está acontecendo.

Ele por outro lado está excitado. Muito até. Posso sentir sua ereção na minha cintura, mas eu não me sinto excitada. Gosto do que ele faz. É bom. Chega a ser prazeroso, mas não é nada que possa fazer meu sexo vibrar.

O que está errado?

Ele não parece perceber isso porque continua a me beijar da mesma forma que sempre fez. Eu, porém, estou me sentindo meio desanimada com o que estamos fazendo. Na verdade eu nem sei se desanimada é a palavra certa pra usar nessa situação. Só sei que estou me sentindo muito diferente de antes quando nós dois transávamos.

Os lábios de Nick estão no meu pescoço, no meu queixo, na minha boca... em todo lugar. E minha cabeça está tão nublada por essa falta de sensações sexuais que nem percebo direito quando ele se acomoda entre minhas pernas.

— Estava ansioso pelo seu sabor, Ellen.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo