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A visão da parte de cima não me impressiona menos que a da parte de baixo. O quarto dele está muito diferente. Não. Dizer que está diferente é um eufemismo. Está completamente diferente.

— Amor... meu Deus, você mudou a casa inteira.

Toda a pintura é igual ao quarto que eu tenho no apartamento. A cama dele é outra. Agora é uma com dossel e com barras de madeira em ambos os lados. O piso de madeira está coberto por partes antiderrapantes e parece que o espaço em si é maior. Minhas estantes de livros e filmes também estão aqui.

— Adaptei o quarto pra ficar o mais acessível pra você.

— Você mudou a sua casa inteira por mim? E quando eu for embora?

Olho pra ele e o vejo com o rosto sério. Ele então se abaixa de joelhos na altura dos meus olhos e tira do bolso uma caixinha vermelha.

— Nick... — Não pode ser o que eu estou pensando.

— Eu estava mesmo querendo falar com você sobre isso.

Por favor, que não seja o que eu estou pensando. É cedo demais.

— Você tem que ficar comigo por enquanto Ellen. Sabe durante a sua recuperação.

— Eu sei. Não acho que posso ficar sozinha por enquanto. — respondo sentindo meu pulso acelerar.

— Mas mesmo depois que você estiver melhor daqui a alguns meses, eu quero que você continue morando comigo. Eu quero você comigo o tempo todo.

Ele abre a caixinha e para o meu alívio não é um anel. É uma chave. A chave da casa dele. Uma chave que eu já tenho.

— Nicholas Hoffman você está ne pedindo em casamento? — pergunto mordendo os lábios para não rir.

Ele franze a sobrancelha e olha para sua posição de joelhos, então sorri. Ele sorri como se até agora não tivesse se dado conta de como isso pareceu.

— Oh não. Eu... ahm... Não que eu não queira, mas eu acho que por enquanto é muito cedo. Por enquanto eu só quero que moremos juntos.

Ele parece meio desconfortável. Acho que ele pensa que eu realmente esperava o pedido.

— Que bom que não é isso então. — eu digo para voltarmos ao clima de antes — Eu também acho que é muito cedo.

Ele respira audivelmente e põe a chave na minha mão. É um pouco diferente da que eu tenho. Essa tem nossas iniciais gravadas e o chaveiro não parece ser de metal. É de prata? Uau. É de prata. Um maldito chaveiro de prata.

— E então, você aceita? — ele pede com os olhos ansiosos.

— É claro que eu aceito. Eu vou morar com você. Seria o inevitável próximo passo na nossa relação não é?

— Isso. — ele ri como se fosse um menino de... quantos anos mesmo? Vinte e três? — Que bom que aceitou. Eu estava com medo que dissesse não.

— E por que eu faria isso? Sou a garota mais sortuda do mundo. — eu ponho a mão em seu rosto e ele fecha os olhos — Acho que roubei a lâmpada do Aladim e os meus três desejos foram conhecer você, amar você e ser amada por você. E o gênio me concedeu.

Ele sorri largamente e me beija. Ah, como eu tenho sentido falta desses lábios nos meus. Quase não nos beijamos desde o acidente. O beijo dele é tão bom. Tão gostoso. Mas ele logo se afasta e por mais que me doa, eu sei exatamente por que.

Mas não vou pensar em nada disso agora. Então... Olho pra chave com carinho e a beijo. Ponho nos lábios dele e ele a beija também.

— Amei o pedido Nick, mas acho que foi meio desnecessário você me dar a chave da sua casa como se eu já não tivesse uma.

Ele sorri timidamente.

— Tecnicamente eu ainda não te dei a chave daqui.

— Claro que deu.

— Não desta nova casa. Eu mandei trocar as portas se você não percebeu.

Não seguro a gargalhada. Eu não acredito nisso.

— Você mandou trocar as portas da sua casa só para poder me dar a chave outra vez?

— Mas é claro. — ele fala rindo — Eu mandaria derrubar a casa inteira se fosse preciso, o que são algumas portas?

Será possível amá-lo mais?

— Agora vem. — ele se levanta e me estende a mão — Você precisa ver o resto.

Ele me mostra como o banheiro mudou. A banheira maior. Barras de ferro ao lado da pia e do vaso sanitário. Piso emborrachado no box. A parte da academia e piscina não mudou muito. Apenas um tatame enorme no chão muda o ambiente.

— Obrigada por tudo amor.

Ele ergue as sobrancelhas e sorri.

— Já disse que não tem que me agradecer. — quando ele passa as mãos pelos cabelos castanhos, seus bíceps se flexionam enchendo meus olhos com a delícia que é o seu corpo moreno — Você é minha namorada e eu faria qualquer coisa por você.

Ele é um amor. Pergunto-me o que dá na cabeça de uma mulher pra deixar alguém tão doce, inteligente e extremamente gostoso como esse. Acho que agora sei exatamente como ele era quando estava com ela. E pensar que eu não sou a primeira a quem o Nick amou me dói. Eu sei que é loucura e que eu não deveria, mas não consigo evitar o pensamento ruim de saber que tudo o que ele faz por mim, ele aprendeu fazendo por outra mulher.

— Tudo o que eu quero que faça por mim agora é me levar até essa piscina maravilhosa e me deixar segurar em seu pescoço enquanto flutuamos na água.

— Eu não acho que seja uma boa ideia, Ellen. — de repente ele volta a ficar sério.

— Tudo bem, Nick. Eu confio em você.

Com olhos pidões eu consigo convencê-lo a nadar um pouco comigo. Sorrindo ele tira a camisa sobre a cabeça de uma forma que sempre gostei de ver. Depois tira o calção e ficou apenas em sua boxer. Eu o imito e tiro a blusa e o sutiã. Meu shortinho eu deixo que ele tire. Eu gostaria de estar sentindo suas mãos nas minhas coxas enquanto ele me toca pra terminar de tirar a minha roupa.

— Sinto falta das suas mãos no meu corpo. — digo baixinho. Ele encosta a testa no meu joelho e vejo a sua respiração acelerar.

— Sua pele ficou mais branca durante esse tempo que você esteve longe do sol. — vejo quando ele beija minas pernas.

Estou só de calcinha agora. Ele está mais uma vez de joelhos e olhando para o meu corpo quase todo nu. Ele traça os dedos pelas minhas pernas e eu não sinto, é claro. Quando chega aos meus quadris, eu já consigo sentir um pouco. E na cintura eu o sinto normalmente.

— Nick...

— Quer mesmo ir nadar? — ele me olha nos olhos.

— Quero estar perto de você.

Com isso ele me pega nos braços e nos leva para a piscina. Com a água no seu peito, ele me escora em uma das laterais enquanto eu o abraço.

Deixo o meu nariz na curva do seu pescoço sentindo seu cheiro. Ele beija o meu. Depois beija minha clavícula e eu mordo sua orelha.

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