Numa sexta-feira à noite, Felícia tinha acabado de tomar banho e entrou no quarto de toalha, secando o cabelo com uma outra toalha. A sua pele estava macia e brilhante e o seu semblante mais leve e, ao mesmo tempo, sedutor enquanto Raul a observava, contemplando-a com um olhar penetrante. “O que foi?” Depois de um suspense, ele respondeu: “Você é tão bela, minha gatinha, ainda não acredito que será minha para sempre.” Ele chegou mais perto e a beijou com desejo. “Quero tê-la agora!” “Agora não, precisamos descer para jantar, a sua mãe está esperando.” “Rapidinho, prometo!” Ele a jogou na cama já ofegante e lhe arrancou a toalha, admirando o seu corpo esculpido. Ela se sentiu envergonhada e tentou cobrir sua intimidade. “Não precisa ter vergonha. Você é minha, só estou contemplando seu corpo perfeito.” Deitou em cima dela e lhe deu um beijo quente e sedutor. Quase como uma fera sedenta, sugou os seus os seios e pescoço com prazer. Em meio ao desejo, ela o puxou par
Raul arregalou os olhos, paralisado com a revelação. Ele não sabia quem era o seu pai biológico já que a sua mãe nunca revelou a informação e sempre lhe dizia que o seu pai havia morrido. Ele perguntou incrédulo: “Tem certeza que o senhor está falando com a pessoa certa?” “Tenho sim. Não é o senhor o engenheiro agrônomo Raul Trajano?” “Sim, sou eu.” “Então estou conversando com a pessoa certa.” “Aqui estão todos os documentos da herança assinados pelo seu pai, com todas as cláusulas. Ele deixou tudo pronto antes de falecer, como uma reparação pelo tempo que não permaneceu com o senhor. A única exigência que ele tem é que o senhor mantenha o seu nome, honra e prestígio. Ele deixou essa carta explicando toda a situação.” Raul pegou a carta e todo o documento da herança, as escrituras, o testamento e as declarações. Ele havia herdado setenta por cento dos bens que o Barão deixou. Também herdaria a sede da fazenda Gran Sierra e as suas duas meias-irmãs ficariam com uma pequ
Chegando na sede da fazenda Gran Sierra, Raul ficou surpreso com o colossal e primoroso complexo. Era um lugar deslumbrante com palmeiras gigantes, jardins de grama verde e fontes de águas cristalinas. O engenheiro foi recebido pelo Dr. Damião. “Sr. Trajano, seja bem-vindo! Entre, venha conhecer a sede da sua fazenda.” O advogado apresentou toda a casa grande a Raul, que observava o seu patrimônio maravilhado. Dr. Damião também lhe apresentou os funcionários. “Agora, vamos conversar. Preciso repassar outras documentações para o senhor.” Os dois se dirigiram ao antigo escritório do velho Barão. Doutor Damião pediu que os empregados lhes servissem uma bebida. “Sr. Trajano, quero adiantar o assunto e informar que suas duas irmãs não estão nem um pouco satisfeitas com a divisão dos bens. Estão revoltadas com o pai e já lhe digo que esse é o seu principal problema no momento.” “Doutor, se tudo está documentado e registrado, então não existe problema.” “Tudo bem. Acredito que c
Ele a intimou já subindo as escadas. Felícia, sem entender, subiu atrás. Raul esperou a mulher entrar, fechou a porta atrás de si e foi logo desabafando com desafeto: “Você achou que eu não iria descobrir, não é?” Ela ficou sem entender nada. “Descobrir o que? Do que você está falando?” “Do cambalacho do seu pai, vocês sabiam que eu era o herdeiro do Barão.” Felícia arregalou os olhos, sentindo um nó se formar na sua garganta. Ela entendeu tudo, sabia que aquilo era verdade. O seu pai a uniu com Raul depois que descobriu que ele era o herdeiro já que ele era amigo do Barão. “Raul, por Deus, eu não sabia... não sabia, eu juro!”, ela respondeu com voz trémula. “Você sabia! Esse casamento foi uma trama criado por você e pelo seu pai. Vocês são pessoas baixas, indecentes, desonestas, mau caráter... Você casou comigo por interesse.” Nesse momento, Felícia não conseguiu segurar as lágrimas. Ela negava a todo custo. “Raul, não é verdade, você está enganado. Eu nã
O engenheiro botou o chapéu na cabeça e se retirou da casa do sogro. Pegou a sua caminhonete levantando poeira na estrada de chão e deixando o velho Molina de cabeça quente. “Eu te falei, velho, eu te falei que isso não ia dar certo. Olha só a vergonha que estamos passando, que coisa feia para a nossa família, minha Santa Rita!” Lamentou Dona Salete repreendendo duramente o marido. Ela escutava toda a conversa angustiada pela brecha da janela da sala. “Para de falar no meu ouvido, vaca velha!” Resmungou o velho fazendeiro sacudindo o chapéu. [...] Felícia acordou tarde depois da conversa com Raul. Tomou um banho e desceu para jantar com a família, o todo o tempo desanimada e de cabeça baixa conforme todos da família planejavam com entusiasmo o futuro promissor. Antes de dormir, Raul sentou na cadeira de sua escrivaninha de costas mexendo em alguns papéis. Felícia se sentia aflita e arrependida por ter se casado. Resoluta, aproximou-se do marido, puxando assunto: “P
O engenheiro botou o chapéu na cabeça e se retirou da casa do sogro. Pegou a sua caminhonete levantando poeira na estrada de chão e deixando o velho Molina de cabeça quente. “Eu te falei, velho, eu te falei que isso não ia dar certo. Olha só a vergonha que estamos passando, que coisa feia para a nossa família, minha Santa Rita!” Lamentou Dona Salete repreendendo duramente o marido. Ela escutava toda a conversa angustiada pela brecha da janela da sala. “Para de falar no meu ouvido, vaca velha!” Resmungou o velho fazendeiro sacudindo o chapéu. [...] Felícia acordou tarde depois da conversa com Raul. Tomou um banho e desceu para jantar com a família, o todo o tempo desanimada e de cabeça baixa conforme todos da família planejavam com entusiasmo o futuro promissor. Antes de dormir, Raul sentou na cadeira de sua escrivaninha de costas mexendo em alguns papéis. Felícia se sentia aflita e arrependida por ter se casado. Resoluta, aproximou-se do marido, puxando assunto: “P
Felícia subiu atrás do marido. Já no quarto, ela sentou acuada na cama e sem segurar o choro sussurrou: “Eu sinto muito!” “Você só está colhendo o que plantou, isso tudo é resultado das suas escolhas inconsequentes. Agiu deliberadamente e a vida está te cobrando por isso. Vou conversar novamente com Catarina e pedir que ela não te perturbe mais com esse assunto. Agora vá tomar um banho e desça para almoçar.” Depois do banho, Felícia desceu chateada. Todos já estavam na mesa e ela sentou ao lado do marido. Sentia-se fuzilada pelos olhares das cunhadas, da sogra e até dos empregados. Nos dias que se seguiram, ela sentiu a rejeição de todos da família, as cunhadas mal falavam com ela. Sempre passeavam a cavalo, viajavam para capital e até traziam amigas para fazenda sem dar ousadia para Felícia. Raul passava a semana na capital a negócios e quando voltava na sexta-feira não lhe dava atenção. Com isso, ela se sentia infeliz e desprezada. Felícia estava cansada da vida que vinha
Nero não teve outra alternativa a não ser obedecer à patroa e parar. Felícia entrou na loja apreciando as roupas. Ela ficou triste por não poder comprar, eram lindas peças de roupas que cabiam perfeitamente nela. A dona da loja, Dona Creuza, puxou assunto curiosa: “Você é filha do fazendeiro Molina, não é mesmo?” “Sim, sou eu.” “Não foi você que casou com o filho do Barão Gregório, o engenheiro Raul Trajano?” “Sim, sou a esposa dele.” “Meu primo Vicente trabalha para ele.” “Ah! Vicente é seu primo?” “Sim, sim, agora ele está bem. Sorte, hein, do seu marido ser herdeiro do Barão.” “Verdade.” Nesse momento, Felícia teve uma baita de uma ideia. “Dona Creuza, eu vim rápido para ir à missa e visitar minha mãe e não trouxe dinheiro. Será que você pode me vender fiado e depois meu marido vem aqui te pagar? Já que você é prima de Vicente.” “Ora, sem problemas, pode levar a loja inteira se quiser.” Impensadamente, ela escolheu todas as peças que gostou. Vários vestid