39 O diário
Naquele instante, Felícia acordou assustada com a presença robusta do marido em pé a sua frente.

Ele fechou o diário e a encarou com um olhar tenebroso.

“Raul! O que você está fazendo aqui?”

“Vim te buscar.”

Felícia percebeu que seu diário estava na mão do marido. Ela arregalou os olhos e, em uma reação ligeira, levantou-se da cama e avançou em cima dele para tomar seu diário.

Ele levantou a mão para cima, segurando firme o caderno.

“Raul, devolve, isso é meu.”

“Agora me pertence.”

“Você não tem esse direito, isso é um diário, é sigiloso e privativo.”

Raul segurou a mulher pelo pescoço e a empurrou até o canto do armário. Ele a intimidou de uma forma possessiva, com sua boca encostada no ouvido dela:

“Escuta aqui, Felícia, essa fazenda é minha, essa casa é minha, você é minha e esse maldito diário agora me pertence.”

Felícia estava paralisada, apreensiva e preocupada de o marido ler o conteúdo do seu diário. Naquele momento, ela só queria tacar fogo no diário mald
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