Os outros dois seguranças de Brendan seguiram no carro atrás de Sam e se juntavam ao colega no hospital. Eles claramente tinham suas próprias opiniões sobre todo o incidente, mas trocavam suas impressões entre cochichos, para que Brendan jamais ouvisse. ― Que diabos tem acontecido com o chefe ultimamente, cara? Ele está agindo como se tivesse perdido a vontade de viver só porque a Cara de Amolar Facas tinha sumido ― sussurrou um deles ― Ele estava com um olhar que não era nada sutil... ― ― Você não acha... que ele se apaixonou por aquela aberração, acha? ― ― Mano, eu acho natural que a gente se preocupe pelas pessoas. Ter afeto não tem a ver com aparência, tem? Senão sua mãe teria jogado você na lixeira, há muito tempo! ― O brutamontes sorriu, mostrando os dentes, antes de concluir ― Por outro lado, é claro que o Brighthall não tá apaixonado pela Cara de Amolar Facas, né? Essas coisas só acontecem em novelas! Imagina que inferno, acordar, de manhã cedo e olhar para aquela carin
Não era do feitio de Brendan fugir de uma conversa difícil. Então, ele se aproximou de Madame Brighthall e disse:― Você sabe o que aconteceu com ela? ― Somente a lembrança do fato já foi o suficiente para fazer o sangue de Brendan ferver, mas o homem suprimiu a raiva, para contar:― Quando a encontrei, ela tinha sido drogada e vestida para ser estuprada por uma pessoa qualquer! O afrodisíaco que usaram nela danificou seu sistema digestivo o suficiente para que sua vida ficasse por um fio. Ela acabou de sair do pronto-socorro, mas ainda está inconsciente! ― ― O quê?! ― Madame Brighthall gritou, e então cobriu o rosto com as mãos, em descrença ― Como isso...? Não é possível! Quem cometeria tal atrocidade? Vivemos na barbárie! ― O homem respirou fundo:― Só porque não sabemos que essas coisas acontecem, não significa que não temos culpa quando somos responsáveis por deixar a vítima vulnerável. ― Madame Brighthall franziu as sobrancelhas e ergueu o rosto:― Ah, então é isso
Brendan cerrou os punhos e respondeu palavra por palavra:― Ela precisa de mim ― apesar do olhar firme, Brendan se sentiu culpado e um tanto inseguro quando disse isso. Deirdre realmente precisou de Brendan, no passado. Sempre que ela esperava o retorno dele por muito tempo, fazia várias ligações e relutantemente desligava o telefone, quando sabia que Brendan estava ficando irritado. No entanto, agora Deirdre ia embora sempre que conseguia e, nem mesmo quando ela foi drogada, sequer pediu a ajuda dele, mas de outra pessoa. De fato, tinha ocorrido uma mudança irreversível entre Deirdre e Brendan, o que deixava o homem inquieto. ― Você está obcecado por ela! ― Madame Brighthall disse e colocou a mão na testa, sentindo-se tonta.Charlene ficou estupefata com as palavras de seu noivo, mas se recompôs e apoiou Madame Brighthall:― Sogra, você está bem? ― Então, se virou para Brendan e disse ― Pare com isso. Você pode, por favor, sair? Você sabe que sua mãe não está bem de saúde. Nã
‘Assim que Deirdre foi forçada a sair, ela deve ter ficado emocionada por finalmente me deixar e poder voltar para Sterling. No entanto, antes mesmo que pudesse alcançar o médico, ela foi sequestrada por uma máfia de escravização sexual.’Brendan queria rir de desespero ou autoironia, mas seu peito estava abafado e dolorido. Independentemente de quão forte o vento fosse, não era tão frio quanto o frio em seu coração. Então, os lábios de Brendan tremeram de raiva. O sentimento se agitou dentro dele, tentando esmagá-lo. ― Brendan? Você está bem? ― Charlene não se sentiu bem ao olhar para o homem e perceber que ali havia um monstro. Ela se perguntou se a intenção de Deirdre, de partir, o havia atingido muito profundamente. ― Sim, eu estou bem. ― Brendan fechou os olhos e seu corpo deu uma leve estremecida. Depois de um tempo, quando reabriu, o sentimento neles havia desaparecido. Foi substituído por sua indiferença habitual e um olhar sem afeto ― Volte para a mansão. Está frio aqu
― Eu gostaria de descansar um pouco mais ― a jovem disse, ao invés de explicar o que a tinha feito rir. Sam pensou que a reação fazia parte do processo de aceitação da jovem e aceitou sem questionar, então ele acenou com a cabeça, se despediu com palavras carinhosas e saiu. Logo depois que a porta se fechou. Sam viu Brendan sair do elevador. Ele vestia um casaco, por cima das roupas molhadas, do dia anterior e tinha uma expressão extremamente cansada no rosto e um brilho febril nos olhos. O homem parecia estar doente. Sam caminhou em direção a Brendan e o cumprimentou:― Senhor Brighthall. ― — Sam. Deirdre já acordou? ―― Sim. Acabou de acordar. ― Quando Brendan estava prestes a entrar na sala, Sam perguntou:― Sr. Brighthall, você não descansou? Você parece doente. Que tal consultar o médico primeiro? ― ― Eu estou bem ― Brendan franziu a testa pesadamente ― vou dar uma olhada em Deirdre. ― Brendan abriu a porta e viu Deirdre deitada e de olhos fechado, mas seus cílio
Brendan segurou o rosto de Deirdre com mais força, enquanto a raiva crescia nele. 'Mesmo que ela queira ir embora, porque ela tem que ser tão direta?' ― Para com isso! Qual é o seu problema, Brendan!? ― Deirdre sentia tanta dor que lágrimas caíram de seus olhos, enquanto lutava para se libertar. Brendan reagiu empurrando-a na cama enquanto segurava suas mãos. Com o coração batendo forte, ele rosnou:― Qual é o ‘meu’ problema, Deirdre!? Você sabia que se eu não tivesse ido ao hotel trocar de roupa e te encontrado por acaso, você teria sido estuprada por aquele bêbado nojento!? Como você pôde deixar a mansão tão facilmente!? Se você morresse, você até ficaria feliz, não é? Porque isso significaria que você finalmente escaparia do meu controle! ― ― Você é completamente louco... ― Os olhos da jovem estavam vermelhos e Deirdre estava realmente desapontada por Brendan culpá-la. ― Foi sua mãe quem exigiu que eu fosse embora! Ela disse que eu era uma amante destruindo o relacioname
Ou seja, todos os problemas de Deirdre sempre chegavam no mesmo vetor: Brendan. Sempre que algo atrapalhava sua vida, seus objetivos e, até mesmo, suas menores decisões, o monstro era seu obstáculo.Se ela não podia escolher se queria ou não engravidar, o que ela era para ele. Uma ferramenta? Depois de um tempo, Brendan acordou. Sua cabeça estava pesada e dolorida e a febre não havia diminuído. Pelo contrário, havia piorado. A primeira coisa que ele fez quando abriu os olhos foi procurar Deirdre, que deveria estar deitada ao lado dele. Quando não a viu, seu coração disparou e ele se levantou às pressas, olhando ao redor até encontrar a jovem encolhida no sofá, com o rosto voltado para a janela, embora não pudesse ver nada.A luz do sol poente envolvia a pequena e magra Deirdre, fazendo-a parecer um retrato de pura melancolia. Brendan se sentiu culpado. Agora que seus pensamentos estavam tranquilos, percebia que tinha abusado de Deirdre, de maneira inadmissível. Por isso, sen
Lágrimas brotaram em seus olhos e rolaram por seu rosto. Lá estavam... suas lágrimas estavam de volta! Entretanto, não eram causadas por tristeza e sim pelo ódio mais puro que já existiu.― Você esqueceu o que me disse no passado? Você me disse para não sucumbir a pensamentos positivos sobre você e nem pensar em engravidar de seu bebê. Você disse que me sufocaria até a morte se eu engravidasse. Você se esqueceu disso, agora? ― A expressão de Brendan era gelada e seus olhos escuros brilhavam com um toque de emoções avassaladoras. Ele tinha ficado enojado com a possibilidade de ser pai do filho de Deirdre no passado, isso era fato. Ele a odiava por seus desejos selvagens e desejava que ela deixasse seu mundo imediatamente. No entanto, ele não sabia o motivo, mas, depois que ela sumiu, por várias vezes, ele se imaginou em momentos felizes com seu filho e Deirdre. Ele não conseguia entender se era culpa ou simpatia. Em suma, ele queria dar a Deirdre um lar e um filho. ― Antes, você