― O quê? ―― Estou perguntando se sua condição envolve apenas um encontro, nada mais que isso, é isso? ―Brendan não pôde deixar de rir, como se estivesse zombando de sua emoção sensível.― E se não for? ―― Não importa o que aconteça... não vou transar com você. ―O outro lado da ligação ficou quieto, assim que ela fez o comentário. Logo depois, o monstro riu sarcasticamente e disse:― Você está fazendo isso para manter sua castidade para o outro homem? ―Deirdre fechou os olhos com força. Ela não queria brigar com Brendan sobre o assunto, mas parecia inevitável.― Não é isso. Mesmo que eu estivesse sozinha, jamais gostaria de ser tocada por um nojento como você. ―Brendan foi pego de surpresa, mas recuperou a compostura e respondeu, em um tom sarcástico:― Um nojento como eu? O que é que me torna um nojento? ―Deirdre não respondeu e Brendan não insistiu no assunto. Então disse:― Não se preocupe com isso. Eu encontrei muitas mulheres que são mais bonitas do que você e co
'Tratá-lo como se fosse meu marido?' Se Deirdre tivesse uma chance como aquela, no passado, ficaria tão feliz que não conseguiria dormir a noite toda. Então, agora que ouvia o pedido tardio de Brendan, achou cínico e seu coração resistiu à ideia.― E se eu não fizer isso? ―O olhar de Brendan estava imóvel. Ele deu um passo mais perto da mulher e exalou hálito quente, quando falou, mas as palavras que pronunciava eram frias.― Só considerarei atender ao que deseja se continuar esta relação de bom grado. E irei te levar de volta a Neve, quando terminar minhas tarefas. ―― Isso vai ser impossível! ―Brendan sorriu, e falou, em um tom sarcástico:― Impossível? Você gostaria que eu te lembrasse mais uma vez? Você tem um favor a pedir para mim, Deirdre. É você quem quer se divorciar e não sou eu que estou forçando você a fazê-lo. Você sempre pode se virar e voltar para dentro dessa maldita casa. Vou apenas fingir que nada aconteceu. ―'Voltar?' O peito de Deirdre parecia tão pesado q
Brendan achou a situação tão ridícula que falava, em um tom cada vez mais irritado:― Este é o resultado da união de duas pessoas à força. ―Mesmo se estivessem de mãos dadas, os estranhos nunca sentiriam amor um pelo outro.Brendan ficou quieto por um momento e não pôde deixar de perguntar:― E você e seu namoradinho? Vocês são considerados um casal, como deveriam ser? ―Deirdre franziu as sobrancelhas.― Não quero ficar falando sobre isso. ―Brendan parecia impotente e disse sarcasticamente:― Será que não acham que somos um casal porque você nunca sorri quando está comigo? ―Deirdre foi pega de surpresa. Então respirou fundo e disse:― Isso é causado pela minha relutância em sorrir? ―Ela tinha sido toda amorosa e afetuosa no passado. Antes não era capaz de conter o sorriso, toda vez que o visse. Mas isso tinha ficado para trás e era muito diferente de sua situação atual. Em suma, eles simplesmente não eram mais adequados um para o outro.O casamento deles foi produto de
Brendan realmente escrevera a comida que ela não gostava de comer e a comida à qual ela era alérgica em um papel que passara para a garçonete?― Como isso pode ser possível? ―A garçonete sorriu e disse:― Não só é possível, como aconteceu. Ele é precisamente o tipo de pessoa que esconde suas pequenas peculiaridades e esconde seus sentimentos, mas ainda oferece cuidados triviais em alguns lugares. Além disso, se ele realmente não te amasse como você o descreveu, seria desnecessário dar tanta atenção a pequenos detalhes como esse, certo? ―A mente de Deirdre ficou em branco, mas ela sabia que a garçonete estava certa. Brendan era o tipo de pessoa que não se interessava pelo mundo exterior. Ele tinha muito pouco tempo livre, então não gostava de perder tempo com assuntos triviais. Tanto que observaria uma pessoa chorando profusamente de joelhos com uma expressão de desprezo se não fosse alguém com quem se importava. No entanto, seria extremamente meticuloso em todos os aspectos, se c
Deirdre foi mais uma vez surpreendida quando Brendan se desculpou, ao invés de reagir com alguma grosseria cruel, como era de seu costume. Entretanto, antes que ela pudesse processar a informação, o empresário voltou a falar como era seu costume:― De qualquer forma, como já estamos aqui, não precisa ficar reclamando de qualquer coisinha. Já é raro que eu tenha lembrado do seu desejo. Você acha que eu viria aqui para suportar o frio de bom grado, se não como sua compensação? ―― Compensação? ―― Claro, compensação. ― Os olhos de Brendan eram escuros como tinta. ― Você pode parar de se lamuriar pela perda da sua mãe, agora. Estamos quites. ―As pupilas de Deirdre tremeram violentamente. Ela ficou tão furiosa que todo o seu corpo tremia, além de seu controle.'Então, eu deveria ficar satisfeita, apenas com essa compensação despreocupada, depois de cada atrocidade e injustiça cometida contra mim? Não é possível que para ele um jantar em um restaurante seja equivalente à perda de uma
― Agora que já ouvi sua voz, vou conseguir dormir tranquila. ― O coração de Deirdre disparou. E se Kyran ouvisse a garçonete?Kyran parecia não ter percebido nada de incomum.― Tudo bem. Descanse bem. Boa noite. ―― Boa noite. ―A chamada terminou e a mente cansada de Deirdre se acalmou consideravelmente. Então, empurrou a porta e saiu do banheiro, para que a garçonete a levasse de volta até a mesa. Entretanto, mal teve um segundo para se sentar quando Brendan apagou o cigarro entre os dedos.― Você demorou tanto que temi que a comida fosse esfriar. Imagine o como seria um grande desperdício. ―Deirdre o ignorou e, de alguma forma, ele também não se ofendeu. Apenas deixou que a garçonete servisse em seus pratos. Enquanto esperava, o interrogatório de Brendan começou.― Por que demorou tanto? O que você estava fazendo no banheiro? ―Ela olhou para ele friamente.― Estou menstruada, está feliz? Dá um pouco mais de trabalho ir ao banheiro. Você vai se ofender com isso? ―― Você
Deirdre tinha sido pega de surpresa, afinal, seu motivo para devolver o casaco não era aquele. Ela ao menos tinha pensado naquilo, mas antes, que pudesse se explicar melhor, um novo vendaval os atingiu. As cidades litorâneas não eram estranhas aos ventos fortes e gelados. A jornada deles tinha apenas alguns quarteirões, mas parecia que eles haviam perdido metade do calor do corpo em menos da metade do caminho.O corpo da jovem estremeceu por conta própria e Brendan sentiu o arrepio seu braço. Então, puxou-a ainda mais para perto de seu peito e tranquilizou:― Falta só mais um quarteirão. ―Eles enfrentaram o clima e foi como a garçonete tinha previsto, a chuva voltou a ficar mais forte. Se tivessem optado por ficar dentro do restaurante, não teriam podido sair.O guarda-chuva fez um péssimo trabalho em manter os corpos secos. Quando chegaram ao carro, Deirdre estava molhada. Mas, a primeira coisa que Brendan fez, depois de entrar no veículo, foi ligar o aquecedor e, logo em seguida
A porta se abriu e Brendan entrou.Seus pés se arrastaram até uma parada abrupta, levando Deirdre a perguntar:― O que foi? ―O homem se virou, respondendo:― Nada. ―O quarto para casais certamente tinha uma decoração... instigante. A iluminação era sugestivamente suave. Havia um cheiro distinto no ar. O ambiente era óbvio para qualquer adulto normal. Como cortesia do hotel, roupas de um tipo específico foram colocadas na cama.Brendan não conseguia imaginar como Deirdre ficaria se ela usasse aquilo. Sem perceber o tipo de ambiente em que estava, a jovem entrou no quarto enquanto perguntava: ― Quantas camas há? ― Já era ruim o suficiente ficar presa em um quarto com o monstro. Ela teria que sofrer a dor de compartilhar a mesma cama também!? Entretanto, quando as coisas podiam piorar, eles costumavam piorar. A resposta de Brendan foi a prova disso.― Só tem uma. ―Deirdre agarrou a roupa em volta do peito, enquanto apertava. Ela sentiu a compulsão de lembrá-lo:― Não esqu