― Não seja louco. Seu corpo está tão fraco agora que só ficarei em paz se eu a levar comigo! ― Sterling falou, com os dentes cerrados, e deu uma olhada em Charlene ― Você já tem uma nova esposa, certo? Você deveria deixar sua ex-mulher em paz, agora que a arruinou de tantas maneiras! ― O olhar de Brendan ficou gelado abruptamente quando ele ouviu esse comentário:― Quem você vai levar com você, Sterling? Deirdre é minha! Ela é minha por toda a vida e será enterrada no cemitério da minha família, quando morrer. Nem pense em se exibir, só porque você a salvou! ― Ao dizer isso, Brendan lançou um olhar para seu segurança, antes de se virar para ir ao centro de terapia intensiva, onde Deirdre tinha sido levada. ― Bren... ― Charlene manobrou a cadeira de rodas e partiu atrás dele. Ela tinha ouvido toda a conversa. Seu rosto estava pálido e ela disse, em um tom lamurioso ― Como a condição de Deirdre já foi estabilizada, você pode me levar para casa? As pessoas que me trouxeram aqui já
Deirdre parou de falar e fechou os olhos, deixando uma lágrima involuntária escorrer. Percebendo que tinha sido muito duro, Brendan se explicou, dizendo:― O que eu quis dizer é que vocês são pessoas diferentes. Não adianta se comparar a ela. ― Deirdre permaneceu tão quieta quanto antes. Mas, Brendan reparou nos lábios secos e rachados da jovem e se levantou para pegar um copo d'água para ela. ― Não durma ainda. Beba a água, antes de descansar. ― Mas, chateada, Deirdre virou o rosto para o lado:― Não. Eu quero descansar. ― ― Claro. Tudo bem, mas, depois de beber a água. ― Brendan empurrou o copo de água para ela e a jovem se recusou a beber. Os dois começaram uma pequena briga besta e o copo caiu no chão, se espatifando. Brendan ficou furioso:― Deirdre! Por que você está fazendo isso? Ignorei sua tentativa de suicídio sem fazer nenhum comentário. No passado, eu nunca teria deixado você escapar! Você ainda é ingrata, mesmo depois de tudo isso? Você só vai se comport
Brendan cerrou os punhos e correu para agarrar Sterling, antes de socar seu rosto, ferozmente. Ele sentia uma raiva tão incontrolável que se esqueceu da promessa:― Sterling, você está tentando se matar?! Você pensou que tinha um passe livre para o resto da vida, só porque eu disse que o deixaria escapar? Quem deixou você entrar?! ― O rosto de Sterling ardeu com o soco, mas ele não se importava com mais nada, além dos cuidados emergenciais que Deirdre necessitava. Então, empurrou Brendan abruptamente e disse:― Pare de atrapalhar! ― Era uma emergência, então ele não se importava que tivesse que desafiar, quem quer que fosse, mas Brendan estava especialmente furioso:― Parar de atrapalhar? Quem você está pedindo para abrir caminho, hein? Quem você pensa que é? Você já teria morrido cem vezes se Deirdre não tivesse me ameaçado com a vida! Quem você pensa que é para fazer birra, na minha presença?! ― Mas, enquanto ele falava, o paletó de seu terno foi puxado pela mulher na cama
Com uma expressão dura como pedra, Brendan ficou na porta, observando, enquanto Deirdre engolia meio copo de água, lentamente. Sterling enxugou o suor para ela, e a visão deles se movendo em tal harmonia fez Brendan cerrar os punhos com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. O homem estava incomodado com a naturalidade da relação entre Deirdre e Sterling e isso o fez se sentir como se ele fosse o estranho que havia arruinado um relacionamento harmonioso. A jovem terminou de beber e, enquanto Sterling pegava o copo vazio, perguntou, em uma voz atenciosa e preocupada:― Como está sua garganta? Você se sente melhor? A dor diminuiu? ― Deirdre lambeu os lábios. Sua garganta estava queimando, mas, sentiu um grande alívio depois de beber meio copo de água fria. Então, assentiu:― Sim! Muito melhor ― e percebendo que sua voz ainda estava rouca, a jovem abaixou o olhar. Cada palavra que dizia causava dor e incomodo, mas ela ainda fez um esforço para dizer:― Sterling, sobr
― Você pode estar disposto a gastar seu tempo enfrentando Brendan... ― Deirdre assentiu ― No entanto, eu não tenho mais tempo para gastar com você. ― A jovem cerrou os punhos. Cada palavra que anunciava, era contra sua vontade e a machucava profundamente, mas ela sabia que não havia nada que pudesse fazer, além de cortar os laços com Sterling, na frente de Brendan. Caso contrário, o médico viveria em perigo constante.Segurando as lágrimas, a jovem ainda concluiu:― Além disso, Brendan me trata bem. Acredito que este foi um incidente isolado e não acontecerá novamente no futuro. Ficarei com ele, até que se canse de mim. Você deveria ir embora. ― ― Dee! Por que você está dizendo isso, eu posso ver que é contra a sua vontade! ― Brendan ficou muito descontente com a insistência impertinente e agarrou Sterling pelo colarinho:― O que você quer dizer com 'contra a sua vontade'? ― Então, declarou, em um tom ligeiramente arrogante ― Deirdre sempre me amou. No passado, ela caminharia 2
Deirdre disse, com a voz trêmula:― Alguém mais me odeia tanto quanto ela? ― Antes mesmo de refletir, por um segundo que fosse, assim que a jovem fez o comentário, assumindo uma postura de incredulidade, Brendan respondeu, reativo:― Acho que você está sofrendo de paranoia. Isso é mania de perseguição! Ela é uma pessoa muito gentil, como poderia odiar você?! Além disso, ela nunca falou mal de você para mim. Você acha que ela tem um motivo para colocá-lo em perigo? ― 'Um motivo? Ela não tem uma centena de razões para fazer isso? Fui eu quem salvou Brendan! É óbvio que Charlene quer me calar por toda a eternidade para garantir seu lugar no coração de Brendan, para sempre!' Deirdre queria dizer em voz alta, mas reprimiu a vontade de falar. Ela pensou em como era tolice ter a audácia de suspeitar de Charlene, quando o amor de Brendan superava qualquer outra coisa. 'Agora que tentei o suicídio serei, para sempre, considerada uma incapaz que não sabe nem o que é melhor para mim
― Como isso aconteceu? ― Charlene manteve os olhos baixos, tentando impedir que Brendan visse o toque de raiva que passava por eles. 'Aquele maldito arruinou meu plano.' Brendan olhou atentamente para o rosto de Charlene e disse:― A parte mais crucial é que designei Sam para cuidar de Deirdre, mas ele foi distraído por alguém. Por outro lado, o método de distração envolvia uma mensagem de texto enviada para Sam, do meu telefone que estava no escritório. A única pessoa que tinha acesso era você. ― ― Brendan, o que você está tentando insinuar? ― O rosto de Charlene ficou terrivelmente pálido ― Você está insinuando que eu coloquei Deirdre em perigo? ― Os punhos de Brendan se apertaram, mas não houve mudança excessiva em sua expressão. Ele continuou olhando para Charlene, com atenção:― Eu preciso dar uma resposta para Deirdre. Ela perdeu a visão na prisão, então não sobraria nada dela se ela também perdesse a voz. Ela merece isso. ― ― Então você suspeita que fui eu? ― Os ol
Odiando ter que justificar qualquer um de seus atos para outra pessoa, Brendan disse, extremamente desconfortável:― A razão pela qual priorizo este assunto é porque não quero dever nada a Deirdre. Ela foi forçada por mim a se tornar o bode expiatório e perdeu a visão na prisão. Se ela ficasse muda, eu me sentiria culpado pelo resto da vida. ― ― Sério? ― Charlene parou de chorar ― Quando você vai se casar comigo, então? Eu entendo que você não pôde fazer um grande casamento por causa do acidente de carro, mas já se passaram dois anos. A maioria das pessoas já se esqueceu do acidente, então agora é a melhor hora para nos casarmos. ― 'Casar?' A mente de Brendan ficou em branco, pois ele nunca havia pensado nisso. ― Você vai ter que esperar um pouco mais. ― ― Esperar? ― O rosto de Charlene ficou terrivelmente pálido, sua mão agarrada ao braço da cadeira de rodas ― Por que devo esperar? Bren, o que estamos esperando? ― ― A questão é simples ― Brendan deu de ombros, sorrindo