Com uma expressão dura como pedra, Brendan ficou na porta, observando, enquanto Deirdre engolia meio copo de água, lentamente. Sterling enxugou o suor para ela, e a visão deles se movendo em tal harmonia fez Brendan cerrar os punhos com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. O homem estava incomodado com a naturalidade da relação entre Deirdre e Sterling e isso o fez se sentir como se ele fosse o estranho que havia arruinado um relacionamento harmonioso. A jovem terminou de beber e, enquanto Sterling pegava o copo vazio, perguntou, em uma voz atenciosa e preocupada:― Como está sua garganta? Você se sente melhor? A dor diminuiu? ― Deirdre lambeu os lábios. Sua garganta estava queimando, mas, sentiu um grande alívio depois de beber meio copo de água fria. Então, assentiu:― Sim! Muito melhor ― e percebendo que sua voz ainda estava rouca, a jovem abaixou o olhar. Cada palavra que dizia causava dor e incomodo, mas ela ainda fez um esforço para dizer:― Sterling, sobr
― Você pode estar disposto a gastar seu tempo enfrentando Brendan... ― Deirdre assentiu ― No entanto, eu não tenho mais tempo para gastar com você. ― A jovem cerrou os punhos. Cada palavra que anunciava, era contra sua vontade e a machucava profundamente, mas ela sabia que não havia nada que pudesse fazer, além de cortar os laços com Sterling, na frente de Brendan. Caso contrário, o médico viveria em perigo constante.Segurando as lágrimas, a jovem ainda concluiu:― Além disso, Brendan me trata bem. Acredito que este foi um incidente isolado e não acontecerá novamente no futuro. Ficarei com ele, até que se canse de mim. Você deveria ir embora. ― ― Dee! Por que você está dizendo isso, eu posso ver que é contra a sua vontade! ― Brendan ficou muito descontente com a insistência impertinente e agarrou Sterling pelo colarinho:― O que você quer dizer com 'contra a sua vontade'? ― Então, declarou, em um tom ligeiramente arrogante ― Deirdre sempre me amou. No passado, ela caminharia 2
Deirdre disse, com a voz trêmula:― Alguém mais me odeia tanto quanto ela? ― Antes mesmo de refletir, por um segundo que fosse, assim que a jovem fez o comentário, assumindo uma postura de incredulidade, Brendan respondeu, reativo:― Acho que você está sofrendo de paranoia. Isso é mania de perseguição! Ela é uma pessoa muito gentil, como poderia odiar você?! Além disso, ela nunca falou mal de você para mim. Você acha que ela tem um motivo para colocá-lo em perigo? ― 'Um motivo? Ela não tem uma centena de razões para fazer isso? Fui eu quem salvou Brendan! É óbvio que Charlene quer me calar por toda a eternidade para garantir seu lugar no coração de Brendan, para sempre!' Deirdre queria dizer em voz alta, mas reprimiu a vontade de falar. Ela pensou em como era tolice ter a audácia de suspeitar de Charlene, quando o amor de Brendan superava qualquer outra coisa. 'Agora que tentei o suicídio serei, para sempre, considerada uma incapaz que não sabe nem o que é melhor para mim
― Como isso aconteceu? ― Charlene manteve os olhos baixos, tentando impedir que Brendan visse o toque de raiva que passava por eles. 'Aquele maldito arruinou meu plano.' Brendan olhou atentamente para o rosto de Charlene e disse:― A parte mais crucial é que designei Sam para cuidar de Deirdre, mas ele foi distraído por alguém. Por outro lado, o método de distração envolvia uma mensagem de texto enviada para Sam, do meu telefone que estava no escritório. A única pessoa que tinha acesso era você. ― ― Brendan, o que você está tentando insinuar? ― O rosto de Charlene ficou terrivelmente pálido ― Você está insinuando que eu coloquei Deirdre em perigo? ― Os punhos de Brendan se apertaram, mas não houve mudança excessiva em sua expressão. Ele continuou olhando para Charlene, com atenção:― Eu preciso dar uma resposta para Deirdre. Ela perdeu a visão na prisão, então não sobraria nada dela se ela também perdesse a voz. Ela merece isso. ― ― Então você suspeita que fui eu? ― Os ol
Odiando ter que justificar qualquer um de seus atos para outra pessoa, Brendan disse, extremamente desconfortável:― A razão pela qual priorizo este assunto é porque não quero dever nada a Deirdre. Ela foi forçada por mim a se tornar o bode expiatório e perdeu a visão na prisão. Se ela ficasse muda, eu me sentiria culpado pelo resto da vida. ― ― Sério? ― Charlene parou de chorar ― Quando você vai se casar comigo, então? Eu entendo que você não pôde fazer um grande casamento por causa do acidente de carro, mas já se passaram dois anos. A maioria das pessoas já se esqueceu do acidente, então agora é a melhor hora para nos casarmos. ― 'Casar?' A mente de Brendan ficou em branco, pois ele nunca havia pensado nisso. ― Você vai ter que esperar um pouco mais. ― ― Esperar? ― O rosto de Charlene ficou terrivelmente pálido, sua mão agarrada ao braço da cadeira de rodas ― Por que devo esperar? Bren, o que estamos esperando? ― ― A questão é simples ― Brendan deu de ombros, sorrindo
Quando Deirdre acordou naquela manhã, envolvida nos braços de Brendan e sentindo seu leve perfume corporal. Não pôde deixar de pensar na época em que eram casados. Essa recordação de como, em alguns momentos, o monstro podia ser um homem maravilhoso enfureceu a jovem, ainda mais.Entretanto, na maior parte do tempo, Brendan sempre teve essa mania de estar no controle e exigir que todas as ordens fossem cumpridas e isso irritava Deirdre.Mas, enquanto Brendan se levantava da cama, ele não parecia mais estar bravo. Entretanto, ao invés de ir embora, o homem apenas puxou as cobertas do corpo da jovem e, antes que ela pudesse reagir, começou a despi-la. A jovem se assustou com o frio inesperado que atingiu seu corpo e, tentando cobrir sua nudez com as mãos, gritou:― O que você está fazendo, Brendan!? ― ‘Por que ele não me deixa em paz mesmo quando estou nesse estado lamentável? Ele quer que eu quebre minhas costelas de novo para que ele fique satisfeito?!' ― Não! Por favor! Não
Depois de chegar naquela conclusão, Deirdre teve vontade de rir.― Você vai dizer que eu a estou acusando injustamente. Tudo bem então. Estou muito cansada. Acho que você deve ir embora. ― 'Lá vamos nós, de novo...' Brendan estava furioso. ‘Eu já não fiz o bastante por ela? Chamei Charlene para meu escritório e a interroguei, mesmo sem provas. Mesmo sendo a pessoa por quem mais sinto afeto, duvidei dela por causa de Deirdre. O que mais ela quer que eu faça?’ ― Não force a barra, Deirdre. Foi uma pena não ter conseguido impedir o ataque. Mas, você deve culpar a mim, por isso, não a Charlene! ― Deirdre riu em autoironia. ‘Como eu poderia querer culpar alguém? Não posso culpar ninguém porque sou apenas uma pessoa cega e impotente.' Deirdre não queria mais falar, então fechou os olhos e puxou o cobertor para descansar. Brendan saiu com raiva, depois de ser ignorado por Deirdre. Quando abriu a porta, com um estrondo, e saiu batendo os pés, sua partida assustou Sam. O empresá
Sem querer revelar o ciúme, Charlene respondeu:― É porque você está no caminho, é claro. Sua presença arruinou o relacionamento amoroso entre mim e Brendan! ― Um momento depois, Charlene riu, parecendo uma exibicionista ― No entanto, Brendan ainda se preocupa muito comigo. Ele optou por te deixar ferida e sozinha no hospital, sem a menor preocupação, depois de saber que eu estava descontente. Ele me levou para viajar, apenas para me animar, e eu me diverti muito dividindo o quarto com ele. ― Ela sorriu com a cabeça baixa, como se fosse tímida. Deirdre sentiu uma dor aguda em seu peito, mas não era porque sentia algo por Brendan. Ela já havia desistido de insistir em um amor retribuído com maus tratos e ofensas, mas isso não significava que não tivesse mais sentimentos. No fundo, ela tinha pena por ver Brendan iludido por uma criatura tão maliciosa. ― Então, você se deu ao trabalho de vir aqui, só para mostrar como vai bem o seu relacionamento amoroso com ele? ― Charlene z