Odiando ter que justificar qualquer um de seus atos para outra pessoa, Brendan disse, extremamente desconfortável:― A razão pela qual priorizo este assunto é porque não quero dever nada a Deirdre. Ela foi forçada por mim a se tornar o bode expiatório e perdeu a visão na prisão. Se ela ficasse muda, eu me sentiria culpado pelo resto da vida. ― ― Sério? ― Charlene parou de chorar ― Quando você vai se casar comigo, então? Eu entendo que você não pôde fazer um grande casamento por causa do acidente de carro, mas já se passaram dois anos. A maioria das pessoas já se esqueceu do acidente, então agora é a melhor hora para nos casarmos. ― 'Casar?' A mente de Brendan ficou em branco, pois ele nunca havia pensado nisso. ― Você vai ter que esperar um pouco mais. ― ― Esperar? ― O rosto de Charlene ficou terrivelmente pálido, sua mão agarrada ao braço da cadeira de rodas ― Por que devo esperar? Bren, o que estamos esperando? ― ― A questão é simples ― Brendan deu de ombros, sorrindo
Quando Deirdre acordou naquela manhã, envolvida nos braços de Brendan e sentindo seu leve perfume corporal. Não pôde deixar de pensar na época em que eram casados. Essa recordação de como, em alguns momentos, o monstro podia ser um homem maravilhoso enfureceu a jovem, ainda mais.Entretanto, na maior parte do tempo, Brendan sempre teve essa mania de estar no controle e exigir que todas as ordens fossem cumpridas e isso irritava Deirdre.Mas, enquanto Brendan se levantava da cama, ele não parecia mais estar bravo. Entretanto, ao invés de ir embora, o homem apenas puxou as cobertas do corpo da jovem e, antes que ela pudesse reagir, começou a despi-la. A jovem se assustou com o frio inesperado que atingiu seu corpo e, tentando cobrir sua nudez com as mãos, gritou:― O que você está fazendo, Brendan!? ― ‘Por que ele não me deixa em paz mesmo quando estou nesse estado lamentável? Ele quer que eu quebre minhas costelas de novo para que ele fique satisfeito?!' ― Não! Por favor! Não
Depois de chegar naquela conclusão, Deirdre teve vontade de rir.― Você vai dizer que eu a estou acusando injustamente. Tudo bem então. Estou muito cansada. Acho que você deve ir embora. ― 'Lá vamos nós, de novo...' Brendan estava furioso. ‘Eu já não fiz o bastante por ela? Chamei Charlene para meu escritório e a interroguei, mesmo sem provas. Mesmo sendo a pessoa por quem mais sinto afeto, duvidei dela por causa de Deirdre. O que mais ela quer que eu faça?’ ― Não force a barra, Deirdre. Foi uma pena não ter conseguido impedir o ataque. Mas, você deve culpar a mim, por isso, não a Charlene! ― Deirdre riu em autoironia. ‘Como eu poderia querer culpar alguém? Não posso culpar ninguém porque sou apenas uma pessoa cega e impotente.' Deirdre não queria mais falar, então fechou os olhos e puxou o cobertor para descansar. Brendan saiu com raiva, depois de ser ignorado por Deirdre. Quando abriu a porta, com um estrondo, e saiu batendo os pés, sua partida assustou Sam. O empresá
Sem querer revelar o ciúme, Charlene respondeu:― É porque você está no caminho, é claro. Sua presença arruinou o relacionamento amoroso entre mim e Brendan! ― Um momento depois, Charlene riu, parecendo uma exibicionista ― No entanto, Brendan ainda se preocupa muito comigo. Ele optou por te deixar ferida e sozinha no hospital, sem a menor preocupação, depois de saber que eu estava descontente. Ele me levou para viajar, apenas para me animar, e eu me diverti muito dividindo o quarto com ele. ― Ela sorriu com a cabeça baixa, como se fosse tímida. Deirdre sentiu uma dor aguda em seu peito, mas não era porque sentia algo por Brendan. Ela já havia desistido de insistir em um amor retribuído com maus tratos e ofensas, mas isso não significava que não tivesse mais sentimentos. No fundo, ela tinha pena por ver Brendan iludido por uma criatura tão maliciosa. ― Então, você se deu ao trabalho de vir aqui, só para mostrar como vai bem o seu relacionamento amoroso com ele? ― Charlene z
― Não se preocupe. Ela sempre foi ingrata. Ela ainda vai fazer uma cara triste, não importa o quão bem você a trate. Essa expressão amarga dela me enoja ― Brendan disse em um tom descontente ― acho que você deveria ir, Lena. Nos vemos à noite. ― Charlene assentiu timidamente. Ela estava prestes a sair quando Deirdre, sentada na cama, disse:― Brendan, você está planejando ir ao tribunal para passar pelo processo de divórcio comigo, quando eu receber alta? ― Brendan virou a cabeça para o lado para olhar para Charlene, assim que essas palavras foram ditas. Seus olhos escuros brilharam com frieza e uma ponta de raiva. Charlene congelou e sentiu um arrepio na espinha, começando a se explicar, atropelando as palavras:― Acabei de dar um lembrete gentil à Deirdre. Eu não estava tentando fazer nada. ― Brendan não respondeu. Em vez disso, ele olhou para Deirdre mais uma vez. Seu rosto lindo e impecável estava envolto em uma camada de frieza e seus lábios finos estavam comprimidos co
Charlene respirou fundo, lançou um olhar contrariado para Brendan, e falou sob o olhar atento do homem:― É claro que sua mãe ainda está no exterior. Como você poderia encontrá-la tão rápido, hein? ― ― É mesmo... ― Deirdre ficou aliviada e só descobriu que seus dedos tremiam depois que sua mente relaxou. Ela sentiu o terror tomando conta dela quando pensou que a mãe pudesse estar morta, mas ficou feliz por ter imaginado coisas. Então, com um sorriso tranquilo no rosto, insistiu: ― Eu não ligo. Eu só quero vê-la! Não se preocupe, não vou manter o status de Senhora Brighthall para sempre... ― Deirdre zombou de si mesma, ao terminar a frase. Ela não fazia a menor questão de manter a posição que resultou em sua perda e destruição ― Tudo o que eu quero é ver minha mãe. Irei ao tribunal para o processo de divórcio sozinha e sem nenhum lembrete seu, depois de conhecê-la. ― Os olhos escuros de Brendan estavam cheios de agitação:― Falaremos sobre isso mais tarde. Vou te acompanhar
Depois, que Charlene foi levada por Sam, Brendan voltou para o quarto e encontrou Deirdre sentada na cama, concentrada em seus pensamentos. Mas, quando ouviu o barulho da porta, tomou um pequeno susto, mas falou, ansiosa e animada:― Quando você vai me levar até minha mãe? Eu... eu sinto muita falta dela... ― Talvez, A jovem tivesse reprimido suas emoções, mais cedo, por não querer mostrá-las a Charlene, mas se sentia muito ansiosa ao pensar na mãe e era como se esse sentimento ruim só fosse passar quando ela encontrasse Ophelia, em carne e osso.― Eu disse a você que ela está recebendo tratamento no exterior. Vamos precisar de algum tempo para fazer os arranjos, mesmo que você queira encontrá-la. Você acha que é tão simples? ― Brendan estava respondendo contra sua consciência, então, falou em um tom bastante áspero. Deirdre presumiu que ele não gostava de ser questionado, então ela assentiu e disse em tom gentil:― Não se preocupe, Brendan. Não é que eu não queira me divorciar
Deirdre subiu as escadas segurando o corrimão e abriu a porta para entrar no quarto de Brendan. Um momento depois, um par de mãos enormes a agarrou pela cintura e a girou, jogando contra a cama macia, onde foi prensada pelo corpo de Brendan. Antes mesmo de se recuperar do susto, ela foi atacada pelo beijo feroz do homem que tirava as roupas. Deirdre se recuperou da surpresa e começou a lutar com todas as forças:― Não! Não me toque, Brendan! ― ― Não tocar em você? ― Brendan agarrou o maxilar da jovem e a forçou a encará-lo ― Dê-me uma razão para não tocar em você. Já que você ainda está viva e se recusa a me dar o divórcio, não deveríamos cumprir nosso dever como marido e mulher? ― Deirdre se explicou, apressadamente:― Não é que eu não queira me divorciar! Eu quero ver minha mãe, só isso. Se eu a vir, me divorciarei de você, imediatamente. Agora, pare com isso! ― ― Cale-se! ― Brendan gritou, achando sua pressa de se divorciar muito desagradável ― Sua desculpa não parece