Charlene ainda estava em uma cadeira de rodas e seus olhos ficaram vermelhos quando ela percebeu a injustiça a que seria submetida.― Brendan, você quer que eu doe meu sangue para aquela mulher? Você sabe que ainda não me recuperei... ― ― Quando ela estava grávida, doou sangue para você, não foi? ― Brendan impediu Charlene de fazer objeções ― Ela não deve morrer! Vou dizer à enfermeira para ter cuidado ao tirar seu sangue, para que não afete sua recuperação. ― A observação de Brendan foi, na verdade, um ultimato. Charlene parecia triste e arranhou a capa de couro da cadeira de rodas com as unhas, com tanta força que quase rasgou o tecido. Mas, no fim, ela forçou um sorriso e disse:― Bem, é uma vida humana, afinal. Contanto que ela sobreviva, não importa que eu morra, pode tirar todo o sangue necessário... ― Assim que ela terminou sua frase, a enfermeira apareceu, esbaforida:― O doador de sangue está aqui? E quem é o parente mais próximo da paciente? Preciso de uma assinatu
Depois de se recuperar do golpe, Steven permaneceu em silêncio e ajoelhou-se no chão. Então, Brendan mostrou a ele o relatório médico em seu telefone, com uma expressão intimidadora e apática:― Veja isso e me explique. ― Steven imaginava que, um dia, aquilo poderia acontecer, então já tinha uma explicação preparada. Ainda de joelhos, disse:― Sinto muito, senhor. Eu queria te contar na hora, mas te conheço muito bem. Se você tivesse descoberto que a Senhorita McQuenny tinha perdido a visão na prisão, você definitivamente teria feito tudo o que pudesse para tirá-la de lá. No entanto, como estávamos sob o olhar atento do público, suas ações certamente teriam causado um impacto negativo não intencional no Grupo Brighthall. Portanto tomei a liberdade de não lhe contar. Sinto muito! ― ― Você realmente tomou uma grande de uma liberdade! ― Brendan gargalhou, pois tinha chegado ao ponto extremo de sua raiva. Então, ele olhou para Steven com seu olhar mais gelado ― Parece que fui muito
Brendan estava disposto a ser um pilar em quem Deirdre sempre pudesse confiar. Ele desejava que Deirdre vivesse uma vida livre de preocupações até seu último suspiro. Mas, parecia que o desejo de Brendan nunca seria realizado, pois a jovem estava prestes a desaparecer do mundo. Isso o fez sentir tanta dor que o impedia de respirar. O médico simpatizou com os sentimentos de Brendan, e disse:― Também estamos desamparados. Seus pulmões foram perfurados e a lesão que ela sofreu é realmente grave. Além do mais, a paciente não tem nenhum desejo de viver. A menos que... ― Os olhos de Brendan brilharam, quando soube que havia uma pequena chance de salvar Deirdre:― A menos que, o quê? ― ― A menos que um renomado médico, o Doutor Killton esteja disposto a vir. Infelizmente, ele não mora mais em Neve e, mesmo que estivesse, já parou de fazer cirurgias, há algum tempo. ― Não foi uma resposta útil. Brendan cerrou os punhos e perguntou friamente:― Esse Doutor Killton não ensinou nin
― Não seja louco. Seu corpo está tão fraco agora que só ficarei em paz se eu a levar comigo! ― Sterling falou, com os dentes cerrados, e deu uma olhada em Charlene ― Você já tem uma nova esposa, certo? Você deveria deixar sua ex-mulher em paz, agora que a arruinou de tantas maneiras! ― O olhar de Brendan ficou gelado abruptamente quando ele ouviu esse comentário:― Quem você vai levar com você, Sterling? Deirdre é minha! Ela é minha por toda a vida e será enterrada no cemitério da minha família, quando morrer. Nem pense em se exibir, só porque você a salvou! ― Ao dizer isso, Brendan lançou um olhar para seu segurança, antes de se virar para ir ao centro de terapia intensiva, onde Deirdre tinha sido levada. ― Bren... ― Charlene manobrou a cadeira de rodas e partiu atrás dele. Ela tinha ouvido toda a conversa. Seu rosto estava pálido e ela disse, em um tom lamurioso ― Como a condição de Deirdre já foi estabilizada, você pode me levar para casa? As pessoas que me trouxeram aqui já
Deirdre parou de falar e fechou os olhos, deixando uma lágrima involuntária escorrer. Percebendo que tinha sido muito duro, Brendan se explicou, dizendo:― O que eu quis dizer é que vocês são pessoas diferentes. Não adianta se comparar a ela. ― Deirdre permaneceu tão quieta quanto antes. Mas, Brendan reparou nos lábios secos e rachados da jovem e se levantou para pegar um copo d'água para ela. ― Não durma ainda. Beba a água, antes de descansar. ― Mas, chateada, Deirdre virou o rosto para o lado:― Não. Eu quero descansar. ― ― Claro. Tudo bem, mas, depois de beber a água. ― Brendan empurrou o copo de água para ela e a jovem se recusou a beber. Os dois começaram uma pequena briga besta e o copo caiu no chão, se espatifando. Brendan ficou furioso:― Deirdre! Por que você está fazendo isso? Ignorei sua tentativa de suicídio sem fazer nenhum comentário. No passado, eu nunca teria deixado você escapar! Você ainda é ingrata, mesmo depois de tudo isso? Você só vai se comport
Brendan cerrou os punhos e correu para agarrar Sterling, antes de socar seu rosto, ferozmente. Ele sentia uma raiva tão incontrolável que se esqueceu da promessa:― Sterling, você está tentando se matar?! Você pensou que tinha um passe livre para o resto da vida, só porque eu disse que o deixaria escapar? Quem deixou você entrar?! ― O rosto de Sterling ardeu com o soco, mas ele não se importava com mais nada, além dos cuidados emergenciais que Deirdre necessitava. Então, empurrou Brendan abruptamente e disse:― Pare de atrapalhar! ― Era uma emergência, então ele não se importava que tivesse que desafiar, quem quer que fosse, mas Brendan estava especialmente furioso:― Parar de atrapalhar? Quem você está pedindo para abrir caminho, hein? Quem você pensa que é? Você já teria morrido cem vezes se Deirdre não tivesse me ameaçado com a vida! Quem você pensa que é para fazer birra, na minha presença?! ― Mas, enquanto ele falava, o paletó de seu terno foi puxado pela mulher na cama
Com uma expressão dura como pedra, Brendan ficou na porta, observando, enquanto Deirdre engolia meio copo de água, lentamente. Sterling enxugou o suor para ela, e a visão deles se movendo em tal harmonia fez Brendan cerrar os punhos com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos. O homem estava incomodado com a naturalidade da relação entre Deirdre e Sterling e isso o fez se sentir como se ele fosse o estranho que havia arruinado um relacionamento harmonioso. A jovem terminou de beber e, enquanto Sterling pegava o copo vazio, perguntou, em uma voz atenciosa e preocupada:― Como está sua garganta? Você se sente melhor? A dor diminuiu? ― Deirdre lambeu os lábios. Sua garganta estava queimando, mas, sentiu um grande alívio depois de beber meio copo de água fria. Então, assentiu:― Sim! Muito melhor ― e percebendo que sua voz ainda estava rouca, a jovem abaixou o olhar. Cada palavra que dizia causava dor e incomodo, mas ela ainda fez um esforço para dizer:― Sterling, sobr
― Você pode estar disposto a gastar seu tempo enfrentando Brendan... ― Deirdre assentiu ― No entanto, eu não tenho mais tempo para gastar com você. ― A jovem cerrou os punhos. Cada palavra que anunciava, era contra sua vontade e a machucava profundamente, mas ela sabia que não havia nada que pudesse fazer, além de cortar os laços com Sterling, na frente de Brendan. Caso contrário, o médico viveria em perigo constante.Segurando as lágrimas, a jovem ainda concluiu:― Além disso, Brendan me trata bem. Acredito que este foi um incidente isolado e não acontecerá novamente no futuro. Ficarei com ele, até que se canse de mim. Você deveria ir embora. ― ― Dee! Por que você está dizendo isso, eu posso ver que é contra a sua vontade! ― Brendan ficou muito descontente com a insistência impertinente e agarrou Sterling pelo colarinho:― O que você quer dizer com 'contra a sua vontade'? ― Então, declarou, em um tom ligeiramente arrogante ― Deirdre sempre me amou. No passado, ela caminharia 2