Deirdre começou a rir, enquanto chorava.― Brendan, você me considera uma idiota, certo? Eu acredito que você está maravilhado em seu coração, sobre como foi capaz de me contar uma mentira absurda e me fez ficar todo esse tempo hipnotizada nesse mundinho de mentiras. ―A jovem sentiu uma dor intensa na garganta, fez uma careta e voltou a falar: ― Ontem à noite... Você me disse que eu ainda tinha você. Você estava zombando de mim? Por outro lado, acreditei em você como uma imbecil! ― ― Não! ― O rosto de Brendan estava lívido de dor. Mas, o empresário se opôs com tanta força que o sangue voltou a escorrer de seu ferimento. Ele sentiu o fluxo quente de sangue sem fim na palma da mão. Brendan sentia medo, mas não era medo de sangrar até a morte. Era medo de que Deirdre sofresse um colapso emocional. ― As palavras que eu disse... foram completamente sinceras... Deirdre, me desculpe... ― Ele não tinha mais nada a dizer naquele momento, exceto pedir desculpas e fazer a jovem acr
Chegando alguns minutos depois de Brendan, Sam se deparou com Deirdre parada, com uma faca na mão e Brendan ajoelhado no chão, com o rosto lívido e as mãos cobrindo o abdômen, que sangrava profusamente. ― Senhor Brighthall! ― Ele correu para Brendan com pressa. Percebendo que seria interrompida, Deirdre avançou contra o empresário, mais uma vez, gritando:― Você expiará seu crime, no inferno! ― ― Deirdre! ― Sam rugiu e avançou para parar Deirdre, arrancando a faca da mão da jovem e arremessando o objeto para o outro lado do quarto. Sam estava incrédulo. ― O que você está fazendo? ― ― O que estou fazendo? ― Deirdre levantou a cabeça, para revelar seu rosto, que estava cheio de ódio e lágrimas. ― Estou vingando minha mãe! ― ― Por favor, acalme-se. ― Sam não se importava com nada além do ferimento de Brendan. Era um corte muito profundo e o sangue tinha encharcado metade da camisa do empresário e formava uma poça em seu redor. Com uma expressão de desespero no rosto, o s
Sam sentiu o coração disparar assim que ouviu o que o homem de uniforme azul dizia. Mas, disse com um sorriso lisonjeiro:― O que você quer dizer com tentativa de homicídio? Há algum tipo de mal-entendido? ― O policial disse franzindo a testa:― Você acha que há um mal-entendido quando o cheiro de sangue é tão forte aqui? Você pode impedir as pessoas de fora de falar sobre esta situação? Estou avisando para não interferir na acusação deste crime. Deirdre é suspeita de crime e vamos levá-la para a delegacia para interrogatório, agora mesmo! ― Ao dizer isso, o homem examinou a mulher sentada no chão e notou que seu rosto desfigurado correspondia totalmente ao relatório policial. Ele não fez mais comentários e apenas disse:― Deirdre, você vem conosco! ― O segurança ficou surpreso, mas deu um passo à frente e disse: ― Isso é um mal-entendido, senhor! Isso deve ser um mal-entendido. Alguém foi ferido aqui, de fato, mas definitivamente não foi um crime tão sério quanto tentat
Madame Brighthall ficou extremamente furiosa e se recusou a ouvir a explicação de Sam.― Não, Sam. As coisas são simples. Se você deve dinheiro a alguém, você devolve o dinheiro. Se você tentar matar alguém, você paga com sua vida. Eu não me importo com o que aconteceu entre eles. Já que aquela mulher feriu Brendan, ela merece ser punida! Traga-me o telefone. ― Na delegacia, Deirdre recuperou a consciência quando um balde de água fria foi derramado sobre ela. Ela havia perdido a conta de quanto tempo se passara desde que fora detida. Então, percebeu que as pessoas ao seu redor eram todas criminosas, quando o policial parado à sua frente deu uma ordem, com voz fria.— Venha, agora mesmo. ― Deirdre seguiu o policial e ouviu o barulho de suas algemas, quando foi presa contra a mesa. A voz dominadora do oficial veio de cima dela, quando ele disse:― Deirdre, você sabe qual é a seu crime? Você infringiu a Lei 121 do Código Penal, sobre homicídio doloso. Você será condenado à morte,
― Desculpe. ― Brendan apoiou a testa e disse: ― Eu só estava tentando descobrir o que aconteceu com Deirdre. Afinal, foi minha culpa que a mãe dela morreu. ― ― Como pode ter sido sua culpa? ― Charlene mordeu o lábio inferior com força. ― Foi ela quem se suicidou. Você ia designar alguém para cuidar dela o dia todo? Por outro lado, a Deirdre é muito insensível. Você tratou a mãe dela tão bem e até abriu uma exceção para enterrá-la. ― ― Isso não foi nada. ― Brendan a interrompeu, com as sobrancelhas ainda mais franzidas. ― Se eu não tivesse feito dela seu bode expiatório, Ophelia não teria morrido. ― ― Então, você se arrepende do que fez? ― Charlene estava incrédula e seus lábios tremiam. Brendan estava tão agitado, em seu coração, que não se deu ao trabalho de se explicar. Enquanto isso, Sam entrou na sala com pressa e seus olhos desanimados se iluminaram abruptamente, quando viu que Brendan estava consciente.― Você finalmente acordou, senhor Brighthall! ― ― O que acont
Brendan cobriu seu abdômen, fracamente. Mas, o desespero era tão grande que o empresário não conseguia mais sentir a dor de seu ferimento, talvez devido à dor em seu coração, que superava tudo o mais. Pelo contrário, ele abriu um sorriso e disse: ― Mãe, pague a fiança dela... ― E, como não houve resposta, continuou, com a voz trêmula:― Devo isso a Deirdre, porque fui eu quem causou morte da mãe dela. Além do fato de que ela não conseguiu me esfaquear até a morte, eu merecia mesmo ter morrido, você mesmo disse isso, mãe. Quem fere uma pessoa merece a morte. ― ― Ora, seu moleque! ― Madame Brighthall ficou sem palavras. Ela cambaleou, dando alguns passos, devido ao intenso mal-estar que a acometeu. ― O que diabos aconteceu entre vocês dois? ― Brendan sentiu a sensação quente e úmida em suas mãos. Mas, antes que pudesse falar, um médico entrou correndo na sala. ― As suturas da ferida romperam. E o corte precisa ser fechado novamente. Ele vai precisar de outra cirurgia para est
Brendan ficou em silêncio, por um longo tempo, antes de responder:― Esta é a última vez que peço para que confie em mim, em relação à Deirdre, eu prometo. ― Madame Brighthall se recusou a acreditar na promessa do filho, mas saiu, batendo a porta do quarto do hospital, pronta para ir até a delegacia, mesmo assim. Brendan e Sam ficaram sozinhos no quarto e era evidente que Sam não esperava que a situação progredisse tanto e tão rápido, por isso, perguntou de maneira exploratória:― Então, o que devemos fazer agora, senhor Brighthall? ― ― Vá para a delegacia e descubra uma maneira de eu falar com Deirdre. ― Sam assentiu. Ele se virou para sair, quando Brendan o chamou.― Além disso, por favor, me ajude a investigar o incidente da morte de Ophelia. Descubra o que aconteceu depois que mandei que a despejassem da casa. ― ― Sim, senhor. ― Charlene tinha acabado de chegar à delegacia com o advogado, quando Madame Brighthall entrou. Ao mesmo tempo, Deirdre era trazida.
Deirdre conseguiu recuperar alguma aparência de compostura, mas seus olhos injetados ainda eram tão belicosos quanto virou a voz fulminante na direção do advogado público e do investigador da polícia.― Por que... vocês... mentiram?! Por que você mentiu?! Você me disse que me ajudaria a montar um caso!!! ― Mas, a acusação desagradou o investigador.― Não dá para construir um caso sem evidências sólidas, senhora. E você não tem nada disso! Você realmente achou que poderia decidir se um caso de um ano atrás foi assassinato só porque você disse isso? Dá um tempo! ― ― Chega, por favor... ― Sam falou, com a voz cansada, colocando uma mão no ombro do homem. Aquela situação não podia continuar e ele simplesmente sabia disso. Cerrando os dentes, disse vigorosamente: ― Você tem que acabar com isso agora, senhora Deirdre! Você tem que retirar todas as suas acusações contra o senhor Brighthall e apenas... deixar o resto com ele, está bem? Dessa forma, você deixará a delegacia até o final