Assim que Charlene cogitou a possibilidade de Deirdre ainda não ter descoberto a verdadeira identidade de Maeve, um plano malévolo eclodiu em sua mente. Inicialmente, não esperava que a mulher fosse tão profissional em enganar Deirdre e parecia que a ideia de fingir ser Ophelia parecia ruim, entretanto, não tinha sido o caso. Com isso em mente, Charlene fez uma ligação.― Se eu lhe der a fotografia de uma mulher, você poderia encontrar suas informações pessoais? ― Enquanto isso, Brendan tinha decidido que não seria bom levar Deirdre direto para o hospital e, por isso, tinham parado em um hotel, no meio do caminho. Pois, a jovem estava coberta de comida e até seu cabelo estava sujo e gorduroso. Brendan abriu a torneira de água quente e estendeu a mão, para desabotoar as roupas de Deirdre. ― O que você está fazendo... ― Deirdre se encolheu, mordendo o lábio e complementou: ― Estou muito suja... Não... ― ― Se você sabe que está suja, não vai se opor ao que estou fazendo. Quer
Deirdre não conseguira proteger o livro de partituras, que, de qualquer forma, fora rasgado em dois. Isso a deixou desconfortável, como se sua destruição fosse o presságio de que algo muito ruim estava para acontecer. Brendan percebeu que ela estava triste, então disse:― O livro de partituras não está completamente destruído. Só foi rasgado no meio. Devemos ser capazes de restaurá-lo se conseguirmos um profissional para consertá-lo. ― ― Você acha? ― Deirdre se virou e agarrou a mão de Brendan, com excitação, mas afrouxou devido à dor. Havia um olhar de antecipação em seus olhos. ― Claro. ― Brendan a encarou. ―Quando eu menti para você? ― Depois, que terminou de lavar os cabelos da jovem, reabasteceu a banheira com mais água morna e deixou Deirdre de molho, enquanto saía para chamar Sam. ― Além do incidente de hoje, acredito que Vyn também cometeu vários crimes. Olhe para as coisas que ele fez e mande-o para a prisão, quero que ele pague por tudo de errado que já fez nes
― Você vai embora amanhã? ― Deirdre foi sacudida de volta à realidade, e seu aperto no peito aumentou levemente. ― Tão rápido? ― ― Não é nada rápido! Fiquei duas semanas! Mas, não se preocupe, voltarei quando meu tratamento estiver concluído. ― Maeve acariciou o rosto de Deirdre e disse sorrindo: ― Espero que, quando eu voltar, você e Brendan me deem netos, para que eu possa mimá-los. ― Os lábios de Deirdre se moveram, e ela sentiu seu coração doer de pesar e amargura. Ela queria dizer a ela: 'Você já deveria ter um neto, mas o bebê foi levado cruelmente por Brendan, porque sua existência ia contra a vontade dele.’ Mas, disse: ― Que horas você vai partir amanhã? ― ― De manhã, por volta das dez horas, eu acho. Por quê? Você gostaria de se despedir de mim? ― ― Claro! ― Deirdre reprimiu a vontade de chorar. ― Não sei quando vou te encontrar de novo. Mãe, você deve se cuidar bem e voltar logo. ― Maeve abraçou Deirdre com um olhar triste em seus olhos. Ela pensaria em como s
'Você ainda tem a mim.' No passado, Deirdre não teria ficado aliviada. Em vez disso, ela teria ficado assombrada e, até mesmo, com medo do comentário de Brendan. No entanto, baixou o olhar e sentiu seu coração, que estava selado no gelo, começar a rachar lentamente. Ela realmente achou a observação de Brendan convincente. Talvez fosse devido à presença de Ophelia que seu coração murcho havia sido restaurado. Ela havia encontrado uma maneira de perseguir seu sonho e não estava mais vivendo como zumbi. Entretanto, mesmo se sentindo mais acolhida, não daria nenhuma esperança a Brendan, como fizera no passado. Ela sentia que sua vida atual era muito boa. Sua mãe voltaria para ela quando sua doença fosse curada e o tempo passaria mais rápido, afinal, Deirdre estaria trabalhando, enquanto isso. Essa perspectiva já era o suficiente para ela. Um dia, poderia partir sem sentir nenhuma decepção e viver uma vida que pertencia à quando Brendan estivesse entediado com sua companhia.
A estreita cama de solteiro de repente pareceu larga, e Deirdre se apoiou com a mão na testa. 'Que horas são? Quando Brendan foi embora?’ Ela achou uma pena que estivesse sozinha, porque pensava em perguntar a Brendan por que, em seu sono, pedia para que ela não o odiasse. Ela queria descobrir o significado de sua observação. De repente, a porta do quarto se abriu e a jovem presumiu que fosse Maeve, então levantou a cabeça e disse sorrindo:― Mãe? Que horas são? Já é de manhã? Se não, por que você está aqui tão cedo? ― ― Mãe? Você está falando de Maeve O'Keefe ? ― Ela foi pega de surpresa pelo riso espúrio e o sorriso no rosto de Deirdre congelou instantaneamente. Então, virou o rosto na direção da porta, com cautela.― Charlene, o que você está fazendo aqui! ― ― Como você pode falar comigo assim, Deirdre? Sinto muito por você ter sido enganada por um monte de gente e ser tratada como uma palhaça. Estou aqui para alertá-la, por gentileza. ― ― Por gentileza? Você n
Deirdre ficou congelada, no mesmo lugar, com os olhos arregalados de espanto, enquanto ouvia o som de alguém soluçando com o rosto coberto, provavelmente pelas mãos, ou contra um ombro em um abraço carinhoso. Ela sentiu como se seus ouvidos estivessem pregando uma peça nela e ela estava com tanta dor que não conseguia falar. A voz que ela reconheceria em qualquer lugar... A voz que fez companhia a ela todo esse tempo e a chamou de filha com tanto carinho dizia a mesma frase para outra garota... 'Você é minha filha mais querida?' ― Sério mesmo? Achei que você tinha me abandonado. Por que você não me respondeu quando tentei entrar em contato com você, por todo esse tempo? Além disso, aquela cega do quarto também estava te chamando de 'mãe'. Você tem apenas 40 anos. Como poderia ter uma filha tão crescida? Como acabei tendo uma irmã mais velha, do nada? ― ― Uh... ― Maeve parecia hesitante. Silvia, a filha de Maeve, ficava cada vez mais impaciente e bateu o pé, com raiva, enquan
O rosto de Maeve ficou terrivelmente pálido, instantaneamente.― Meu Deus! O que aconteceu com sua mão! ― Ela chamou apressadamente o médico e a enfermeira, mas Deirdre foi sacudida de volta à realidade e cobriu a mão ensanguentada com a outra mão, dizendo, com o olhar abaixado:― Está... está bem. Não se preocupe. ― ― Como você pode dizer que está tudo bem? O curativo está encharcado de sangue! Por que você não se cuida? O que você vai fazer quando eu for embora? ― Maeve estava em pânico e furiosa. O médico veio e examinou Deirdre, apenas para descobrir que sua ferida havia aberto novamente e precisava de novos pontos. O médico franziu a testa profundamente, enquanto avaliava a ferida:― O senhor Brighthall estava muito preocupado que sua mão ficasse com cicatrizes, desde o início. Você precisa de pontos novamente, então certamente vai deixar uma cicatriz. Senhora McQuenny, por favor, peça mais analgésicos se a dor ficar intensa, mas não se machuque mais. ― A mente de
Maeve abaixou a cabeça para verificar a hora e franziu as sobrancelhas.― Já passa das nove... ― ― Você vai embora às dez, não é? ― Certamente seria impossível para Maeve afirmar que estava disposta a se separar de Deirdre. Ela gostava muito da jovem, mas ainda não era a verdadeira mãe e sua própria filha ainda esperava por ela. ― Sim... ― Maeve disse, sorrindo e fingindo um comportamento relaxado. ― Mas é uma coisa boa que vou receber tratamento. Dessa forma, não esquecerei suas histórias de infância, da próxima vez. Deirdre abriu um sorriso e demorou a responder. Então, fechou os olhos e disse:― Mãe, por favor, me chame pelo meu nome, mais uma vez? ― Maeve parecia um pouco hesitante.― Dee Dee? ― Uma lágrima rolou do canto do olho de Deirdre.― Obrigada. ― Maeve estendeu a mão para enxugar as lágrimas de Deirdre e, depois de também derramar algumas lágrimas, foi embora. Deirdre não a despediu porque não tinha condições para isso. No dia anterior, acredito