'Eu não teria ido à festa se soubesse que uma merda dessas iria acontecer.' Percebendo que Brendan não poderia ser parado, o gerente do hotel ordenou que um guarda-costas o seguisse. O empresário abriu a porta e correu para a chuva. Seu corpo ficou encharcado em apenas alguns instantes sob a chuva torrencial. A força do vento e o frio da montanha tornavam cata gota em um pequeno canivete, que dava à sensação de cortar a pele, impiedosamente.Perceber isso deixou Brendan completamente apavorado. ― Deirdre! Deirdre! Apareça! ― O homem a procurou em todos os lugares. Inicialmente, presumiu que não seria capaz de localizá-la em menos de uma hora, mas, isso foi completamente diferente do que aconteceu, pois, no horizonte, uma pequena estrutura chamou sua atenção e ele correu algumas dezenas de metros, encontrando Deirdre parada na rodoviária. Ela segurava um guarda-chuva para se proteger da chuva. Mas, apesar da proteção, seu corpo inteiro estava encharcado devido ao vento f
Quase sem visibilidade, em uma pista sinuosa, em uma encosta de montanha, Brendan só podia dirigir lentamente, mas Deirdre já havia perdido a consciência. Seu rosto tinha deixado o tom pálido azulado e agora tinha um perigoso brilho febril. Ela chamava pela mãe, em seu estado de semiconsciência. Mesmo quando estava quase morta, a primeira coisa na mente de Deirdre ainda era Ophelia. Mas, Brendan não sentia ciúmes, porque Ophelia era tudo para Deirdre. Ele só podia cerrar os dentes e confortá-la dizendo:― Espere, Deirdre. Você só poderá ver sua mãe se estiver consciente. Já se passou mais de um ano desde a última vez que você a encontrou. Você não quer viver uma vida boa? Você tem que superar isso, mesmo que esteja fazendo isso apenas por ela! ― No entanto, a situação sempre podia ficar pior e o motor do carro morreu. O carro não voltou a funcionar e o casal ficou preso, na metade da serra, debaixo da pesada chuva de granizo e, como o carro não queria mais ligar, o aquecedo
'Ela tem que viver.' Mesmo depois de ter sido convencido pelo homem grande e afável, de que fosse tomar banho, Brendan ainda se apegava nesse pensamento. Ele se arrependeria muito se Deirdre morresse. Ele experimentaria um colapso emocional e ficaria com o coração partido. No entanto, imaginava que ele e Deirdre teriam morrido juntos naquela noite chuvosa se o Land Rover não tivesse vindo em seu socorro em tempo hábil. 'Por que fui tão imprudente?' Depois de desligar a água quente, Brendan enxugou o rosto, saiu do chuveiro e vestiu roupas secas, também oferecidas pelo mesmo homem. Então, voltou para o quarto da unidade de tratamento intensivo e encontrou Deirdre sozinha e com a respiração regular. No entanto, ainda chamava pela mãe, mesmo em seus sonhos. Brendan planejava ir embora, quando ouviu Deirdre dizer, com voz fraca:― Viva, Brendan. Você tem que viver... ― Sua mente começou a queimar com uma imagem nítida de seu passado distante. Nessa lembrança, Brendan lutava pa
Brendan perdeu a noção do tempo, mas percebeu que todo o corredor estava escuro quando saiu do escritório, após terminar seu trabalho. A única fonte de luz era o vão entre a porta e o quarto de Deirdre. Ele abriu a porta e encontrou Deirdre sentada na cama, sem mexer um músculo. Ele franziu as sobrancelhas ao ver Deirdre completamente vestida e perguntou:― É meia-noite. Por que você ainda está acordada e sentada na cama? ― Deirdre foi sacudida de volta à realidade. Apertou as roupas e disse ansiosamente:― Eu estava tentando lembrar que tipo de roupa minha mãe gosta de me ver usando. Planejava vestir algo que ela goste quando a encontrar pela manhã, mas realmente não consigo lembrar das preferências dela. ― Ela se sentiu rejeitada enquanto falava e forçou um sorriso, abaixando a cabeça.― Não sou uma boa filha. ― Brendan sentiu um nó na boca do estômago, como se a cena diante de seus olhos tivesse desencadeado algo nele. Ele ficou surpreso de perceber que Deirdre estava
― É uma pena que você vá encontrá-la amanhã, porque temo que você não tenha tempo suficiente para fazer isso hoje. ― Brendan sentiu que parava de respirar por um momento ao olhar para o rosto preocupado dela. Uma ideia lhe ocorreu e ele agarrou o pulso de Deirdre abruptamente.― Por que não... ― Deirdre ergueu o olhar confusa, enquanto Brendan concluiu a frase, com os dentes cerrados:― Por que você não atrasa um pouco o reencontro? ― O empresário desejava que Deirdre aceitasse a proposta, esperando ganhar mais tempo para continuar a reconquistar a jovem, afinal, ele notava que havia pequenos avanços. Se sua mentira fosse exposta, ele esperava que isso acontecesse mais tarde, mesmo que fosse apenas um dia depois. ― Adiar o reencontro? ― O olhar de Deirdre estava distraído. Ela reagiu à situação mordendo o lábio inferior e rejeitando a sugestão de Brendan. ― Não. ― Então, respirou fundo e completou:― Eu estive esperando por esse dia por muito tempo. Meu coração vai sa
Parecia que Brendan usava aquela energia frenética que vinha do fundo de seu coração para dizer algo a Deirdre e, de certo modo, estava funcionando. Os joelhos da jovem se dobraram e ela apoiou a cabeça no peito do homem. Ela não podia vê-lo, mas podia sentir seu batimento cardíaco acelerado. ― Deirdre. ― Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, a voz do homem ficou rouca e seus lábios finos já se aproximavam de seu ouvido, pouco a pouco. Então perguntou, implorando:― Posso? ― A resposta para o que Brendan perguntava era óbvia. Deirdre não esperava que Brendan realmente se encarregasse de buscar o consentimento dela. Era como se ele fosse afrouxar seu aperto, sem a menor hesitação, não importa o quão excitado ele estivesse assim que ela balançasse a cabeça negativamente. Mesmo assim, Deirdre fechou os olhos com força e não falou nada. Os lábios finos de Brendan se curvaram em um sorriso.― Quem cala consente. Se você não responder, vou considerar que aceita. ― Deirdre não
― Isso, coma alguns ovos. Você também precisa de proteína. ― Deirdre parou de mover a colher e Brendan percebeu a mudança, instantaneamente.― O que foi? ― ― Nada. ― Ela baixou os olhos para a comida, parecendo um pouco hesitante, antes de aproximar o ovo dos lábios. Mas, antes que a jovem colocasse a colher na boca, Sam arrancou o talher da mão dela, avisando:― Não! Você esqueceu do que o médico disse? Nada de ovos por, pelo menos, duas horas depois de tomar os remédios! ― ― O quê? ― As sobrancelhas de Brendan estavam perigosamente franzidas. A incredulidade rodou por trás de seus olhos enquanto ele examinava seu rosto. ― Por que você não disse nada, Deirdre?! ― Deirdre deu de ombros.― Não achei que fosse importante. ― ― Não achou importante?! Você quer dizer que sentir náusea é tranquilo? Que é bom sentir dor de estômago? Ou que não tem nada demais ficar suando frio?! ― Até Sam estava ficando exasperado. ― Ou você esqueceu o que aconteceu da última vez que comeu
Brendan sabia que Deirdre tinha se submetido apenas pelo bem de Ophelia, mas o resultado, por si só, era satisfatório. Então, pediu uma pílula para digestão e entregou para Deirdre, que aceitou sem questionar. Ele verificou o relógio e percebeu que estava quase na hora de sair.― Eu preciso ir. ― Ele envolveu Deirdre em um casaco e a levou para fora. Sam estava prestes a segui-lo, mas Brendan o deteve, dizendo:― Você vai ficar em casa hoje. Deirdre e eu temos negócios particulares para resolver. ― O doutor Ginger esperou que os dois saíssem, antes de se aproximar de Sam e se apoiar no ombro do segurança, com um sorriso atrevido no rosto:― Você não consegue ler as entrelinhas, rapaz? Você não percebeu que estão indo a um encontro? ― ― Um encontro? ― Sam franziu a testa. ― Sem chance. ― ― Por que não? ― Ao contrário dele, o médico sabia muito pouco sobre a história confusa do casal. Ainda assim, enquanto sacudia uma toalha para limpar as mãos, apontou: ― O relacionament