Deirdre queria voltar para o santuário familiar de seu carro, mas Brendan jogou os braços em volta da cintura dela por trás, parando-a e, de repente, ela se sentiu profundamente derrotada. As mãos dele aproximaram-se lentamente das dela até que, finalmente, ele as segurou.― Então, deixe-me preencher essa lacuna para você. Deixe-me ser seus olhos! Você não pode ver nada, enquanto estiver em uma roda-gigante, então vou descrever tudo para você. Você não será capaz de ver o mundo embaçado ao andar em uma montanha-russa, mas ainda poderá sentir tudo, a subida, o mergulho, a rolagem, a curva, a emoção. Só porque você perdeu os olhos, não significa que perdeu a esperança de viver, Deirdre. Por favor, confie em mim. ― 'Confie em mim' era um pedido suave, mas de alguma forma, ensurdeceu o mar de aplausos e alegria ao redor da jovem e seus pensamentos se desfizeram ao som dessas palavras. Brendan a conduziu lentamente para dentro do parque de diversões, um passo de cada vez. O parque de
― Você não tem nada com que se preocupar então. ― Deirdre disse, com os olhos baixos. ―Eu não sou a namorada dele. Ele tem outra pessoa. ― ― Ah! Eu sabia! Caramba! ― A mulher gritou. Seus olhos brilharam de alegria enquanto ela ainda examinava Deirdre. Quanto mais ela a observava, mais triste Deirdre parecia, a seus olhos. ― Jesus, como diabos você conseguiu alguém tão gostoso quanto ele para ser seu parceiro no parque de diversões? Oh espere. Acho que sei, ele tem pena de você, certo? Deve ser duro crescer com esse tipo de rosto e ser cega, ao mesmo tempo. Então ele trouxe você aqui para realizar seu desejo por caridade! ― ‘Caridade?’ Deirdre congelou. A mulher percebeu a reação e pensou que devia ser um momento de se gabar, por isso, sorriu.― Acertei em cheio, não foi? Você também pensa que é isso, não é? Por que outro motivo um homem tão perfeito iria querer ficar por aqui, andando com você? ― Enquanto ela estava ocupada colocando Deirdre no chão, Brendan reapareceu, olho
Falhando em responder a sua própria pergunta, Deirdre riu tristemente para si mesma. ― Não me diga que tudo isso é uma questão de expiação, Brendan. Você nunca se abriu para mim ao longo de nossos dois anos juntos, mas até eu sei que você não é do tipo que sofre qualquer coisa em nome de expiação. ― O verdadeiro Brendan Brighthall sempre usaria dinheiro para sair das coisas, até mesmo suas próprias falhas morais e erros irreparáveis. O empresário nunca se importaria em usar qualquer outro método. Por que iria? Por que desperdiçar seu precioso tempo e esforço? Brendan ficou perplexo. Mesmo ele não sabia o motivo. Será por que ele não queria que Deirdre perdesse aquela última esperança a que se agarrava? Que soltasse o pequeno fio que a fazia se apegar à vida? Ou não suportava a ideia de ela o odiar? Ou não seria capaz de suportar ver Deirdre se contorcendo em uma angústia infernal, depois de descobrir a morte de sua mãe?Era tudo isso. Era por isso que ele tinha que fazer
― Não, eu quero algo mais longo. ― Brendan insistiu, franzindo a testa, obviamente não aceitando não como resposta. Mas, apresentando uma desculpa apressada para sua atitude vergonhosamente possessiva. ― Ela pode pegar um resfriado se for muito curto. ― Deirdre quase nunca saía de casa, mas ainda assim Brendan estava longe de ser o único homem do lugar. O empresário tinha ciúme de Sam e de Sawier, mas até mesmo do doutor Ginger. Eles estavam perto dela o tempo todo. Este vestido deixaria suas pernas expostas e ele realmente odiava como aquela imagem o fazia se sentir. Lara soltou uma risada estranha.― Oh, que pena. Mas, não podemos negligenciar esse fato tão importante. Que tal este vestido? ― ― O decote desse é muito baixo. ― ― E este? ― ― As costas dela ficariam muito expostas. ― No final, Deirdre tateou seu caminho para um casaco de pele branco e os olhos de Lara brilharam, pois ela acabara de ter uma boa ideia.― Eu tenho este vestido preto justo que é perfeito
Lara já havia avisado para o pessoal da butique que atendia Brendan. Assim, quando um membro da equipe viu Charlene entrar na loja, sorriu se desculpando. ― Peço desculpas, senhorita McKinney. Lara está cuidando de outro cliente importante agora. Por que você não espera um pouco? Quando terminar, virá atender você, imediatamente! ― ― O quê? ― Charlene ficou furiosa. Ela era uma cliente VIP de quase todas as butiques de Neve, mas justamente naquele dia, se sentia humilhada diante de Madame Brighthall. Enquanto reprimia a raiva, disse:― O que você quer dizer com um cliente importante? Esse cliente é mais importante do que eu? ― Enquanto colocava um sorriso profissional no rosto, a funcionária respondeu:― Na verdade, Lara está atendendo o senhor Brighthall. ― ― Bren? ― Madame Brighthall ficou bastante surpresa, enquanto o sorriso de Charlene continha indícios de complacência.― Oh! Mas, já que é Bren, Lara deveria vir aqui. Onde está Bren? Ele está no provador, ou escol
'Você acha que ela é apresentável?' Assim como uma faca afiada, cada palavra perfurou o coração de Deirdre e torceu. Deirdre tremia de tristeza enquanto Brendan estava diante dela, dizendo com uma expressão brava no rosto:― Mãe, suas palavras são muito duras! ― ― Muito duras? ― Ao olhar para seu rosto furioso, pela primeira vez, Madame Brighthall percebeu o distanciamento entre ela e seu filho e sentiu-se desapontada. ― Você espera que eu trate bem a sua amante? Quer que eu coloque o mesmo sorriso no rosto que uso para com minha nora?! ― ― Deirdre não é a amante! ― Brendan cerrou os dentes. ― Nós somos cas... ― ― Bren! ― Charlene, que pretendia ser uma espectadora, de repente entrou na conversa. Seus olhos revelaram como ela estava em pânico e incrédula. Brendan queria contar a verdade a Madame Brighthall? Ele queria dizer a Madame Brighthall que a mulher que passou um tempo com ela nos últimos anos era na verdade a amante, enquanto Deirdre e Brendan eram verdadeiros m
Madame Brighthall lançou a Deirdre um olhar gélido.―Uma mulher como ela deve ser mantida em casa. Nem pense em sair com ela de novo. ― Depois disso, Madame Brighthall não teve mais vontade de fazer compras e saiu, acompanhada de perto por Charlene. O olhar de Deirdre permaneceu em branco. A jovem não se sentia uma desavergonhada, mas as acusações de Madame Brighthall, a chamando de 'amante' e se referindo a ela como 'esse tipo de mulher' tinha destruído o pouquinho de amor-próprio que, nos últimos dias, começava a cultivar. ― Deirdre, você está bem? ― Brendan acariciou seu rosto e a jovem franziu as sobrancelhas enquanto sua testa suava. Ela estava atordoada e Brendan não sabia o que a jovem pensava. ― Estou bem. ― Deirdre de colocar as ideias no lugar e desviou do toque de Brendan. O empresário percebeu que algo tinha mudado na atmosfera e, quando percebeu o que era, agarrou o pulso de Deirdre.― Você está com raiva? Você deve estar ciente do assunto entre Charlene e
Deirdre ainda queria acrescentar que, assim como a mãe de Brendan havia apontado, bastava ela não sair mais de casa, afinal de contas, era uma amante e não era uma pessoa apresentável.Brendan também queria dizer um milhão de coisas, mas seu telefone tocou e interrompeu tudo o que qualquer um dos dois pretendia dizer.A voz de Sawyer soou ao celular:― Senhor Brighthall, Madame McQuenny chegou. Devo deixá-la entrar na mansão agora? Ou... ― Brendan estava prestes a ordenar a Sawyer que a deixasse entrar, quando viu Deirdre levantar a cabeça abruptamente e seus olhos brilharam. Por isso, ele mudou seu comando para:― Peça para que ela aguarde um pouco. ― Solicito, Brendan desligou o telefone e perguntou:― Gostaria de recebê-la sozinha? Me deixe te levar lá. ― Deirdre não conseguia conter a excitação. Enquanto balançava a cabeça, arrumou seu cabelo bagunçado nervosamente. Mesmo tendo um rosto feio, ainda esperava que sua aparência não assustasse Ophelia. Com o apoio de B