Emily tirou o agasalho, revelando uma blusinha branca de alcinhas, que realçava a silhueta esplendorosa.― Bem, é um pouco de cada coisa. A viagem ajudou e estou feliz com a notícia da morte ― ela respondeu, com uma pitada de arrogância. Então, olhou para as unhas e continuou. ― Com a viagem de lua de mel, Brendan se tornou mais dependente e confia totalmente em mim. Ele até confiou aquela criança aos meus cuidados sem qualquer preocupação. Acredito que não demorará muito para que eu tenha acesso fácil aos documentos de alto nível de o Grupo Brighthall.―― Nada mal. ― Ryker a aplaudiu. ― Eu não te julguei mal. Mas... ― Ele mudou abruptamente de assunto. ― Além de tudo isso, por que a morte de Deirdre te trouxe tanta felicidade? ―Emily pensou na morte da rival e um sorriso malicioso se formou em seus lábios. Naturalmente, ela não mencionaria seu envolvimento. Ela simplesmente ergueu uma sobrancelha e respondeu:― Ela era minha rival. É natural que eu me sinta feliz. Mas, fico surpr
Ignorando as palavras da médica e ainda agindo com brusquidão, Ryker jogou Emily no chão e olhou para ela com uma expressão ameaçadora.― Você acha que sou estúpido? Aquela mulherzinha que você escolheu é motivada apenas por dinheiro. Que benefício ela teria em matar Deirdre se não tivesse ninguém para a recompensar? ―Os dentes de Emily tremeram quando ela se aproximou e disse:― Mas a morte de Deirdre também não vai me beneficiar em nada! Por que eu criaria esse conflito entre nós? Além do mais... ― Os olhos de Emily brilharam de emoção enquanto ela procurava desculpas, tentando evitar a verdade. ― Brendan a tratava como se ela fosse lixo. Aquele porão era imundo, bagunçado e úmido. Mesmo uma pessoa normal não suportaria ficar lá por um mês, muito menos alguém como Deirdre, que acabara de dar à luz. É natural que ela tenha contraído alguma doença e morrido... Ah! ― Emily gritou de dor.Ryker tinha se inclinado sobre ela, agarrando um punhado do cabelo de Emily e puxado para cima.
Encontrando Brendan ali sozinho, Charlie se aproximou, em passos curtos e lentos, até sussurrar ao ouvido do magnata:― Está na hora. O carro está esperando do lado de fora. Precisamos levá-la ao crematório. ―Os olhos de Brendan brilharam de emoção quando ele se aproximou do caixão e gentilmente descobriu o pano branco que cobria a jovem. A mulher jazia pacificamente, com o rosto pálido. Se não fosse pela ausência completa de movimento, parecia que ela abriria os olhos e se levantaria, a qualquer momento.― O serviço está marcado para as 14h. Devemos sair agora ― insistiu o assistente. ― Já que você se sente em dívida com a senhorita, vamos priorizar honrá-la e garantir que ela receba a despedida que merece, aderindo ao momento ideal, permitindo que seu espírito encontre a paz. ―― Eu entendo ― respondeu Brendan.Ele estendeu a mão, com a intenção de tocar em seu rosto, uma última vez. Mas, no instante seguinte, seu corpo convulsionou com tosse e ele lutou para recuperar o fôlego
Brendan ficou surpreso com a voz familiar que o chamava, fazendo-o se virar e encontrar Sam parado ali, com os olhos cheios de lágrimas e o rosto cheio de emoções intensas.― Pode deixar que, daqui para frente eu acompanharei o corpo de Deirdre ― disse Sam com firmeza.Charlie franziu a testa ao ver Sam.― Sam? Você não estava em outra cidade? O chefe disse que você não poderia mais voltar para Neve sem as ordens dele. Como você... ―― Eu tenho todo o direito de estar aqui. Vim para despedir de Deirdre. Não posso fazer isso? ― Sam o interrompeu.O assistente olhou para Brendan, que não demonstrou reação. Relutantemente, ela assentiu.― Parece que sim... ―Sam olhou nos olhos de Brendan.― Como eu disse, cuidarei do serviço. Vou colocá-la pessoalmente no carrinho e levá-la ao crematório. Você não precisa se preocupar. Não quero que você se sinta culpado pelo que acontecerá com os últimos vestígios dela. ―O assistente não conseguia acreditar no que ouvia.― Sam, você perdeu a
Deixando Brendan e os quatro funcionários para trás, Sam empurrou o corpo sem vida de Deirdre para dentro do crematório, acompanhado apenas de Charlie, que ajudou a passar o corpo do carrinho para a fornalha. Mas, assim que a porta se fechou, o assistente foi embora, segurando as lágrimas, reencontrando o magnata e dizendo:― É isso... Está feito, chefe... ―Sem mais nada para fazer ali, Brendan respirou fundo. Em seus olhos escuros brilhavam chamas tão intensas quanto as do crematório. Então, ele se virou para ir embora.― O senhor vai voltar para a mansão? ―― Sim. Mas você espera, Charlie. Leve as cinzas para a mansão. ―— Certo, chefe. —-Enquanto isso, no cômodo da fornalha, Deirdre tossia e recuperava a consciência. Seu corpo ainda estava entorpecido e gelado quando olhou ao redor e disse:― Sterling, Sam... ―Os olhos de Sam estavam vermelhos.― Está tudo acabado agora. Ninguém neste mundo vai te machucar mais. Você está livre ― Sterling a confortou.― Eu nem sei com
Emily teria que fazer tudo o que estivesse ao alcance para impedir que Deirdre retornasse. Por isso, discou um número de telefone, com os olhos cheios de malícia, e deu instruções.― Trate deste assunto discretamente, garantindo que ninguém descubra, especialmente Ryker Wight. ―O hipnólogo tinha se tornado um lunático que dedicava todas as energias para provar que Deirdre não havia morrido. Nos últimos quatro anos, ele tinha ficado cada vez mais louco, então não seria surpreendente se a notícia da sobrevivência de Deirdre chegasse até ele.Enquanto Emily ponderava isso em seu coração, ela ouviu um som estridente. Ela rapidamente se virou e viu um menino de 4 anos parado na porta, carregando uma mochila e pisando nos cacos do vaso estilhaçado.Emily deu um suspiro de alívio.― Sean, por que você voltou para casa tão cedo? ―A aparência da criança lembrava uma combinação de Brendan e Deirdre, com sobrancelhas, olhos e nariz semelhantes. Por causa de sua tenra idade, ela parecia um
Enquanto Emily falava, a culpa de Brendan tornou-se ainda mais evidente em seus olhos.― Sinto muito ― disse ele, com o olhar abaixado. ― Por minha causa, não consegui fazer de você uma mãe de verdade. ―― Não diga isso, Brendan. ― A expressão triste de Emily mudou e ela o confortou. ― Eu te amo, e escolher ficar com você é uma decisão que tomei de todo o coração. ―Brendan assentiu.― Estou feliz que você me entenda. Se alguma coisa acontecer com Sean, você sempre pode me avisar. Se ele não ouvir você, farei questão de lidar com isso de maneira adequada. ―― Tudo bem, espero que ela se comporte melhor com você. ― Brendan pousou a mão no ombro de Emily e foi em direção ao escritório.Emily ergueu os olhos e não pôde deixar de falar:― Bren... ―Brendan fez uma pausa.― Aconteceu alguma coisa? ―Emily forçou um sorriso.― Não... Não é nada... ― Ela queria perguntar pois estava genuinamente curiosa. Brendan não tinha ouvido nenhuma notícia sobre Deirdre? Ou será que a hipnos
― Segure Tilly enquanto eu levo essas coisas para a mansão e recolho qualquer coisa que possa ser perigoso para a criança ― disse Sterling, enquanto beliscava de brincadeira a bochecha da menina, logo que saiu do carro.Os olhos da criança brilharam enquanto ela estendia um brinquedo, oferecendo para Sterling. Ele não pôde deixar de rir e aceitar.― Caramba, quanta baba ― ele comentou.Deirdre limpou a baba do queixo da criança.― Pode ir, Sterry. Vou esperar aqui por você. ―― Tudo bem ― respondeu o médico.Carregando a mala, Sterling entrou na casa enquanto Deirdre observava a bela paisagem. Não era muito diferente do ambiente em Germia. Parecia que Tilly se adaptaria bem àquele lugar. Sterling estava sempre atento aos detalhes.Depois de um tempo, Tilly, que se comportava bem em seus braços, tentou descer. Deirdre atravessou a rua para aguardar sentada em um banco de parque próximo, colocou a criança no chão e pediu que não saísse de perto.Tilly assentiu vigorosamente e, as