Encontrando Brendan ali sozinho, Charlie se aproximou, em passos curtos e lentos, até sussurrar ao ouvido do magnata:― Está na hora. O carro está esperando do lado de fora. Precisamos levá-la ao crematório. ―Os olhos de Brendan brilharam de emoção quando ele se aproximou do caixão e gentilmente descobriu o pano branco que cobria a jovem. A mulher jazia pacificamente, com o rosto pálido. Se não fosse pela ausência completa de movimento, parecia que ela abriria os olhos e se levantaria, a qualquer momento.― O serviço está marcado para as 14h. Devemos sair agora ― insistiu o assistente. ― Já que você se sente em dívida com a senhorita, vamos priorizar honrá-la e garantir que ela receba a despedida que merece, aderindo ao momento ideal, permitindo que seu espírito encontre a paz. ―― Eu entendo ― respondeu Brendan.Ele estendeu a mão, com a intenção de tocar em seu rosto, uma última vez. Mas, no instante seguinte, seu corpo convulsionou com tosse e ele lutou para recuperar o fôlego
Brendan ficou surpreso com a voz familiar que o chamava, fazendo-o se virar e encontrar Sam parado ali, com os olhos cheios de lágrimas e o rosto cheio de emoções intensas.― Pode deixar que, daqui para frente eu acompanharei o corpo de Deirdre ― disse Sam com firmeza.Charlie franziu a testa ao ver Sam.― Sam? Você não estava em outra cidade? O chefe disse que você não poderia mais voltar para Neve sem as ordens dele. Como você... ―― Eu tenho todo o direito de estar aqui. Vim para despedir de Deirdre. Não posso fazer isso? ― Sam o interrompeu.O assistente olhou para Brendan, que não demonstrou reação. Relutantemente, ela assentiu.― Parece que sim... ―Sam olhou nos olhos de Brendan.― Como eu disse, cuidarei do serviço. Vou colocá-la pessoalmente no carrinho e levá-la ao crematório. Você não precisa se preocupar. Não quero que você se sinta culpado pelo que acontecerá com os últimos vestígios dela. ―O assistente não conseguia acreditar no que ouvia.― Sam, você perdeu a
Deixando Brendan e os quatro funcionários para trás, Sam empurrou o corpo sem vida de Deirdre para dentro do crematório, acompanhado apenas de Charlie, que ajudou a passar o corpo do carrinho para a fornalha. Mas, assim que a porta se fechou, o assistente foi embora, segurando as lágrimas, reencontrando o magnata e dizendo:― É isso... Está feito, chefe... ―Sem mais nada para fazer ali, Brendan respirou fundo. Em seus olhos escuros brilhavam chamas tão intensas quanto as do crematório. Então, ele se virou para ir embora.― O senhor vai voltar para a mansão? ―― Sim. Mas você espera, Charlie. Leve as cinzas para a mansão. ―— Certo, chefe. —-Enquanto isso, no cômodo da fornalha, Deirdre tossia e recuperava a consciência. Seu corpo ainda estava entorpecido e gelado quando olhou ao redor e disse:― Sterling, Sam... ―Os olhos de Sam estavam vermelhos.― Está tudo acabado agora. Ninguém neste mundo vai te machucar mais. Você está livre ― Sterling a confortou.― Eu nem sei com
Emily teria que fazer tudo o que estivesse ao alcance para impedir que Deirdre retornasse. Por isso, discou um número de telefone, com os olhos cheios de malícia, e deu instruções.― Trate deste assunto discretamente, garantindo que ninguém descubra, especialmente Ryker Wight. ―O hipnólogo tinha se tornado um lunático que dedicava todas as energias para provar que Deirdre não havia morrido. Nos últimos quatro anos, ele tinha ficado cada vez mais louco, então não seria surpreendente se a notícia da sobrevivência de Deirdre chegasse até ele.Enquanto Emily ponderava isso em seu coração, ela ouviu um som estridente. Ela rapidamente se virou e viu um menino de 4 anos parado na porta, carregando uma mochila e pisando nos cacos do vaso estilhaçado.Emily deu um suspiro de alívio.― Sean, por que você voltou para casa tão cedo? ―A aparência da criança lembrava uma combinação de Brendan e Deirdre, com sobrancelhas, olhos e nariz semelhantes. Por causa de sua tenra idade, ela parecia um
Enquanto Emily falava, a culpa de Brendan tornou-se ainda mais evidente em seus olhos.― Sinto muito ― disse ele, com o olhar abaixado. ― Por minha causa, não consegui fazer de você uma mãe de verdade. ―― Não diga isso, Brendan. ― A expressão triste de Emily mudou e ela o confortou. ― Eu te amo, e escolher ficar com você é uma decisão que tomei de todo o coração. ―Brendan assentiu.― Estou feliz que você me entenda. Se alguma coisa acontecer com Sean, você sempre pode me avisar. Se ele não ouvir você, farei questão de lidar com isso de maneira adequada. ―― Tudo bem, espero que ela se comporte melhor com você. ― Brendan pousou a mão no ombro de Emily e foi em direção ao escritório.Emily ergueu os olhos e não pôde deixar de falar:― Bren... ―Brendan fez uma pausa.― Aconteceu alguma coisa? ―Emily forçou um sorriso.― Não... Não é nada... ― Ela queria perguntar pois estava genuinamente curiosa. Brendan não tinha ouvido nenhuma notícia sobre Deirdre? Ou será que a hipnos
― Segure Tilly enquanto eu levo essas coisas para a mansão e recolho qualquer coisa que possa ser perigoso para a criança ― disse Sterling, enquanto beliscava de brincadeira a bochecha da menina, logo que saiu do carro.Os olhos da criança brilharam enquanto ela estendia um brinquedo, oferecendo para Sterling. Ele não pôde deixar de rir e aceitar.― Caramba, quanta baba ― ele comentou.Deirdre limpou a baba do queixo da criança.― Pode ir, Sterry. Vou esperar aqui por você. ―― Tudo bem ― respondeu o médico.Carregando a mala, Sterling entrou na casa enquanto Deirdre observava a bela paisagem. Não era muito diferente do ambiente em Germia. Parecia que Tilly se adaptaria bem àquele lugar. Sterling estava sempre atento aos detalhes.Depois de um tempo, Tilly, que se comportava bem em seus braços, tentou descer. Deirdre atravessou a rua para aguardar sentada em um banco de parque próximo, colocou a criança no chão e pediu que não saísse de perto.Tilly assentiu vigorosamente e, as
― Ei, Dee, que susto você me deu! O que está fazendo aí? Saí de casa e não consegui encontrar você e Tilly. Então pensei... ― Sterling se aproximou e viu o garotinho escondido atrás de Deirdre. Ele ficou surpreso e perguntou: ― Quem é esse? ―Deirdre trocou um olhar com Sterling.― A casa está pronta? Leve Tilly para dentro que eu já vou. ―Embora Sterling não tivesse ideia do que acontecia, confiava na companheira, por isso, assentiu e carregou Tilly para dentro da casa, entrando na casa.Seguindo um pouco depois de Sterling, Deirdre observava o rosto da criança, sem conseguir parar de pensar que ela parecia estranhamente familiar, embora não conseguisse identificar o porquê. Entretanto, notou que o olhar do menino carecia da ingenuidade habitual para alguém de sua idade. Em vez disso, ele parecia delicado, como uma marionete frágil. Até então, nem tinha falado nada e nem demonstrado medo por estar entre estranhos. Ele parecia se importar apenas com o cachorrinho em seus braços.
Sterling concordou silenciosamente, pois o sexo do bebê já havia sido determinado e não havia nenhuma chance de que aquilo fosse alterado.― Não sei o que eu estava pensando... No entanto, é uma grande coincidência que você tenha encontrado uma criança tão parecida ― comentou Sterling, lançando um olhar de simpatia para Sean.Deirdre se aproximou de Sean e perguntou:― O que está acontecendo? Já terminou o banho? ―Sean assentiu, com o olhar fixo no cachorrinho, sem piscar. Ele era muito tímido e não queria sair do banheiro, já que Sterling tinha pegado a toalha para secar Deirdre, então se escondeu atrás de uma porta, expondo apenas os olhos.Deirdre compreendeu a situação e achou divertida.― Sterry, dá aqui essa toalha e vai buscar uma camiseta. ―Sterling agiu rapidamente e encontrou uma camisa que não lhe servia mais. No entanto, quando Sean o vestiu, a roupa ainda era grande demais e se arrastava pelo chão, fazendo com que andar se tornasse um desafio. Por isso, Deirdre bu