Deirdre ficou atordoada por um momento. Pelo tom utilizado pelo criado, ela supôs o que o ele queria dizer com ‘Brendan e Charlene estão sozinhos no quarto.’ Deirdre sentiu-se extraordinariamente enojada com a ideia de Brendan estuprá-la num dia e transar com Charlene no outro. Ela suprimiu o engulho em seu estômago, com grande esforço, e disse:― Quando Brendan vai sair do quarto? ― O criado sorriu e disse:― Não tenho muita certeza disso. Talvez o Senhor Brighthall desça em uma ou duas horas. ― Sawyer se sentiu um pouco desconfortável, porque o tom utilizado pelo criado foi muito estranho. Então, disse imediatamente:― Por favor, deixe a Senhora McQuenny e eu entrarmos na casa. A senhora pegou um resfriado ontem e seu corpo está fraco, então ela não pode esperar no vento frio. Vamos esperar na sala de estar. ―O olhar do criado mudou, por um momento, antes de forçar um sorriso:― Sinto muito, mas não tenho o direito de convidar um visitante para a sala sem a ordem da Senh
― Ela é sua esposa e não tem medo de ser prejudicada de forma alguma. Mas, comigo, você nunca quer nada. O que há de tão diferente entre ela e eu? Você nutre um sentimento especial por ela, só porque ela é sua primeira mulher? ― Brendan franziu ligeiramente as sobrancelhas, mas não conseguiu responder à pergunta. Ele sabia que tudo parecia muito natural quando estava com Deirdre, enquanto com Charlene havia algo de estranho, que sempre o fazia rejeitá-la. Talvez, fosse porque ele ainda não conseguia aceitar ter uma interação íntima com Charlene, sendo um homem casado. ― Não pense muito nesse assunto. ― No final, Brendan respondeu, enquanto tentava afastar a mão dela. Os olhos de Charlene estavam vermelhos de lágrimas e ela o abraçou para impedi-lo de se afastar:― Como você quer que eu não pense? Por que você não pode me aceitar, se pode aceitar Deirdre? Estamos juntos há tanto tempo, mas nunca transamos. Será que você espera que eu aguarde pacificamente, enquanto sei que voc
A julgar pela severidade de Brendan, era evidente que uma situação crítica ocorria no cassino. Então, Sawyer não teve coragem de procrastinar, perguntando apressadamente:― O que aconteceu, Senhor Brighthall? ― ― Alguém criou problemas e deixou várias pessoas feridas. Sam é uma das vítimas e sua condição é bastante crítica. ― Se Brendan descreveu a condição de Sam como bastante crítica e ele não era um homem dado a exageros, então, a situação devia ser realmente ruim, por isso, sem questionar mais nada, Sawyer abriu a porta do carro para Brendan. O homem estava prestes a entrar no carro quando Deirdre agarrou seu braço. ― Brendan, quem você disse que está ferido? Sam está ferido? Quão grave é a lesão dele? ― Não havia como dizer se seu rosto estava pálido de frio ou assustado por ter ouvido a conversa. Mas, o rosto de Brendan estava cheio de emoções malignas. Ele agarrou a mão da jovem e a afastou, com força:― Este não é um problema com o qual você deva se preocupar. A
Deirdre não podia ver Charlene, mas podia ouvir a arrogância e o orgulho no timbre de sua voz. ‘Parece que Charlene esperava por esse momento, há muito tempo.’ Deirdre respirou fundo. Seu amor-próprio recusou-se a deixar seu inimigo derrotá-la. No entanto, ao pensar em Sam ela sorriu em derrota. ‘Quem sou eu para merecer amor-próprio.’ ― Senhorita McKinney, estou aqui para pedir seu perdão. ― Deirdre levantou a cabeça, fixando na direção da impostora, seu olhar vazio. ― Uma pessoa de grande estatura moral não deveria se lembrar das ofensas cometidas por alguém de baixa estatura moral. Por favor, não se ofenda com uma pessoa tão baixa como eu. ― Charlene sorriu.― Você é muito cortês. Por que eu tornaria as coisas difíceis para você, quando nós duas somos mulheres, não é? É que ainda estou de mau humor por causa daquele incidente. ― Reprimindo o riso, Cherlene insinuou: ― Que tal isso. Você me ajuda com uma coisa e não vou mais importunar você, se ficar satisfeita com o
― Não precisa. Eu estou bem. ― Deirdre imediatamente rejeitou a oferta de Charlene. ― Você só precisa me dizer o que mais posso fazer para buscar seu perdão, Senhorita McKinney. ― Charlene olhou para o criado, que segurava uma tigela de ensopado misturado com raiz-forte, mostarda e pimenta e sorriu de satisfação. ― Você não precisa fazer mais nada. Eu te perdoo se você conseguir terminar a tigela de ensopado nas mãos de Greenlee. ― Um olhar de espanto passou pelos olhos de Deirdre:― Isso é tudo? ― ― Sim, isso é tudo. ― Deirdre podia sentir o cheiro pungente de raiz-forte à distância. No entanto, ela se animou ao pensar que tudo chegaria ao fim se pudesse terminar a tigela de ensopado.― Tudo bem, por favor, entregue-o para mim. ― Ela esticou os braços para receber a tigela, mas o criado desviou de suas mãos e colocou a tigela no chão. Charlene disse, com orgulho:― No entanto, não há assento extra e talheres para você na mesa. Você vai ter que se deitar no chã
― Charlene! Você merece morrer! ― Charlene riu. A maldição era tão gentil que ela não tinha se incomodado. ― Deirdre, você é muito ingênua. Como vou te perdoar tão facilmente quando te odeio tanto? Você é a pessoa que roubou minha vida! ― ‘Eu roubei a vida dela?’ Deirdre cerrou os dentes. Tinha sido ela quem salvou Brendan e Charlene usou seu nome e ocupou seu lugar, fazendo uma cirurgia plástica para se parecer com ela. Agora, Charlene a acusava abertamente de ter roubado sua vida? ― Diga-me, quem roubou a vida de quem? ― Deirdre falou, com um ódio crescente, em sua voz. Os lindos olhos de Charlene escureceram abruptamente e ela deu um passo à frente, olhando ferozmente para Deirdre:― Cale-se! Se eu disser que você roubou minha vida, essa é verdade! Se você tiver coragem de declarar o contrário na presença de Brendan, garanto que não vai acabar bem! ― Charlene cansou do sentimento feroz e se encheu de complacência. Ela bocejou graciosamente e disse: ― No entanto,
Brendan sentiu seu coração apertar de dor ao ver a triste figura que a jovem representava e sentiu uma raiva inefável surgir em sua cabeça, não podendo deixar de segurar o pulso de Deirdre com força:― Por que você está aqui fora? ― Ele perguntou com raiva. Deirdre abriu ligeiramente as pálpebras e saltou da inconsciência para a realidade devido à dor no pulso. Ela ouviu a pergunta de Brendan e achou seu comentário provocador. Seus lábios se moveram quando ela disse:― Onde mais posso estar senão aqui? Você não me fez vir aqui? ― O pulso da mulher estava gelado, e o frio penetrou na palma da mão de Brendan como uma mão invisível. Seu rosto ficou roxo de raiva. ‘Sim, fui eu quem te trouxe para cá. No entanto, presumi que Charlene não tornaria as coisas difíceis para você porque ela é uma mulher gentil. Ainda assim, ela realmente puniu Deirdre, fazendo ela ficar no pátio frio, quando a temperatura está caindo devido ao inverno iminente?’ Brendan sentiu o peito doer e lançou
Charlene supunha que sua mentira bem coordenada seria perfeita. A expressão de Brendan ficou fria e seus olhos escuros estavam ondulando com maldade, enquanto ele olhava atentamente para o criado que falava. ― Então, você a deixou se punir ficando do lado de fora, só porque ela disse isso? Você não sente nenhuma simpatia. Se ela lhe dissesse que queria cometer suicídio, você daria uma faca a ela também? ― O rosto do homem pequeno ficou horrivelmente pálido, em um instante e ele se defendeu apressadamente, dizendo:― Não... eu não daria... Senhor Brighthall. Aconselhamos a Senhora McQuenny a não fazer isso, mas ela insistiu em... ― A cada palavra do criado, o rosto de Charlene ficava mais pálido. Ela não esperava que Brendan ficasse tão preocupado com Deirdre a ponto de dar um sermão em seu criado. ― Brendan, a culpa é minha. Eu estava muito cansada, então subi para descansar depois de conversar um pouco com Deirdre e é por isso que não percebi que ela se punia ficando do la