Deirdre esperou um bom tempo para garantir que não houvesse mais sinal de Brendan na casa, antes de se levantar e sair do quarto. Ela estava com tanta sede que simplesmente tirou um casaco do guarda-roupa, vestiu e desceu. Depois de saciar sua sede, ela ouviu passos se aproximando. Apenas quando teve certeza de que o som não pertencia a Brendan, perguntou:― Sam, é você? ― O homem do lado de fora coçou a cabeça de vergonha e riu:― Desculpa, Senhora McQuenny, mas, você está enganada. Eu não sou Sam, mas Sawyer. ― ― Sawyer? ― O homem se apresentou, rapidamente:― Sim. também sou segurança do Senhor Brighthall. Costumávamos nos encontrar no passado, mas acho que você pode não se lembrar mais de mim. ― Depois disso, ele se sentiu um tanto culpado porque costumava zombar muito de Deirdre porque ela era feia e cega, chegando, até mesmo a chamá-la de Cara de Amolar Facas. No entanto, o incidente no depósito o fez perceber um pouco da relação conflituosa de Deirdre com Brendan,
Brendan franziu as sobrancelhas, desconfortável:― Pare de se gabar, Deirdre. ― ― Mas, eu estou errada? Ele desafiou sua ordem quando me salvou do depósito, então você ficou chateado e o puniu dessa maneira, certo? ― Deirdre pensou em como qualquer um que a ajudasse acabaria em um estado trágico e sorriu amargamente:― Na sua percepção, eu mereço morrer, não é isso? ― ― Deirdre, basta! ― Brendan disse com uma voz severa, seus olhos escuros continuavam frios. ― Sua sobrevivência não é da minha conta, nem Sam foi enviado para o cassino como castigo. Ele só foi voltou para onde deveria estar! ― Os olhos de Deirdre ficaram vermelhos e cheios de lágrimas:― Deixe-o voltar. Vou reconhecer meu erro para você, Brendan. ― A jovem tinha mais medo de que outra pessoa fosse punida por causa dela:― Se você acha irritante que eu tenha sido salva, voltarei para o depósito e você pode me manter lá por dez dias! Duas semanas! O resto da vida! Para mim tanto faz... ― Brendan deu um passo
Os olhos de Deirdre estavam vermelhos e ela mordeu o lábio inferior com força:― Eu não... ― ― Lena se fechou no quarto e se recusa a comer, por sua causa, e você ainda está negando teimosamente que eu sou misericordioso por ter poupado você? ― Brendan ria de raiva, com os olhos cheios de frieza:― Você está implorando para Sam voltar? Ótimo. Se você conseguir fazer Charlene perdoá-la, deixarei o passado para trás! ― ‘Fazer Charlene me perdoar?’Deirdre sentiu seu coração apertar de dor, violentamente. Ele queria que ela implorasse perdão à mulher que matou Bliss? Mais importante, Charlene nunca a deixaria escapar facilmente, depois de aproveitar a oportunidade com grande esforço. Brendan zombou:― Você ainda quer seu Sam de volta? ― Ele usou as palavras 'seu Sam' para zombar dela e Deirdre engoliu a amargura, em sua garganta, mas seu coração fortemente danificado ainda doía. Ela não se importava mais. Ela ainda teria medo de ser atormentada depois de quase morrer tantas
Deirdre ficou atordoada por um momento. Pelo tom utilizado pelo criado, ela supôs o que o ele queria dizer com ‘Brendan e Charlene estão sozinhos no quarto.’ Deirdre sentiu-se extraordinariamente enojada com a ideia de Brendan estuprá-la num dia e transar com Charlene no outro. Ela suprimiu o engulho em seu estômago, com grande esforço, e disse:― Quando Brendan vai sair do quarto? ― O criado sorriu e disse:― Não tenho muita certeza disso. Talvez o Senhor Brighthall desça em uma ou duas horas. ― Sawyer se sentiu um pouco desconfortável, porque o tom utilizado pelo criado foi muito estranho. Então, disse imediatamente:― Por favor, deixe a Senhora McQuenny e eu entrarmos na casa. A senhora pegou um resfriado ontem e seu corpo está fraco, então ela não pode esperar no vento frio. Vamos esperar na sala de estar. ―O olhar do criado mudou, por um momento, antes de forçar um sorriso:― Sinto muito, mas não tenho o direito de convidar um visitante para a sala sem a ordem da Senh
― Ela é sua esposa e não tem medo de ser prejudicada de forma alguma. Mas, comigo, você nunca quer nada. O que há de tão diferente entre ela e eu? Você nutre um sentimento especial por ela, só porque ela é sua primeira mulher? ― Brendan franziu ligeiramente as sobrancelhas, mas não conseguiu responder à pergunta. Ele sabia que tudo parecia muito natural quando estava com Deirdre, enquanto com Charlene havia algo de estranho, que sempre o fazia rejeitá-la. Talvez, fosse porque ele ainda não conseguia aceitar ter uma interação íntima com Charlene, sendo um homem casado. ― Não pense muito nesse assunto. ― No final, Brendan respondeu, enquanto tentava afastar a mão dela. Os olhos de Charlene estavam vermelhos de lágrimas e ela o abraçou para impedi-lo de se afastar:― Como você quer que eu não pense? Por que você não pode me aceitar, se pode aceitar Deirdre? Estamos juntos há tanto tempo, mas nunca transamos. Será que você espera que eu aguarde pacificamente, enquanto sei que voc
A julgar pela severidade de Brendan, era evidente que uma situação crítica ocorria no cassino. Então, Sawyer não teve coragem de procrastinar, perguntando apressadamente:― O que aconteceu, Senhor Brighthall? ― ― Alguém criou problemas e deixou várias pessoas feridas. Sam é uma das vítimas e sua condição é bastante crítica. ― Se Brendan descreveu a condição de Sam como bastante crítica e ele não era um homem dado a exageros, então, a situação devia ser realmente ruim, por isso, sem questionar mais nada, Sawyer abriu a porta do carro para Brendan. O homem estava prestes a entrar no carro quando Deirdre agarrou seu braço. ― Brendan, quem você disse que está ferido? Sam está ferido? Quão grave é a lesão dele? ― Não havia como dizer se seu rosto estava pálido de frio ou assustado por ter ouvido a conversa. Mas, o rosto de Brendan estava cheio de emoções malignas. Ele agarrou a mão da jovem e a afastou, com força:― Este não é um problema com o qual você deva se preocupar. A
Deirdre não podia ver Charlene, mas podia ouvir a arrogância e o orgulho no timbre de sua voz. ‘Parece que Charlene esperava por esse momento, há muito tempo.’ Deirdre respirou fundo. Seu amor-próprio recusou-se a deixar seu inimigo derrotá-la. No entanto, ao pensar em Sam ela sorriu em derrota. ‘Quem sou eu para merecer amor-próprio.’ ― Senhorita McKinney, estou aqui para pedir seu perdão. ― Deirdre levantou a cabeça, fixando na direção da impostora, seu olhar vazio. ― Uma pessoa de grande estatura moral não deveria se lembrar das ofensas cometidas por alguém de baixa estatura moral. Por favor, não se ofenda com uma pessoa tão baixa como eu. ― Charlene sorriu.― Você é muito cortês. Por que eu tornaria as coisas difíceis para você, quando nós duas somos mulheres, não é? É que ainda estou de mau humor por causa daquele incidente. ― Reprimindo o riso, Cherlene insinuou: ― Que tal isso. Você me ajuda com uma coisa e não vou mais importunar você, se ficar satisfeita com o
― Não precisa. Eu estou bem. ― Deirdre imediatamente rejeitou a oferta de Charlene. ― Você só precisa me dizer o que mais posso fazer para buscar seu perdão, Senhorita McKinney. ― Charlene olhou para o criado, que segurava uma tigela de ensopado misturado com raiz-forte, mostarda e pimenta e sorriu de satisfação. ― Você não precisa fazer mais nada. Eu te perdoo se você conseguir terminar a tigela de ensopado nas mãos de Greenlee. ― Um olhar de espanto passou pelos olhos de Deirdre:― Isso é tudo? ― ― Sim, isso é tudo. ― Deirdre podia sentir o cheiro pungente de raiz-forte à distância. No entanto, ela se animou ao pensar que tudo chegaria ao fim se pudesse terminar a tigela de ensopado.― Tudo bem, por favor, entregue-o para mim. ― Ela esticou os braços para receber a tigela, mas o criado desviou de suas mãos e colocou a tigela no chão. Charlene disse, com orgulho:― No entanto, não há assento extra e talheres para você na mesa. Você vai ter que se deitar no chã