Por que ele estava tão exasperado ao saber disso? Brendan não entendia o que aquilo tudo tinha a ver com ele, mas mesmo assim, viu tudo em vermelho, perdendo o controle e, no auge de sua raiva, sacudiu Deirdre e a soltou.Sem ver a expressão de ódio no rosto do monstro, a jovem chegou a ter um segundo de esperança, achando que poderia sair do escritório, mas um novo empurrão a lançou sobre a mesa do escritório. Em seguida, ela sentiu o corpo ser pressionando pelo peso de Brendan e então sentiu sua respiração ofegante. Um calafrio percorreu a espinha. A jovem sabia o que estava prestes a acontecer e, por isso, gritou, lutando:― Não, Brendan! Não! ― O monstro agiu como se não pudesse ouvi-la, agarrando os finos braços e os prendendo, com uma mão, sobre a cabeça dela, enquanto zombava:― Por quê? Não é este o objetivo da sua existência? Por que mais você acha que eu deixei você viver? Você ainda acha que vai morar com Sterling um dia? Que grande piada! ― Com a mão livre, o home
Deirdre se esforçava para sair da cama e o telefone da sala ainda berrava incessantemente. Era como se o aparelho pudesse representar seu próprio sofrimento sem fim. Por fim, ela saiu do quarto, com muita dificuldade, desceu as escadas e pegou o telefone. O rosnado irritado de Brendan a cumprimentou:― Achei que ia enrolar um pouco mais! ― Os dedos de Deirdre apertaram o fone. ‘Você fala como se não fosse responsável pelo meu estado.’ Fazia muito frio no escritório, na hora em que ele a despiu e a brutalizou e, além do desgaste físico, ela deveria ter contraído uma virose, pois sentiu calafrios e uma onda de calor depois disso e, sem surpresa, ficou com febre. Mesmo agora, ela estava abrindo caminho através de uma névoa cerebral. Não que ele se importasse, de qualquer maneira. Tudo o que importava era derramar sua semente e se sentir bem. Para ele, ela sempre foi uma subumana, na melhor das hipóteses. ― Estou com dor de cabeça. Acabei de acordar. ― Ela resmungou. Br
Deirdre estava muito incomodada. Cada parte daquela cordialidade soava fabricada e falsa e a jovem adoentada não estava com vontade de participar daquele teatro, então colocou a caixa em uma prateleira ao lado da porta e se virou para sair. ― Espere! ― Charlene a deteve e se levantou do assento, com um sorriso. ― Qual é a pressa? Você não quer dar uma volta? Você sabe, aproveitar a festa agora que você está aqui? ― ― Não estou interessada ― Deirdre rebateu, com indiferença. Ela nunca se interessava pelo que a classe alta considerava alta costura ou glamour. A única razão pela qual ela queria ser a esposa de Brendan era porque o amava. Mas, já havia algum tempo, que o amor tinha ido embora. ― Eu trouxe seu colar ― ela afirmou placidamente. ― Se não precisar de mais nada, com licença. ― ― Ah! Tem mais uma coisa... ― Charlene respondeu rapidamente. Seu sorriso se aprofundou. Então, ela pegou o telefone, com movimentos graciosos e exibiu um vídeo. Os gemidos e gritos de um cac
― Bren! ― Charlene tossiu e fugiu aterrorizada para os braços de Brendan. Ela olhou boquiaberta para Deirdre, o medo arregalando seus olhos enquanto ela gritava: ― Ela enlouqueceu, Bren! Ela perdeu o controle e está tentando me matar! ― Restos do estrangulamento de Deirdre ainda estavam gravados em seu pescoço, doloridos e rígidos. Um pouco mais à frente, Brendan podia ver lágrimas inundando o canto de seus olhos. A visão provocou algo feio dentro dele. Ele estava exasperado, pois havia deixado Charlene sozinha por tão pouco tempo... Mas, foi tempo suficiente para que isso acontecesse. Se ele tivesse estado lá um minuto depois... O monstro investiu e seus dedos cravaram nos ombros de Deirdre, como garras, com tamanha força que o som de estalos ecoou pelo salão.― Você nunca vai aprender, vai?! Mesmo depois de todo esse castigo, você ainda não consegue parar de machucar Lena! ― Lágrimas rolaram infinitamente pelos olhos opacos de Deirdre, molhando o chão. Seu peito doía ta
Sam se aproximou de Deirdre, cautelosamente:― Senhora... vamos. Devemos ir. Isso... Isso foi muito imprudente de sua parte. Você não deveria ter agido dessa forma durante um evento importante como este. As coisas poderiam ter ido muito mal e... você sabe que o Senhor Brighthall não vai te deixar escapar facilmente. ― Deirdre sabia que ele falava a verdade. Quando ela lançou os olhos para o chão, lágrimas choveram no chão frio e duro, antes de ela responder:― Você sabia? O sem-teto que assassinou Bliss... tinha recebido dinheiro de Charlene... Sam... Ela me falou... Ela me fez ouvir... ela me fez ouvir toda a tortura que fizeram ao Bliss... ― Sam estava confuso:― O quê?! ― Deirdre apertou a mão contra o peito, mas isso não foi o suficiente para aliviá-la de sua dor.― Ela me disse que Bliss ficou olhando na direção da mansão quando... quando estava prestes a morrer... ― Ela resmungou: ― Ele... estava esperando que eu o salvasse, Sam. E o que eu estava fazendo na hora? Eu..
Deirdre voltou para seu quarto na mansão e sentou-se na beira da cama em um transe dissociativo. A confissão de Charlene sobre seu papel na morte de Bliss tinha causado um ferimento profundo em sua alma. Minutos rastejaram, possivelmente horas. A jovem não tinha ideia de quanto tempo levou até que finalmente sentisse o sono a alcançando. Ela se deitou. Então, de repente, a porta se abriu com um chute e Brendan cambaleou como uma besta louca, prendendo os pulsos dela contra a cama. O ar esfriou, mas Deirdre quase podia sentir o gelo vindo dos olhos do homem examinando furiosamente seu rosto. ― Nem perde mais o sono por causa das merdas que faz, não é? ― Brendan berrou. O aperto nos punhos de Deirdre era tão forte que quase esmigalhava os ossos finos da jovem. ― Aquela porra de lesão no pescoço de Lena! Nada pôde fazer aquilo desaparecer, e todos viram! Eles falavam sobre isso pelas costas dela e entre si, durante toda a festa. Tudo por causa da merda estúpida que você fez! Ela
Sentindo a ferocidade do animal e realizando que sua vida estava em risco, a mente de Deirdre ficou em branco. Ela reflexivamente correu para um canto e se prendeu firmemente contra a parede. Então, ouviu o sorriso desdenhoso de Brendan:― Eu não sabia que você tinha medo da morte. Achei que você não tinha medo de nada e por isso ousou ferir Lena. ― O frio do armazém era muito mais quente do que o medo glacial no coração de Deirdre. Ela olhou para o nada com os olhos avermelhados e disse com uma voz trêmula:― Brendan, você se arrependeria se um dia percebesse que Charlene é o diabo por trás de tudo o que aconteceu? Que ela matou Bliss e organizou tudo isso? ― Brendan ficou subconscientemente assustado. ‘E se Lena realmente matou Bliss. E se ela for a culpada por tudo isso...’Por uma razão desconhecida, o homem sentiu um rápido momento de dor no coração, quando pensou na possibilidade. Mas, foi instantaneamente transformado em uma carranca detestável, e ele olhou para Deir
Deirdre McQuenny estava prestes a terminar sua vida miserável da maneira mais embaraçosa e ridícula possível. Sem conseguir aguentar o peso do corpo, tombou para frente ficando ao alcance do cão e, a última coisa que sentiu foi o bafo do animal em seu rosto, antes de desmaiar mais uma vez.Em sua febre, Deirdre parecia estar em um sonho. Ela sonhou com um cachorrinho abanando o rabo e aproximando-se ansiosamente dela. Deveria ser Bliss porque ficava lambendo seu rosto o tempo inteiro. Enquanto isso, sua temperatura corporal caiu. Finalmente, a chuva parou. Brendan estava parado na sacada. A fumaça de um cigarro recém apagado ainda se dissipava, demorando-se sobre ele. Erguendo a cabeça, ele olhou para o céu nebuloso. Faltava mais uma hora para o nascer do sol. Enquanto isso, no térreo, vestindo um casaco grosso, Sam cruzou a porta da frente e, enquanto afastava a água da chuva do tecido impermeável, viu seus colegas no sofá. Ele se assustou e ficou preocupado, enquanto pergun