Os olhos de Brendan se estreitaram e ele ficou com uma expressão muito perigosa no rosto. ‘Ela já está começando a guardar novos segredos, depois de ser deixada sozinha na mansão, por apenas alguns dias.’ ― Deirdre, vou contar até três. Não evoque minha raiva. ― Ela mordeu o lábio inferior, com força. ― Três... dois... ― ― É Bliss! ― ― Bliss!? ― Deirdre percebeu que havia gritado o nome do cachorrinho. Então, ela abriu a caixa, completamente apavorada, e revelou a cabecinha peluda e chorona do filhote. O cachorrinho se aproximou de Deirdre, para cheirá-la. ― É ele. ― Brendan recuou, enojado. Ele era alérgico a cães:― Por que você trouxe isso aqui? Livre-se disso, imediatamente. ― Deirdre mordeu o lábio inferior e não tentou refutar. Em vez disso, envolveu a caixa com os braços, para protegê-la. Brendan zombou:― O que você está fazendo, Deirdre? Você considera isso como sua casa? Você é apenas um cachorro para mim, mas ainda assim, está tentando manter
Brendan não tinha ideia do que tinha mudado no quintal da mansão, mas parecia que algo tinha sido arrancado de seu coração e, movido por um impulso que nem ele conhecia, apenas entrou no carro e foi embora, sem saber para onde e sem avisar o motorista. Quando chegou no prédio da empresa, o segurança perguntou, preocupado: ― Senhor Brighthall. Seu motorista estava lá para buscá-lo. O que aconteceu? ― ― Nada. ― Ele se virou e disse: ― Vamos para o hospital. ― Assim que acordou, Deirdre foi direto verificar a caixa. Bliss estava lá, mas ela não podia ver, então a única opção era tatear o filhote. O cachorro parecia estar dormindo e finalmente ela ouviu que ele roncava, ocasionalmente. O animalzinho foi acordado pela presença de Deirdre e lambeu seus dedos, enquanto latia duas vezes. Deirdre riu, porque o som era realmente adorável. ― Senhora Deirdre ― Sam começava o turno e se sentiu profundamente satisfeito ao encontrar Deirdre sorrindo para Bliss ― você tomou seu café da
― Tudo bem, querido. ― Charlene riu e complementou: ― No entanto, é possível que eu precise ficar na mansão por algum tempo, por causa da minha saúde. Lamento que você precise me aturar, Deirdre. ― A jovem zombou, silenciosamente. ‘Esta mulher é muito boa em ser hipócrita tanto nas palavras quanto no comportamento. Brendan simplesmente não consegue perceber isso.’ Apesar do pensamento sarcástico, Deirdre apenas assentiu. Ela realmente queria sair daquele lugar e subir as escadas, mas Charlene disse:― Vamos almoçar os três juntos, o que acham? Eu sou muito boa em cozinhar. ― A jovem abriu a boca, desejando recusar prontamente, mas sentiu um calor familiar na lateral do rosto e soube que Brendan a estava encarando, com um alerta. Por isso, respondeu:― Boa ideia. ― E depois de um suspiro, assim que terminou de engolir seu desgosto, reforçou: ― Claro. ― Então, Charlene foi para a cozinha e algum tempo depois, o trio se reuniu em volta da mesa de jantar. Charlene preparou um p
Deirdre não percebeu quando Bliss saiu da caixa e se aproximou dela, ganindo para lamber seus dedos. A jovem sorriu e quis dizer algo, mas sua garganta doía tanto que ela não conseguia falar, então ela só podia segurar Bliss em seus braços e morder o lábio inferior com força, para impedir que seu corpo tremesse. ‘Isso é pura tortura. Quando dias como este vão acabar?' De repente, ela invejou Bliss. Ela invejava o cachorro porque alguém o segurava e dava calor quando ele choramingava, mas ela não tinha nada. A jovem saiu do banheiro, depois de se limpar, mas a porta do quarto estava aberta. Antes que Deirdre pudesse responder à situação, foi presa contra a parede. Por mais que tentasse se controlar, ela não podia deixar de tremer com o frio que irradiava da parede. ― Eu já tive o suficiente de seu ato! ― O rosto de Brendan estava gelado e ele estava extremamente furioso. ― O que diabos há de errado com você hoje? Você não levou meu aviso a sério? Quem você estava tentando co
Ela tinha tomado dois goles de água quando ouviu o som de passos vagarosos atrás dela. Charlene disse com preocupação fingida e um sorriso:― Você está bem? ― Deirdre a ignorou e, quando terminou de beber, seguiu a parede e saiu da cozinha. Charlene levantou a voz atrás de Deirdre, dizendo:― Você vai ter que falar comigo, Deirdre. Acha que pode simplesmente me ignorar quando Brendan não está por perto? Se me ofender, vou expor minha queixa a Brendan. ― Deirdre cerrou os punhos, quando ouviu o comentário ameaçador. No entanto, não havia nada que ela pudesse fazer porque, seria a culpada, sem qualquer hesitação, se Charlene desabafasse com ele. Então, a jovem respirou fundo e parou, no primeiro degrau da escada. Então, se virou e perguntou:― O que você quer, Charlene? ― ― Nada demais... ― Disse Charlene, vagarosamente. ― Gostaria de perguntar sobre a refeição de ontem. Você gostou? ― Deirdre sentiu seu estômago embrulhar, ao pensar na refeição nauseante que tinha comid
― Claro. ― Deirdre respirou fundo, pousou os talheres e complementou: ― Não se preocupe. Eu vou ficar em casa. Não vou a lugar nenhum. ― ― Hum. ― O homem comentou. Deirdre assumiu que aquilo era tudo e estava se preparando para se levantar e sair, quando Charlene falou, de repente: ― Brendan, seria muito chato para Deirdre ficar em casa sozinha. Por que Sam não a leva para comprar roupas mais quentes, enquanto estamos no musical? O inverno está chegando ela pode adoecer se não tiver roupas adequadas para vestir. ― Deirdre levantou a cabeça e se perguntou que tipo de truque Charlene tinha na manga. Brendan olhou para Deirdre com desgosto:― Você ouviu isso? Charlene ainda se preocupa com você e teme que fique doente, mesmo que suas más ações a tenham colocado em perigo, em várias ocasiões. ― Deirdre queria rir. ‘Qualquer um é capaz de fingir. Brendan não faz ideia de que tipo de pessoa Charlene é, quando não está perto dele.’ ― Ah, somos mulheres... ― Charlene sorriu a
― Vamos voltar. ― Deirdre começava a sentir falta do cachorrinho. ― Bliss está em casa sozinho. Ele vai ficar ansioso se eu não estiver por perto. ― Sam comprou comida de cachorro em um pet shop, próximo da mansão e, depois que o segurança comentou, Deirdre apalpou uma roupinha de cachorro e se apaixonou, decidindo comprar também. Assim que os dois chegaram à mansão, Deirdre se dirigiu ansiosamente para o quarto no primeiro andar. ― Bliss, estamos de volta! ― Ela sorriu largamente, esperando que o cachorrinho viesse até ela, assim que ela abrisse a porta, como costumava fazer. No entanto, não ouviu nenhum som vindo do interior do quarto. O sorriso de Deirdre desapareceu lentamente. Ela entrou no cômodo e procurou até mesmo no banheiro, chamando:― Bliss? Cadê você? ― Ao ouvir a comoção, Sam subiu as escadas, perguntanto:― O que está acontecendo? Está tudo bem? ― O rosto de Deirdre ficou terrivelmente pálido, mas ela se forçou a se acalmar:― Bliss não está responde
― Por que eu saí? Por que eu deixei Bliss sozinho? Se eu tivesse ficado na mansão, isso não teria... não teria... eu mereço morrer! ― Enquanto ela murmurava para si mesma, Sam se sentia triste por ela. Tinha sido ele quem tinha colocado Bliss em sua vida, mas isso ainda resultou em um colapso emocional de Deirdre. ― Não diga isso. Não é culpa sua! ― Deirdre estava chorando, então foi incapaz de ouvir o comentário de Sam. Ainda trêmula, a jovem se levantou, firmou as pernas e caminhou, passo a passo, na direção do cheiro de sangue. O segurança tentou impedi-la de se aproximar porque era uma cena verdadeiramente horrível:― Não venha. Você vai se sujar. ― ‘Sujar? Eu sou a suja! Se outra pessoa tivesse cuidado de Bliss, talvez ela ainda estivesse mastigando um brinquedo agora. Fui eu quem causei sua morte.’ ― Não está sujo... Bliss não está nem um pouco sujo. Por que estaria? ― Deirdre estendeu os braços para sentir o chão até que finalmente tocou o cachorro mutilado. El