Brendan rangeu os dentes. ‘Para ela não importa mais nada do mundo. O bem estar de Sterling é tudo com o que ela se preocupa.’ ― Agora você se arrepende e acha que pode me pedir o que quer que seja? Você deveria ter agido de forma diferente e nada disso teria acontecido. ― Deirdre riu e sentiu a cabeça girar. ‘Você tem razão. Eu deveria ter agido de forma diferente se soubesse que chegaria a isso...’ A noite terminou com a dupla voltando para a mansão de Brendan, onde Deirdre foi deixada, com Brendan dizendo:― Charlene ainda está no hospital. Mas, vou trazê-la para a mansão assim que ela se recuperar. Lembre-se de falar e não finja que ficou muda, quando a hora chegar! ― Brendan foi embora, antes que Deirdre pudesse responder. Quando chegou no hospital, ao abrir a porta, encontrou sua mãe, sentada no sofá do quarto. Sua expressão, quando viu Brendan, foi de desagrado. ― Você chegou na hora certa, Brendan. Acompanhe-me lá fora. Tenho algo para falar com você. ― Madame
‘Deirdre não será capaz de me ofuscar quando eu me mudar para a mansão.’ Um toque de crueldade passou por seus belos olhos e, logo depois, Charlene assentiu, com uma expressão gentil:― Eu não tenho nenhum pedido, exceto que Deirdre não me machuque mais. ― Três dias se passaram sem que Brendan visitasse a mansão. Nesse tempo, a jovem aproveitou para desfrutar de um pouco de paz. Naquele momento, ela se sentava sozinha na espaçosa sala de estar, exatamente como fazia dois anos atrás e a única mudança tinha sido seu estado de espírito. Ela tinha deixado de ser um jasmim branco, esperando o sol nascente, para se tornar uma rosa murcha exalando podridão e fedor. ― Senhora Deirdre ― Sam estivera guardando a porta, todo esse tempo, e observara Deirdre sentada no sofá, atordoada, do nascer ao pôr do sol. Ele sentia muita pena dela e não pôde deixar de puxar conversa com ela ― as flores no quintal floresceram e cheiram muito bem. Gostaria de sair para dar um passeio? Talvez a senhora po
Sam ficou desapontado, quando perguntou:― A senhora não gostou? ― ― Não é isso... ― Deirdre esfregou a cabeça do cachorrinho, que se aproximou dela afetuosamente, para lamber seus dedos ― É que eu não posso ver, então será muito difícil cuidar dele. Além disso, moro na casa de outra pessoa. Como posso manter um animal de estimação, sem a permissão de Brendan? ― ― Então, é com isso que a senhora está preocupada? ― Sam não pôde deixar de rir. ― Não se preocupe. Eu cuidarei das necessidades diárias do filhote. Quanto ao Senhor Brighthall, vou informá-lo, assim que ele se acalmar. É apenas um animal de estimação. Ele não vai se importar. ― ― Por favor, Sam... Não... ― ― Não recuse mais. Na verdade, não posso mais devolver o cachorrinho porque a cachorra da vizinha morreu depois de dar à luz. O vizinho se afastou do cachorrinho com receio de sentir falta da cachorra velha. No entanto, não estou em casa a maior parte do tempo. Se você não quiser, realmente não sei mais o que faze
Os olhos de Brendan se estreitaram e ele ficou com uma expressão muito perigosa no rosto. ‘Ela já está começando a guardar novos segredos, depois de ser deixada sozinha na mansão, por apenas alguns dias.’ ― Deirdre, vou contar até três. Não evoque minha raiva. ― Ela mordeu o lábio inferior, com força. ― Três... dois... ― ― É Bliss! ― ― Bliss!? ― Deirdre percebeu que havia gritado o nome do cachorrinho. Então, ela abriu a caixa, completamente apavorada, e revelou a cabecinha peluda e chorona do filhote. O cachorrinho se aproximou de Deirdre, para cheirá-la. ― É ele. ― Brendan recuou, enojado. Ele era alérgico a cães:― Por que você trouxe isso aqui? Livre-se disso, imediatamente. ― Deirdre mordeu o lábio inferior e não tentou refutar. Em vez disso, envolveu a caixa com os braços, para protegê-la. Brendan zombou:― O que você está fazendo, Deirdre? Você considera isso como sua casa? Você é apenas um cachorro para mim, mas ainda assim, está tentando manter
Brendan não tinha ideia do que tinha mudado no quintal da mansão, mas parecia que algo tinha sido arrancado de seu coração e, movido por um impulso que nem ele conhecia, apenas entrou no carro e foi embora, sem saber para onde e sem avisar o motorista. Quando chegou no prédio da empresa, o segurança perguntou, preocupado: ― Senhor Brighthall. Seu motorista estava lá para buscá-lo. O que aconteceu? ― ― Nada. ― Ele se virou e disse: ― Vamos para o hospital. ― Assim que acordou, Deirdre foi direto verificar a caixa. Bliss estava lá, mas ela não podia ver, então a única opção era tatear o filhote. O cachorro parecia estar dormindo e finalmente ela ouviu que ele roncava, ocasionalmente. O animalzinho foi acordado pela presença de Deirdre e lambeu seus dedos, enquanto latia duas vezes. Deirdre riu, porque o som era realmente adorável. ― Senhora Deirdre ― Sam começava o turno e se sentiu profundamente satisfeito ao encontrar Deirdre sorrindo para Bliss ― você tomou seu café da
― Tudo bem, querido. ― Charlene riu e complementou: ― No entanto, é possível que eu precise ficar na mansão por algum tempo, por causa da minha saúde. Lamento que você precise me aturar, Deirdre. ― A jovem zombou, silenciosamente. ‘Esta mulher é muito boa em ser hipócrita tanto nas palavras quanto no comportamento. Brendan simplesmente não consegue perceber isso.’ Apesar do pensamento sarcástico, Deirdre apenas assentiu. Ela realmente queria sair daquele lugar e subir as escadas, mas Charlene disse:― Vamos almoçar os três juntos, o que acham? Eu sou muito boa em cozinhar. ― A jovem abriu a boca, desejando recusar prontamente, mas sentiu um calor familiar na lateral do rosto e soube que Brendan a estava encarando, com um alerta. Por isso, respondeu:― Boa ideia. ― E depois de um suspiro, assim que terminou de engolir seu desgosto, reforçou: ― Claro. ― Então, Charlene foi para a cozinha e algum tempo depois, o trio se reuniu em volta da mesa de jantar. Charlene preparou um p
Deirdre não percebeu quando Bliss saiu da caixa e se aproximou dela, ganindo para lamber seus dedos. A jovem sorriu e quis dizer algo, mas sua garganta doía tanto que ela não conseguia falar, então ela só podia segurar Bliss em seus braços e morder o lábio inferior com força, para impedir que seu corpo tremesse. ‘Isso é pura tortura. Quando dias como este vão acabar?' De repente, ela invejou Bliss. Ela invejava o cachorro porque alguém o segurava e dava calor quando ele choramingava, mas ela não tinha nada. A jovem saiu do banheiro, depois de se limpar, mas a porta do quarto estava aberta. Antes que Deirdre pudesse responder à situação, foi presa contra a parede. Por mais que tentasse se controlar, ela não podia deixar de tremer com o frio que irradiava da parede. ― Eu já tive o suficiente de seu ato! ― O rosto de Brendan estava gelado e ele estava extremamente furioso. ― O que diabos há de errado com você hoje? Você não levou meu aviso a sério? Quem você estava tentando co
Ela tinha tomado dois goles de água quando ouviu o som de passos vagarosos atrás dela. Charlene disse com preocupação fingida e um sorriso:― Você está bem? ― Deirdre a ignorou e, quando terminou de beber, seguiu a parede e saiu da cozinha. Charlene levantou a voz atrás de Deirdre, dizendo:― Você vai ter que falar comigo, Deirdre. Acha que pode simplesmente me ignorar quando Brendan não está por perto? Se me ofender, vou expor minha queixa a Brendan. ― Deirdre cerrou os punhos, quando ouviu o comentário ameaçador. No entanto, não havia nada que ela pudesse fazer porque, seria a culpada, sem qualquer hesitação, se Charlene desabafasse com ele. Então, a jovem respirou fundo e parou, no primeiro degrau da escada. Então, se virou e perguntou:― O que você quer, Charlene? ― ― Nada demais... ― Disse Charlene, vagarosamente. ― Gostaria de perguntar sobre a refeição de ontem. Você gostou? ― Deirdre sentiu seu estômago embrulhar, ao pensar na refeição nauseante que tinha comid