Os convidados começaram a ir embora. Intimamente dava graças a Deus por esta noite ter terminado. Não tenho a menor ideia de como ainda estou resistindo a tudo. Estampei um sorriso no rosto e segui em frente durante a festa inteira. Acho que meu rosto atrofiou de tanto que eu forcei o sorriso. Eu queria morrer! Nada daquilo fazia o menor sentido. Eu não quero e nunca quis me casar, não assim sem saber o que realmente sinto em relação a nós. Eu já estava tão acostumada a estarmos juntos que não fazia diferença se eu o amava como homem ou como um amigo. Eu nem sei se há diferença de sentimentos entre nós nesse sentido. Estávamos juntos desde sempre e pronto! Nunca havia parado para pensar em casamento, talvez porque, não houvesse sentimento forte o suficiente para isso. O que eu faço agora?
Minha cabeça estava estourando, preciso descansar e dormir anos a fio até que eu consiga me recuperar disto. E como se o Tiago tivesse lido meus pensamentos.
– Querida! Ele me chama.
- Sei que está muito cansada, vejo que esta exausta! Pobrezinha, foi uma noite de grandes emoções, não é?
Olho para ele sem ao menos conseguir esboçar qualquer reação.
- Vou para casa com meus pais. Pretendem ficar aqui este fim de semana. Amanhã nos falamos está bem? Descanse, meu amor!
Dizendo isso, me dá um beijo de boa noite e entrou no carro. Eu suspiro aliviada. Vejo os carros saindo pela rua em direção á avenida principal. Passo a mão pelo cabelo, pelo pescoço e tento finalmente relaxar. Olho para o céu que está tão lindo, a noite esta quente e convidativa. A sensação que tenho é que se passaram anos durante aquela festa e que nada mais seria como antes. Olho ao redor e me sinto cansada e exausta, o Tiago tinha razão pelo menos nisso, mas não pelas verdadeiras razões de estar me sentindo assim. Enquanto que para ele eu estava cansada pelas emoções da noite e achar que eu estava feliz com aquilo, na verdade eu estava exausta pelas emoções desencontradas e frustração. Menti deliberadamente o tempo todo, fingindo uma emoção que não sentia, alegria que não sentia, mas como eu poderia fazer diferente? Eu não tinha o direito de envergonhar os meus pais. Isso nunca! Todos pareciam tão felizes com os acontecimentos com a idéia do casamento. Mas porque eu não me sinto assim? É melhor eu entrar e me deitar, afinal, como diz o ditado: “Lugar de chorar é na cama quente”. Mas eu não queria chorar, precisava apenas pensar melhor em tudo o que aconteceu hoje e quem sabe, encontrar uma saída para tudo isso. Entro e subo direto para o meu quarto. Ao entrar, como um dejavu, me deparo com a lembrança de horas atrás quando estava nos braços do Tiago. Tento entender o que foi aquilo, repasso cada segundo de tudo o que aconteceu, cada movimento dele, cada gesto e palavras ditas. Tento juntar as peças e concluo que, fazia sentido para o que ele tinha em mente. Questionar-me o tempo que estávamos juntos, só queria dizer que tinha chegado a hora de levarmos o nosso relacionamento a outro nível. Seu jeito nervoso e estressado, fazia muito sentido para mim agora depois de tudo. Só não entendo porque não compartilhou comigo esta decisão. Pensando bem, acho que sei. Eu teria protelado e rejeitado qualquer menção ao casamento e certamente ele tinha noção disso. Ter sido pega de surpresa facilitou as coisas para ele, me conhecendo bem, ele sabia que eu não teria coragem de recusar seu pedido diante de meus pais e dos pais dele e diante de toda aquela encenação. Jogou bem, meu caro! Não o culpo por agir assim, mas, o jogo ainda não acabou! Apago a luz do abajur, como se estivesse encerrando um capítulo da minha vida. Como se estivesse baixando as cortinas do primeiro ato e caindo na imensidão do sono profundo.
Os raios de sol entram pela janela e batem direto em meu rosto. Acordo atordoada tentando lembrar onde estou. Olho ao redor e me lembro que estou no quarto de hóspedes na casa dos pais do Tiago. Sento-me na cama e tento por os pensamentos em ordem. Finalmente chegamos ao grande dia. Hoje é o dia do meu casamento. Nem acredito que oito meses se passaram desde aquele fatídico pedido de casamento na festa de aniversário de minha mãe. Nunca me senti tão manipulada em toda a minha vida. Primeiro tendo que aceitar o pedido para que meus pais não se sintam envergonhados e decepcionados comigo, depois encarar todos os preparativos para o casamento. As pessoas acabam fazendo tudo por você. Você só tem apenas que dizer sim ou não para as coisas que lhe colocam á frente, porque na verdade tudo já esta decidido desde a cor dos arranjos até a cor da sua lingerie de núpcias. Tudo um grande circo!
Não foi nada fácil ter que coordenar meu trabalho com os preparativos. Pelo menos os meus chefes entenderam que eu deveria tirar férias para facilitar a minha vida e nos deram como presente de casamento uma viagem a Paris. Segundo eles, todo recém-casado deve ir á Paris.
Sai da cama e abro a janela de portas duplas. A vista é linda do terraço. Dá para ver uma colina ao longe e todo o jardim da casa. Logo mais abaixo, esta a piscina local da pista de dança e recepção da festa. Ficou decidido que nos casaríamos aqui na casa dos pais do Tiago, havia muito espaço e a casa era linda. Um belo senário para casamentos. Já estavam montando o altar com rosas brancas e muitas cadeiras. Ao todo foram convidados cento e cinquenta pessoas, entre familiares e amigos. Todos reunidos para o grande dia!
Na parte da piscina a movimentação era imensa, ajudantes e coisas chegando e sendo montadas. Tinhamos um cerimonialista contratado pela minha sogra. Eu achei fantástico pois assim me poupou muito trabalho em coisas que eu não estava disposta a pensar. E lá estava ele comandando tudo em meio a toda aquela confusão de gente, mesas, cadeiras e arranjos.
Assim que me viu no terraço, acenou e fez um sinal de positivo, indicando que tudo ia bem. Tudo de muito bom gosto, não posso negar. Mas eu ficaria muito mais feliz se nada disso fosse necessário. Olhei para o horizonte e tento me acalmar, não deixar a tristeza me dominar novamente. Foram dias muito difíceis até aqui, achei que teria um colapso nervoso a qualquer momento. Não é fácil fingir que se importa quando você não dá a mínima para nada daquilo, não é fácil esconder seus sentimentos em relação a tudo aquilo, quando que na verdade você está prestes a comprar uma passagem para o fim do mundo esperando que a qualquer momento tudo aquilo suma como em um terrível pesadelo. Mas, eu precisava superar tudo isso pelas pessoas que amo. Minha mãe estava radiante com os preparativos e tudo o mais. Meu pai nos deu um imóvel como presente de casamento, na verdade um apartamento. Um presente que eu não esperava, pois sei o quanto ele me ama imensamente e faria qualquer coisa por mim, mas isso tornou as coisas bem mais difíceis. Como eu poderia decepcioná-los colocando um fim a tudo isso. Se para vê-los felizes isso custasse a minha felicidade, era um preço que eu estava disposta a pagar. E além do mais, o Tiago meu futuro esposo, não era tão ruim assim. Ele me amava e deixou isso muito claro nos últimos meses. Percebi que esse passo dado era importante para ele também. Sendo assim, o jeito era entrar no clima e deixar as coisas seguirem seu curso. Alguém bateu á porta. Volto para dentro do quarto e me dirijo á porta para abri-la. Atrás de uma enorme cesta de café da manhã esta a Claudinha com um belo sorriso. Ela topou ser a minha madrinha de casamento, claro! Não poderia ser outra pessoa.
Ela entra em meu quarto eufórica e vai relatando os acontecimentos lá de baixo em relação aos preparativos e últimos arranjos sem parar. Não podia ser diferente quando ela fica eufórica com alguma coisa, começa a falar e não para mais. Eu a ouço no inicio, mas começo a me dispersar em meus próprios pensamentos. Pego da mão dela a cesta e coloco em cima da mesinha no terraço, peguei uma bolacha e um suco de manga. Não estou com fome mas, serviria para distrair e justificar o fato de estar com a boca cheia e não precisar falar. Ela continuou em seu monólogo. Agora ela falava da dificuldade da disposição das mesas por causa da piscina, o terreno ali é um pouco inclinado e isso estava dificultando um pouco o trabalho dos organizadores. Olhei para ela e pensei que eu não estava preocupada com a disposição dos lugares, que para mim poderia colocar as mesas onde bem entendessem, desde que tudo acabasse logo... ela passou a falar do maquiador e cabeleireiro que já estavam para chegar e que na verdade estavam atrasados. Peguei uma fatia de mamão e me concentrei em comê-lo e continuei pensando em quanto ainda falta para tudo aquilo acabar.
De repente ela se lembra de algo e saiu correndo porta afora me dando um beijo e um até logo, me deixando ali com os meus pensamentos que na verdade, se ela soubesse da metade do que estou sentindo, ela estaria nesse exato momento, correndo para arranjar uma forma de me tirar dali. Eu amo minha amiga, mas infelizmente desta vez ela não saberia o que se passava comigo. Nem ela e nem ninguém. Eu decidi que deixaria a vida seguir seu curso e que o que tiver de ser será, eu querendo ou não. Sentada ainda na mesa de café da manhã no terraço, olhando a paisagem e perdida em meus pensamentos, ouvi outra batida na porta, mas não precisei me levantar, a Claudinha havia deixado a porta aberta.
- Bom dia minha menina! era meu pai. - Esta animada para o grande dia?
Sai do terraço correndo e me joguei nos braços dele. Eu estava precisando muito daquele abraço. Um abraço onde eu me sentiria aconchegada, querida e protegida. Um lugar onde eu sabia que tudo ia ficar bem.
– Eu também quero um abraço desse! - Era minha mãe que havia se juntado a nós em um grande abraço de família.
Nada mais importava naquele momento. Eu os amava demais e faria tudo de novo se fosse preciso. Não importava a dor que eu estava sentindo, a tristeza que estava em meu coração por me casar com alguém que não era meu príncipe encantado...mas, era alguém que me amava. Ver os dois ali juntos em um grande abraço, com tanta emoção, amor e carinho, tive certeza que fiz a coisa certa. E quem sabe com o tempo eu ame o meu marido da mesma forma que sou amada por ele e tenha uma vida feliz assim como meus pais.
Mais alguém bateu á porta e interrompeu aquele momento em família. Era o cerimonialista e sua comitiva dizendo que agora eu precisava me preparar. Estava chegando a hora do grande momento. Meus pais, me deram um outro abraço e me beijaram e saíram do quarto me deixando sozinha com o cabeleireiro, maquiador e um... massagista?! O.k.! Acho que estou precisando mesmo disso. Uma massagem será muito providencial para aguentar todo esse circo! Pensei.
Fui ao banheiro para um banho preparado na banheira com velas e óleos de relaxamento e sais de banho. Olhando para tudo aquilo, todos aqueles preparativos e cuidados comigo decidi relaxar e aproveitar o momento. Eu não tinha mais para onde ir mesmo!
Eu estava a poucos instantes de entrar na passarela montada até o altar, minhas mãos estavam geladas, minhas pernas trêmulas. Sim, eu estava muito nervosa, mas, louca para que tudo aquilo acabasse logo.Os primeiros acordes começaram a tocar. O cerimonialista faz sinal para que eu aguarde o momento certo. Respiro fundo e fecho os olhos por alguns instantes, tentando me manter o mais calma possível e concentrada. - Vamos lá Raphaella! Você consegue! Disse a mim mesma. Agora faltava pouco. Só precisava me concentrar em fazer a coisa certa e tudo acabaria bem.O cerimonialista olha para mim e faz sinal para que eu comece a caminhar até o altar. Dar os primeiros passos foram os mais difíceis de minha vida e a coisa mais difícil de fazer até aqui. Minha vontade era de dar meia volta e sair correndo. Concentre-se Raphaella! Você consegue! Mais uma vez repeti meu mantra. Com passos meio insertos segui pela passarela feita de pétalas de rosas brancas. Em certa altura
o apartamento, eu achei que ao sair dali você viria correndo para que parássemos com tudo, que tínhamos ido longe demais! E você não veio.- Pai, porque só agora está me contando isso? - começo a chorar.- Porque só agora, depois de tudo ter sido consumado, o sr. vem me dizer estas coisas? Se o sr. viu toda a minha dor, minha tristeza, por que não falou comigo? Porque não me impediu de cometer este erro!?- Agora já não estava mais chorando, eu estava possessa de raiva e ódio.- O sr. disse que me observou esse tempo todo e mesmo assim, me deixou continuar! Que droga de amor é esse! Gritei.Eu queria gritar! Eu queria matar alguém naquele exato momento! Eu queria sangue! A raiva e o ódio me consumia de tal maneira que eu não estava enxergando mais nada. Eu queria gritar, eu queria bater, correr dali e ir o mais longe possível.- Filha, acalme-se! As pessoas estão começando a olhar para cá! Se não quer um escândalo e acabar com tudo ago
As manhãs primaveris em Paris são de perder o fôlego. Decidi tomar o café da manhã na sacada do hotel, que dava vista para Champs Elysées. Nossa estadia em Paris estava magnífica. Tudo aqui é lindo, festivo e muito romântico. Adorei passar os dias conhecendo os pontos turísticos e históricos. Tudo aqui cheira a história! As pedras das ruas, as calçadas, a arquitetura, tudo contam uma história. Muita cultura e beleza. As pessoas aqui parecem que estão sempre indo á uma festa, seus semblantes são leves, não parecem viver de mau humor e correndo sem tempo para nada, diferente das grandes cidades. Paris é mesmo uma festa!Fico contemplando a linda vista e pensando como seria se a Claudinha estivesse aqui. Certamente o quarto estaria cheio de sacolas de roupas de grife e estaríamos dormindo sem hora para acordar, porque, certamente teríamos ficado em alguma balada até altas horas, ou, teríamos ido dormir com algum parisiense gostosão. E Pensando nisso, não posso negar q
Qual o propósito?O garoto chega até nós e segura no braço da senhora, que o olha e parece reconhecê-lo, mas não tira suas mãos das minhas.- Vovó, a senhora não pode sair assim. Ficamos todos preocupados. Está todo mundo procurando a senhora!O rapaz parecia bastante aflito. Tiago tenta acalmá-lo e conta o que aconteceu. Ela olha novamente para mim e diz mais alguma coisa que consigo entender “ange” anjo. A senhorinha era muito doce me chamando de anjo. Sorri para ela e beijei sua mão que ainda repousava na minha.- Vovó, precisamos ir. A senhora já incomodou bastante o casal. E o rapazinho a pegou pelo braço com toda delicadeza de um neto amoroso.Ela repete para ele o que me disse.- Tudo bem vovó, ela é uma moça muito bonita sim, mas não é um anjo. Não um anjo de verdade. Vem precisamos ir.E o rapaz se vira para nós e se desculpa mais uma vez. A senhora se volta mais uma vez e me olha. E fala em bom português–“E
Sentada na primeira classe do Air France Brasil, coloco os fones de ouvido para relaxar enquanto estamos há milhas de pés a caminho de casa. Ao meu lado, vejo meu marido bebendo um whisky e se distraindo com a revista Times. Fecho os olhos e repasso todos os acontecimentos vividos nestes vinte dias. Todos os nossos passeios, as paisagens e os lugares históricos. Tudo foi maravilhoso, creio que aprendi a ver as coisas de uma forma mais positiva. Não foi tão ruim quanto eu imaginava que seria. Em minha cabeça, tudo seria uma catástrofe. Imaginei esta viajem um passaporte para nosso divórcio. E felizmente ou não, foi bem positivo. O que me fez lembrar as palavras daquela senhorinha na ponte dos casais. Por mais que eu tentasse me dizer que tudo não passava de um devaneio daquela senhora devido aos anos vividos, alguma coisa me incomodava, mas não sei dizer o que é. Era óbvio que nada fazia sentido naquilo, mas algo me dizia lá no fundo que talvez na mais remota possibilidade ela
Enquanto eu estava em meus pensamentos, Tiago me puxa de encontro ao seu corpo e me beija intensamente. Seu desejo já estava bem á mostra junto com suas intenções. Estava claro que ele queria sexo ali e agora. Eu estava ainda envolta em meus pensamentos e em minhas questões. Mas assim que senti suas mãos em meu corpo tudo se foi. Nenhum pensamento a respeito do nosso futuro veio á minha mente. Eu só precisava intensamente do seu corpo tomando o meu com urgência.Acordo e olho para o relógio da cabeceira e vejo que são ainda 2hs da manhã. Minha nossa! Droga de fuso horário! Estou sem sono. Decido ir até a geladeira e ver se tem algo para comer ou beber. Levanto e sigo até a cozinha em meio a escuridão. Não querendo acordar o Tiago que parece não sentir diferença nenhuma no horário. Está dormindo feito um bebê.
Entramos no elevador que nos levaria para o estacionamento. Ficamos em silêncio e aproveitei para por meus pensamentos em ordem. Meus pais certamente estariam lá, o que eu direi a eles? Devo pedir desculpas ao meu pai pelas coisas que disse naquela noite? Devo contar a eles meus planos para este casamento? Respiro fundo ao pensar nisso. Será que realmente quero por um fim a este casamento? Olho para meu marido que esta completamente inocente de tudo o que está se passando e isso me deixa ainda mais nervosa. Tiago percebe minha inquietação e pega na minha mão como se tentasse me passar confiança e me dissesse que ficaria tudo bem.Saímos do elevador em direção ao carro do Tiago. Agora cairíamos na estrada em direção ao que nos espera alguns quilômetros daqui. Tento não pensar mais nisso e aproveitar a viajem. Afinal, eram meus pais e eu os amava acima de tudo. Não importava o rumo de tudo isso, o importante era que eu sempre os teria a meu lado. Ba
Voltando para casa, coloquei meus pensamentos em ordem e avaliei melhor os acontecimentos. O encontro com os meus pais não foi como imaginei. Achava que pudessem estarem tristes comigo, pelo fato das coisas que eu falei e a forma como tudo aconteceu. Minha mãe parecia feliz de verdade ao me ver. Meu pai, exitou um pouco ao me cumprimentar, não sabia se me abraçava ,ou, se me dava a mão. Só depois de conversarmos a sós é que tudo ficou mais claro e pude perceber que falhamos um com o outro. Eu, por não ter confiado a eles os meus sentimentos em relação ao casamento e eles por não terem tido a coragem de me perguntar e de se posicionarem como pais zelosos que sempre foram. Decidimos colocar tudo isso no esquecimento, uma vez que eu os tranquilizei com o fato de estar bem e feliz com o casamento. Que nada estava sendo como eu imaginava e que eu estava errada em relação aos meus sentimentos. Que eu só tinha feito um bicho de sete cabeças por não ter levado em con