Voltando para casa, coloquei meus pensamentos em ordem e avaliei melhor os acontecimentos. O encontro com os meus pais não foi como imaginei. Achava que pudessem estarem tristes comigo, pelo fato das coisas que eu falei e a forma como tudo aconteceu. Minha mãe parecia feliz de verdade ao me ver. Meu pai, exitou um pouco ao me cumprimentar, não sabia se me abraçava ,ou, se me dava a mão. Só depois de conversarmos a sós é que tudo ficou mais claro e pude perceber que falhamos um com o outro. Eu, por não ter confiado a eles os meus sentimentos em relação ao casamento e eles por não terem tido a coragem de me perguntar e de se posicionarem como pais zelosos que sempre foram. Decidimos colocar tudo isso no esquecimento, uma vez que eu os tranquilizei com o fato de estar bem e feliz com o casamento. Que nada estava sendo como eu imaginava e que eu estava errada em relação aos meus sentimentos. Que eu só tinha feito um bicho de sete cabeças por não ter levado em con
quando isso aconteceu. Se bem que me incomodou um pouco no início mas depois que começamos a trabalhar em departamentos diferentes me senti melhor. Eu ficava no 18º andar com o pessoal do jurídico civil e ele no 14º andar com o jurídico-penal. Às vezes eu tinha a sensação de que ele estava lá só para me vigiar. Lembro que quando eu disse que havia conseguido a vaga na A&C, ele fez cara de que não tinha gostado e quando eu perguntei ele alegou que haveria muita gente e isso incluía muitos homens. Achei isso fofo, vê-lo com ciúmes a aquela altura do nosso relacionamento. Mas não liguei.Pensando nesse dia, fui tomar um banho. Precisava estar pronta quando a empregada chegasse. Ouvi o toque da campainha assim que terminei de me vestir. Era a Dolores. Lembrei que eu precisava dar uma chave a ela a qual já tinha providenciado e a tinha deixado em cima do bal&
Se eu estava feliz? Minha nossa! Era mais do que eu podia imaginar. Chegar de férias e de lua de mel e receber uma notícia dessas! Lágrimas começaram a correr pelo meu rosto e eu não sabia se chorava ou se ria ou se pulava de alegria.Me joguei nos braços do Marcos que me abraçou sorrindo e agradeci imensamente aquela oportunidade. Ele se afastou um pouco e ainda me segurando pelos ombros, disse que eu merecia aquele lugar. Que era claro que ainda haveriam algumas burocracias e providencias a serem tomadas, mas que eu estava recebendo por mérito e por direito. Meu pai havia passado para o meu nome todas as suas ações e que isso fazia de mim por direito uma sócia e diretora. Minha nossa! Era informação demais para uma manhã de segunda feira!Eu ouvia as palavras do Marcos mas, não conseguia colocá-las em ordem na minha cabeça. Eu estava chocada e feliz com tudo aquilo e precisava por os pensamentos em ordem.- Eu vou deixá-la sozinha agora. Você precisa se organizar
dizer. Fiz um gesto para que ela continuasse. - Então... não é de hoje que ela tem ido com frequência ao 14º, se é que a senhora me entende? Ela se ajeitou e voltou a falar.- É o departamento do Tiago. Falei.- Vamos continue. O que mais você sabe? Ela titubeia e parece inserta se deveria prosseguir ou não.- Bárbara, diga o que você sabe! Não se preocupe, você é minha funcionária de confiança. Nada irá lhe acontecer. Pode confiar em mim. Ela me pareceu um pouco desconfortável em estar naquela situação, mas olhou-me nos olhos e pareceu decidida a contar o que sabia.- Bem senhora Fantini. Todo mundo sabe da má fama da Vivian e que quando ela começa a ir muito a um departamento é porque, ela tem um alvo. Entende? E estão dizendo pelos corredores que este alvo é o sr. Fantini. Por isso, eu acho que a senhora deveria ir... Ao ouvir isso fiquei perplexa. Recostei em mi
Olhando para a porta como se pudesse explodi-la, e com ela, a pessoa que eu já sabia de quem se tratava. Tiago. E estava bêbado.- Boa noite, Sr. Fantini! Comprimentou Dolores.Ele entrou meio cambaleante e olhou para a Dolores como se não a reconhecesse. - O que você está fazendo aqui ainda, Dolores? Tiago questionou em meio a uma voz embriagada.Ela o olhou como se sentisse pena e fechou a porta. Ela olhou para mim, por trás dele e fez sinal de que estava indo se recolher. Eu acenei para ela e desejei boa noite. Olhei para o Tiago com todo desprezo de minha alma.- Parece que a noite foi ótima não é, querido?Ele se virou para mim como se tivesse tomado um choque e sorriu. - Foi maravilhosa! Disse com voz embriagada.Aquilo me fez sentir mais raiva ainda. Ele veio em minha direção como se quisesse me abraçar. Eu sai do caminho e o ignorei. Lhe dei as costas e fui em direção ao n
Eram quase oito horas da noite, quando cheguei no subsolo do meu prédio. Olhei a vaga do carro do Tiago, ele ainda não havia chegado. Pelo visto isso se tornará uma rotina... chegar tarde! - Pensei.- Será que tiveram outra esticadinha? Ou será que a esticadinha, dessa vez era só entre duas pessoas? Me senti mal só de pensar nisso.Desejei chegar logo em casa e tirar essa roupa e me enfiar na banheira. Um bom banho de imersão, com todos aqueles óleos que trouxe de Paris, ia cair muito bem agora. Fiquei animada com a idéia, sai quase que saltitando de dentro do elevador. Assim que cheguei á porta, ela já estava aberta e vi uma carinha sorridente me esperando do outro lado.- Boa noite, dona Raphaella! Como está? Eu fiz amizade com o porteiro e pedi para ele sempre me avisar quando a senhora chegar.Nada mais reconfortante do que isso. Chegar em casa e ter alguém que se importe com você.- Eu estou muito bem, Dolores e você? Como foram a
Senti que havia algo de diferente naquela manhã. Estava estacionando o carro no prédio da A&C Advogados, quando senti um arrepio na espinha. Algo estava mudando. Senti que a minha vida não era mais a mesma. Senti em mim uma força, uma energia que percorria todo o meu corpo. Uma energia boa... Como se estivesse pressentindo algo bom chegando.Sai do carro e fui em direção ao elevador. Havia algumas pessoas por ali e me juntei a eles. O elevador chegou e todos entraram. Cheguei no meu escritório. O ambiente ainda estava vazio. Era cedo. Eu havia perdido o sono e decidi vir para o escritório. Assim, eu evitei de encarar meu marido que havia se tornado um estranho para mim, desde o último episódio onde ele passou a me ignorar completamente.Não conversamos mais desde então. Já haviam se passado um mês. Entrei em minha sala e abri as cortinas e janelas. Eu precisava de ar. Eu precisava de espaço, de amplitude. Eu não queria saber de mais ninguém por perto. Que
Gabriel estava no topo da colina á espera do retorno de seus companheiros. Até o momento não havia recebido boas notícias. Ele mesmo já havia descido e tentado de várias formas encontrar Miguel. Sabia que não seria uma tarefa fácil. Miguel sabia se esconder muito bem. Por várias vezes ambos haviam descido á terra em missões e se misturavam aos humanos por décadas e nunca foram descobertos. Só que desta vez a coisa estava diferente. Ele estava com a sensação de que Miguel, pudesse ter feito algo pior. Ele poderia ter subjugado á “Queda”. Ele o conhecia bem e havia uma grande possibilidade que Miguel tenha se tornado humano. Essa era uma das hipóteses que Gabriel não queria pensar. Só o fato de seu irmão ter ido á terra sem a autorização de seu Soberano... isso já o tinha colocado em sérios apur
Muriel e Rafael seguiram juntos em direção ao Bois de Boulogne. São 846 hectares de terra e estavam indo em direção ao jardim da aclimação, onde, aquela hora haviam muitas prostitutas. Rafael não entendeu o motivo de estarem ali, mas confiava em Muriel que era uma velha raposa e sabia muito bem onde se esconder e como se proteger. Como se tivesse lido os pensamentos de Rafael, o caído explicou que Azazel tomava conta daquele lugar. Ali estariam protegidos. Muriel entrou em um buraco que se parecia mais com uma caverna atrás de um monte de arbustos que durante noite, ninguém notaria que havia uma entrada ali.O lugar era mal iluminado e cheirava a mofo. Haviam algumas velas acesas e uma mesa com cadeiras de madeira muito antiga. Muriel se afastou em direção de algo que se parecia com uma cozinha, pegou um jarro e o colocou na mesa. Pelo cheiro que sentiu, era vinho bara