As manhãs primaveris em Paris são de perder o fôlego. Decidi tomar o café da manhã na sacada do hotel, que dava vista para Champs Elysées. Nossa estadia em Paris estava magnífica. Tudo aqui é lindo, festivo e muito romântico. Adorei passar os dias conhecendo os pontos turísticos e históricos. Tudo aqui cheira a história! As pedras das ruas, as calçadas, a arquitetura, tudo contam uma história. Muita cultura e beleza. As pessoas aqui parecem que estão sempre indo á uma festa, seus semblantes são leves, não parecem viver de mau humor e correndo sem tempo para nada, diferente das grandes cidades. Paris é mesmo uma festa!
Fico contemplando a linda vista e pensando como seria se a Claudinha estivesse aqui. Certamente o quarto estaria cheio de sacolas de roupas de grife e estaríamos dormindo sem hora para acordar, porque, certamente teríamos ficado em alguma balada até altas horas, ou, teríamos ido dormir com algum parisiense gostosão. E Pensando nisso, não posso negar q
Qual o propósito?O garoto chega até nós e segura no braço da senhora, que o olha e parece reconhecê-lo, mas não tira suas mãos das minhas.- Vovó, a senhora não pode sair assim. Ficamos todos preocupados. Está todo mundo procurando a senhora!O rapaz parecia bastante aflito. Tiago tenta acalmá-lo e conta o que aconteceu. Ela olha novamente para mim e diz mais alguma coisa que consigo entender “ange” anjo. A senhorinha era muito doce me chamando de anjo. Sorri para ela e beijei sua mão que ainda repousava na minha.- Vovó, precisamos ir. A senhora já incomodou bastante o casal. E o rapazinho a pegou pelo braço com toda delicadeza de um neto amoroso.Ela repete para ele o que me disse.- Tudo bem vovó, ela é uma moça muito bonita sim, mas não é um anjo. Não um anjo de verdade. Vem precisamos ir.E o rapaz se vira para nós e se desculpa mais uma vez. A senhora se volta mais uma vez e me olha. E fala em bom português–“E
Sentada na primeira classe do Air France Brasil, coloco os fones de ouvido para relaxar enquanto estamos há milhas de pés a caminho de casa. Ao meu lado, vejo meu marido bebendo um whisky e se distraindo com a revista Times. Fecho os olhos e repasso todos os acontecimentos vividos nestes vinte dias. Todos os nossos passeios, as paisagens e os lugares históricos. Tudo foi maravilhoso, creio que aprendi a ver as coisas de uma forma mais positiva. Não foi tão ruim quanto eu imaginava que seria. Em minha cabeça, tudo seria uma catástrofe. Imaginei esta viajem um passaporte para nosso divórcio. E felizmente ou não, foi bem positivo. O que me fez lembrar as palavras daquela senhorinha na ponte dos casais. Por mais que eu tentasse me dizer que tudo não passava de um devaneio daquela senhora devido aos anos vividos, alguma coisa me incomodava, mas não sei dizer o que é. Era óbvio que nada fazia sentido naquilo, mas algo me dizia lá no fundo que talvez na mais remota possibilidade ela
Enquanto eu estava em meus pensamentos, Tiago me puxa de encontro ao seu corpo e me beija intensamente. Seu desejo já estava bem á mostra junto com suas intenções. Estava claro que ele queria sexo ali e agora. Eu estava ainda envolta em meus pensamentos e em minhas questões. Mas assim que senti suas mãos em meu corpo tudo se foi. Nenhum pensamento a respeito do nosso futuro veio á minha mente. Eu só precisava intensamente do seu corpo tomando o meu com urgência.Acordo e olho para o relógio da cabeceira e vejo que são ainda 2hs da manhã. Minha nossa! Droga de fuso horário! Estou sem sono. Decido ir até a geladeira e ver se tem algo para comer ou beber. Levanto e sigo até a cozinha em meio a escuridão. Não querendo acordar o Tiago que parece não sentir diferença nenhuma no horário. Está dormindo feito um bebê.
Entramos no elevador que nos levaria para o estacionamento. Ficamos em silêncio e aproveitei para por meus pensamentos em ordem. Meus pais certamente estariam lá, o que eu direi a eles? Devo pedir desculpas ao meu pai pelas coisas que disse naquela noite? Devo contar a eles meus planos para este casamento? Respiro fundo ao pensar nisso. Será que realmente quero por um fim a este casamento? Olho para meu marido que esta completamente inocente de tudo o que está se passando e isso me deixa ainda mais nervosa. Tiago percebe minha inquietação e pega na minha mão como se tentasse me passar confiança e me dissesse que ficaria tudo bem.Saímos do elevador em direção ao carro do Tiago. Agora cairíamos na estrada em direção ao que nos espera alguns quilômetros daqui. Tento não pensar mais nisso e aproveitar a viajem. Afinal, eram meus pais e eu os amava acima de tudo. Não importava o rumo de tudo isso, o importante era que eu sempre os teria a meu lado. Ba
Voltando para casa, coloquei meus pensamentos em ordem e avaliei melhor os acontecimentos. O encontro com os meus pais não foi como imaginei. Achava que pudessem estarem tristes comigo, pelo fato das coisas que eu falei e a forma como tudo aconteceu. Minha mãe parecia feliz de verdade ao me ver. Meu pai, exitou um pouco ao me cumprimentar, não sabia se me abraçava ,ou, se me dava a mão. Só depois de conversarmos a sós é que tudo ficou mais claro e pude perceber que falhamos um com o outro. Eu, por não ter confiado a eles os meus sentimentos em relação ao casamento e eles por não terem tido a coragem de me perguntar e de se posicionarem como pais zelosos que sempre foram. Decidimos colocar tudo isso no esquecimento, uma vez que eu os tranquilizei com o fato de estar bem e feliz com o casamento. Que nada estava sendo como eu imaginava e que eu estava errada em relação aos meus sentimentos. Que eu só tinha feito um bicho de sete cabeças por não ter levado em con
quando isso aconteceu. Se bem que me incomodou um pouco no início mas depois que começamos a trabalhar em departamentos diferentes me senti melhor. Eu ficava no 18º andar com o pessoal do jurídico civil e ele no 14º andar com o jurídico-penal. Às vezes eu tinha a sensação de que ele estava lá só para me vigiar. Lembro que quando eu disse que havia conseguido a vaga na A&C, ele fez cara de que não tinha gostado e quando eu perguntei ele alegou que haveria muita gente e isso incluía muitos homens. Achei isso fofo, vê-lo com ciúmes a aquela altura do nosso relacionamento. Mas não liguei.Pensando nesse dia, fui tomar um banho. Precisava estar pronta quando a empregada chegasse. Ouvi o toque da campainha assim que terminei de me vestir. Era a Dolores. Lembrei que eu precisava dar uma chave a ela a qual já tinha providenciado e a tinha deixado em cima do bal&
Se eu estava feliz? Minha nossa! Era mais do que eu podia imaginar. Chegar de férias e de lua de mel e receber uma notícia dessas! Lágrimas começaram a correr pelo meu rosto e eu não sabia se chorava ou se ria ou se pulava de alegria.Me joguei nos braços do Marcos que me abraçou sorrindo e agradeci imensamente aquela oportunidade. Ele se afastou um pouco e ainda me segurando pelos ombros, disse que eu merecia aquele lugar. Que era claro que ainda haveriam algumas burocracias e providencias a serem tomadas, mas que eu estava recebendo por mérito e por direito. Meu pai havia passado para o meu nome todas as suas ações e que isso fazia de mim por direito uma sócia e diretora. Minha nossa! Era informação demais para uma manhã de segunda feira!Eu ouvia as palavras do Marcos mas, não conseguia colocá-las em ordem na minha cabeça. Eu estava chocada e feliz com tudo aquilo e precisava por os pensamentos em ordem.- Eu vou deixá-la sozinha agora. Você precisa se organizar
dizer. Fiz um gesto para que ela continuasse. - Então... não é de hoje que ela tem ido com frequência ao 14º, se é que a senhora me entende? Ela se ajeitou e voltou a falar.- É o departamento do Tiago. Falei.- Vamos continue. O que mais você sabe? Ela titubeia e parece inserta se deveria prosseguir ou não.- Bárbara, diga o que você sabe! Não se preocupe, você é minha funcionária de confiança. Nada irá lhe acontecer. Pode confiar em mim. Ela me pareceu um pouco desconfortável em estar naquela situação, mas olhou-me nos olhos e pareceu decidida a contar o que sabia.- Bem senhora Fantini. Todo mundo sabe da má fama da Vivian e que quando ela começa a ir muito a um departamento é porque, ela tem um alvo. Entende? E estão dizendo pelos corredores que este alvo é o sr. Fantini. Por isso, eu acho que a senhora deveria ir... Ao ouvir isso fiquei perplexa. Recostei em mi