Riddick
Fui para a minha sala ainda mais puto do que eu estava. Se isso é possível, porra.
— Cara o que foi aquilo tudo? — Nunca o vi tão chateado comigo. Por que tratou a moça daquele jeito? — Fiquei o encarando, calado. Na verdade, não sei o que dizer, nem sei por que a tratei daquele jeito. — Estou esperando! — JJ falou, contrariado.
— Não tenho nada a dizer. E outra coisa, a funcionária é minha, acho bom não se meter. — Avisei voltando ao normal.
— Claro que tem muito a dizer. Diga o porquê daquela raiva que vi em seus olhos quando olhou para ela. — Foi até a janela para espiar. — Claro que vou me meter. Antes você nem se importava quando me via conversando com suas funcionárias.
— Não sei dizer. — Dei de ombros, ansioso. — Eu não sei cara. Tem algo estranho nessa mulher. — Em vez de ficar sério, JJ sentou de frente para mim e começou a rir.
Imbecil!
— Qual é a graça, porra? — Questionei batendo na mesa. Mesmo assim não o intimidei. Depois que acabou com sua crise de riso, JJ ficou sério novamente.
— O termo negra gostosa, lhe diz alguma coisa? — Inquiriu zombeteando. Eu olhei para ele com a minha pior carranca.
Ele não vai dá em cima dela. Não mesmo!
— Tire o olho dela JJ! — Mandei autoritário.
— Uau! Você está fazendo isso de novo. — Interpelou debochado. Eu fiquei sem entender nada.
— Fazendo o que de novo, seu imbecil? Seja específico. — Passei a mão em minha cabeça, em sinal de nervosismo. — Pare de falar comigo em códigos. Ele bufou antes de tomar a palavra.
— Lembra quando fomos ao Brasil fazer aquele trabalho?
— Por que está falando sobre isso agora? — Perguntei zangado. Eu faço de tudo para esquecer aquela viagem de merda.
— Vem cá, seu idiota! — JJ pediu se levantando, e indo até a janela. Eu o seguir a contragosto e esperei ele falar. — Você não está reconhecendo a mulher? — Falou apontando na direção de Abla.
— Como assim? — Estou ficando louco ou realmente com o raciocínio lento.
— Deus do céu, que homem lerdo. — Jogou as mãos para cima em um sinal claro de impaciência. — A sua assistente é a mesma negra gostosa que você se interessou naquele dia que chegamos ao Brasil. — Fiquei assustado na hora, voltei a olhar pela janela, e me forcei a encará-la. Voltei minhas lembranças para aquele dia e constatei o óbvio. É ela mesma.
Mas como eu não a reconheci?
— Porra, é ela! — Declarei o óbvio.
— Como não percebeu isso? — JJ perguntou sério.
— Não sei. — Respondi com sinceridade. — Na verdade, eu faço de tudo para esquecer o que aconteceu naquele país.
— Ela está ainda, mas linda! — Meu amigo idiota soltou do nada.
— Eu lhe disse para você tirar o olho dela. — Alertei azedo
— Cara, eu não sou cego. Você vai investir nela? — Bateu palmas, eufórico. — Afinal, vocês têm um lance não resolvido. Se não investir, avise, porque eu estou aqui.
Parei para pensar. Lembro que eu fiquei muito interessado nela, e agora que eu sei que é ela, algo reacendeu em mim.
— Não sei dizer. — Disse contendo o sorriso que ameaçou aparecer em meus lábios.
— Posso investir? — JJ perguntou passando a língua no lábio inferior.
— Não! — Apontei o dedo para ele. — Acho bom você não tocar nela ou quebrarei todos os dedos da sua mão.
— Porra, para quê tanta violência? — Interpelou levantando suas mãos em rendição.
— Você está avisado. Agora vamos falar sobre o que realmente interessa. — Pedi fechando a cara.
— Ainda não descobri nada. Esse cara é um fantasma, pelo menos se soubéssemos o seu nome verdadeiro.
— Só que não sabemos! — Declarei a contragosto.
— Precisa ter paciência, é a única forma.
— Já se passaram quatro longos anos, droga. — A raiva me domina de tal forma.
— Eu sei, eu sei… — Confirmou chateado.
— Só consiga as informações que precisamos. — Suspirei. — Ele não vai nos vencer.
— Darei o meu melhor. — Estendeu a mão em um comprimento. — Preciso ir agora, tenho que encontrar um informante.
— Certo! — Confirmei com o polegar.
— E você... — Apontou o dedo para mim. — Espero que pare de maltratar sua assistente. Ela realmente me parece uma boa moça. — Ele disse antes de sair, deixando-me prezo em meus pensamentos.
Porra! Não acredito que é ela. Que mundo pequeno.
Olhei no relógio e vi que já havia dado o meu horário. Arrumei tudo para sair. Quando cheguei à mesa de Abla, ela estava muito entretida nos papéis que lhe dei mais cedo. Admito que foram muitos papéis, e que ela não terminaria hoje.
— Largue isso! Pode ir embora, amanhã você termina. — Ela me olhou com preocupação, mas disfarçou.
Está mais gostosa mesmo. Hum, apesar de que não a vi em pé naquele dia. Céus ela é divina!
— Já terminei, só estava organizando em quesitos. — Informou arrumando as folhas em uma pasta preta.
Como assim, já terminou?
Ela está mentindo ou é mais eficiente do que eu imaginei.
— Quais? — Questionei com a sobrancelha arqueada.
— A pasta amarela é dos menos urgentes. A verde dos que é urgente, mas podem esperar. E a preta, dos casos mais urgentes, e que não podem adiar.
— Como sabe que se encaixa nesses requisitos? — Não escondi minha surpresa.
— Eu apenas sei. — Deu de ombros. — E o senhor também saberá quando for procurar o que precisa. — Proferiu com os olhos cravados em mim.
Arrogância!
O interessante é que tenta esconder sua personalidade forte, mas falha miseravelmente.
— Já pode ir para casa! — Tornei a repetir.
— Onde deixo essas pastas?
— Na minha sala. Até amanhã senhorita Dinis! — Eu falei saindo, quando entrei no elevador, ainda pude ver sua cara de surpresa. Nem sei o porquê. Quer dizer, até desconfio o que seja. Provavelmente foi porque não fiz grosserias com ela.
RiddickEntrei no meu carro e esperei até ela aparecer. Minha querida assistente entrou em um táxi, sorridente como sempre e em menos de dez minutos, ela parou em frente a um portão velho. Pagou o táxi e entrou. Eu continuei no mesmo lugar, observando. De repente uma jovem que aparenta ter uns dezoito anos, saí da casa, sorrindo. Abla dá um abraço nela e lhe entrega algo em mãos. Se eu for deduzir, diria que é dinheiro. Isso me deixou intrigado e curioso. Por que será que ela estava com uma menina na casa dela? E por que lhe entregou dinheiro? A curiosidade está me matando, peguei o meu celular e liguei para Mabel.— Algum problema, senhor Riddick? — Mabel me perguntou com sua voz assustada. Porra, as vezes isso é chato demais, caramba.— Quero que adiante a investigação sobre a senhorita Dinis! — Fui direto ao ponto sem rodeios.— Algum problema? Ela fez algo que não gostou? — Questionou preocupada. — Só faça o que eu mandei. — Falei ignorando sua pergunta.— Sim, senhor Riddick!
Abla DinisHoje, faz três semanas que comecei a trabalhar com o senhor Riddick. Suas grosserias não pararam, mas em compensação deram uma amenizada. Bem, eu não consigo entender por que tanta implicância comigo. Ainda me pergunto se é só com a minha pessoa ou ele faz a mesma coisa com outras também. Agora eu não posso conversar com nenhum homem, que a grosseria triplica de intensidade. Uma vez, ele me pegou conversando com o rapaz da contabilidade, encheu o cara de desaforos, e claro que eu não fiquei atrás. O ponto alto dessas três semanas foi percebê-lo me seguindo naquele dia. Admito que fiquei intrigada e curiosa. Confesso que fiz de tudo para não ir lá tirar satisfação, mas a droga da curiosidade falou mais alto. Fora que as minhas filhas estavam em casa, e eu não queria expô-las de forma alguma. Bem, ele não quis me dizer o porquê de ter feito aquilo, entretanto, nem eu quis saber. Graças a Deus, ele não fez, mas isso, quer dizer, eu acho que não fez. Mas, engraçado foi a cara q
Abla Dinis — Hum... A senhorita é realmente perversa! — Ele disse como se tivesse constatado agora. Não havia desgosto nos olhos dele, apenas surpresa.— Só com quem precisa, senhor! — Ele riu de ladino, antes de dar essa conversa por encerrada.— Se isso passar dos limites, eu quero o nome dele!— Feito! — Eu disse me afastando e respirando normalmente de novo.— O que temos para hoje? — O senhor dará uma palestra no espaço de formação de agentes Excellence. Já separei o conteúdo que será dado.— A senhorita leu o conteúdo?— Não senhor. Os arquivos diziam confidenciais, achei prudente não mexer. — Eu falei com um pouco de animação. Acho que até demais, pois ele reparou. — Algum problema? — Perguntei tentando disfarçar minha euforia, mas isso foi quase impossível.— Não entendi essa sua animação? — Arqueou a sobrancelha claramente intrigado. Tossi nervosamente, para camuflar meu entusiasmo.— Eu gosto dessas coisas, senhor! — Confessei olhando para ele. Meu Deus, tomara que ele
Abla Dinis — Se é tão esperta, por que não explica a cena de crime seguinte. — Ela disse destilando seu veneno, mas comigo não, meu amor, eu já sou imune a esse tipo de peçonha.— Com maior prazer! — Me aproximei e virei para a imagem projetada. — Posso, senhor Riddick? — Perguntei, me referindo à cena de crime no telão. Ele respondeu-me com um menear de cabeça. Voltei-me para os futuros agentes e perguntei. — Para vocês, o que é crime? — Todos estavam calados, ninguém fez menção de responder, então eu mesma escolhi. É, sou muito vingativa. — Você, agente 4, responda à pergunta. — Ela me olhou feio e ficou calada. — Vamos! Por acaso está surda? — Meu chefe falou, já impaciente. Não sei se comigo, ou se com ela. É, paciência não é seu nome.— Desculpa senhor! — A vadia disso toda doce.— Então agente 4? — Questionei irritada.— É um fato material… — Nem a deixei terminar. Já começou falando merda.— Está errado! — O senhor Riddick fala antes que eu diga algo.Olhei para o agente 10,
Abla Dinis— Obrigada! — Ouvi um pigarrear atrás de mim e olhei já sabendo quem é.— Senhorita Dinis, pode ir pegar as coisas para irmos embora. — Sua voz estava dura feito pedra.— Sim senhor! Por favor, me deem licença. — Pedi me afastando.— Toda! — Eu saí praticamente correndo. Ainda pude ouvir meu chefe falando alguma coisa com o rapaz. Eu só queria entender por que ele é assim. Deus do céu, para que tanta raiva? Tanta grosseria? Quando estava passando, eu vi aquela vadia da agente 4 jogando seu charme em cima dele. Eu saí o mais rápido que pude. Não quero presenciar nada desagradável. Fiquei no carro o esperando. Ele abriu a porta e entrou sem falar nada. Ele não falou e nem eu fiz questão de falar. Chegamos à empresa, e cada um foi para seu canto.— Como foi? — Mabel perguntou receosa.— Muito bom! Por quê?— Todos os assistentes do senhor Riddick, não vingaram. — Deu de ombros. — Digo isso, porque não gostavam quando iam para o campo com ele.— Eu gosto dessas coisas, eu nã
RiddickAbri oenvelope com toda calma que não tinha e comecei a ler.— Abla Dinis, 26 anos, solteira. — Franzo a testa, impressionado. Não parece, achei até que teria mais idade! Bem, saber que não há nenhum cara em sua vida, é uma informação muito bem-vinda. Continuei lendo, o conteúdo do envelope. — Não conheceu o pai, mãe falecida. Tinha uma irmã gêmea, porém, também falecida. — Parei um tanto impactado ao ler a data da morte de sua irmã. É o mesmo período que fui ao Brasil! Então deve ter sido isso que a deixou tão triste naquela época. Deixando as conjecturas de lado, continuo. — Serviu por sete anos ao Exército Brasileiro. Seu último cargo era de Tenente-coronel. Pediu dispensa quatro anos atrás. Motivos desconhecidos. — Estalei a língua. Puta merda! Isso explica muita coisa. Pelo que vi naquele dia da palestra, ela foi um tesão e tanto, e o que me deixa puto é que não foi apenas eu que vi. Clarkson, intrometido também estava bem atento a ela. Por que será que ela pediu dispen
Abla Dinis— Porra! — Exclamei furiosa comigo mesma. Detesto quando isso acontece. Hoje cheguei atrasada, tudo bem que foi a primeira vez. Só que eu nunca gostei de fazer essas coisas. Para mim o tempo é precioso. Nunca deixei ninguém me esperando, e nunca gostei que fizessem isso comigo. Por isso nunca fiz com ninguém. Olhei no relógio novamente, já passava das 08h00min., então significa que o meu querido chefe já chegou. Parece que tudo está dando errado. As meninas se atrasaram para se arrumar, eu não acordei na hora certa. A droga do despertador não funcionou. Eu sempre acordo antes, mas com os problemas que estão se apresentando, acabei não dormindo direito, e o resultado foi esse. Acordar no horário errado e isso embananou tudo.— Bom dia Bel! — Falei com ela, sorrindo triste.— Bom dia minha gata! Que carinha é essa? — Me interrogou, cismada com a minha tristeza.— Alguns problemas. Ele já chegou né? — Só perguntei para confirmar.— Já sim, e disse que quando chegasse era para
Abla DinisMeu Deus, por que esse homem me atrai tanto? Quando penso no meu chefe, só vêm pensamentos de luxúria. Por causa dele, estou com vontade de fazer uma coisa que há muito tempo não faço. Me tocar! Isso mesmo, estou pensando seriamente em me masturbar pensando nele. Aproveito que as meninas estão na escola e tiro toda a minha roupa do corpo. Fico nua do jeitinho que vim ao mundo. Lembro-me do seu sorriso, daquela boca linda, e daquela voz de um homem literalmente selvagem. Passo minhas mãos pelos meus seios, que já estão duros com a minha excitação. Aperto os bicos, sensíveis ao toque, e um gemido rouco escapa de meus lábios. Passo minhas mãos pela minha barriga e vou descendo até meu sexo, que já estava pulsando em antecipação. Quando minhas mãos alcançam meu ponto sensível, gemo mais uma vez. Toco-me devagar, fazendo círculos imaginários. Cada toque é como brasa de fogo. Oh! Que delícia!Fecho meus olhos para a minha imaginação aflorar. Mas tomo um susto quando sinto um