Nove anos depois... Abla Dinis — Se não quiser ir, entenderei minha rosa! — John falou, calmo. O olhei irritada. Ele está me dispensando, ou é coisa da minha cabeça? Como se lesse meus pensamentos, me puxou para ele. — Não estou lhe dispensando, minha amada, sei o quanto é difícil deixar nossos filhos quando o trabalho é longo e longe. Eu quero muito que vá, mas se escolher ficar, entenderei. Merda! Ele sabe como me desarmar viu. Nove anos se passaram desde que tudo aconteceu e nada mudou. O amor que sinto por ele cresce a cada dia. E uma das provas do nosso amor, são nossos filhos. Amir e Akin que hoje estão com nove anos, crescem tão rápido, até demais para o meu gosto. Possuem a mesma pigmentação do pai, mas a cor dos cabelos e os olhos são parecidos com o meu. Não é porque sou a mãe, mas eles são lindos demais. Imagino a fila de meninas querendo me chamar de sogra. Colocarei muitas para correr, estou até vendo. As meninas, Nia e Niara, já estão com quatorze anos. Educadas, e
Abla Dinis — Delegado! — Saudei sorrindo. Ele segurou minha mão e beijou de uma forma cavalheira. — É sempre uma honra revê-la, minha cara. — Já chega de tanto contato. — John disse assustando o pobre homem. Dei um empurrão nele de leve. — Pare de ser um mal educado. — Ele me respondeu com um muxoxo e pediu para o delegado explicar o caso. — É pessoal, estamos lidando com fetichismo sexual e tricofilia! — Joan enunciou, anotando em um quadro disponível para o nosso trabalho após a explicação do delegado. — O que é tricofilia? — Um dos policiais perguntou, anotando algo em seu caderno. Eu respondi. – É um parcialismo no qual uma pessoa vê o cabelo como algo particularmente erótico, sexual e excitante. — Disse analisando a fotos da cena de crime. — Nesse caso, o individuo não tem preferência de gênero, porém, escolhe quem machucar mais. Estão vendo? Ele arrancou todo o cabelo das três mulheres, mas do homem, preferiu apenas raspar. Essa questão me intriga. — E o fetichismo, onde
Riddick Por mais que tentamos não cometer erros, sempre o destino dá uma virada, e aquele erro que você fez de tudo para evitar te acerta em cheio no meio da cara. Resumindo tudo: O carma é uma merda. Eu não sou uma pessoa boa, e nem quero ser, afinal, ninguém é tão bom assim. Também não sou tão ruim, posso ser denominado como um homem marcado pelas guerras, violências ou qualquer coisa que possa desestabilizar um ser humano. Tenho a mente quebrada, e não faço questão de reconstruir. Aprendi desde cedo para nunca ser bonzinho demais, pois caras bons arriscam levar um abraço pela frente, e uma facada por trás. Foi através desse pensamento que construí meu império, minha empresa de segurança. De um simples soldado, quer dizer, eu não era um simples soldado, eu era o melhor no que fazia. Mas voltando ao que estávamos falando, hoje sou um homem bem requisitado, faço de tudo um pouco. Caço fugitivos, forneço segurança e quando o governo fica de mãos atadas, é a mim que eles procuram pa
Riddick— Vão! — Eu não entrei com eles, mesmo querendo fazer isso, por que existiam coisas muito complexas para se fazer, que só eu posso. Às vezes me arrependo de não ter passado esses conhecimentos que tenho. Mas eu sei por que não fiz isso. Não fiz, pois não achei a pessoa certa.Estamos atrás de um contrabandista. Ele contrabandeava tudo que você possa imaginar. De drogas, a pessoas. Eu soube de uma fonte segura que ele estaria aqui, o chamam de Trayrom! Particularmente, acho isso uma cafonice, mas tudo bem. Não faço ideia do por que, apenas quero pegá-lo, e acabar com a raça desse desgraçado.— Equipe diamante, podem entrar! — Falei pelo alto-falante da escuta. Eu tenho muitos homens que trabalham para mim, todos altamente treinados, por mim, é claro. Divido todos em equipes; são quatro ao total: Equipe prata, ouro, bronze e diamante.— As escutas estão oks? — Perguntei apenas para confirmar. Eu não sei o que, mas sinto que algo não está bem, e pior que isso, está me inquietando
Abla Dinis— Quando ela foi? — Não me importei se a pergunta soou rude.— Ontem! — Respondeu calmamente. Meu coração estava apertado desde ontem, só que eu não sabia o porquê, até agora.— Agradeço pela informação. — Entrei correndo, tomei um banho rápido e me preparei para sair de novo. Ela não me disse que estava grávida, na verdade não nos comunicamos muito nesses sete anos separadas. Como é que ela falaria?Quando cheguei ao hospital, estava lotado. Não estranhei, afinal, o SUS no Brasil é uma miséria. Andei para cima e para baixo, para ter uma notícia da minha irmã e não foi fácil. As informações eram sempre contrárias, sempre diferentes.— Família de Panyin Dinis? — Ouvi gritarem.— Aqui! — Levantei a mão, eufórica, e corri para onde a mulher me chamou, estava um pouco longe.— Siga-me, o médico deseja falar com você! — Informou friamente, sem ao menos olhar em meus olhos. Achei uma falta de empatia da parte dela, afinal de contas, estou nervosa, e com muito medo que algo esteja
Dias atuais…RiddickQuatro anos haviam se passado, e nada foi feito. Sempre informações falsas chegavam até mim, só que ainda não desistir. Estou com 34 anos. Possuo as mesmas capacidades de combate, eu acho até que bem melhores. Treino todos os dias sem parar.Tenho as mesmas equipes trabalhando comigo, porém, o mais chegado a mim continua sendo JJ, ele ainda é o meu braço direito e meu melhor amigo. Lutamos lado a lado no Vietnã.A minha empresa está situada em New York, várias pessoas de todas as partes do mundo vêm pedir a minha ajuda. Às vezes faço alguns trabalhos Pro Bono, outras vezes não. Eu não sou padre, e tão pouco voluntário. Não faço caridades. Por escolha minha, me tornei um homem frio, quer dizer mais frio do que eu era. Se antes eu não buscava relacionamentos fixos, agora piorou. Só dou prazer e recebo em troca, apenas isso.Não me acho um homem lindo, mas tenho meus atributos físicos que dão inveja a muitos por aí. Fora meu corpo atlético, sei que elas gostam disso.
Abla Dinis.Faz exatamente, quatro anos que estou aqui em New York. Naquele mesmo dia em que perdi minha gêmea, tomei a decisão de ir embora da minha cidade, Salvador, capital da Bahia. Mas, o que me surpreendeu mesmo, foi à necessidade de partir do meu país. Eu escolhi essa cidade, na verdade aleatoriamente, não foi porque eu a amava. Em primeiro lugar, nunca havia pisado nela. Foi muito difícil dar esse passo, no entanto, eu estava decidida. Para ajudar a nossa mudança, pedi um favor a uma conhecida, ela conseguiu um visto para mim, e para as meninas. Desde que eu cheguei, trabalhei em vários lugares. Tudo isso para dar uma boa estrutura às minhas meninas. No tempo do exército, consegui guardar uma boa soma, mas quando se vive com duas crianças, o dinheiro evapora. Eu preciso de um emprego que possa ganhar melhor, sei que ficarei muito tempo longe delas, mas é necessário para nós três.Vocês devem ter reparado que as meninas me chamam de mãe! Na verdade, é uma opção delas. Assim qu
Abla DinisFui para casa correndo, estou com muita saudade delas. Não sei o que vai ser de mim, nunca me separei das minhas pequenas por tanto tempo. Será muito difícil. Bati na porta de Bia e minhas pimpolhas, saíram correndo para me abraçar.— A benção mãe! — As duas falaram juntas, me arrancando uma gargalhada.— Deus abençoe as duas. — Entreguei as sacolas e elas foram à frente.— Agradeço muito, Bia. Aqui está o pagamento — Sorri sem graça. — Sei que não é muito, mas quando pegar meu primeiro salário, lhe darei um melhor.— Não se preocupe senhorita Abla, gosto de cuidar das meninas. — Respondeu-me sincera. Eu sei que ela gosta, se não soubesse, ela nem ia encostar nelas.— Que bom! — Me despedir dela e fui ver meus furacões em forma de gêmeas. Porque é isso que elas são, meus melhores e mais intensos furacões.Abla Dinis— Meninas, vocês têm cinco minutos, se eu for aí, vocês não vão gostar! — Disse zangada, para elas se tocarem. Meu pai do céu, toda vez é essa luta para levanta