Riddick
Entrei no meu carro e esperei até ela aparecer. Minha querida assistente entrou em um táxi, sorridente como sempre e em menos de dez minutos, ela parou em frente a um portão velho. Pagou o táxi e entrou. Eu continuei no mesmo lugar, observando. De repente uma jovem que aparenta ter uns dezoito anos, saí da casa, sorrindo. Abla dá um abraço nela e lhe entrega algo em mãos. Se eu for deduzir, diria que é dinheiro. Isso me deixou intrigado e curioso.
Por que será que ela estava com uma menina na casa dela? E por que lhe entregou dinheiro?
A curiosidade está me matando, peguei o meu celular e liguei para Mabel.
— Algum problema, senhor Riddick? — Mabel me perguntou com sua voz assustada. Porra, as vezes isso é chato demais, caramba.
— Quero que adiante a investigação sobre a senhorita Dinis!
— Fui direto ao ponto sem rodeios.— Algum problema? Ela fez algo que não gostou?
—Questionou preocupada.— Só faça o que eu mandei.
— Falei ignorando sua pergunta.— Sim, senhor Riddick! Boa noi…
— Nem esperei ela terminar. Desliguei em sua cara. Tudo bem, eu fui mal educado, mas, é que tudo isso me deixa com raiva. Essa submissão cega, essa rasgação de seda para cima de mim. Tudo isso é desgastante. Agora que eu sei que é Abla a mulher que me fascinou anos atrás, a minha curiosidade está me matando por dentro.Continuei mergulhado em meus pensamentos. Tentando entender esse súbito interesse por Abla. Súbito não, esse antigo interesse que se reacendeu. Meu Deus, o seu nome é lindo. Diferente, exótico. Combina perfeitamente com ela. Peguei o meu celular e fui pesquisar o significado. Hum, seu nome é de origem queniana e significa: "Uma rosa selvagem".
— Nossa! — Acabei exclamando alto.
Será que o significado faz jus a pessoa?
Essa droga de curiosidade não sai de mim. Preciso dar um jeito, de conhecê-la melhor. Estava tão absorto em meus pensamentos, que levei um baita susto com alguém batendo na porta do meu carro. Quando elevei meus olhos, fiquei ainda mais assustado quando percebi quem é a pessoa em questão. A minha gostosa assistente. Abaixei o vidro do carro com a minha melhor cara de inocente. Procurando em minha mente uma desculpa plausível.
— Sim! — Falei neutro.
— Posso ajudá-lo em alguma coisa, senhor Riddick? — Perguntou séria, sem desviar seus olhos dos meus.
— Não! — Esclareci olhando para frente.
— Então, por que está me seguindo? Por que está fazendo campana em minha porta? — Percebi raiva em sua voz e um pouco de sarcasmo.
— E quem lhe disse que estou lhe seguindo? — Ainda não sei como me deixei ser pego.
— Senhor, eu posso parecer burra a seus olhos, mas lhe adianto que não sou. — Abaixou a cabeça para ficarmos na mesma altura. — E se eu estou dizendo que o senhor estava me seguindo, por que sei que estava. Eu vi o seu carro seguindo o meu táxi.
Hum, ela viu! Como assim? Eu fui bastante cuidadoso.
— O senhor pode até ter sido cuidadoso, mas não o suficiente. — Até parece que ela leu a minha mente.
— Que seja senhorita! — Falei desdenhoso. Ela puxou ar para seus pulmões. Acho que já está ficando nervosa. Ela fica mais linda zangada.
— O senhor não vai dizer por que fez isso?
— Não! — Falei direto para ver se ela se tocava.
— Quer entrar para tomar um café? — Ela perguntou do nada, me deixando surpreso.
— Não. Agradeço, porém, eu já estava de saída.
— Hum... Pensei que passaria a noite me vigiando.
— Senhorita Dinis, eu não estou fazendo campana em sua porta. — Bufei. — Admito que lhe segui. O resto é tudo fruto de sua imaginação.
— Hum, rum! Então será fruto da minha imaginação se eu pegá-lo mais uma vez em minha porta? — Sorriu docemente. — Saiba que se isso acontecer novamente, bem, não sei, talvez eu faça algo bastante estúpido.
— A senhorita está me ameaçando? — A olhei incrédulo.
— Quer isso, senhor Riddick, longe de mim fazer uma coisa dessas. Tudo isso é fruto da sua imaginação. — Declarou se afastando do carro e se dirigindo a sua casa novamente. Antes de ela entrar, se virou e acenou para mim, como se nada tivesse acontecido.
— Que mulher maluca! — Ri alto dentro do carro.
Cara, ela me ameaçou!
Puta merda, que foda. Claro que não foi uma ameaça explícita, mas, eu entendi perfeitamente. Estou me sentindo eufórico. Há anos que não me sinto assim, dessa forma.
— Abla Dinis! Agora você tem toda a minha atenção. Sem sombra de dúvidas. — Falei, pisando duro no acelerador e indo embora com vários planos em mente.
Eu tenho que deixá-la mais perto de mim. Então, o jeito é arranjar trabalhos externos. Espero realmente que ela não seja uma fresca, apesar de quê, pelo que eu vi, ser fresca passa longe dela.
Cheguei em casa e fui recebido pelo silêncio. Antes isso nunca me incomodou, mas agora não gosto desse vazio que existe neste lugar. Fui para meu quarto e tirei minha roupa sem nenhuma cerimônia. Eu me sentia cansado e sobrecarregado. Meus pensamentos estão confusos. Hora eu penso em Trayrom, outra hora meus pensamentos são apenas dela, de Abla. Se dependesse de mim, só ela estaria em minha mente, no entanto, eu sei que só terei paz quando aquele desgraçado morrer.
Depois do banho, desci para comer.
Estou furioso, pois recebi uma mensagem de uma das mulheres que escolho para transar. Ela teve a audácia de me dá um ultimato. Mandei que saísse do meu pé. Estou naquela fase da vida em que se alguém ameaçar ir embora, eu lhe desenho um mapa para que não erre o caminho. Eu não sei quando foi que a minha vida chegou a esse estado, só que ela está. Agora não adianta chorar pelo leite derramado. Eu preciso de algo novo. Algo que me tire desse lamaçal. Eu até sei o que vai ser esse algo novo. Quer dizer, quem vai ser. Espero que quando eu a levar para minha cama, essa curiosidade seja sanada. Porque só pode ser isso, curiosidade.
Fui para cozinha, para fazer aquilo que me fora impedido de fazer antes, matar quem estava me matando. Essa fome m*****a.
Abla DinisHoje, faz três semanas que comecei a trabalhar com o senhor Riddick. Suas grosserias não pararam, mas em compensação deram uma amenizada. Bem, eu não consigo entender por que tanta implicância comigo. Ainda me pergunto se é só com a minha pessoa ou ele faz a mesma coisa com outras também. Agora eu não posso conversar com nenhum homem, que a grosseria triplica de intensidade. Uma vez, ele me pegou conversando com o rapaz da contabilidade, encheu o cara de desaforos, e claro que eu não fiquei atrás. O ponto alto dessas três semanas foi percebê-lo me seguindo naquele dia. Admito que fiquei intrigada e curiosa. Confesso que fiz de tudo para não ir lá tirar satisfação, mas a droga da curiosidade falou mais alto. Fora que as minhas filhas estavam em casa, e eu não queria expô-las de forma alguma. Bem, ele não quis me dizer o porquê de ter feito aquilo, entretanto, nem eu quis saber. Graças a Deus, ele não fez, mas isso, quer dizer, eu acho que não fez. Mas, engraçado foi a cara q
Abla Dinis — Hum... A senhorita é realmente perversa! — Ele disse como se tivesse constatado agora. Não havia desgosto nos olhos dele, apenas surpresa.— Só com quem precisa, senhor! — Ele riu de ladino, antes de dar essa conversa por encerrada.— Se isso passar dos limites, eu quero o nome dele!— Feito! — Eu disse me afastando e respirando normalmente de novo.— O que temos para hoje? — O senhor dará uma palestra no espaço de formação de agentes Excellence. Já separei o conteúdo que será dado.— A senhorita leu o conteúdo?— Não senhor. Os arquivos diziam confidenciais, achei prudente não mexer. — Eu falei com um pouco de animação. Acho que até demais, pois ele reparou. — Algum problema? — Perguntei tentando disfarçar minha euforia, mas isso foi quase impossível.— Não entendi essa sua animação? — Arqueou a sobrancelha claramente intrigado. Tossi nervosamente, para camuflar meu entusiasmo.— Eu gosto dessas coisas, senhor! — Confessei olhando para ele. Meu Deus, tomara que ele
Abla Dinis — Se é tão esperta, por que não explica a cena de crime seguinte. — Ela disse destilando seu veneno, mas comigo não, meu amor, eu já sou imune a esse tipo de peçonha.— Com maior prazer! — Me aproximei e virei para a imagem projetada. — Posso, senhor Riddick? — Perguntei, me referindo à cena de crime no telão. Ele respondeu-me com um menear de cabeça. Voltei-me para os futuros agentes e perguntei. — Para vocês, o que é crime? — Todos estavam calados, ninguém fez menção de responder, então eu mesma escolhi. É, sou muito vingativa. — Você, agente 4, responda à pergunta. — Ela me olhou feio e ficou calada. — Vamos! Por acaso está surda? — Meu chefe falou, já impaciente. Não sei se comigo, ou se com ela. É, paciência não é seu nome.— Desculpa senhor! — A vadia disso toda doce.— Então agente 4? — Questionei irritada.— É um fato material… — Nem a deixei terminar. Já começou falando merda.— Está errado! — O senhor Riddick fala antes que eu diga algo.Olhei para o agente 10,
Abla Dinis— Obrigada! — Ouvi um pigarrear atrás de mim e olhei já sabendo quem é.— Senhorita Dinis, pode ir pegar as coisas para irmos embora. — Sua voz estava dura feito pedra.— Sim senhor! Por favor, me deem licença. — Pedi me afastando.— Toda! — Eu saí praticamente correndo. Ainda pude ouvir meu chefe falando alguma coisa com o rapaz. Eu só queria entender por que ele é assim. Deus do céu, para que tanta raiva? Tanta grosseria? Quando estava passando, eu vi aquela vadia da agente 4 jogando seu charme em cima dele. Eu saí o mais rápido que pude. Não quero presenciar nada desagradável. Fiquei no carro o esperando. Ele abriu a porta e entrou sem falar nada. Ele não falou e nem eu fiz questão de falar. Chegamos à empresa, e cada um foi para seu canto.— Como foi? — Mabel perguntou receosa.— Muito bom! Por quê?— Todos os assistentes do senhor Riddick, não vingaram. — Deu de ombros. — Digo isso, porque não gostavam quando iam para o campo com ele.— Eu gosto dessas coisas, eu nã
RiddickAbri oenvelope com toda calma que não tinha e comecei a ler.— Abla Dinis, 26 anos, solteira. — Franzo a testa, impressionado. Não parece, achei até que teria mais idade! Bem, saber que não há nenhum cara em sua vida, é uma informação muito bem-vinda. Continuei lendo, o conteúdo do envelope. — Não conheceu o pai, mãe falecida. Tinha uma irmã gêmea, porém, também falecida. — Parei um tanto impactado ao ler a data da morte de sua irmã. É o mesmo período que fui ao Brasil! Então deve ter sido isso que a deixou tão triste naquela época. Deixando as conjecturas de lado, continuo. — Serviu por sete anos ao Exército Brasileiro. Seu último cargo era de Tenente-coronel. Pediu dispensa quatro anos atrás. Motivos desconhecidos. — Estalei a língua. Puta merda! Isso explica muita coisa. Pelo que vi naquele dia da palestra, ela foi um tesão e tanto, e o que me deixa puto é que não foi apenas eu que vi. Clarkson, intrometido também estava bem atento a ela. Por que será que ela pediu dispen
Abla Dinis— Porra! — Exclamei furiosa comigo mesma. Detesto quando isso acontece. Hoje cheguei atrasada, tudo bem que foi a primeira vez. Só que eu nunca gostei de fazer essas coisas. Para mim o tempo é precioso. Nunca deixei ninguém me esperando, e nunca gostei que fizessem isso comigo. Por isso nunca fiz com ninguém. Olhei no relógio novamente, já passava das 08h00min., então significa que o meu querido chefe já chegou. Parece que tudo está dando errado. As meninas se atrasaram para se arrumar, eu não acordei na hora certa. A droga do despertador não funcionou. Eu sempre acordo antes, mas com os problemas que estão se apresentando, acabei não dormindo direito, e o resultado foi esse. Acordar no horário errado e isso embananou tudo.— Bom dia Bel! — Falei com ela, sorrindo triste.— Bom dia minha gata! Que carinha é essa? — Me interrogou, cismada com a minha tristeza.— Alguns problemas. Ele já chegou né? — Só perguntei para confirmar.— Já sim, e disse que quando chegasse era para
Abla DinisMeu Deus, por que esse homem me atrai tanto? Quando penso no meu chefe, só vêm pensamentos de luxúria. Por causa dele, estou com vontade de fazer uma coisa que há muito tempo não faço. Me tocar! Isso mesmo, estou pensando seriamente em me masturbar pensando nele. Aproveito que as meninas estão na escola e tiro toda a minha roupa do corpo. Fico nua do jeitinho que vim ao mundo. Lembro-me do seu sorriso, daquela boca linda, e daquela voz de um homem literalmente selvagem. Passo minhas mãos pelos meus seios, que já estão duros com a minha excitação. Aperto os bicos, sensíveis ao toque, e um gemido rouco escapa de meus lábios. Passo minhas mãos pela minha barriga e vou descendo até meu sexo, que já estava pulsando em antecipação. Quando minhas mãos alcançam meu ponto sensível, gemo mais uma vez. Toco-me devagar, fazendo círculos imaginários. Cada toque é como brasa de fogo. Oh! Que delícia!Fecho meus olhos para a minha imaginação aflorar. Mas tomo um susto quando sinto um
Abla Dinis Eu não sei o que fazer. Ainda não recebi meu primeiro salário. Não tenho dinheiro para alugar outra casa. Peguei o táxi, pensativa. Estou realmente cansada. Eu não lembro o dia que alguém cuidou de mim. Sei que sou uma mulher durona, mas, até às duronas precisam de carinho e afeto. Em minha face acabou caindo uma lágrima solitária. Enxuguei disfarçadamente para o motorista do táxi não ver. Assim que cheguei frente à empresa, paguei a corrida e entrei. Sorri calorosamente para os seguranças e entrei no elevador privativo da presidência. Quando cheguei ao andar onde trabalho, fiquei surpresa em ver o senhor Riddick e o senhor JJ conversando perto da minha mesa. Hoje meu humor não está dos melhores, mesmo assim, faço o possível para não deixar transparecer meus problemas.— Bom dia senhores!— Bom dia senhorita Dinis! — Meu chefe falou sem desviar seus olhos da minha face. Eu fiquei vermelha, pois me lembrei da porra do sonho.— Bom dia princesa! — J falou sorrindo. Aquele s