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Capítulo 4 - Filhinho de papai

( Amber Petrova )

— Me solta, está me machucando, Oliver!

Eu tentava fazê-lo me soltar, mas ele era alto, e não tinha como ter ajuda quando todos estavam empenhados em segurar seus celulares na nossa direção nos filmando.

— Se eu cair, você cai comigo! — Ameaçou.

Logo quando menos esperamos, Emma retorna com o professor de mitologia, fazendo-me pensar quando exatamente ela tinha saído do meu lado e corrido até o Cooper. Minha mente colidia com a astúcia dela, enquanto meus braços latejavam, e o Oliver berrava, até ser pego pelas costas, sem entender quem era o homem forte com jaqueta de couro, que tinha o puxado pelo ombro, com imensa severidade.

— Está louco, porra?! Quem você pensa que é? — Parker vira com tudo para o professor, como um canhão se arma para seus oponentes.

— Como é que é? — Nicholas deixa um ar zombeteiro escapar, e todos os presentes ali arregalam seus olhos.

Ele com certeza não sabia quem era o Oliver, pois se soubesse jamais teria tocado nele, ou sequer levantado o tom de voz.

— Sabe quem eu sou, porra?

Parker estava furioso, gotículas da sua saliva saiam da sua boca a cada frase pronunciada.

— Provavelmente mais um filhinho de papai que acha que pode sair encurralando alunas no corredor!

— Eu sou Oliver Parker, imbecil. E se você fosse dessa universidade, saberia que ninguém aqui tem autorização para cruzar meu caminho, muito menos colocar as mãos sujas em mim.

Educadamente, mas com um toque de sarcasmo, Nicholas enfia as mãos nos bolsos laterais da sua calça, encarando-o com seus olhos cerrados, e um sorrisinho no rosto.

— Certo, senhor Parker... — disse transpirando total desdém. — Se tocar novamente na senhorita Petrova, ou qualquer outro aluno, será obrigado a me conhecer bem mais do que gostaria.

Meu Deus!

— Está se achando o machão, não é mesmo?! — falou praticamente o peitando. — Me diga ao menos o seu nome, senhor Fodão.

— Oliver, por favor...

Eu tento interferir, sabendo bem das habilidades do meu ex, e o mal que ele podia causar aquele homem. Mas desisto de entrar no meio, no segundo que aquele Deus crava suas vistas em mim, como se advertisse minha intromissão.

— Sou Nicholas Cooper, o novo professor de mitologia grega, e agora que fomos devidamente apresentados, recomendo que não volte a perturbar meus alunos.

(...)

( Nicholas Cooper )

— Não fazemos contato físico com os alunos, senhor Cooper, principalmente se o aluno for Oliver Parker!

— Sinto muito, senhora Pratt, mas o senhor Parker estava machucando uma aluna, e eu não podia simplesmente assistir.

Minutos depois daquela confusão, fui chamado na sala da diretora, Sarah Pratt, onde discutíamos o ocorrido que envolvia o senhor "não me toque".

— Bom, deixe-me explicar uma coisa... — ela enche seu corpo d'água, arrasta a cadeira e se senta. — A família do Oliver, são o que podemos chamar de "elite". Seu tio Richard Parker, é general das Operações Especiais dos Estados Unidos. Já deve ter ouvido falar sobre ele, estou certa?

— Sim...

— Ótimo. — ela prossegue. — E os pais dele são donos da maior construtora do País...

Onde exatamente ela quer chegar?

— Então o senhor entende que ter o Oliver aqui, é algo primordial para nossa universidade, pois recebemos visibilidade, e visibilidade gera matriculas. E nós também não queremos problemas com o sobrinho do general, não é mesmo?

Isso é sério?

— E quanto a aluna que ele feriu? — Questiono, ficando inquieto sobre a cadeira.

Perguntar sobre o bem-estar da garota seria inútil, já que eles só se importam com o lucro financeiro.

— Não seria prejudicial caso a senhorita Petrova viesse deixar a universidade, ou até denunciasse o Parker, por agressão?

— Amber não é o problema aqui! — bufou com uma risada. — Aqueles dois são namorados a um tempo, e desde o início vivem tendo conflitos como esses, então já estamos acostumados a lidar com isso.

Eu queria perguntar como exatamente eles lidavam com situações como aquela, mas tinha certeza que se tratava de proteger a imagem do riquinho e não da garota.

— E então, senhor Cooper, agora estamos entendidos?

— Sim senhora!

— Ótimo! — Afirmou, voltando a se pôr de pé. — Se conseguir se lembrar dessa conversa todas às vezes que ver o senhor Parker, tenho certeza de que o senhor não terá problemas no futuro.

Engraçado como essa frase soou uma leve ameaça. Mas mesmo assim, me levantei e retribui o aperto de mão que ela tinha me direcionado.

— Agradeço o conselho!

(...)

Horas mais tarde, naquele mesmo dia, ao anoitecer, estava atolado de trabalho na minha sala, tendo que lidar com as atividades que não pude revisar enquanto perdia meu tempo com aquela diretora interesseira. Contava os dias para terminar o ano letivo e sair dessa universidade de merda.

Então meu telefone começou a vibrar.

— Sim? — Coloco o celular no ouvido, ainda concentrado nos papéis.

— Glock solicitando código!

Mas quando ouço aquelas palavras trato de olhar ao meu redor rapidamente, indo até a porta com cautela, para verificar se não tinha ninguém por perto.

— Águia 3217! — Respondo.

— Transferindo sua ligação.

Lembro de termos combinado de não receber, ou fazer ligações enquanto eu estivesse na universidade, mas pelo visto, algo muito urgente deve ter acontecido para quebrarem o protocolo.

— Águia! — Meu chefe chama do outro lado da linha.

— Senhor! — Respondo preocupado.

— Não designei meu melhor fuzileiro e agente para ele ficar de enrolação!

— O senhor me designou para ser professor de Mitologia, e é isso que estou fazendo.

— Não faça eu me arrepender, Águia!

— Duvida da minha capacidade? — Questiono rudemente.

— Não teria colocado a vida da minha filha nas suas mãos se duvidasse.

Logo três toques na porta, fazem com que eu pule na cadeira, encerrando a chamada.

— Senhor Cooper? — chamou uma voz doce, não tão estranha. — É a Amber... posso entrar?

Enfio o celular no bolso, coloco a caneta sobre os papéis na minha frente e jogo os fios do meu cabelo bagunçado para trás, todo nervoso.

— Claro... entra!

Ela gira a maçaneta, ao mesmo tempo que os pés da minha cadeira se arrastam no piso de madeira, quando me ergo para recebê-la.

— Oi... — Falou baixinho, nitidamente envergonhada, vestida numa calça moletom rosa e uma blusa fina de alcinha branca, que realçava seus seios.

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