( Amber Petrova )
— Me solta, está me machucando, Oliver!
Eu tentava fazê-lo me soltar, mas ele era alto, e não tinha como ter ajuda quando todos estavam empenhados em segurar seus celulares na nossa direção nos filmando.
— Se eu cair, você cai comigo! — Ameaçou.
Logo quando menos esperamos, Emma retorna com o professor de mitologia, fazendo-me pensar quando exatamente ela tinha saído do meu lado e corrido até o Cooper. Minha mente colidia com a astúcia dela, enquanto meus braços latejavam, e o Oliver berrava, até ser pego pelas costas, sem entender quem era o homem forte com jaqueta de couro, que tinha o puxado pelo ombro, com imensa severidade.
— Está louco, porra?! Quem você pensa que é? — Parker vira com tudo para o professor, como um canhão se arma para seus oponentes.
— Como é que é? — Nicholas deixa um ar zombeteiro escapar, e todos os presentes ali arregalam seus olhos.
Ele com certeza não sabia quem era o Oliver, pois se soubesse jamais teria tocado nele, ou sequer levantado o tom de voz.
— Sabe quem eu sou, porra?
Parker estava furioso, gotículas da sua saliva saiam da sua boca a cada frase pronunciada.
— Provavelmente mais um filhinho de papai que acha que pode sair encurralando alunas no corredor!
— Eu sou Oliver Parker, imbecil. E se você fosse dessa universidade, saberia que ninguém aqui tem autorização para cruzar meu caminho, muito menos colocar as mãos sujas em mim.
Educadamente, mas com um toque de sarcasmo, Nicholas enfia as mãos nos bolsos laterais da sua calça, encarando-o com seus olhos cerrados, e um sorrisinho no rosto.
— Certo, senhor Parker... — disse transpirando total desdém. — Se tocar novamente na senhorita Petrova, ou qualquer outro aluno, será obrigado a me conhecer bem mais do que gostaria.
Meu Deus!
— Está se achando o machão, não é mesmo?! — falou praticamente o peitando. — Me diga ao menos o seu nome, senhor Fodão.
— Oliver, por favor...
Eu tento interferir, sabendo bem das habilidades do meu ex, e o mal que ele podia causar aquele homem. Mas desisto de entrar no meio, no segundo que aquele Deus crava suas vistas em mim, como se advertisse minha intromissão.
— Sou Nicholas Cooper, o novo professor de mitologia grega, e agora que fomos devidamente apresentados, recomendo que não volte a perturbar meus alunos.
(...)
( Nicholas Cooper )
— Não fazemos contato físico com os alunos, senhor Cooper, principalmente se o aluno for Oliver Parker!
— Sinto muito, senhora Pratt, mas o senhor Parker estava machucando uma aluna, e eu não podia simplesmente assistir.
Minutos depois daquela confusão, fui chamado na sala da diretora, Sarah Pratt, onde discutíamos o ocorrido que envolvia o senhor "não me toque".
— Bom, deixe-me explicar uma coisa... — ela enche seu corpo d'água, arrasta a cadeira e se senta. — A família do Oliver, são o que podemos chamar de "elite". Seu tio Richard Parker, é general das Operações Especiais dos Estados Unidos. Já deve ter ouvido falar sobre ele, estou certa?
— Sim...
— Ótimo. — ela prossegue. — E os pais dele são donos da maior construtora do País...
Onde exatamente ela quer chegar?
— Então o senhor entende que ter o Oliver aqui, é algo primordial para nossa universidade, pois recebemos visibilidade, e visibilidade gera matriculas. E nós também não queremos problemas com o sobrinho do general, não é mesmo?
Isso é sério?
— E quanto a aluna que ele feriu? — Questiono, ficando inquieto sobre a cadeira.
Perguntar sobre o bem-estar da garota seria inútil, já que eles só se importam com o lucro financeiro.
— Não seria prejudicial caso a senhorita Petrova viesse deixar a universidade, ou até denunciasse o Parker, por agressão?
— Amber não é o problema aqui! — bufou com uma risada. — Aqueles dois são namorados a um tempo, e desde o início vivem tendo conflitos como esses, então já estamos acostumados a lidar com isso.
Eu queria perguntar como exatamente eles lidavam com situações como aquela, mas tinha certeza que se tratava de proteger a imagem do riquinho e não da garota.
— E então, senhor Cooper, agora estamos entendidos?
— Sim senhora!
— Ótimo! — Afirmou, voltando a se pôr de pé. — Se conseguir se lembrar dessa conversa todas às vezes que ver o senhor Parker, tenho certeza de que o senhor não terá problemas no futuro.
Engraçado como essa frase soou uma leve ameaça. Mas mesmo assim, me levantei e retribui o aperto de mão que ela tinha me direcionado.
— Agradeço o conselho!
(...)
Horas mais tarde, naquele mesmo dia, ao anoitecer, estava atolado de trabalho na minha sala, tendo que lidar com as atividades que não pude revisar enquanto perdia meu tempo com aquela diretora interesseira. Contava os dias para terminar o ano letivo e sair dessa universidade de merda.
Então meu telefone começou a vibrar.
— Sim? — Coloco o celular no ouvido, ainda concentrado nos papéis.
— Glock solicitando código!
Mas quando ouço aquelas palavras trato de olhar ao meu redor rapidamente, indo até a porta com cautela, para verificar se não tinha ninguém por perto.
— Águia 3217! — Respondo.
— Transferindo sua ligação.
Lembro de termos combinado de não receber, ou fazer ligações enquanto eu estivesse na universidade, mas pelo visto, algo muito urgente deve ter acontecido para quebrarem o protocolo.
— Águia! — Meu chefe chama do outro lado da linha.
— Senhor! — Respondo preocupado.
— Não designei meu melhor fuzileiro e agente para ele ficar de enrolação!
— O senhor me designou para ser professor de Mitologia, e é isso que estou fazendo.
— Não faça eu me arrepender, Águia!
— Duvida da minha capacidade? — Questiono rudemente.
— Não teria colocado a vida da minha filha nas suas mãos se duvidasse.
Logo três toques na porta, fazem com que eu pule na cadeira, encerrando a chamada.
— Senhor Cooper? — chamou uma voz doce, não tão estranha. — É a Amber... posso entrar?
Enfio o celular no bolso, coloco a caneta sobre os papéis na minha frente e jogo os fios do meu cabelo bagunçado para trás, todo nervoso.
— Claro... entra!
Ela gira a maçaneta, ao mesmo tempo que os pés da minha cadeira se arrastam no piso de madeira, quando me ergo para recebê-la.
— Oi... — Falou baixinho, nitidamente envergonhada, vestida numa calça moletom rosa e uma blusa fina de alcinha branca, que realçava seus seios.
( Nicholas Cooper )— Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?Tinha que ser algo muito importante para ela bater na minha sala as dez da noite.— Desculpe incomodar o senhor a essa hora... — falou me encarando de um jeito desconcertante. — eu só queria agradecer o que fez por mim, hoje mais cedo...Ah, então é isso. Ela só veio prestar os agradecimentos. — Penso com um suspiro aliviado.— Sente-se! — peço convidando-a a entrar. — Aceita um café?— Não, não, eu... eu tomei um agora há pouco. É o que me ajuda a ficar acordada e estudar para as provas. — Contou, sentando-se no pequeno sofá disponível na sala.Amber estava aflita, conseguia ver que seus peitos subiam e desciam numa velocidade não muito comum, mesmo que fosse impossível não olhar para eles, enquanto ela arrancava os esmaltes das unhas, como fez aquela noite na enfermaria.Com o pouco de experiência que eu tinha, poderia dizer que isso é algo relacionado à TPM, mas como fuzileiro, posso assegurar que esse é um dos vários sin
( Nicholas Cooper )— Amber? — queixou cruzando os braços na frente dos seios. — O que está fazendo aqui?— Eu? — arqueou as sobrancelhas. — É você quem deveria dizer o que está fazendo aqui.— Vim falar com o professor ué!— A essa hora? — Debateu a loira.— Olha quem fala. Você já estava aqui quando cheguei!Se eu não der um jeito de parar isso agora, em poucos segundos toda a universidade vai aparecer aqui.— Sim, vim aqui apenas para agradecer o que o senhor Cooper, fez por mim, mais cedo!— Agradecer, é? E como exatamente você pretendia retribuir o favor?Porra!Aquelas insinuações são o que me fazem entrar no meio.— Senhoritas, por favor! — peço. — Nenhuma das duas deveriam estar aqui, então se me dão licença. — digo seguindo até a porta. — Eu preciso terminar o meu trabalho, e as duas precisam ir para as suas camas.Dois olhares ferozes, e uma única vítima. EU!— Okay! — Amber passa direto por mim como um trem soltando fumaça.Inferno!Ela sequer olha para trás, quando vira à
( Nicholas Cooper )— Posso ajudá-la com alguma coisa? — Pergunto, enquanto minhas vistas tentam fugir para observar a Amber, vacilando entre ela e a ruiva na minha frente.— O senhor não vai conseguir se livrar de mim tão fácil! — Falou com uma risada sínica.— O-o quê?Como alguém pode ser tão insuportável assim? — Eu sei o que você e um certo alguém estavam fazendo ontem, mas eu posso esquecer o que vi se me fizer um favor...— Como é?Que porra é essa? Algum tipo de chantagem?— Srta. Swan, eu não sei do que está falan —— Já ouviu falar da "Pink Fest", professor? — ela me interrompe com um tipo de assunto aleatório. — É a maior festa anual da universidade, onde um único aluno é sorteado para organizar tudo, ficando responsável por dar a melhor e maior festa de todos os tempos. E, como ano passado foi a Amber a sorteada, esse ano eu preciso dar uma festa ainda melhor que ela, por isso —— Um momento! — faço ela parar de falar. — O que exatamente eu tenho a ver com isso?Sei que e
( Nicholas Cooper )Eu não sabia o que dizer, até porque eu tinha acabado de ser pego desprevenido.É aí que ela se levanta, pega a mochila e some das minhas vistas, deixando tudo mais confuso.Qual o meu problema? Por que essa menina me deixa tão nervoso?— Oi! — Amber surge no mesmo corredor que eu, caminhando na minha direção.— Srta. Petrova... — Respondo.— Acho que devo desculpas ao senhor, pelo inconveniente de ontem à noite. Espero que isso não tenha gerado um conflito entre nós dois...— De forma alguma! — Tranquilizo-a.Engraçado como nossos encontros são sempre para se redimir.— O que é isso que está lendo? — Pergunto para quebrar o gelo.— Romeu e Julieta. Já leu?— Já sim! Mas por que estava escondida entre as estantes, sentada no chão?— Ah é... — ela fica acanhada com a minha queixa. — não gosto de ler romances assim, em público...Ela é tímida, e aparentemente atraída pelo proibido.Automaticamente, sem eu controlar, meus pés avançam três passos para perto dela, fican
( Amber Petrova )— A cada oito horas, pelos próximos três dias, ouviu bem, Srta. Petrova?Estava trancada na enfermaria com a pior das médicas. Nunca vou entender porque essa mulher escolheu essa profissão quando a faz com puro desgosto.— Ouvi!— E na próxima vez não demore tanto tempo para procurar por um médico.— Sabe porque não vim antes... — Comento de cabeça baixa.— Pela quantidade de vezes que já veio aqui, já deveria ter aprendido que não podemos expor os quadros clínicos.Não era a minha primeira vez aqui, talvez fosse a nona, ou décima. A equipe médica de fato era bem sigilosa, mas eu sabia que esse sigilo só ocorria porque envolvia o famoso Oliver Parker. E aqui ninguém ousaria manchar a reputação dele.— Obrigada, doutora! — Digo seguindo para saída.— Até a próxima, Amber! — Despediu-se fazendo minhas pegadas travarem.Próxima?Me viro para ela e pronuncio o finalizar de um ciclo doentio.— Não terá uma próxima!(...)— AMBER! — No corredor a caminho do meu quarto, um
( Nicholas Cooper )— Acharam ela?Trancado na minha sala com meus fones de ouvido, eu interrogava meus homens, esperando por informações.— Sim, senhor! — respondeu. — Ela e a amiga acabaram de entrar numa loja de roupas.— Foram vistos?— Não, senhor!— Ótimo, ela não pode suspeitar de nada. Agora, prossigam com a missão e não tirem os olhos dela.— Certo. Desligando!Ter a Amber e a amiga fora da universidade era o que eu precisava para entrar no quarto delas, mas como estava encarregado de seguir seus passos, precisei de reforços para vigiá-la na cidade, já que eu tinha que colher mais informações sobre a missão.Poucos minutos depois após roubar a chave reserva na secretaria, dentro do dormitório começo procurando pelas coisas da Emma, visto que ela é a amiga cuidadosa que sem dúvidas guarda alguma evidência contra o senhor Parker, esperando que um dia precise proteger a amiga, como fez no dia que me chamou para socorrer Amber.— Livros... e mais livros... — Bufo frustrado.Sei q
( Nicholas Cooper )A lua já estava no topo do céu enquanto eu me aborrecia na sala de arquivo da enfermaria, procurando pelos relatórios de Amber e Oliver. Tudo sobre eles parecia ocultado, até o registro com a data que Emma citou no diário, não está aqui. Tinha inúmeros papéis de inúmeros estudantes, mas nada da Amber, o que me levava a pensar que os funcionários daqui guardavam a ficha dela em outro lugar.Como de praxe, bato no fundo das gavetas procurando um fundo falso. Uma batida, duas batidas, e na terceira um som diferente.Achei!(...)( Amber Petrova )Como um rato rápido e cuidadoso, cruzo a faculdade escura entrando na enfermaria. Procurava por algo que ajudasse Emma a lidar com as consequências de hoje mais cedo, e como tinha sido a responsável, nada mais justo que eu me encarregar de roubar os remédios para ela.— Cadê... — Fuço as prateleiras, irritada com a possibilidade de ser pega por alguém.Analgésicos, laxantes, mas nada para enjoo, até que a minha direita atrás
( Amber Petrova )— O que foi, Nicholas? Por acaso, eu estou te deixando nervoso?— Sim... — balbuciou. — Você costuma causar esse efeito em mim.— Tem certeza de que é só isso que eu causo em você?Ele passa a língua no canto da boca, como se sua mente estivesse nadando em cenas pervertidas.— Já falamos sobre isso, sou seu professor e —— Engraçado, ontem você não parecia se lembrar disso, quanto suas mãos brincavam por baixo da minha blusa!(...)( Nicholas Cooper )Ouvir aquelas palavras mal criadas sair da boca dela, ao mesmo tempo que a tenho tão perto de mim, era como queimar nas chamas do inferno.Não tinha como saber o que ela queria que eu fizesse, mas estava nítido no seu rostinho sedutor, que ela tinha se arrependido de lembrar-me da minha moral, justo naquele momento.— Me responde uma coisa... — falo fazendo meu lado severo desaparecer como fumaça, deixando a tensão e o desejo aquecerem meu sangue. — Faria uma coisa por mim?Seus lábios se descolam um do outro enquanto e