( Amber Petrova )
— Ele? — franziu a testa. — Ele quem?
— É o cara que atropelei no corredor, que me levou para enfermaria!
— Espera aí... — ela assume um olhar saliente, ao mesmo tempo que seu rosto se vira para o homem. — Foi para enfermaria com aquele cara e não me contou?
— Não fica encarando, droga! — Brigo com ela dando um beliscão na sua perna.
— Ai!
— Boa tarde, pessoal! — Aquela voz masculina e rouca de homem enérgico soa na frente da turma, ao mesmo tempo que vejo os olhos da minha amiga arregalarem.
— Por que ele está na mesa da professora? — Emma sussurrou me deixando ainda mais nervosa.
— O quê?
Deus, que isso seja só um mal-entendido, por favor.
— Sou Nicholas Cooper, e vou substituir a professora Chloe, nesse semestre!
Espera. Nicholas vai ser meu professor?
O mundo inteiro parece virar de cabeça para baixo quando escuto aquilo, meu coração batia tão forte que eu podia senti-lo martelar minha garganta como se fosse sair pela boca. Eu estava em choque, repassando na minha mente a noite passada e o nosso pequeno flerte. Aquilo era contra as regras, e ele ser meu professor deixava tudo mais difícil.
— Vai, vai, ele está de costas! — Emma me puxa para o lugar assim que o professor se vira para anotar algo no quadro branco.
Só que, para o meu azar, quando Nicholas se vira de volta, seu olhar pousa em mim no mesmo segundo, e sua pele empalidece.
Ai meu Deus.
— Bom... é... esse é o livro que preciso que vocês leiam até o final de semana. — Ele fica visivelmente nervoso, se esforçando para não olhar para mim enquanto a turma o assiste.
A voz profunda do senhor Cooper sobrevoa a sala de aula como uma névoa de luxúria, deixando cada garota com as pálpebras pesadas e borboletas no estômago.
— Nossa, ele é tão gato! — Falou a ruiva na fileira de baixo, fuxicando com sua amiga do lado.
— Eu sei. Essa vai ser a melhor aula de todas. — Riu, o admirando de longe.
Inesperadamente, durante o tempo que ouvia os cochichos, me levo a olhar para o professor, que também estava me analisando nas poucas brechas que tinha.
— Acho que ele quer te examinar de novo, amiga. — Emma brinca, batendo sem querer no meu braço machucado.
— Ai, Emma... — Encolho, enrugando meu rosto com dor.
— Oh, me perdoe, amiga.
— Tudo bem...
Nicholas cerra seus olhos no pequeno incidente, me deixando um pouco constrangida, os alunos estavam anotando o que tinha escrito no quatro, mas eu fiquei fixada nele tentando entender o que sua expressão significava, até que meu rosto esquentou e eu virei minha cabeça.
— Professor! — A garota na minha frente chama o Sr. Cooper, erguendo seu braço fino para o alto.
— Sim?
— O senhor tem namorada? — Seu descaradamente provoca risos por todos os lados.
Ridícula!
A ruiva morde a pontinha do lápis, enquanto Nicholas deixa uma risada descontraída sair dos seus lábios, se encostando na mesa dele, que logo fez sua calça jeans se esticar com o volume das suas coxas grossas.
— Alguma pergunta sobre a atividade? — Se esquivou educadamente, sem perder a pose e o sorriso no rosto.
O restante da turma brinca com ele, e suas respostas amistosas me fazem ver como um homem pode ser gentil quando quer.
— Certo, pessoal, podem ir, vejo vocês amanhã! — Ele libera a turma assim que vê as horas no relógio do seu pulso.
Um a um começa a sair, e quando o vejo fechar sua mochila, seus olhos se voltam para mim novamente.
— Srta. Petrova, poderia me dar um minuto do seu tempo? — Seu tom formal faz minha boca secar, principalmente quando Emma resolve fazer piada da situação.
— Nossa amiga, você está muito encrencada! — Riu, se afastando de mim, enquanto descíamos as escadas.
— Emma, volta aqui! — Tento pegar seu braço no ar, mas falho quando ela é mais rápida que eu.
Cada degrau que eu descia era um motivo a mais para que eu desmaiasse. Nada podia ser mais constrangedor que aquilo, até que ele se pôs na minha frente, me atingindo com seu perfume afrodisíaco.
— Me acompanhe, é melhor conversarmos na minha sala.
Na sala dele? Por que não pode ser aqui?
( Nicholas Cooper )Então aquela era a Amber. A famosa Amber. Não teria flertado com ela se soubesse que era ela. Além de ser minha aluna, também era parte da minha missão. Tinha que consertar a merda que fiz na noite passada para não ficar esse clima estranho que tinha se instalado entre nós dois.O som dos seus saltos batendo no chão me seguiam enquanto caminhávamos até a minha sala.— Sente-se Srta. Petrova! — Peço assim que entramos na sala, vendo-a mexer seus dedos finos e delicados, arrancando o esmalte rosa das suas unhas grandes.— Fiz algo de errado? — Perguntou inquieta, sentando-se na cadeira.— Por que acha isso?— Porque aqui só se é chamado na sala de um professor quando somos advertidos, ou expulsos! — ela é rápida na explicação mostrando o quão estava nervosa. — e então, vai me advertir por ontem à noite?— Te advertir? — digo surpreso. — Te chamei aqui para te pedir desculpas, não para te dar uma advertência, ou coisa do tipo!Seus ombros de porcelana relaxam diante m
( Amber Petrova )— Me solta, está me machucando, Oliver!Eu tentava fazê-lo me soltar, mas ele era alto, e não tinha como ter ajuda quando todos estavam empenhados em segurar seus celulares na nossa direção nos filmando.— Se eu cair, você cai comigo! — Ameaçou.Logo quando menos esperamos, Emma retorna com o professor de mitologia, fazendo-me pensar quando exatamente ela tinha saído do meu lado e corrido até o Cooper. Minha mente colidia com a astúcia dela, enquanto meus braços latejavam, e o Oliver berrava, até ser pego pelas costas, sem entender quem era o homem forte com jaqueta de couro, que tinha o puxado pelo ombro, com imensa severidade.— Está louco, porra?! Quem você pensa que é? — Parker vira com tudo para o professor, como um canhão se arma para seus oponentes.— Como é que é? — Nicholas deixa um ar zombeteiro escapar, e todos os presentes ali arregalam seus olhos.Ele com certeza não sabia quem era o Oliver, pois se soubesse jamais teria tocado nele, ou sequer levantado
( Nicholas Cooper )— Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?Tinha que ser algo muito importante para ela bater na minha sala as dez da noite.— Desculpe incomodar o senhor a essa hora... — falou me encarando de um jeito desconcertante. — eu só queria agradecer o que fez por mim, hoje mais cedo...Ah, então é isso. Ela só veio prestar os agradecimentos. — Penso com um suspiro aliviado.— Sente-se! — peço convidando-a a entrar. — Aceita um café?— Não, não, eu... eu tomei um agora há pouco. É o que me ajuda a ficar acordada e estudar para as provas. — Contou, sentando-se no pequeno sofá disponível na sala.Amber estava aflita, conseguia ver que seus peitos subiam e desciam numa velocidade não muito comum, mesmo que fosse impossível não olhar para eles, enquanto ela arrancava os esmaltes das unhas, como fez aquela noite na enfermaria.Com o pouco de experiência que eu tinha, poderia dizer que isso é algo relacionado à TPM, mas como fuzileiro, posso assegurar que esse é um dos vários sin
( Nicholas Cooper )— Amber? — queixou cruzando os braços na frente dos seios. — O que está fazendo aqui?— Eu? — arqueou as sobrancelhas. — É você quem deveria dizer o que está fazendo aqui.— Vim falar com o professor ué!— A essa hora? — Debateu a loira.— Olha quem fala. Você já estava aqui quando cheguei!Se eu não der um jeito de parar isso agora, em poucos segundos toda a universidade vai aparecer aqui.— Sim, vim aqui apenas para agradecer o que o senhor Cooper, fez por mim, mais cedo!— Agradecer, é? E como exatamente você pretendia retribuir o favor?Porra!Aquelas insinuações são o que me fazem entrar no meio.— Senhoritas, por favor! — peço. — Nenhuma das duas deveriam estar aqui, então se me dão licença. — digo seguindo até a porta. — Eu preciso terminar o meu trabalho, e as duas precisam ir para as suas camas.Dois olhares ferozes, e uma única vítima. EU!— Okay! — Amber passa direto por mim como um trem soltando fumaça.Inferno!Ela sequer olha para trás, quando vira à
( Nicholas Cooper )— Posso ajudá-la com alguma coisa? — Pergunto, enquanto minhas vistas tentam fugir para observar a Amber, vacilando entre ela e a ruiva na minha frente.— O senhor não vai conseguir se livrar de mim tão fácil! — Falou com uma risada sínica.— O-o quê?Como alguém pode ser tão insuportável assim? — Eu sei o que você e um certo alguém estavam fazendo ontem, mas eu posso esquecer o que vi se me fizer um favor...— Como é?Que porra é essa? Algum tipo de chantagem?— Srta. Swan, eu não sei do que está falan —— Já ouviu falar da "Pink Fest", professor? — ela me interrompe com um tipo de assunto aleatório. — É a maior festa anual da universidade, onde um único aluno é sorteado para organizar tudo, ficando responsável por dar a melhor e maior festa de todos os tempos. E, como ano passado foi a Amber a sorteada, esse ano eu preciso dar uma festa ainda melhor que ela, por isso —— Um momento! — faço ela parar de falar. — O que exatamente eu tenho a ver com isso?Sei que e
( Nicholas Cooper )Eu não sabia o que dizer, até porque eu tinha acabado de ser pego desprevenido.É aí que ela se levanta, pega a mochila e some das minhas vistas, deixando tudo mais confuso.Qual o meu problema? Por que essa menina me deixa tão nervoso?— Oi! — Amber surge no mesmo corredor que eu, caminhando na minha direção.— Srta. Petrova... — Respondo.— Acho que devo desculpas ao senhor, pelo inconveniente de ontem à noite. Espero que isso não tenha gerado um conflito entre nós dois...— De forma alguma! — Tranquilizo-a.Engraçado como nossos encontros são sempre para se redimir.— O que é isso que está lendo? — Pergunto para quebrar o gelo.— Romeu e Julieta. Já leu?— Já sim! Mas por que estava escondida entre as estantes, sentada no chão?— Ah é... — ela fica acanhada com a minha queixa. — não gosto de ler romances assim, em público...Ela é tímida, e aparentemente atraída pelo proibido.Automaticamente, sem eu controlar, meus pés avançam três passos para perto dela, fican
( Amber Petrova )— A cada oito horas, pelos próximos três dias, ouviu bem, Srta. Petrova?Estava trancada na enfermaria com a pior das médicas. Nunca vou entender porque essa mulher escolheu essa profissão quando a faz com puro desgosto.— Ouvi!— E na próxima vez não demore tanto tempo para procurar por um médico.— Sabe porque não vim antes... — Comento de cabeça baixa.— Pela quantidade de vezes que já veio aqui, já deveria ter aprendido que não podemos expor os quadros clínicos.Não era a minha primeira vez aqui, talvez fosse a nona, ou décima. A equipe médica de fato era bem sigilosa, mas eu sabia que esse sigilo só ocorria porque envolvia o famoso Oliver Parker. E aqui ninguém ousaria manchar a reputação dele.— Obrigada, doutora! — Digo seguindo para saída.— Até a próxima, Amber! — Despediu-se fazendo minhas pegadas travarem.Próxima?Me viro para ela e pronuncio o finalizar de um ciclo doentio.— Não terá uma próxima!(...)— AMBER! — No corredor a caminho do meu quarto, um
( Nicholas Cooper )— Acharam ela?Trancado na minha sala com meus fones de ouvido, eu interrogava meus homens, esperando por informações.— Sim, senhor! — respondeu. — Ela e a amiga acabaram de entrar numa loja de roupas.— Foram vistos?— Não, senhor!— Ótimo, ela não pode suspeitar de nada. Agora, prossigam com a missão e não tirem os olhos dela.— Certo. Desligando!Ter a Amber e a amiga fora da universidade era o que eu precisava para entrar no quarto delas, mas como estava encarregado de seguir seus passos, precisei de reforços para vigiá-la na cidade, já que eu tinha que colher mais informações sobre a missão.Poucos minutos depois após roubar a chave reserva na secretaria, dentro do dormitório começo procurando pelas coisas da Emma, visto que ela é a amiga cuidadosa que sem dúvidas guarda alguma evidência contra o senhor Parker, esperando que um dia precise proteger a amiga, como fez no dia que me chamou para socorrer Amber.— Livros... e mais livros... — Bufo frustrado.Sei q