Athina Rafaela Alvez Garden, uma jovem de 27 anos , outra hora alegre, feliz e realizada. Vivia agora presa ao passado, com a esperança de recuperar o que um dia já teve. Não que gostasse de viver no passado, mas não se via seguindo para lugar algum sem aquele que pensou ser seu amor destinado. Então se privou de conhecer pessoas novas ou ter um relacionamento para além do profissional, fechou seu coração para tudo o que dissese respeito a novos amores. Não fez novas amizades, não fez novos planos, apenas continuou ali, no mesmo sítio em que um dia se despediu de Axel.Concentrada demais no futuro que aos 17 anos planejou com o homem que ela mesma afastou, enclausurada, ela se fechou no próprio mundo.Mas um dia ela se deu conta que o tempo havia passado, e que de forma alguma recuperaria aquilo, que nunca seria possível refazer seus passos. E foi então que o medo chegou, o desespero fez parte e a solidão assolou.Aquela moça de olhos castanhos, se fechou em seu quarto e chorou pela v
Athina estava chegando em casa após mais um dia de trabalho, com o cabelo curto preso em um coque, a gargantilha preta a volta do pescoço e os pés já descalços, ela acendeu as luzes de sua sala um tanto quanto colorida.Estava cansada, mas feliz por ter um para ir. Não que estivesse desesperadamente precisando dele, afinal seu pai queria que ela voltasse para Adni e trabalhasse com o primo na construtora da família, e que ficasse mais próximo dos seus.Ele arranjaria um cargo para ela, já havia deixado claro. Ela tinha um curso de secretariado então não teria dificuldade alguma em se enquandra e trabalhar com eles, mas não pensava naquilo como uma opção.Ela não queria voltar para lá, para a casa da sua infância e as ruas da sua juventude, não quando ainda não havia decidido seguir com sua vida, ou quando nem sabia como seguir com ela.Atualmente trabalhava como veterinária em uma clínica perto do centro da cidade, amava e se divertia realizando o próprio trabalho, mas bem se lembrava
Nos seus 27 anos, Caleb era um homem bonito. Modelo profissional com um porte físico invejável, olhos castanhos, cabelo cacheado e queixo cortado, tinha agora uma tatuagem na parte interna do braço em homenagem a avó, e uma pintinha preta perto do olho. Alguns o consideravam irritante com aquele sorriso aberto, mas ela não.Na verdade ela sempre se alegrava ao falar com ele, mas daquela vez estava sendo diferente, a morena se entristeceu.Não porque seu amigo havia encontrado alguém e se apaixonado, não porque ele estava viajando a trabalho, ou porque havia tomado a decisão repentina de se casar, mas porque ela estava lá, no mesmo lugar de sempre. Fazendo as mesmas coisas de sempre.Amava seu trabalho e sua rotina, mas isso já não era o suficiente para ela. Não quando após um dia longo, tivesse que ficar em casa, sozinha com o som da televisão, e saudades de seu falecido cão.Não quando sentisse saudades de amar e ser amada. Estava faltando alguma coisa, ou melhor, alguém. Antes diri
Após ter dirigido por cinco horas, Mickey havia finalmente chegado a casa. Cansado, estacionou o carro em frente a sua residência e se arrastou pela pequeno caminho ladrilhado até sua porta. Em um movimento preciso e decidido, passou a chave na porta sendo invadido pelo característico cheiro a nada. Sua casa sempre cheirava assim quando ele não estava, porque não havia mais ninguém lá para fazer cheirar a queimado, frango assado ou perfume doce cativante. Apenas ele e as paredes.Só havia saído da cidade em que vivia para visitar sua filha no outro extremo do país, e como não haviam vôos para lá aquele final de semana, ele foi no próprio carro. Havia prometido para Alice e não falharia com a palavra.Mas ainda assim, estava moído de tanto cansaço.Queria apenas se deitar em sua cama, esquecer que existia alguma outra coisa para além do sono, e talvez, só talvez mesmo faltar ao trabalho pela manhã.E qual não foi sua surpresa ao ver a ruiva em sua sala, pés cruzados e olhos atentos no c
Mickey estava chegando no trabalho, impecável em seu terno cinza, relógio no pulso e cabelo arrumado. Seus passos destoavam segurança, e o olhar esperteza. Era um profissional de mão cheia, com um bom histórico de casos vencidos, e mesmo os que havia perdido, era conhecido por dar tudo de si até o último minuto. Por isso era respeitado, não só pelos seus associados, como também por seus adversários.Era advogado não apenas pelo dinheiro que trazia, ou porque a sua família era quase toda de advogados, mas porque ele mesmo amava aquela profissão e queria poder trazer justiça para todos e mais alguém enquanto pudesse exercer.Não era um advogado do povo, mas sempre que podia ou a empresa mandava, se envolvia com casos de larga escala. Neste tipo de caso não haviam ganhos monetários, só a gratificação de ter ajudado. E quando chegava no local de trabalho, tentava sempre ao máximo deixar de lado os assuntos pessoais para melhor se concentrar, mesmo que estes trabalhassem lá consigo e se to
Depois que recebeu a notícia de Heloise, a morena não aguentou mais ficar no trabalho agindo como se não estivesse a beira do caos, então simplesmente inventou uma dor, deixou de ir até a fazenda com Dário e voltou para o conforto de sua casa bem mais cedo do que o normal.No trajeto para casa pensava no quanto ficaria mais isolada assim que amiga se mudasse com o marido e sobre como detestava toda aquela situação, e isso até lhe causava estranheza, dizer que a loira tinha um marido agora.Não é que não gostasse de Sérgio, ele era um bom homem, que fazia sua amiga muito feliz... Mas naquele momento desgostava fortemente que ele estivesse lhe roubando a amiga, então mentalmente o xingava sem qualquer motivo. E depois se sentia culpada e chorava. Foi uma saga louca de emoções seu trajeto para casa. Ela diria, se alguém perguntasse. Mais desanimada do que antes, chegou em casa. Abriu as janelas de seu quarto, deitou sobre a cama e ficou olhando o dia morrer sem qualquer perspectiva de me
Faziam já três dias desde a última vez que Athina viu a loira Nara. Ainda estava se sentindo mal pela conversa estranha que tiveram e pelo jeito nada honrado que a tratou, e claro também saudades da companhia agradável e sorriso contagiante, mas não ligou nem mandou mensagem.Começava a refletir sobre o porque de estar naquela situação agora. E a única explicação que encontrou foi que estava concentrada demais em ser uma boa profissional e que os amigos e familiares vinham primeiro.Ou só pensava assim porque queria arranjar um motivo para estar sozinha. Era confuso, sua mente inteira estava confusa. Ela saia para se divertir de vens em quando, era simpática, linda e independente, e também conhecia sempre gente nova, não entendia porque decidiu esperar só e não se apaixonar.Era tanta confusão em seus sentimentos, que nem seus pensamentos estavam livres daquela montanha que girava na tomada de consciência de suas decisões erradas, na vontade de arranjar um culpado para isso, no desespe
- Alice, por favor não vá tão rápido. Você vai cair filha. - Mickey alertou a filha que de forma animada corria para dentro de casa. Usava um macacão jeans azul, blusa de mangas compridas listradas e um laço rosa na cabeça cacheada. E quanto a energia que tinha, era enorme.- Porque ela está correndo desse jeito, o que vão fazer agora? - Ema perguntou desconfiada. Se sentava na pequena escada de sua casa, havia folhas secas no chão e uma fonte desativada no centro do pátio, ao longe se via o pequeno portão de ferro e a estrada de ladrilho até ali. Era uma residência antiga, havia sido de seus avós, e agora era sua e de sua filha.- Vamos fazer pizza. - Mickey respondeu sentando do lado dela. Estava ofegante por ter corrido atrás dela pelo vasto quintal, e só se sentiu mais descansado quando suas nádegas tocaram o concreto gelado de que eram feitas as escadas.- Acho que você não percebe, mas essa menina te escraviza sempre que aparece por aqui. - Ema comentou divertida, seu cabelo caía