Jude e seu pior pesadelo

Jude e seu pior pesadelo

As coisas pra mim nunca foram fáceis. Branville me torturou o quanto pôde, da forma mais cruel possível, no entanto, o pior de tudo era que o sofrimento parecia nunca ter fim; cada dia que passava, eu torcia ainda mais pra que um carro qualquer passasse por cima de mim e acabasse com toda aquela palhaçada que era a minha vida de uma única vez.

Meu nome é Jude Wallace e eu estava de saco cheio da minha vida sofrida, de todos a minha volta me tratando como um gigantesco saco de pancadas; e ainda lutava contra a mídia, que me tratava como um mero coitado após meu pai surtar e matar a minha mãe, no meu sétimo ano do fundamental.

A única coisa que me matinha corajoso pra levantar todos os dias de manhã era Mason Harris. Mason era do meu ano na escola, dividia algumas turmas comigo e parecia um idol coreano escondido com aquele cabelinho e aquelas camisas de botão dentro da calça jeans azul. Um olhar meio torto, um sorriso que não era exatamente bonito, mas não deixava de ser galanteador. Eu passava horas olhando-o se eu pudesse, apenas imaginando o quão maravilhoso seria se ele me notasse.

Mas ele era tão invisível quanto eu. Ninguém o notava, apenas eu. Jude Wallace foi o primeiro a notá-lo, dentre todas as pessoas no mundo, e foi assim que eu me apaixonei por ele, daquele jeitinho torto e invisível. Ele tinha alguns amigos esquisitos que gostavam de jogar RPG durante os intervalos entre as aulas; por vezes eu os via se divertindo quando passava pela sala do audiovisual. Não eram muitos, apenas contavam com dois rapazes, Tim Morrison e Evan Garret. Eu invejava aquela amizade deles, porque era tudo o que eu mais desejava no mundo; entretanto, por mais que nós fossemos vizinhos por alguns anos, nunca tínhamos trocado nenhuma palavra.

Eu sempre fui a criança que brincava sozinho em casa e apenas observava o mundo pela janela do quarto, porque minha irmã era protetora demais,  final, tínhamos vivido uma tragédia familiar terrível. As coisas começaram a mudar quando Tim e Evan se mudaram de Branville e Mason ficara sozinho, resolvendo, certo dia, criar alguma coragem e se declarar para Max Simmons, uma garota do nosso ano, que era super popular e bonita. Do tipo rainha de todos os bailes.

Max o rejeitou.

E quem pagou o preço foi eu, porque ele desapareceu completamente por uma semana. Uma semana inteira sem vê-lo era quase um inferno, porque toda vez que Boston Harris me batia, olhar pra ele ainda me mantinha insistente. Foi uma semana em que eu quase desisti de ir à escola, mas para minha surpresa e alívio, na segunda-feira seguinte, ele voltou completamente diferente. Não andava mais com os ombros curvados, como se tivesse medo do mundo, não sorria mais de forma abobada, como costumava fazer quando lia alguma coisa divertida, e também não era mais o coitadinho rejeitado.

Ele chegou uma semana depois, com o cabelo em um novo penteado mantido no spray, uns óculos escuro no rosto, uma vestimenta caracterizada unicamente pelo preto e aquela jaqueta de couro. Ele havia se erguido, mudado sua postura e em pouco tempo, mudou de um perfeito nerd para um completo badboy de filme americano. Eu estava completamente de joelhos para ele naquele momento, entretanto, eu já não era mais o único que o observava com atenção. As pessoas começaram a notar ele, a tentar se enturmar e puxar assunto; foi assim que ele começou a sair e conhecer pessoas, começou a fumar e em pouco tempo, já estava enturmado coma galera popular da escola, o que incluía Max Oxigenada Simmons, que é óbvio, tentou voltar atrás na decisão de rejeitar Mason.

As pessoas começaram a ouvi-lo e a acatar seus desejos. Certo dia, eu finalmente pude perceber que o peso que a palavra dele tinha era realmente extraordinário. Eu, mais uma vez, estava encolhido no canto da escada, Boston gritava comigo e desferia tapas no meu rosto, até derrubar meus óculos no chão; um segundo, se apenas Mason tivesse demorado um segundo para chegar, Boston teria destruído meus óculos recém trocados. Mason estava descendo as escadas e puxou Boston pelo capuz do moletom, mandando que ele me deixasse me paz.

— Melhor pegar seus óculos antes que um desses brutamontes quebrem, Jude — ele me olhou sorrindo, passando a língua nos lábios superiores, como se quisesse me seduzir de alguma forma, lançou uma piscadela e depois levantou, subindo as escadas novamente e sumindo pelo corredor.

Eu fui incapaz de dizer a ele um sequer “obrigado”, mesmo após ter subido as escadas e vê-lo se afastar com Boston, já cercado de várias pessoas, em sua maioria garotas. Eu estava feliz por ele finalmente ter sido notado, e estava mais feliz ainda por ele ter uma chance de chegar em um lugar que eu jamais chegaria, ainda mais sozinho. Entretanto, ele era amigo da maioria das pessoas que se divertiam a minha custa. Havia Boston Harris, que estava sempre me batendo – em realidade, era dele a culpa pela maioria dos arroxeados que tinha na pele –, também existia Erick Harris, primo de Boston – que só era popular por causa de Boston, tudo o que ele fazia era rir de mim e das piadas sem graças dos outros, ele não tinha realmente muita presença –, existia Megan Müller, a bondosa, que ria com desdém das piadas de Harris, e havia ela.

A pior de todas.

Max Simmons.

Simmons era má. Mandava e desmandava em Boston, e se não fosse por ela, ele jamais iria ser tão cruel comigo. Ela era aquela pessoa que botava o pé pra eu cair, derrubava comida em mim, entrava no vestiário masculino pra gravar vídeos meus, quebrava meus óculos com alguma frequência, fazia piadinhas e me humilhava em público com certa frequência; claro que ela fazia com os outros, mas as coisas pareciam mais intensas quando se tratava de mim.

Eu não tinha ideia do que poderia ter causado essa fúria de Simmons em mim, mas essa era basicamente a minha vida. Eu botava os pés na escola e já tinha algum boato mentiroso ao meu respeito; graças a Max Simmons, eu era popular de um jeito totalmente contrário a Mason. Mas tudo estava bem, eu poderia aguentar tudo isso, porque eu tinha planos para meu futuro, e apenas a presença de Mason na escola já era algo animador.

Óbvio que eu sabia que existia uma ínfima chance de Mason ter atração por homens, mas era um pensamento longínquo, porque praticamente todas as meninas da escola davam em cima dele. Eu estava feliz por notarem ele, mas ao mesmo tempo uma ponta de ciúmes se instalava em meu peito, porque ele seria de alguma mulher algum dia, e jamais meu. Todavia, mesmo que ele não estivesse comigo, saber que ele poderia estar com Simmons era uma tortura, mas um certo dia, as coisas entre eles tomaram um rumo inesperado por mim.

Lembro perfeitamente da rejeição dela em público, pra todo mundo ver. Era horário do almoço, então a cantina estava lotada, eu estava próximo de Mason, na fila, esperando minha vez. Ele conversava com Megan, estava com uma colher na boca, saboreando o pudim velho da cantina quando Max se aproximou dele, perguntando se eles deveriam sair naquela noite.

Minha orelha mexeu de curiosidade, querendo ouvir com clareza a resposta dele. Eu nem precisei me esforçar tanto assim; Mason a olhou, esnobando-a completamente e seguiu em direção as escadas do mezanino, onde, eu não estou brincando, todas as pessoas silenciaram para observar Mason e resposta dele, porque era a primeira vez que Max chamava alguém, geralmente os garotos corriam atrás dela. Ele subia lentamente as escadas, enquanto eu me indagava o porquê que ele havia deixado Max completamente na merda ali embaixo. Afinal, não era isso que ele queria?

— Vai realmente me deixar falando sozinha? Mason!

Eu estiquei a cabeça pra observar Mason mais claramente, exatamente no momento em que ele parou no meio da escada e olhou por cima da proteção a garota completamente perdida, não entendendo que havia sido realmente rejeitada.

Ele soltou um sorriso debochado.

— Você tá mesmo falando sério? Achei que fosse piada. — E parou de sorrir. — Não. Eu nunca vou sair com você.

A escola inteira soltou um sonoro "Wow", inclusive eu. Ninguém havia percebido, é claro, mas eu senti meu rosto ficar quente de tanta felicidade, devo ter ficado um completo pimentão; o infame Mason Harris havia saído direto das cinzas como uma gloriosa fênix. Naquele instante, ele era a pessoa mais desejada e mais popular da escola inteira.

Mas tudo não durou mais do que alguns meses.

Certo dia, em uma semana qualquer de março, o homem que um dia eu chamei de pai havia conseguido a proeza de fugir do hospital psiquiátrico em que estava, devido a um descuido de um dos novos enfermeiros, pelo que soube posteriormente. Aparentemente, seu surto, o mesmo surto que causou o assassinato da minha mãe, havia provocado algo sério nele, o que o caracterizava como mentalmente instável; louco ou não, ele havia sido vitorioso em sua fuga. O homem passou exatos dois dias desaparecido.

Até que policiais o encontraram em um albergue fora da cidade, rodeado de sangue e restos humanos. A infeliz coincidência em tudo aquilo era o fato de que o pai de Mason havia desaparecido na noite anterior. Sem as conclusões precipitadas e as buscas ainda em andamento, realizaram os testes de DNA com o sangue de Mason e o resultado não era animador. Em busca de respostas, foi em um bar de beira de estrada, na saída de Branville que meu pai abordou o pai de Mason. Ambos conversaram como se fossem grandes amigos de épocas passadas, compartilharam um vinho, até o pai de Mason cair bêbado na porta do bar; fora assim que meu pai conseguiu levar ele até o albergue. Ali, ele teve um certo sentimento, como havia descrevido em julgamento. A mesma coisa que ele sentiu na noite em que matou minha mãe. Ele foi encaminhado para outra instituição e eu nunca mais o procurei.

Mason, depois da morte do pai, precisou mudar do vale para o subúrbio, para a casa do avô militar, do outro lado da cidade e, apesar de ainda frequentar a Devon, contra todas as vontades do ancião, mudou de um cara popular desejado pra um cara popular, desejado e solitário. Seu pai, o cara que cuidou dele desde que a mãe faleceu em seu parto.

Eu sabia que ele estava sofrendo.

Eu sabia o que ele estava enfrentando.

Eu sentia sua dor e todo o seu sofrimento, pois eu vivia tudo aquilo e mais um pouco; queria que ele soubesse que não estava sozinho, e que poderíamos enfrentar isso de cabeça erguida, se ele quisesse. No dia em que tomei coragem para falar com ele, infelizmente já não era mais quem eu gostava. Eu consegui parar ele na saída da piscina, sem que ninguém nos visse.

— Mason. Eu queria falar com você... Sobre o que aconteceu. Se você quiser conversar com alguém, eu sei... Como se sente.

Mas Mason não era mais o Mason que eu admirava de longe.

— Vai se foder, Wallace — ele era mais alto do que eu, mas eu jamais imaginei que ele, me olhando por cima daquele jeito, me intimidaria tanto, a ponto de me encolher na parede atrás de mim. — Você não sabe de porra nenhuma. Se você e sua maldita irmã tivessem mantido aquele animal em uma jaula bem longe daqui, então meu pai estaria vivo. Agora some da minha frente, antes que eu me arrependa de ter respondido você.

O sorriso que ele me deu no dia em que me salvou de Boston pela última vez de repente se tornara uma memória extremamente distante. Ele mudou da água para o vinho. Não era mais aquele garoto doce que me notava de um jeito distante, mas caloroso. Claro, ele andava com as mesmas pessoas, falava as mesmas piadas... Mas começou a me provocar e a me notar completamente contrário ao meu desejo. Me derrubava nos corredores, derrubava meu almoço e até mesmo sua bebida ele havia entornado em mim, exatamente como Max Simmons fazia. O fato de Mason Harris pegar no meu pé todo santo dia havia quase que se tornado a tradição em Devon e todos seguiam essa tradição; cada dia sofrido que eu passava, meu amor ia diminuindo e se transformando em ódio. Eu passei a odiar Mason do mesmo jeito que odiava meu pai. Passei a desejar que ele pudesse sumir e eu finalmente pudesse respirar, mas isso nunca acontecia. Eu não poderia prendê-lo em uma jaula bem longe de mim, como meu pai estava.

Certo dia, eu estava caminhando em direção a uma mesa qualquer durante o almoço, quando Boston passou por mim e me empurrou, me fazendo derrubar meu próprio almoço em cima de Mason. Do mais novo valentão da escola; naquele ponto, Mason era o meu maior medo em toda a escola, muito mais do que Boston Harris.

— Eu achava que essa garrafa que você usa nos olhos fosse pra enxergar melhor, Wallace — ele se abaixou e colocou o rosto próximo ao meu, o que me fez encolher o máximo que podia. — Você está me vendo, pequeno Hobbit? Tô achando que você realmente não precisa desses óculos.

Ele levantou minha cabeça pelo cabelo e arrancou os óculos do meu rosto, esmagando-os debaixo dos pés protegidos por uma bota de couro. Estava tudo indo bem, tudo estava prestes a acabar. Era o último ano do ginásio, faltando algumas semanas para o ano letivo terminar.

— E já que você derrubou seu almoço, talvez você queira o meu. Deve estar faminto.

E então ele abriu a Pepsi e entornou ela na minha cabeça, assim como fez com o resto do almoço, ao passo de que Max fez a mesma coisa, assim como Boston e Erick. Megan não o fez como os outros, embora observasse de longe, ela nada fez para impedir que seus amigos me humilhassem. Além deles, outras pessoas passavam por mim e também jogavam alguma coisa em cima de mim.

Aquele foi meu sinal divino. Meu sinal dizendo que Mason não era mais a força que eu tinha para terminar o ginásio, tão pouco seria minha força no colegial. Meu sinal divino dizendo que era meu limite. Eu desisti de acordar e tentar sobreviver a todo aquele sofrimento. Mason Harris não existia mais para me dar motivação que eu precisava para continuar levantando todos os dias, pelo contrário. Ele se tornou meu pior pesadelo.

Um dia, acordei mais que desmotivado para seguir em frente, sentia-me mais morto do que vivo. Levantei, banhei e segui em direção ao andar inferior; tomei café da manhã e ao sentir que o horário das aulas se aproximava, meu coração ficava cada vez mais angustiado, e minha mente cada vez mais vazia. Levantei e subi as escadas, não em direção ao meu quarto, mas direção ao quarto de minha irmã. Eu acabei pegando a arma escondida que meu cunhado guardava em cima do guarda roupa, em uma caixinha de veludo azul escuro. Não esperei que saíssem de casa para fazer o que eu tinha que fazer. Eu simplesmente a peguei, destravei e apontei para o lado esquerdo da cabeça, acima da orelha.

Simples assim.

Acordei uma semana depois, com a cabeça enfaixada e estupidamente vivo. Demorou um tempo até que eu tivesse consciência do que exatamente havia acontecido, mas eu havia sobrevivido àquele tiro, por causa de algum milagre estúpido. Deus me queria vivo, o motivo eu já não tinha ideia; um caso clínico ótimo para a medicina estudar? Uma vida nova para viver? Ou simples e pura vingança? Ninguém em Branville entendia como eu havia sobrevivido, ninguém fora de Branville entendia como eu havia sobrevivido. Os médicos disseram um monte de coisas, mas eu simplesmente não entendia absolutamente nada. Só sei que demorou semanas até que eu conseguisse andar de novo, minha coordenação motora havia ido para o lixo, eu havia começado a gaguejar e a minha memória ia dar peixe. Demorou algum tempo até eu entender quem eu era, onde eu estava, e tudo mais. Quando eu recuperei a memória, orei pra esquecer tudo de novo.

Voltei para a escola no dia da formatura, para receber meu diploma do ginásio como todo mundo. Minha memória havia sido afetada, mas eu ainda era mais inteligente que a escola inteira junta. O cabelo não crescia mais no lugar onde a bala ficou, então eu cheguei um pouco careca, manco e gago. Eu não tinha mais tanta coordenação e nem noção de espaço, caia com alguma frequência porque era quase impossível me acostumar com isso. Pronto, era o pacote completo pra que eu fosse torturado até o fim dos tempos, entretanto, por algum motivo, eu fui bem recebido, aclamado, adorado. Eu fui aplaudido na formatura por ser um exemplo de vida aos outros estudantes, aqueles falsos urravam meu nome, batiam palmas e me diziam que eu era vitorioso, que eu era abençoado.

Mas aquilo ainda não foi suficiente para retornar para a escola, então eu assistia a aulas online, recebia as tarefas via e-mail, e consegui manter o primeiro ano do colegial com algum milagre e pouco esforço.  Quando as aulas do segundo ano começaram, tomei alguma coragem para sair de casa e voltar para as aulas presenciais. Eu sai de casa morrendo de medo e cheguei a um lugar completamente diferente do ginásio: descobri que os veteranos do quarto ano haviam me apelidado de Gun, como uma gigantesca ironia. Os garotos do time me chamaram para almoçar e finalmente eu parecia bem-vindo em algum lugar. Era obra divina? Finalmente eu estaria tento um descanso para que eu pudesse viver em paz?

Para a minha surpresa, o ensino médio da Devon era diferente do colegial. Eles eram mais maduros, mais centrados, mais adultos: me acolheram e disseram que não deixariam que ninguém curtissem comigo. Havia esse cara, Tip Johnson, irmão do Kyle Johnson, o quarterback do time de futebol, que disse que me levaria para fazer umas compras, uma limpeza de pele e uma aula de cabelo e maquiagem no salão de beleza que ele trabalhava.

Minha presença era requisitada, minha conta do I*******m tinha mais seguidores do que a população de D.C. (porque todo mundo queria saber como vivia o garoto que tinha uma bala na cabeça), eu era convidado pra festas e até fui rei do baile de Homecoming do segundo ano.

Mason Harris era passado em Devon, porque, eu soube, ele estava preso em um reformatório graças ao avô. Minha irmã foi na escola atrás de respostas e descobriu o quanto eu sofria nas mãos dos meus colegas de classe, até que chegou em Mason, que não tinha ideia do que eu tinha feito. Foi meu cunhado quem a convenceu a não abrir uma queixa conta Mason, mas o avô fora mais duro. Na cabeça dele, Mason sempre havia sido um encosto, porque sua preciosa filha havia morrido no parto.

Joshua, meu cunhado, me levava para caminhar todas as manhãs, assim eu exercitava o corpo e me mantinha, pelo menos um pouco, em forma. Mudei minha alimentação, foquei em atividades extracurriculares, até mesmo fiz trabalhos voluntários. Minha vida mudou completamente.

De Jude Wallace, o espinhento saco de pancadas, para Gun Wallace, o sobrevivente mais aclamado de Branville. Os dois anos seguintes foram aproveitados ao máximo pelo meu ser... Sai, bebi, tive alguns rolos... Mas nada que me fizesse esquecer de Mason; algumas noites, quando Josh e Nina saiam para jantar, eu chorava o mais alto que eu podia por causa de Mason; não entendia se era saudade, raiva, solidão... Só sabia que o aperto em meu peito se tornava sempre mais intenso.

Até o dia em que eu o vi parado na entrada da Devon, como se nunca tivesse desaparecido do nada.

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