Quando eu voltei para o colégio depois do meu ano sabático, Max Cretina Simmons foi a primeira a me cumprimentar; entretanto, sua saudação não era mais do que insultos e depreciação. Eu gostei daquilo, porque ela tinha sido a única que não tinha sido falsa comigo: ela nunca tinha gostado de mim, e nunca tinha mentido sobre, pelo contrário, ela gostava de deixar isso mais que bem claro. Por causa dela, meu ensino médio foi menos tedioso. Mas nunca, em toda a minha nova vida, eu me imaginei abraçada com ela, implorando por ajuda, já que eu não tinha capacidade naquele momento para resolver meus próprios problemas.
— Max... Eu preciso de ajuda. Por favor, me ajuda.
Eu chorava com extremo desespero na voz, com medo, desamparado, e sem me importar com o que ela pensaria de mim, se me ajudaria ou mandaria eu ir pastar. No fim, ela a
Assim que cheguei na escola no dia seguinte, fui em direção a sala do comitê, onde nos reuniríamos e por fim, eu pegaria as imagens da câmera de segurança, o dia estava quase planejado. Eu seguiria tudo conforme o normal: reunião do comitê, aulas, educação física e tudo. Começando pela reunião do comitê que começaria em dez minutos, logo a sala estaria cheia. E assim, um a um foi chegando e ali ficamos, jogando conversa fora até que todos chegassem. Alguns se preocuparam com meu rosto, mas eu os tranquilizei em seguida. Em certo momento, Joel entrou na sala, faltando assim apenas Megan.— Gun, a Megan tá brigando com a Max na piscina! Senti o corpo estremecer, por que imaginei que Megan tivesse descoberto algo, mas se ela havia ido tirar satisfações com Max e não comigo, significava que ela havia descoberto sobre Cha
Jude não quis receber ninguém enquanto estava no Medical Center, apenas Josh; que sempre vinha com mensagens tranquilizadoras passadas pelo seu cunhado a seus amigos; mesmo Nina, que sempre dava um jeito de entrar no quarto, era incrível, mas também era sempre enxotada por Josh ou pelo próprio Jude. Quando ele chegou ao Memorial de ambulância, eu já estava na sala de espera esperando qualquer notícia; mesmo que já estivesse recebendo seus amigos, ele ainda não tinha me dado permissão para vê-lo, então apenas continuava a espera-lo pacientemente. Ele foi muito machucado, apesar de não ter quebrado nada, fez exames para saber se estava tudo bem na cabeça e todos saíram com resultados normais. Naquela noite, Heath acabo
Acordei de um sono longo, mas eu ainda sentia que precisava dormir muito mais, porque continuava a sentir dores na cabeça. Senti um gosto ruim na boca e olhei em volta para saber exatamente onde estava, mas perdi logo o interesse quando vi Jude deitado sobre os braços, apoiado em cima da cama, bem ao meu lado. Ele dormia profundamente e seu cabelo estava completamente desarrumado, aquela posição não era a mais confortável, mas eu não tive coragem de acordá-lo, então apenas continuei a observá-lo ali, mas logo uma batida na porta o fez despertar. — Detetive Boyle — me assustei ao vê-lo ali, fazia bastante tempo que eu não o via no fim das contas. Bastou eu cumprimentar o detetive que Jude mediatamente acordou. — Mason! Meu Deus, você acordou
Jude seguia uma rotina extremamente preciosa todas as manhãs. Levantava às seis, saía para correr no parque, afinal, ser um dos caras mais desejados da escola era trabalhoso – ele não poderia nunca relaxar –, retornava às sete e meia, tomava um demorado banho de banheira, saboreava o delicioso café da manhã preparado por seu cunhado e seguia para a Devon em seu mais novo Jeep, presente de aniversário da irmã mais velha.Jude vivia o sonho de qualquer adolescente: era o cara mais popular da escola, rei do Homecoming e estava certo de que iria ganhar a coroa do baile de formatura, que acontecia no fim de março. Já estava preparando seu mini discurso de vencedor, lembrando-se de falar a Joel Hanson sobre o que ele precisaria para a reunião da comissão do baile naquela tarde, imaginando-se mais uma vez sendo aplaudido por todos na escola, quando todos os seus pesadelos
Jude e seu pior pesadeloAs coisas pra mim nunca foram fáceis. Branville me torturou o quanto pôde, da forma mais cruel possível, no entanto, o pior de tudo era que o sofrimento parecia nunca ter fim; cada dia que passava, eu torcia ainda mais pra que um carro qualquer passasse por cima de mim e acabasse com toda aquela palhaçada que era a minha vida de uma única vez.Meu nome é Jude Wallace e eu estava de saco cheio da minha vida sofrida, de todos a minha volta me tratando como um gigantesco saco de pancadas; e ainda lutava contra a mídia, que me tratava como um mero coitado após meu pai surtar e matar a minha mãe, no meu sétimo ano do fundamental.A única coisa que me matinha corajoso pra levantar todos os dias de manhã era Mason Harris. Mason era do meu ano na escola, dividia algumas turmas comigo e parecia umidolcoreano escondido com aquele
Meu pai tinha um pequeno restaurante chamado Ostras Estelares. Não vendíamos ostras, nem qualquer outro tipo de frutos-do-mar; meu pai vendia mesmo os hambúrgueres mais gostosos de todo o mundo. Ele visitou o Brasil quando criança e se deparou com o hambúrguer mais lindo de delicioso de todos os tempos, em uma cruzadinha numa cidadezinha quase esquecida, no interior do Mato Grosso. Ele então decidiu vender hambúrgueres do tamanho de livros de matemática de faculdade, tão saborosos que até mesmo dava vontade de repetir– apesar de ser impossível comer mais de um. A última vez que comi um de seus hambúrgueres fora no último ano do ginásio, na noite em que ele desapareceu.Eu nunca fui melancólico, solitário ou aqueles garotos estranhos e bizarros que sentem medo até mesmo de conversar com as pessoas. Na verdade, eu sempre fui muito falador, as
Por mais que eu fosse popular, Branville era uma cidade pequena, então eu ainda viveria rodeado pelas mesmas pessoas que me maltrataram durante anos; conviver com elas inicialmente não fora um problema, porque eu geralmente andava com a galera popular de verdade. O pessoal do quarto ano, o mesmo que me acolheu quando resolvi voltar para a escola no meu segundo ano, me mostrou como eu poderia sobreviver ao ensino médio e ainda mandar e desmandar em tudo, por mais que eu não fosse um jogador ou líder de torcida. Evelyn Myers era do clube de teatro e me apresentou a galera e todo ao mundo da atuação. Eu ainda mantinha meus problemas de fala, gaguejava com alguma frequência e ainda me desequilibrava algumas vezes. No teatro, entretanto, eu não gaguejava ou mancava, e quando estava apresentado as peças, ela uma libertação de outro mundo. Foi nos palcos que minha popularidade fincou, então e
Fazia algumas horas que Mason retornara à escola, mas eu ainda não dera de cara com ele. Megan se ofereceu para conversar com Mason, mas eu não poderia simplesmente me esconder atrás dos meus amigos o resto do ensino médio, só porque um cara do passado tinha retornado. Meu melhor amigo também perguntou se eu mesmo não queria resolver isso conversando de vez com Mason, já que nunca tivemos oportunidade de conversar apropriadamente. Entretanto, eu era Jude Wallace. Eu jamais iria me rebaixar indo até ele colocar as cartas na mesa, não era meu estilo.Para a minha sorte e conforto da mente, Mason não fora visto em nenhum lugar da cantina no horário do almoço, mas ouvi boatos de que ele havia assistido algumas aulas de manhã; graças ao bom Deus nenhuma delas era comigo, mas ainda existia o resto do dia e mais outros quatro dias da semana.A aula de química