KellUm beijo e mais um e mais outro... Adrien se deitou ao meu lado na cama e se virou de lado me abraçando com braços e pernas ao mesmo tempo, encaixando o seu rosto no vão entre o meu pescoço e a clavícula. Ele soltou um gemido manhoso e suspirou, aquecendo a minha pele. Minha mão deslizou carinhosamente pelo seu braço, sentindo seus pelos nas pontas dos meus dedos.— Não queria sair daqui agora — resmungou bruxinho, quase com um tom de lamento.— Por que precisa ir? — perguntei, embora eu já saiba da resposta.— Eu te falei. É uma reunião importante com o corpo docente da faculdade. Todo ano eles fazem isso. — Me virei de lado para olhá-lo e aproveitei para ajeitar alguns fios loiros que estavam em seu rosto.— Será só um dia, certo? — indaguei, tentando conformá-lo, mas a verdade é que esses últimos dias estamos tão colados, que confesso que sentirei a sua falta também.— O dia mais longo da minha vida — retrucou malcriado, me fazendo rir. — Nunca quis tanto ficar em casa como ho
Kell— E o quico? — perguntei atrevida e ela fez uma careta de desagrado.— Precisamos dele na empresa, Kelly. Eu só preciso que você o convença disso.— E por que acha que ele vai me dar ouvidos? Adrien ama o que faz, ele ama a vida que tem!— Ama nada! — rebateu e dessa vez com irritação na voz. — Ninguém ama viver em um lugar como esse, e menos ainda ganhar a miséria que ele ganha.— Pelo jeito você não conhece o irmão que tem — rebati. Ela deu de ombros.— É simples, kelly, Adrien está apaixonado por você e isso o fará te ouvir. “Adrian está apaixonado... Adrien está apaixonado...” Suas palavras faziam um eco irritante dentro dos meus ouvidos.— Isso é um absurdo! — ralhei com irritação. — É claro que ele não está apaixonado por mim, isso é ridículo! Somos bons amigos, e isso é tudo.— Absurdo? — Ela riu, na verdade ela gargalhou — Conheço o meu irmão, kelly e ele está sim, perdidamente apaixonado por você. E se me permite dizer, você também o ama. —Respirei fundo.— Você é ridíc
Adrien O que eu fiz? Eu a afastei de mim. A assustei e ela correu para longe de mim. Ainda não entendi o que deu errado, o porquê de suas lágrimas e daquele olhar desesperado. Eu queria tanto poder puxá-la para os meus braços e dizer-lhe que estava tudo bem, mas a verdade é que nada estava bem. Então eu simplesmente a deixei ir para longe... para longe de mim.— Eu sinto muito, filho! — A voz suave de minha mãe soou baixinho, enquanto ela afagava os meus cabelos carinhosamente. A dor de vê-la ir para longe de mim ainda estava me dilacerando por dentro e eu nem cheguei a fazer o meu pedido pra ela. Fechei os meus olhos em silêncio e deixei que as lágrimas se derramassem lentamente pelo meu rosto. Depois que a Kelly saiu daquele restaurante, eu fiquei completamente perdido e sem ação. Eu sei que devia ter ido atrás dela, que devia tê-la mantido ao meu lado, mesmo que fosse para deixá-la em sua casa, mesmo que me doesse ter que ouvi-la me dizer adeus. Mas os meus pés não me obedeceram e
Adrien— Eu sei e você vai me agradecer por isso depois. — Apoiei o meu braço em seu ombro e ela segurou firme em minha cintura. Minha cabeça começou a girar assim que eu pus os meus pés no chão e eu gargalhei mais uma vez.— Para de rodar, Anne — reclamei e ri ao mesmo tempo e ela riu também.— Eu não estou, você está girando sozinho. — Ela disse fazendo graça. Ergui o meu dedo e o fiz girar do mesmo modo que o cômodo girava ao meu redor e voltei a rir.— É muito engraçado. — Dei mais gargalhadas.— O que é engraçado, Adrien?— O teto girando, girando, girando... — Mais gargalhadas e depois disso, uma forte ânsia de vômito. — Merda! — resmunguei assim que chegamos no banheiro e exasperado corri direto para o vaso sanitário.— Porra, Adrien, você não comeu nada? A quanto tempo está assim? — Anne reclamou quando viu que eu pus para fora apenas a bebida. Respirei fundo algumas vezes, na esperança de que essa agonia acabasse logo, enquanto ela segurava os meus cabelos e acariciava as min
Flávia Paris, Paris, Paris, ai, ai! Aqui estou eu outra vez na linda e romântica Paris! A minha última lua de mel com o Oliver foi bem aqui. Não vou contar pra vocês que nós quase fizemos proezas na torre Eiffel. Eu disse quase, tá? Se não fosse um guardinha metido ter chegado bem na hora H. Era um tipo de fetiche, e eu tenho certeza que apesar de quase ter enlouquecido o meu marido, ele amou a intenção. A final, a intenção é o que conta mesmo, não é? — Meu Deus, por que dizem que Deus é brasileiro, quando na verdade ele é francês? — Marina disse me arrancando dos meus delírios. A verdade é que eu ainda não entendi por que a Kell chamou essa garota e não a titia aqui. Ciúmes da minha afilhada com esse ser minúsculo parado ao meu lado? Não, que isso! É só que eu sou a pessoinha dos conselhos mais acertados da família. Presta atenção, é só olhar para Agnes e o Adonis, a Simone e o Pertus e claro, eu e o Oliver. Mas não, ela resolveu chamar a amiguinha que só tem uma única experiência
Flávia Macarrones, croissants, rosquinhas carameladas e um bom café, isso Paris faz de melhor e que o nosso amado e querido Brasil me perdoei, mas os seus não se comparam a esse sabor. Ainda mais quando estou sentada em uma daquelas cadeiras de ferro, maravilhosamente lindas e antigas, com aquelas curvas nas pontas, iguais as cadeiras de jardim e em plena calçada, sentindo o calor do sol e a brisa do vento em minha pele e olhando para a esplendorosa torre Eiffel. Isso sim que é vida! — Tem certeza de que não vai querer um croissant desses, está uma delícia! — perguntei dando mais uma mordida na massa macia e açucarada, enquanto ele saboreava o seu capuchino royale. — Não estou com fome, obrigado! Mas eu ainda não entendi por que me procurou. — Hum! — Chupei os dedos melados de açúcar e peguei um guardanapo para finalizar minha limpeza. — Me conta com detalhes o que aconteceu no último encontro de vocês. Eu só sei que a Kell saiu correndo. — Bom. — Ele deu mais um gole em seu café
KellEstou correndo pelas ruas de Paris e não sei exatamente para onde vou. As lágrimas brotam o tempo todo dos meus olhos, embaçando a minha visão. É sufocante saber que não o tenho mais em mim, que nunca mais o terei. Um táxi parou na calçada e eu mal esperei que o passageiro saísse de dentro dele e rapidamente me acomodei no banco de trás.— Para Calanque D'En-Vau, por favor! — pedi para o motorista e ele me olhou intrigado pelo retrovisor.— Mas isso fica do lado sul da cidade! — Ele replicou.— Pago quanto for moço, só me leve pra lá, por favor! — insisti e ele deu de ombros, colocando o carro em movimento em seguida. Olhando pelo vidro da janela, procurei não chorar em meio aos conflitos que me assolavam. Tudo o que eu senti naquele restaurante... eu não posso. Deus, como eu pude deixar isso acontecer? A viagem longa no meio da noite me acalmou um pouco, mas o meu coração ainda estava palpitando violento no meu peito. Ouvir aquela música saindo da boca do Adrien foi doloroso dem
Kell— Kell, amiga? — Escutei a voz da Maah dentro do quarto do hotel, e com um pulo saí da cama para os seus braços. Eu nunca fui uma garota chorona, mas de ontem para hoje, as lágrimas simplesmente não querem me largar.— Você veio! Obrigada! Obrigada! — O som da minha voz saiu trêmula e a minha amiga suspirou, me apertando no seu abraço, à medida que a apertava nos meus e comecei a chorar. Maah não disse nada, apenas esperou que eu me acalmasse e em seu abraço amigo, a única coisa que saiu da minha boca foi: — Eu o perdi Maah, ele se foi da minha vida. — Minha amiga, continuou com o seu silêncio e eu apenas me aconcheguei em cada gesto carinhoso seu, como se com apenas neles, todos os meus medos fossem se apagar, assim, como em um passe de mágica. Ainda abraçada ao meu corpo, ela começou a caminhar em direção da cama, me fazendo sentar no colchão e se agachou na minha frente, enxugando as minhas lágrimas com a sua mão e quando terminou, me beijou a testa. Os seus olhos cheios de co