Tenho sangrado demais
Tenho chorado pra cachorroAno passado eu morriMas esse ano eu não morroEmicida.
Não teve muito tempo pra desfrutar com sua mãe, foram só duas semanas, míseras semanas até que sua mãe recebesse uma proposta de emprego. Não ia dar mudar de profissão, só daria aulas em outro distrito de Benvil. Não iria cometer o mesmo erro, dar aulas na mesma escola que sua filha estuda. Mesmo que sentisse seu coração apertando com essa conclusão, ela teve de tomar essa decisão. Não queria que o senário voltasse a repitir-se. Precisava do emprego pra as sustentar.
Sun é uma boa garota, não costuma demostrar suas mazelas a mãe, mesmo que esteja sofrendo prefere deixar pra si. Acha que contar isso a mãe, seria o mesmo que aumentar sua preocupação.
- Mano, você está demorando!- Duda disse batendo o pé, na porta do quarto do irmão.
- Não marquei nenhum encontro consigo, amor.- sem pressa alguma, como se a escola esperasse por ele Ethan desfilava pelo quarto procurando seus acessórios.
- Mano você está demorando, nos vamos atrasar. Você vai ir a pé e sozinho. - Duda estava muito impaciente. A bela garota de 15 anos, de cabelos castanhos, brilhantes e cristalinos como a área do mar.
- Não entendo como você fica animada pra o primeiro dia de aulas. Você não cansa?- pegou sua pulseira e sua mochila, indo de encontro a irmã.
- Eu canso de ficar em casa, vos encarar, você aturar, mas nunca, nunca de ir a escola.
- Me engana que gosto. Só está dizendo isso porque é o início das aulas - abraçou sua irmã do lado enquanto passava pela sala.
- Se eu depender de vocês dois ainda serei demitido - Derek disse de braços cruzados, os esperando. Como combinará com a esposa, durante o primeiro mês ele acompanharia as crianças a escola e no outro ela. Uma troca justa.
- A culpa foi do mano!- Duda desenvencilhou-se de seu irmão e correu até o pai.
Kiara sentada no sofá, com uma xícara de leite fingia que nem os via. Estava aproveitando seus últimos minutos de folga. Ao chegarem no carro que já se encontrava fora da casa. Daniel estava no banco de passageiro com fones nos ouvidos ignorando o atraso de seus irmãos.
Todo mundo sabe como é o primeiro dia de aulas, primeiro vem o friozinho na barriga de conhecer e reencontrar amigos. A corrida pela escolha das carteiras. A conversa que fluía entre os colegas que não se viam a meses. Inerte a toda essa agitação, Sun se encontrava na última carteira com a cabeça encostada na parede de olhos fechados. Ia fingir-se de morta durante o ano todo, ou melhor, até terminar o ensino médio. Ela já tinha percebido que os alunos na turma 7 perceberam que ela era uma nova aluna. E como não perceber? Sun tem uma beleza que faz Afrodite invejar.
Mesmo sentindo o olhar de alguns alunos sobre ela, Sun mantém-se quieta e inerte. Não quer que os cenários se repitam, não quer voltar a chorar nem ser odiada. A segunda opção ela descarta, na cabecinha dela o mundo a odeia e faz de tudo para a ver na lama.
(...)
A volta para casa foi silenciosa e a solo. Sun, não está aberta a novas amizades muito menos a velhas. Enquanto caminha de volta pra casa, seus pensamentos a afundam fazendo que o tempo e espaço se torna-sem nulos na sua perspectiva. O tempo passaria muito lento, e com sua mãe em outro distrito voltando apenas nas férias, Sun pensava que quem estava empurrando as engrenagens do tempo era uma tartaruga.
Só com o primeiro dia de aulas ela sentia que ia chegar a loucura, imagina com os restantes dos meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos que ainda faltavam.
- Céus!- Sun resmungou assim que abriu a porta do quintal, e tão desastrada que é, ela tropeçou no degrau e caiu de joelhos- mais que merda, mais que merda, mais que merda, Sun. Sua estúpida, da para olhar por onde anda. - tendo consciência do que estava fazendo se levantou - ótimo, agora falo sozinha! - fechou a porta do quintal com força - estou enlouquecendo só pode.
— Irei formar grupos pra falarem dos temas, que estão listados na losa.— Professor nós não podemos formar nossos próprios grupos?— como se não tivesse ouvido, o professor de história continua falando. Gregório típico professor barrigudo, carancuda que odeia os alunos mas dá aulas a mas de vinte anos.— Vou nomear os respectivos membros e seus temas — sua voz é arrastada e baixa, como se suas cordas vocais tivessem se perdido ao decorrer dos anos. Ele não se importa se os alunos estão ou não o ouvindo, ele quer mesmo é dar sua aula e seguir com sua vida. Sun ignorava completamente as reclamações de seus colegas, para ela não fazia diferença, mesmo que não quisesse fazer prova em grupo. — ...Sun e Buba— É Duda professor!— a turma riu, era sempre a mesma coisa. Passa
Ethan é o tipo de jovem que não fica em relacionamentos sérios. Ou seja, fica e não se apega. E a pesar de ser um grande mulherengo ele tem uma ótima fama. Algumas de suas vítimas tem plena noção de seu comportamento, enquanto outras ainda se iludem pensando que conseguem algo sério.Só lindo de mas pra uma só!— pensou consigo olhando no espelho. O jovem tem uma autoestima invejável, ele cuida de seu corpo como seu fosse um rubi, tem plena noção de sua beleza e suas capacidades sedutoras.Como sua mãe e irmã costuma dizer. Ele cuida mas de sua pele e aparecia, do que elas duas juntas. Ethan é lindo de natureza, até Kiara se orgulho do trabalho que fez!— Você não o produziu sozinha — Kiara revira os olhos, para o comentário do marido.Sua beleza sedutora, além de lhe gerar va
— Ethan você nem liga pra mim, ontem ti liguei não atendeste porquê?— Não gosto de ficar próximo do celular linda, mas querias me dizer algo? — e outro fator era seu irmão. Duda considerava seu irmão um canalha por iludir aquelas pobres almas. Ethan tinha o poder de fazer cada garota se sentir especial e depois as descartava quando perdia o interesse.— Larissa, como está?— quando estava interessado numa garota, Ethan não desistia até alcançar seu objetivo.— O que isso ti interessa?— mas algumas estavam bem cientes de sua malandrice. Por mas que admitissem sua beleza, sabia que com ele não teriam um relacionamento sério.— Me perdoe, só procurei saber de sua saúde. Mas se isso ti incomoda me desculpe por perguntar — como ator Ethan merecia um óscar, seu semblante era de uma ovelha inofensiva
Hoje é dia de educação física. Sun não podia estar mais frustrada do que já está. Todo o esforço que fez durante a semana pra não revelar sua heterocromia, foi em vão. As regras do Professor Carlos são bem claras e práticas.1. Equipamento branco ( desde a camisa, calça, meias e sapatilhas )2. Nada de brincos, pulseiras, colares e tudo que fizer parte desse grupo. Válido pra os dois genros.3. Garotas prendam seus cabelos num rabo de cavalo bem alto. O cabelo dos garotos não pode passar da orelha.4. Sem mimi, a não ser que tenha um atestado médico e a confirmação do encarregado de educação.5. Eu mando, vocês obedecessem.De cabelo preso, Sun se sentia um peixinho fora da água. Seus colegas a olhavam como se estivessem vendo Moisés. Não era pra menos, o nível de
Por volta da década de noventa.Por volta deste tempo, alguns pais africanos começaram a manifestar-se contra os colonos, manifestações diretas e indiretas, vias pacíficas e armadas... Algures na África, um país havia conseguido sua independência. Mas devido as fortes guerras, a fome, epidemia, corrupção se alastrava pra aqueles que achavam que viveriam em paz, depois de se libertar dos colonos.Sem saber como foi parar ali, Sun se viu como filha de um branco e uma negra, e "misteriosamente" havia nascido Albina. Sun só notou que era ela, quando viu que seus olhos continuam os mes
Se soubesse o que lhe esperava no dia seguinte, Sun teria aproveitado sua noite de sono. A imagem dos olhos heterecromicos de Sun havia vazado pela escola. Como? Ela não sabe. Só sabia que agora todo a escola a encarava com diferença. Ethan também que ainda não tinha visto seus olhos heterecromicos, ficou surpreso quando a mensagem entrou e a foto apareceu em seu celular. Junto da foto, continham informações falsas acerca dela.Bullying.Outra vez não meu Deus, outra vez não. Saiu da sala em disparada e foi ao banheiro, Duda e Biatrís a seguiram. Estavam ultrajadas pelo comportamento dos colegas.— Sun, não fica assim!— sem aviso prévio Duda abraçou. Sun não queria chorar, não queria demostrar suas fraquezas mais estava cada vez mais difícil, o mundo a queria ver no chão. O abraço triplo fez ela desabar, e sem perceber e
— Como você não presta garota. Como se não bastasse o Daniel, agora está dando o rabo pra Ethan. Porque não se coloca em seu lugar.— Deve ser o efeito da heterocromia, ouvi dizer que pessoas com anomalia tem dificuldade de entender o óbvio.Rosa não se sentia satisfeita pelo já havia feito. Ainda estava com ódio pelo puxão que recebeu de Daniel, e mas agora quando viu Ethan e ela abraçados, enquanto a acompanhava pra casa. Sun, estava saindo do banheiro, estava no último degrau ouvido cada insulto que elas diziam a seu respeito, enquanto Rose e suas fies escudeiras estavam no penúltimo degrau.Só que Sun tem um problema. Um problema que geralmente todos as pessoas excessivamente calmas tem. Quando perdem a paciência, elas ficam insanas. Definitivamente Sun não sabia definir o que estava correndo por suas veias. Seus pesadelos, noite mal dormidas, as fotos espalhadas de seus olhos, tudo isso culpa daquela garota, tinha certez
Ethan não conseguia comer durante o jantar e consequentemente não conseguiria dormir, por culpa de seus pensamentos perturbadores. Ele estava receoso. Após o que aconteceu na escola, ele se sentia inquieto. Ele sabia que bullying, não era certo e tinha consequência drásticas. Seus pais sempre os alertam acerca disso. Sua mãe dava exemplos vivos, de pacientes que sofriam por bullying, alguns recuperados, outros desistindo do processo e outros ainda pior, cometiam suicídio.Mesmo que fosse raro de acontecer, quando um dos pacientes de sua mãe, não conseguia lidar com a depressão. Acabava suicidando. Ele via sua mãe arrasada, como se tivesse tirado a vida deles. Mesmo que raro. A família ficava sem jeito quando a mãe, perdia um de seus pacientes.— Ethan, não vai comer?— seu pai perguntou estranhando seu silêncio. Ethan é muito tagarela e não faz cerimônia com a comida. Mesmo doente. Só que, essa noite ele estava, estranhamente quieto.