Capítulo 03.

Ethan é o tipo de jovem que não fica em relacionamentos sérios. Ou seja, fica e não se apega. E a pesar de ser um grande mulherengo ele tem uma ótima fama. Algumas de suas vítimas tem plena noção de seu comportamento, enquanto outras ainda se iludem pensando que conseguem algo sério.

Só lindo de mas pra uma só!— pensou consigo olhando no espelho. O jovem tem uma autoestima invejável, ele cuida de seu corpo como seu fosse um rubi, tem plena noção de sua beleza e suas capacidades sedutoras. 

Como sua mãe e irmã costuma dizer. Ele cuida mas de sua pele e aparecia, do que elas duas juntas. Ethan é lindo de natureza, até Kiara se orgulho do trabalho que fez! 

— Você não o produziu sozinha — Kiara revira os olhos, para o comentário do marido.

Sua beleza sedutora, além de lhe gerar vantagens, por vezes atraí problemas. Como da vez que foi acusado de engravidar uma jovem, só tinha ficado umas duas vezes e ele tinha a plena certeza que havia usado camisinha. 

— Se o filho for seu você vai ter que assumir a responsabilidade — seu pai o advertiu olhando seriamente.

A família da jovem estava enfurecida, queria que ela assumisse a criança e se noivassem. Ia terminar a escola depois que a criança nascesse. Daquela vez Ethan achou que ia morrer, estava sendo muito pressionada pela família da moça. Ele só tinha quinze anos, não queria ser condenado ao matrimônio tão cedo.

Foi a que a família descobriu, que na verdade quem era o pai da criança que a jovem estava esperando. Era um jovem deliquente e narcótico, do bairro com qual a jovem havia se envolvido.

— Papai, você é o exemplo que eu não quero seguir!— na época foi isso que Daniel disse ao seu irmão zombando.

— Aquela miúda é louca!— Ethan rebateu com o coração mas aliviado — eu pai! Yuuh! Cruzes, Deus me livre.

Depois daquele episódio ele acabou ficando um mês sem se relacionar, ainda estava traumatizado. Enquanto que Kiara lamentava por seu filho ser a encarnação de seu irmão mas velho em sua juventude. Só rezava pra que ele não cometesse o mesmo erro.

— Você tem que prometer que nunca o fará, jura Ethan. — por mas que fosse constrangedor falar sobre sexo com seu filho de apenas quinze anos na época, Kiara precisava ouvir do filho.

— Eu prometo, eu juro mãezinha que nunca, nunca farei sexo dirigindo!

— Ethan Kerith eu estou falando sério, eu vou cortar suas bolas.

— Credo mulher!— deu um beijo no topo da cabeça se sua mãe — Eu juro que não o farei.

Seus olhares se fintaram por minutos que pareciam eternidades. Dois oceanos se encaravam profundamente. Ethan conhecia o olhar profundo que sua mãe tinha, e poderia até dizer que tinha herdado seus olhos azuis – ele e Duda – mas dos três – irmãos – quem encarava com profundidade era Daniel. O olhar de Daniel, faziam as pessoas se sentirem expostas. Como se toda sua vergonha ficasse visível perante seus olhos.

— Eu confio em você. 

Ethan começou a ter uma vida sexual com apenas dez anos. Isso era demais pra os pais, mas visto que ele não voltaria a trás mesmo que eles o obrigassem. Preferiam o instruir a se prevenir pra não cometer erros, mortais. Mas diferente dele, Duda e Daniel não tem a mesma sorte. Duda porque é mulher, Derek iria até ao inferno se alguém tocasse em sua filha. Mesmo que não seja visível, Ethan tem síndrome de irmão mais velho. Não quer que nenhum garoto se aproxime de sua irmã com décimas intensões. Ouve o episódio de Daniel ter socado um de seus amigos do clube de futebol que se atreveu a roubar o primeiro beijo da irmã. Ou seja, o cara que quiser se relacionar com ela terá que ser um santo e terá que ser aprovado pelos três grandes reis.

— Vou terminar solteira.— Duda murmura pra si, sempre que via suas amigas marcando encontros com garotos e contando  suas façanhas amorosas.

— Você é criança Duda, seu único foco agora só tem de ser a escola.

— Mas porque eles podem e eu não. Isso é machismo.

— Você é a nossa Princesa, não pode ser corrompida — deitada no colo na mãe, Kiara acaricia seus cabelos — eu pessoalmente não sou contra namoros. Na sua idade não foi uma santa — deu um riso nasal se lembrando de suas façanhas — só que eu sabia definir limites. Eu não perdi a virgindade com sua idade, não tive um monte de namorados. Se me lembro bem só sai umas duas vezes com garotos, no ensino médio e na faculdade. É só termina-vamos nos beijos e alguns amassos — voltou a rir — eu estava tão focada com a escola que não tinha tempo pra me aventurar assim.

— Então você só teve dois namorados antes do papai?

— Não sei se posso chamar de namorados, sendo que o segundo foi numa festa e eu estava bêbada.

— Como você tem a certeza que terminou só em beijos e amassos, se estava bêbada?

Kiara riu antes de responder, as lembranças daquele momento passaram por sua mente.

— Porque eu liguei pra os meus pais virem me buscar, não sou fã de festas. E o som das colunas estava me deixando surda. Lembro que minha mãe ficou duas semanas sem falar comigo depois daquilo.

— A vovó não brinca em serviço mesmo — Duda acompanhou a mãe na risada.

— Mas como eu dizia...eu não sou contra namoros. Só que os adolescentes de agora não sabem se controlar, você vê uma criança de doze anos já consegui diferenciar pênis — Duda afundou o rosto todo — É sério. Outras piores, estão se envolvendo com homens de idade. Já não a controle. Namoro pra vocês, tinha que ser dar as mãos, marcar encontros no park, shopping, se divertir. Serem leais amigos, e quem sabem uns beijinhos — riram — Só que agora já não a controle, crianças se comportam como adultos e quando dão por si, foram expulsas da casa dos pais com dezasseis anos e dois filhos no colo, e o pai das crianças pra piorar ou é um deliquente ou é um miúdo mimado que vivi nas custas dos pais. Você entende?

Kiara era sua fiel amiga, sua psiquiatra, sua mãe. Duda reconhecia a sorte de ter uma mãe, tão atenciosa como ela, que a ouvia antes de julgar. Que antes de decretar explicava a consequência de cada ato.

— Uns beijinhos né! — Duda provocou acompanhando a mãe na risada.

— Sem beijinhos pra você — Derek entrou no quarto e puxou seus pés começando a fazer cócegas nela — a não ser que queira ver o fulano no necrotério.

Duda ria, mesmo sabendo que seu pai falava sério. Mas pra sorte deles, apesar de cobiçar Duda não tinha o interesse em se envolver. E depois do que ouviu com a mãe, sua cobiça tinha se reduzido a metade, só esperava algum dia ter a mesma sorte que a mãe de se relacionar com alguém como seu pai.

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