AstoriaEu me virei para encará-lo assim que ouvi sua voz. Connor estava na porta, me observando com uma expressão suave, mas seu olhar mudou assim que nossos olhos se encontraram. Ele franziu levemente a testa, notando meus olhos inchados."Você está bem?" Sua voz era baixa, quase um sussurro, enquanto ele se aproximava de mim.Assenti, tentando ignorar o nó que se formava na minha garganta. "Sim... estou. Mallory está vindo passar uns dias comigo."Um sorriso surgiu em seus lábios, mas havia algo escondido atrás dele, uma sombra de preocupação que ele tentava disfarçar. "Isso é bom," ele respondeu, seu tom carinhoso, mas havia uma tensão que não pude deixar de perceber.Ele me puxou gentilmente para si, suas mãos grandes e seguras descansando na minha cintura, e me beijou com um carinho que fazia meu coração acelerar. Por um breve momento, deixei que o calor de seu toque e a suavidade de seus lábios afastassem meus medos. Sentia-me protegida, envolvida pela presença dele.Mas, como
ConnorAndei até a sede com passos firmes, e a cada movimento meu, o corredor parecia se abrir, como se todos ao redor sentissem a tempestade que estava prestes a explodir. Eu não estava com humor para ninguém. O desejo de matar os desgraçados dos lobos rebeldes que me afastaram da minha companheira queimava dentro de mim como um fogo incontrolável. Cada fibra do meu ser clamava por sangue, mas acima de tudo, ansiava por Astoria.Quando Cael me viu, seus olhos se arregalaram e ele instintivamente se afastou, abrindo caminho direto para a sala de Benjamin, o Alfa do Sul. Eu estava a um passo de mandar tudo à merda. Três minutos. Era tudo que eu queria dele, e se eu não os tivesse, alguém pagaria o preço. A sobrecarga de trabalho estava me corroendo por dentro, e ver Tory triste, dia após dia, só alimentava a fúria que crescia em meu peito.Entrei na sala sem sequer bater, a raiva e a frustração irradiando de mim como uma tempestade prestes a explodir. O ambiente imediatamente ficou pes
AstoriaEu estava me sentindo um pouco menos aflita após conversar com Connor, mas a pressão ainda pairava sobre mim, como uma sombra persistente que eu não conseguia dissipar. Havia tanto em jogo, e mesmo com as palavras dele tentando me tranquilizar, algo dentro de mim continuava a se retorcer de inquietação.Decidi que precisava sair, respirar um pouco de ar fresco e, talvez, fazer algo mundano como ir ao mercado. A rotina comum às vezes ajudava a colocar meus pensamentos em ordem. Peguei minha bolsa e saí de casa, tentando afastar a sensação de que todas as paredes estavam se fechando ao meu redor.No mercado, enquanto empurrava o carrinho pelos corredores, comecei a notar os olhares e os cochichos das lobas que cruzavam meu caminho. Podia sentir seus olhos me avaliando, como se eu fosse uma intrusa que não pertencia ao Sul. Cada sussurro carregava julgamentos que se cravavam em mim como espinhos, tornando cada passo mais difícil."Aquela é a companheira do Beta... parece que não
ConnorEnquanto caminhávamos de volta para casa, o sorriso no rosto de Astoria me trouxe uma pequena medida de alívio, mas a preocupação ainda pesava no fundo da minha mente. Eu sabia que ela estava se esforçando para se adaptar, mas o medo de que ela decidisse largar tudo e voltar para a casa dos pais me corroía por dentro. Não suportava a ideia de perdê-la, e a possibilidade de vê-la partir era algo que meu lobo e eu não poderíamos suportar.Chegamos em casa e, ao entrarmos, coloquei as sacolas sobre o balcão da cozinha. Astoria começou a guardar as coisas, e eu segui seu exemplo, tentando manter o ambiente leve.Ela me olhou com um brilho curioso nos olhos. "Então, qual é a surpresa?"Fiz uma expressão de mistério, mantendo o suspense. "Ah, sobre isso... eu acho que quero algo em troca antes de contar."Ela riu, b
AstoriaEstava difícil controlar minha ansiedade. A ideia da nossa união marcada para tão breve me deixava animada e apreensiva ao mesmo tempo. Enquanto Connor dirigia em direção ao aeroporto para buscarmos Mallory, meus pensamentos corriam livres, batendo de frente com as emoções que se reviravam dentro de mim.Connor estava sendo incrivelmente carinhoso, mais do que o habitual. Seu toque gentil em minha mão, o jeito como ele olhava para mim, como se quisesse acalmar qualquer tempestade que se formasse dentro do meu peito... Eu sabia que ele estava tentando me tranquilizar, mas ao mesmo tempo, essa atenção constante fazia algo dentro de mim se agitar.Minha loba estava inquieta, rosnando dentro de mim, incentivando-me a me entregar a ele, a deixar de lado minhas incertezas e simplesmente me perder em seu amor. Mas minha mente insistia em erguer barreiras. O medo, a timidez...
ConnorA chamada de Ben chegou no meio da noite, um toque urgente que me arrancou do sono pesado. O brilho da tela iluminou o quarto escuro, e ao ler a mensagem, senti um frio na espinha. Ataque na fronteira. Ben precisava de mim lá, agora. O peso do dever caiu sobre meus ombros, e eu sabia que não havia escolha. Saí da cama com cuidado, tentando não acordar Astoria.Enquanto me vestia, o quarto ao nosso redor parecia frio e sombrio. O luar entrava pelas frestas das cortinas, lançando sombras no chão de madeira. O silêncio da noite foi quebrado pelo som de Astoria se mexendo na cama. Ela estava acordando."Connor?" A voz dela soou sonolenta, mas carregada de preocupação. "O que está acontecendo? Aonde você vai?"Meus ombros se tensionaram ao ouvir a ansiedade em sua voz. Virei-me para ela, tentando manter minha expressão calma. "Não precisa se preocupar, Tory. É só algo na fronteira. Ben precisa de mim lá."Ela se sentou na cama, os olhos arregalados de medo. "Mas... e se algo acontec
ConnorDirigir até a fronteira me deu tempo para esfriar a cabeça, mas meu lobo continuava agitado, rosnando baixo dentro de mim, incapaz de compreender o que havia acontecido. Astoria havia me pedido para escolher entre ela e o que eu sou, como se fosse possível simplesmente desligar essa parte de mim. Eu sempre fiz tudo por ela, tratei-a com carinho e cuidado, e ainda assim parecia não ser suficiente. Como ela podia me pedir para renunciar a algo tão essencial?Quando estacionei o carro a uma distância segura do local, desci e continuei o caminho a pé. A noite era escura, com apenas a lua lançando sombras sobre a floresta ao redor. Cada passo que eu dava ecoava na minha mente, misturado com a lembrança das palavras dela, das lágrimas que ela derramou. Eu tentava me concentrar no que estava por vir, mas a conexão com Astoria me desestabilizava, fazendo meu lobo vacilar entre a raiva e a tristeza.Ao me aproximar da fronteira, a tensão no ar era palpável. O cheiro de fumaça e destruiç
AstoriaAssim que Connor saiu pela porta, o peso das minhas palavras desabou sobre mim como uma tempestade. O som dos passos dele descendo as escadas ecoava na minha mente, cada um mais distante, cada um levando consigo a certeza de que eu havia cometido um erro terrível. A culpa me sufocava, e as lágrimas começaram a cair antes mesmo de eu poder detê-las. Eu sabia que não deveria ter pedido aquilo a ele, sabia que não era justo. Mas, sempre que ele saía para uma batalha ou para atender os pedidos de Ben, um medo avassalador tomava conta de mim. Um medo de que ele nunca voltasse.Meu choro era intenso, quase desesperado. Eu tentava abafar os soluços com as mãos, mas eles pareciam ter vida própria, saindo de dentro de mim como se quisessem rasgar meu peito. Como eu pude fazer isso? Como pude pedir a ele para abrir mão de algo que significava tanto? Eu o amo, mas o medo de perdê-lo... o medo me cega.Não sei quanto tempo fiquei ali, encolhida na cama, chorando. Mas o som de uma batida s