ENZOA madrugada se arrastou até que o dia nasceu às cinco e meia da manhã. O sol mal estava brilhando e o calor já era descomunal. Eu só pensava em como Laura devia estar. No fim, isso era culpa minha. Se eu não tivesse agido como um estúpido arrogante, afastando-me dela e a deixado ir da minha casa, com certeza não estaríamos passando por aquilo. Sem contar na falha terrível na guarda dos dois homens que mandei para o seu apartamento. Sentia-me como um lixo. Não fui capaz de cuidar da mulher que amava.— Acabei de falar com o meu contato de novo. Ele espera a gente na entrada do Alemão.— Vamos! — disse alto, chamando a atenção de todos os meus homens.Quando chegamos à favela, havia um carro nos aguardando na entrada do morro com dois homens parados do lado de fora, segurando um fuzil nas mãos. Caio desceu do nosso carro e nos pediu para esperá-lo ali. A tensão era grande e só aumentava. Ele foi até um dos homens e conversou algo em português com ele, após cumprimentá-lo com um ape
ENZOO tempo se arrastou. Nada o fazia passar mais depressa. Falei com o meu pai algumas vezes desde que cheguei ao Rio de Janeiro, para saber se em casa estava tudo bem. Eu havia tirado boa parte dos meus homens de lá e levado comigo. Ele disse estar tudo em perfeita ordem e paz, e que Lorenzo dizia o tempo todo que eu havia ido buscar a sua mãezinha.— Está na hora de irmos — avisou Caio para mim.Guardei o meu celular no bolso e nos reunimos para sairmos todos com destino a uma mata com acesso ao morro pelos fundos da favela. Às cinco horas estávamos todos preparados e fortemente armados para cumprir a nossa missão. O rádio de um dos soldados do morro do Alemão chamou, era alguém de dentro da Rocinha nos avisando que eles estavam saindo. Quando começamos a nos deslocar de dentro da mata, nos foi avisado de que Rodrigo não havia deixado o morro com o pai, como todos esperavam. Frustrado, soquei o capô do carro.— Fica frio, cara! — disse Caio. — Se o dono do Vidigal está esperando o
ENZOComeçamos a rolar por cima dos cacos de vidro, esmurrando um ao outro. Estava sendo uma luta dura, tínhamos porte físico bem semelhantes. Acertei-o no queixo, desestabilizando-o e rolei para cima dele desferindo vários socos. Rajadas de tiro ecoaram dentro da sala, assustando-me. Quando ergui a minha cabeça, vi Rodrigo cair no chão aos berros e Laura de pé com uma arma na mão apontada para ele.O homem com quem lutava conseguiu revidar acertando-me uma joelhada entre as pernas que me tirou o fôlego. Caí para o lado sentindo dor, mas ele não tinha mais forças para se levantar e me bater, somente ficou como estava, deitado no chão, gemendo baixinho de dor e com dentes quebrados. Coloquei-me de pé com dificuldades e peguei a arma caída no deck, atirando na sua cabeça e lhe dando um fim.Atrás do sofá, estava Rodrigo ainda no chão urrando alto com a perna direita metralhada. Laura estava ajoelhada ao seu lado, estática, encarando-o com frieza. Ela não chorava mais e tinha uma respira
LAURA— Oi — disse ao me aproximar do Enzo. Ele conversava com Serra, que rapidamente se afastou.— Oi, meu amor. Você está bem? — perguntou com a voz mansa, acariciando o meu rosto.— Estou com fome, na verdade.— Eu mandei que fosse preparado o nosso jantar, já deve estar quase vindo. Vem, vamos nos sentar ali — disse indicando uma mesinha ao canto com duas poltronas uma ao lado da outra.— Obrigada por ir me buscar. Não sei o quanto sou grata.— Eu lhe buscaria até no inferno, amor.— Como o Lorenzo está?— Bem e esperando ansiosamente pela sua chegada. Ele está sentindo muito a sua falta.— Eu lamento pelo que houve com ele.— Está tudo bem agora. Isso já passou e não irá se repetir.— É verdade. Acabou.— O que ele fez a você? — perguntou tocando delicadamente o meu pescoço com as pontas dos dedos.— Ele me enforcou após me jogar contra uma mesa de vidro.— Eu lamento tanto que isso tenha acontecido — disse com a voz pesada e um olhar triste. — Eu me culpo.— Não se culpe. Não fo
LAURANaquela noite não fizemos apenas sexo, fizemos amor de maneira fluida e natural. Foi tudo lindo e perfeito. Feito sem pressa, cheio de carícias, tesão e delicadeza.No dia seguinte, Enzo conseguiu um encaixe para eu me consultar com uma obstetra na melhor clínica da cidade. Eu estava nervosa e ele também. Queríamos logo poder saber se estava tudo bem com o nosso bebê. Eu também sentia que ele estava ali, mas esse sentir apenas não me acalmava ou era o suficiente.— Laura Cabrine — chamou a secretária da médica.— Sou eu. — Nós nos levantamos e de mãos dadas entramos no consultório.— Olá, Srta. Cabrine. Como vai? Sente-se, por favor — pediu a médica com grande receptividade. — E o senhor deve ser o pai, presumo. — Estendeu a sua mão para Enzo.— Sim.Sentamo-nos à sua frente.— Fiquem à vontade. Vou olhar o resultado do seu teste sanguíneo de gravidez feito esta manhã — disse ela abrindo um envelope. — Ah! Meus parabéns! Vocês serão papais! — disse sorrindo alegremente.Eu ainda
LAURAMais tarde tomei o meu banho e me arrumei para o jantar com Enzo. Calcei sandálias pretas e vesti um vestido novo de cor champanhe, simplesmente lindo. Ele era justo ao corpo, alças finas, decote em "V" nos seios e de comprimento um pouco acima dos joelhos. Sequei os meus cabelos e os deixei soltos, depois fiz uma leve maquiagem caprichando na máscara de cílios.— Uau! Que mulher linda eu tenho! — elogiou Enzo ao entrar no closet.— Você gostou?— Não, eu não gostei. Eu amei! — Abraçando-me por trás olhando-me pelo reflexo do espelho à minha frente. — Você acha que será uma menina ou menino? — perguntou repousando a sua mão na minha barriga.— Eu acho que será um menino.— Eu acho que vai ser uma menina. Será que já devo começar a treinar a segurança dela? — perguntou sério e eu gargalhei.— Até parece que se for uma menina, não será você mesmo quem fará a segurança. Tenho certeza disso!Ele riu e beijou o meu rosto.— Você está enganada, amor. Ela terá a sua própria segurança,
LAURAO restante da nossa noite foi ainda mais bela e romântica do que já estava sendo antes do pedido. Nós nos beijamos, dançamos uma música lenta sob o lindo luar e fizemos juras de amor eterno um ao outro. Em casa, nós nos amamos com paixão na nossa cama, no chão, na banheira, sobre a bancada da pia, no banheiro e no chuveiro, antes de voltarmos para a cama e começar tudo de novo vendo o dia nascer. Após contar a notícia para todos da família no dia seguinte, durante o café da manhã de domingo, Enzo me deu três semanas para organizar o casamento.— O quê? Três semanas? Mas isso não vai dar nem para encontrar o vestido da noiva! — disse Angelita a Enzo.— Então você terá que ajudá-la com a organização ou iremos nos casar sem bolo, flores e vestido — respondeu Enzo.As três semanas também me pegaram de surpresa. Na noite anterior, quando Enzo disse querer que acontecesse logo o nosso casamento, pensei que o seu "logo" seria em três ou quatro meses, mas não em vinte e um dias.Depois
LAURADespedimo-nos de todos e subimos para o nosso quarto. Enzo ajudou-me a tirar o vestido e beijou o meu ombro e pescoço, fazendo-me arrepiar. Virei-me para ele e o beijei com paixão e tesão. O nosso beijo esquentou e as suas mãos foram para a minha bunda, puxando-me mais para ele e permitindo que eu sentisse a sua ereção tão rochosa guardada dentro da calça.— Me deu até água na boca — sussurrei nos seus lábios.— Não vou te amar assim, Laura. Será nossa primeira noite de marido e mulher e eu não quero que seja rápido. Além de que quero que seja onde eu possa te fazer gritar muito — disse com provocação, roçando os seus lábios nos meus.— Mal posso esperar para chegar ao Caribe.Nós embarcamos às sete da noite com destino direto a nossa lua de mel, onde passaríamos sete dias sozinhos em uma ilha privada. O voo durou quase cinco horas e usamos esse tempo para dormir e descansar, já que estávamos exaustos com o dia e a correria com os últimos preparativos do casamento.Quando enfim