LAURA— Quer ajuda? — perguntou Enzo da sala.— Não precisa — disse envergonhada. Tinha certeza de que estava os admirando com cara de boba e ele percebeu.Ele deixou Lorenzo sentado no sofá e veio até mim. Mesmo recusando a sua ajuda, ele tomou a iniciativa e colocou na lava-louças os pratos e as panelas sujas. Não impedi ele, recusando novamente. Queria-o perto de mim.— Posso te perguntar algo? — perguntou ele fechando a lava-louças.— Claro. O que quer saber?— Antes mesmo que Melissa dissesse ao Lorenzo que a sua mãe é falecida, ele já sabia. Eu o ouvi há algumas noites rezar pela alma dela. Você contou a ele?— Não! — respondi e olhei para o menino deitado no sofá, prestes a adormecer. — Lorenzo me disse achar que você estivesse mentindo sobre a mãe estar viajando. Ele já imaginava que ela já não estivesse mais entre nós, mas o que deu a ele essa certeza... foi você mencionar a palavra “viúvo” naquele dia. Uma das professoras explicou o significado desta palavra.— Eu nunca tive
LAURADescemos e segundos depois o táxi chegou levando-nos para nosso destino. Foram quinze minutos de intrigas entre Caio e Angelita. Eles pareciam crianças se implicando e não davam trégua, mesmo que eu estivesse sentada entre os dois.— Chegamos — avisou Caio quando o táxi estacionou próximo ao meio-fio, de frente a casa noturna.— É aqui? — perguntei um pouco tensa.— Espera. Não foi aqui que viemos a última vez que saímos juntas?— Já vieram aqui? — perguntou Caio descendo do táxi.— Sim — respondeu Angelita saindo pela outra porta. — Tenho um amigo que trabalha aqui na portaria.— Talvez eu o conheça.— Está tudo bem, Laura? — perguntou Angelita parando ao meu lado na calçada.— Está.Eu estava nervosa, era a boate do Enzo. Na última vez em que estive ali, discutimos sem ao menos nos conhecermos e ele me expulsou. As lembranças não eram as melhores, mas não me importava mais com elas. A questão era... Teria chances de encontrá-lo ali.— Vamos? — chamou Caio, tomando frente no ca
LAURACaio encarou-me confuso e depois olhou para Enzo, que tinha a sua mão estendida para mim.— Eu vou com ele. Mande uma mensagem para eu saber que chegou bem. — Beijei o seu rosto e virei-me para Enzo.Coloquei a minha mão sobre a sua e fui com ele por um corredor que nos levou até a saída dos fundos. Eu não sabia para onde ele me levaria, só sabia que queria ir.— Por que fez aquilo lá dentro? Você o machucou, sabia?— Por que VOCÊ estava fazendo aquilo? — Parou e virou-se para mim, largando a minha mão.O seu peito arfava alto, os seus ombros estavam rígidos e inflados.— Era só um cara. Só... estávamos dançando.— Não quero ver você fazendo isso! — gritou e passou as mãos com agonia pelos cabelos, mordendo o lábio inferior.— Olha só... Você não manda em mim, okay? — falei irritada.— Ainda não! — enfatizou.— Nunca irá! — gritei.Ele fechou o pouco espaço entre nós e beijou-me agarrando-me pela cintura, entranhando a sua outra mão nos meus cabelos da nuca e puxando-os com cert
LAURA— Não fique tensa. — Apertou levemente os meus ombros. — Estou sentindo o seu corpo tensionar contra o meu.— Enzo... — Virei-me para ele e encarei os seus lindos olhos azuis-claros.— Você é virgem? — perguntou com delicadeza e sem pudor, com um tom macio de voz, acariciando o meu rosto.— Não. — Mas quem me dera eu fosse.— Não sou aqueles loucos que gostam de amarras, chicotes ou outras coisas do tipo. Gosto de partilhar o controle do sexo. — Será bom, eu prometo. — Aproximou a sua boca do meu ouvido. — Você vai gostar. Você vai gozar — sussurrou.— Se eu pedir para que pare... você irá parar, não é?— Acredite em mim, meu anjo loiro. Você não irá me pedir para parar. — Engoli em seco. — Mas se pedir, eu irei. Vamos? — Afastou-se e ofereceu-me a sua mão.Peguei a sua mão e ele nos guiou até o quarto que, assim como a sala, era lindo e cheio de móveis caros e luxuosos. Uma obra de arte contemporânea que eu sabia valer milhões estava exposta acima da cabeceira da cama. Nós nos
LAURAUm aperto se formou no meu baixo ventre, fazendo-me arquear as costas e juntar os dedinhos dos pés. Uma sensação sem explicação abalou a minha estrutura espiritual e estremeceu violentamente o meu corpo, deixando-me tensa. O meu corpo pareceu desmanchar sob ele e, enfim, a sensação quase dolorosa foi se dissipando. Se isso é gozar e ter um orgasmo, quero a noite inteira.Ele continuou com os seus movimentos, gemendo em urros e de olhos fechados. O suor brotava na sua testa. Não demorou nem mais meio segundo para que o tremor retornasse no meu corpo, causando mais uma explosão de dentro para fora. Senti o seu membro pulsar forte e Enzo se desfazer junto comigo em gemidos prazerosos de se ouvir.— Você é um sonho — sussurrou ofegante no meu ouvido.Ficamos abraçados por mais alguns minutos, ainda com o seu pênis dentro de mim, apenas trocando carícias e beijos deliciosos, enquanto normalizávamos a nossa respiração. Nunca acreditei que alguém um dia me daria carinho ou uma noite co
ENZOOlhei novamente para Laura e o seu parceiro de dança, e os seus rostos estavam mais perto do que deveriam. A sua mão boba estava na sua bunda e ela sorria para ele parecendo gostar. Aquilo me deixou irado, fazendo o meu sangue ferver nas veias e a minha respiração pesar no peito.Peguei a mulher pela cintura e joguei-a sentada ao meu lado. Ela olhou-me assustada e de boca entreaberta. Dei-lhe as costas e desci a passos apressados até a pista de dança, atropelando qualquer pessoa que cruzasse o meu caminho. Foda-se que ela não fosse minha namorada, eu estava me mordendo de ciúmes por dentro e por fora, e impediria aquela cena já!Puxei o homem pelo ombro e acertei um soco no seu rosto, pegando em cheio seu nariz e fazendo-o cambalear e cair para trás no chão sujo. Uma aglomeração se formou rapidamente à nossa volta e gritos foram ouvidos. Debrucei-me sobre ele quando tentou levantar-se e soquei-o mais uma vez com uma enorme raiva. Escutei a voz da Laura gritar chamando por mim, ma
LAURALavei o rosto de Lorenzo e ajudei-o a terminar o banho. Desliguei o chuveiro e o enrolei na toalha.— Pronto. Consegue enxergar agora?— Uhum — murmurou.— Okay. Vamos vestir você.Peguei-o no meu colo e levei-o para o meu quarto. Ajudei-o a vestir as suas roupas e fomos para a sala.— Papai! — gritou correndo em direção ao Enzo, que mexia no celular sentado no sofá.— Oi, filho. — Pegou o menino no seu colo e beijou o seu rostinho. — Está cheiroso.— Tomei banho sozinho.— Meus parabéns.— Já sou um homem! — declarou empolgado, fazendo o pai gargalhar.— Não diria que já é um homem, mas com certeza saber cuidar da própria higiene é um passo muito importante para se tornar um.Deixei os dois conversando e fui retirar os biscoitos do forno. Enzo deixou o filho assistindo TV e veio até mim parando do meu lado.— Planos para amanhã? — perguntou escorando-se no balcão.— Sim. Angelita me convidou para ir a uma festa na casa de um amigo dela.— Amigo? — perguntou cruzando os braços à
LAURASaí à procura de alguém para nos atender e avistei uma mulher escorada no balcão de costas para mim. Ela vestia um tailleur preto, que combinava perfeitamente com o seu coque apertado no alto da sua cabeça e os belíssimos saltos envernizados no pé.— Com licença. Você pode me ajudar? — chamei a sua atenção tocando sutilmente o seu ombro.Ela se virou encolhendo os seus ombros e fazendo uma careta, deixando claro o repúdio pelo toque. O seu olhar crítico deslizou dos meus olhos até os meus pés e voltou para meu rosto, encarando-me com arrogância. Nos seus lábios um sorriso cínico se formou.— Você realmente precisa de ajuda. Mas aqui não temos nada que vá dar certo para você, queridinha.— Como é? Não entendi — disse um pouco exaltada, sentindo uma raiva se acumular em mim pela forma que me tratou e encarou.— Não trabalhamos com tamanhos especiais e também acho que não temos nada na promoção.Olhei para o fundo da loja e vi que outra atendente dava assistência a uma senhora com