LAURAA semana seguiu conforme a exigência do Enzo. Lorenzo estava amando ir para a minha casa, não ter mais as aulas extras e ficar de bobeira a tarde toda comigo. Depois da sua lição de casa, nós assistimos a filmes antigos infantis até às cinco da tarde. Descobri que ele adorava dançar, então afastei os sofás e a mesa de centro para os cantos, e liguei o som no volume mais alto permitido pelo síndico do prédio. Dançamos e ele disse gostar dos rocks brasileiros dos anos 80.— Está com fome? — perguntei, enquanto nós arrumávamos a sala.— Estou sim. E você?— Morrendo.Ele riu.— Sabe fazer macarrão?— Sei. É o que quer comer? Sabe que não faz parte da sua alimentação da semana, não é? Hoje ainda é sexta e massa só aos domingos.— Por favor — pediu manhoso, fazendo uma carinha de cachorrinho abandonado que me fez rir e não me deixou resistir.— Tudo bem. Vou fazer, mas você vai já para o banho.— Está bem. — Correu para o banheiro sumindo pelo corredor.— E se lave direito, Lorenzo.
LAURA— Quer ajuda? — perguntou Enzo da sala.— Não precisa — disse envergonhada. Tinha certeza de que estava os admirando com cara de boba e ele percebeu.Ele deixou Lorenzo sentado no sofá e veio até mim. Mesmo recusando a sua ajuda, ele tomou a iniciativa e colocou na lava-louças os pratos e as panelas sujas. Não impedi ele, recusando novamente. Queria-o perto de mim.— Posso te perguntar algo? — perguntou ele fechando a lava-louças.— Claro. O que quer saber?— Antes mesmo que Melissa dissesse ao Lorenzo que a sua mãe é falecida, ele já sabia. Eu o ouvi há algumas noites rezar pela alma dela. Você contou a ele?— Não! — respondi e olhei para o menino deitado no sofá, prestes a adormecer. — Lorenzo me disse achar que você estivesse mentindo sobre a mãe estar viajando. Ele já imaginava que ela já não estivesse mais entre nós, mas o que deu a ele essa certeza... foi você mencionar a palavra “viúvo” naquele dia. Uma das professoras explicou o significado desta palavra.— Eu nunca tive
LAURADescemos e segundos depois o táxi chegou levando-nos para nosso destino. Foram quinze minutos de intrigas entre Caio e Angelita. Eles pareciam crianças se implicando e não davam trégua, mesmo que eu estivesse sentada entre os dois.— Chegamos — avisou Caio quando o táxi estacionou próximo ao meio-fio, de frente a casa noturna.— É aqui? — perguntei um pouco tensa.— Espera. Não foi aqui que viemos a última vez que saímos juntas?— Já vieram aqui? — perguntou Caio descendo do táxi.— Sim — respondeu Angelita saindo pela outra porta. — Tenho um amigo que trabalha aqui na portaria.— Talvez eu o conheça.— Está tudo bem, Laura? — perguntou Angelita parando ao meu lado na calçada.— Está.Eu estava nervosa, era a boate do Enzo. Na última vez em que estive ali, discutimos sem ao menos nos conhecermos e ele me expulsou. As lembranças não eram as melhores, mas não me importava mais com elas. A questão era... Teria chances de encontrá-lo ali.— Vamos? — chamou Caio, tomando frente no ca
LAURACaio encarou-me confuso e depois olhou para Enzo, que tinha a sua mão estendida para mim.— Eu vou com ele. Mande uma mensagem para eu saber que chegou bem. — Beijei o seu rosto e virei-me para Enzo.Coloquei a minha mão sobre a sua e fui com ele por um corredor que nos levou até a saída dos fundos. Eu não sabia para onde ele me levaria, só sabia que queria ir.— Por que fez aquilo lá dentro? Você o machucou, sabia?— Por que VOCÊ estava fazendo aquilo? — Parou e virou-se para mim, largando a minha mão.O seu peito arfava alto, os seus ombros estavam rígidos e inflados.— Era só um cara. Só... estávamos dançando.— Não quero ver você fazendo isso! — gritou e passou as mãos com agonia pelos cabelos, mordendo o lábio inferior.— Olha só... Você não manda em mim, okay? — falei irritada.— Ainda não! — enfatizou.— Nunca irá! — gritei.Ele fechou o pouco espaço entre nós e beijou-me agarrando-me pela cintura, entranhando a sua outra mão nos meus cabelos da nuca e puxando-os com cert
LAURA— Não fique tensa. — Apertou levemente os meus ombros. — Estou sentindo o seu corpo tensionar contra o meu.— Enzo... — Virei-me para ele e encarei os seus lindos olhos azuis-claros.— Você é virgem? — perguntou com delicadeza e sem pudor, com um tom macio de voz, acariciando o meu rosto.— Não. — Mas quem me dera eu fosse.— Não sou aqueles loucos que gostam de amarras, chicotes ou outras coisas do tipo. Gosto de partilhar o controle do sexo. — Será bom, eu prometo. — Aproximou a sua boca do meu ouvido. — Você vai gostar. Você vai gozar — sussurrou.— Se eu pedir para que pare... você irá parar, não é?— Acredite em mim, meu anjo loiro. Você não irá me pedir para parar. — Engoli em seco. — Mas se pedir, eu irei. Vamos? — Afastou-se e ofereceu-me a sua mão.Peguei a sua mão e ele nos guiou até o quarto que, assim como a sala, era lindo e cheio de móveis caros e luxuosos. Uma obra de arte contemporânea que eu sabia valer milhões estava exposta acima da cabeceira da cama. Nós nos
LAURAUm aperto se formou no meu baixo ventre, fazendo-me arquear as costas e juntar os dedinhos dos pés. Uma sensação sem explicação abalou a minha estrutura espiritual e estremeceu violentamente o meu corpo, deixando-me tensa. O meu corpo pareceu desmanchar sob ele e, enfim, a sensação quase dolorosa foi se dissipando. Se isso é gozar e ter um orgasmo, quero a noite inteira.Ele continuou com os seus movimentos, gemendo em urros e de olhos fechados. O suor brotava na sua testa. Não demorou nem mais meio segundo para que o tremor retornasse no meu corpo, causando mais uma explosão de dentro para fora. Senti o seu membro pulsar forte e Enzo se desfazer junto comigo em gemidos prazerosos de se ouvir.— Você é um sonho — sussurrou ofegante no meu ouvido.Ficamos abraçados por mais alguns minutos, ainda com o seu pênis dentro de mim, apenas trocando carícias e beijos deliciosos, enquanto normalizávamos a nossa respiração. Nunca acreditei que alguém um dia me daria carinho ou uma noite co
ENZOOlhei novamente para Laura e o seu parceiro de dança, e os seus rostos estavam mais perto do que deveriam. A sua mão boba estava na sua bunda e ela sorria para ele parecendo gostar. Aquilo me deixou irado, fazendo o meu sangue ferver nas veias e a minha respiração pesar no peito.Peguei a mulher pela cintura e joguei-a sentada ao meu lado. Ela olhou-me assustada e de boca entreaberta. Dei-lhe as costas e desci a passos apressados até a pista de dança, atropelando qualquer pessoa que cruzasse o meu caminho. Foda-se que ela não fosse minha namorada, eu estava me mordendo de ciúmes por dentro e por fora, e impediria aquela cena já!Puxei o homem pelo ombro e acertei um soco no seu rosto, pegando em cheio seu nariz e fazendo-o cambalear e cair para trás no chão sujo. Uma aglomeração se formou rapidamente à nossa volta e gritos foram ouvidos. Debrucei-me sobre ele quando tentou levantar-se e soquei-o mais uma vez com uma enorme raiva. Escutei a voz da Laura gritar chamando por mim, ma
LAURALavei o rosto de Lorenzo e ajudei-o a terminar o banho. Desliguei o chuveiro e o enrolei na toalha.— Pronto. Consegue enxergar agora?— Uhum — murmurou.— Okay. Vamos vestir você.Peguei-o no meu colo e levei-o para o meu quarto. Ajudei-o a vestir as suas roupas e fomos para a sala.— Papai! — gritou correndo em direção ao Enzo, que mexia no celular sentado no sofá.— Oi, filho. — Pegou o menino no seu colo e beijou o seu rostinho. — Está cheiroso.— Tomei banho sozinho.— Meus parabéns.— Já sou um homem! — declarou empolgado, fazendo o pai gargalhar.— Não diria que já é um homem, mas com certeza saber cuidar da própria higiene é um passo muito importante para se tornar um.Deixei os dois conversando e fui retirar os biscoitos do forno. Enzo deixou o filho assistindo TV e veio até mim parando do meu lado.— Planos para amanhã? — perguntou escorando-se no balcão.— Sim. Angelita me convidou para ir a uma festa na casa de um amigo dela.— Amigo? — perguntou cruzando os braços à