LAURASaí à procura de alguém para nos atender e avistei uma mulher escorada no balcão de costas para mim. Ela vestia um tailleur preto, que combinava perfeitamente com o seu coque apertado no alto da sua cabeça e os belíssimos saltos envernizados no pé.— Com licença. Você pode me ajudar? — chamei a sua atenção tocando sutilmente o seu ombro.Ela se virou encolhendo os seus ombros e fazendo uma careta, deixando claro o repúdio pelo toque. O seu olhar crítico deslizou dos meus olhos até os meus pés e voltou para meu rosto, encarando-me com arrogância. Nos seus lábios um sorriso cínico se formou.— Você realmente precisa de ajuda. Mas aqui não temos nada que vá dar certo para você, queridinha.— Como é? Não entendi — disse um pouco exaltada, sentindo uma raiva se acumular em mim pela forma que me tratou e encarou.— Não trabalhamos com tamanhos especiais e também acho que não temos nada na promoção.Olhei para o fundo da loja e vi que outra atendente dava assistência a uma senhora com
LAURAQuando a noite começou a cair, tomei um banho e arrumei os meus cabelos presos em um coque bacana como Angelita havia dito para fazer. Segundo ela, os cabelos presos deixariam mais à mostra os meus belos brincos e o meu colo. Deixei alguns fios soltos à frente, somente para emoldurar o rosto e compor a maquiagem que maneirei a mão para sair a mais delicada possível. Estava dando os últimos retoques na maquiagem quando o meu celular soou o alerta de mensagem. Peguei-o sobre a penteadeira e era uma mensagem do Enzo. Sorri e cliquei para abri-la.Desculpe-me, querida.Vamos ter que adiar o nosso jantar.Enzo07:43 p.m.Está tudo bem com Lorenzo?Laura7:44 p.m.Sim. Só preciso resolver alguns assuntos com a minha mãe.Ela insiste em jantarmos juntos.Enzo07:44 p.m.Tudo bem, eu entendo.Nos falamos amanhã?Laura07:45 p.m.Sim. Beijos.Enzo07:46 p.m.Decepcionada, era a palavra certa para definir o que eu sentia naquele momento. Porém, eu entendia. Enzo e a mãe não estavam se fa
LAURANo decorrer da última semana, por algumas vezes enquanto Enzo estava na minha casa, Melissa ligou insistentemente ou mandou mensagem com textos cheios de desespero. Ele ignorou todas as suas tentativas de contato demonstrando irritação. Imaginá-los jantando juntos, quando ele devia estar comigo, doía.— Sim. Mas o que houve, Laura? — perguntou preocupado.— Avise ao seu chefe para vir até o hospital materno infantil. Lorenzo acabou de dar entrada com febre alta. — Desliguei o telefone.Não acreditava que ele estava com ela. Logo com ela, após ter feito o que fez com o seu filho! Por que mentir? Afinal, não tínhamos um compromisso sério. Poderia ter apenas dito que iria jantar com ela, assim me tiraria todas as esperanças e expectativas que eu estava criando sobre nós. Deus! Por que está doendo tanto? Massageei meu peito.— Laura? — chamou Giovanni.— Sim. — Virei-me para ele.— Eu faço a ficha. Vá ficar com Lorenzo, ele está chamando por você.— Já estou indo.— Conseguiu falar
ENZO— Não fique bravo com ela, apenas me deu uma mãozinha para nos encontrarmos. Eu te liguei a semana toda, mas não me atendeu. Mandei centenas de mensagens e você não me respondeu.— Se não atendi ou respondi, é porque não quero falar com você! Não está claro isso?— Enzo... Me entenda. Eu amo você. Estamos juntos há muito tempo, presos nessa relação confusa...— Melissa! — interrompendo-a rude, baixo e entredentes. — Você e eu nunca tivemos um relacionamento. O que tivemos chama-se sexo casual. Nunca na minha vida teria um compromisso com você.— Está dizendo isso porque está com raiva por eu dizer a verdade ao Lorenzo, mas alguém algum dia teria que dizer!— Mas não seria você! — Bati com o punho fechado sobre a mesa. — Você não é ninguém para fazer aquilo! E eu não estou dizendo isso porque estou com raiva, e sim porque é a merda da verdade! — falei alto, chamando a atenção demais.— É aquela gorda? A brasileira? Estão apaixonados, é isso? Isso é impossível. — Gargalhou com iron
ENZOChegamos ao hospital e entrei correndo pela emergência. Parei no balcão e pedi informações sobre o meu filho, informando o seu nome completo. O meu pai logo apareceu e disse que estava tudo bem. Lorenzo já havia sido medicado, a febre foi embora e ele foi transferido para um quarto.— Ele está na companhia da Laura e dorme tranquilo. O médico preferiu deixá-lo aqui por mais algumas horas em observação, somente por precaução caso a febre volte, mas logo ele irá para casa.— O que ele tem?— Está com a garganta inflamada e eu assumo a culpa. Tomamos muito sorvete sentados sob o sol quente hoje à tarde.— Okay. Vou entrar para vê-lo.Ao abrir a porta, vagarosamente, caminhei até a cama onde o meu pequeno ressonava profundo. Laura estava de costas para mim observando a cidade noturna depois da janela de vidro. Ao sentir a minha presença, ela apenas me olhou por cima do ombro e voltou o seu olhar para a vista do sétimo andar. Beijei a testa suada do meu filho e caminhei até ela para l
ENZOJá era quase meia-noite quando o médico liberou Lorenzo com uma receita de medicamentos para a garganta. Fomos para a cobertura e pedi a um dos meus homens que providenciasse os remédios. Deitei Lorenzo em um dos quartos e fui até a suíte principal com Laura. Tirei toda a minha roupa apressadamente, enquanto ela tirava o casaco e as botas que calçava. Aproximei-me nu e terminei de despi-la, levando-nos para o chuveiro em seguida. Tomamos um banho quente com muitos beijos e carícias nas partes íntimas. Deitados na cama, beijei-a com paixão e urgência. O meu corpo inteiro se arrepiou e o meu pau deu sinais de saudades dela.— Enzo... — chamou-me baixinho, enquanto eu beijava o seu pescoço, deixando leves mordidas.— Sim, meu bem. — Parei e olhei-a.Ela encarou-me em silêncio. Parecia pensar se me diria o que estava prestes a falar ou não.— Diga-me, querida... Sou todo ouvidos.— Eu gosto de você. Gosto muito... de você.Sorri contente com a sua declaração. Não era exatamente o que
ENZO— Ele já está no quarto? — perguntei.— Sim. O senhor pode entrar para vê-lo.— Obrigado.— Se o senhor quiser, posso pedir ao psicólogo infantil do hospital para conversar com o garoto. Amanhã, talvez?— Vou pensar nisso.— Como queira, Sr. Albertinni.Dirigi-me para o quarto e, ao entrar, Lorenzo conversava com uma enfermeira que tentava acalmar o seu choro manhoso.— O que foi, filho? — Aproximei-me da cama. — O que houve? Sente dor?— Eu quero a Laurinha — pediu-me fazendo um biquinho de choro, ficando com os olhos marejados.— Ele não para de chamar pela mãe — disse a enfermeira.— Ela já está vindo, meu amor. — Acariciei os seus cabelos.A enfermeira se retirou e eu me sentei aos pés da cama.— Ela vai demorar a chegar? — perguntou Lorenzo fungando o seu choro.— Vou ligar para saber. — Dei-lhe um sorriso e pisquei para ele.Levantei-me da cama e caminhei para a janela ligando para Laura.— Alô — atendeu sonolenta.— Oi, querida.— Está tudo bem? — perguntou preocupada.— E
LAURAChegamos ao prédio e subimos os três. Lorenzo insistia que precisava ir ao banheiro e não dava para esperar chegar em casa. As portas do elevador abriram e eu saí à frente procurando pela chave na bolsa, mas quando me aproximei da porta, parei bruscamente ao ver a fechadura arrombada e a mesma entreaberta.— Enzo... — chamei-o baixinho, dando um passo para trás, sentindo um enorme nervoso percorrer o meu corpo.Ele colocou Lorenzo no chão e me puxou para trás dele, afastando-me da porta. Rapidamente pegou o seu celular no bolso da calça e ligou para alguém, provavelmente, para os seguranças que o aguardavam lá embaixo.— Subam! — deu a ordem e encerrou a ligação. — Fique aqui com o Lorenzo! — ordenou a mim e tirou das costas, debaixo da sua camisa que estava por fora da calça jeans, uma arma prateada e brilhante.Enzo entrou no apartamento empurrando a porta vagarosamente. Peguei Lorenzo no meu colo, que começava a ficar assustado e afastei-me em mais um passo para trás. Enzo te