ENZOChegamos ao hospital e entrei correndo pela emergência. Parei no balcão e pedi informações sobre o meu filho, informando o seu nome completo. O meu pai logo apareceu e disse que estava tudo bem. Lorenzo já havia sido medicado, a febre foi embora e ele foi transferido para um quarto.— Ele está na companhia da Laura e dorme tranquilo. O médico preferiu deixá-lo aqui por mais algumas horas em observação, somente por precaução caso a febre volte, mas logo ele irá para casa.— O que ele tem?— Está com a garganta inflamada e eu assumo a culpa. Tomamos muito sorvete sentados sob o sol quente hoje à tarde.— Okay. Vou entrar para vê-lo.Ao abrir a porta, vagarosamente, caminhei até a cama onde o meu pequeno ressonava profundo. Laura estava de costas para mim observando a cidade noturna depois da janela de vidro. Ao sentir a minha presença, ela apenas me olhou por cima do ombro e voltou o seu olhar para a vista do sétimo andar. Beijei a testa suada do meu filho e caminhei até ela para l
ENZOJá era quase meia-noite quando o médico liberou Lorenzo com uma receita de medicamentos para a garganta. Fomos para a cobertura e pedi a um dos meus homens que providenciasse os remédios. Deitei Lorenzo em um dos quartos e fui até a suíte principal com Laura. Tirei toda a minha roupa apressadamente, enquanto ela tirava o casaco e as botas que calçava. Aproximei-me nu e terminei de despi-la, levando-nos para o chuveiro em seguida. Tomamos um banho quente com muitos beijos e carícias nas partes íntimas. Deitados na cama, beijei-a com paixão e urgência. O meu corpo inteiro se arrepiou e o meu pau deu sinais de saudades dela.— Enzo... — chamou-me baixinho, enquanto eu beijava o seu pescoço, deixando leves mordidas.— Sim, meu bem. — Parei e olhei-a.Ela encarou-me em silêncio. Parecia pensar se me diria o que estava prestes a falar ou não.— Diga-me, querida... Sou todo ouvidos.— Eu gosto de você. Gosto muito... de você.Sorri contente com a sua declaração. Não era exatamente o que
ENZO— Ele já está no quarto? — perguntei.— Sim. O senhor pode entrar para vê-lo.— Obrigado.— Se o senhor quiser, posso pedir ao psicólogo infantil do hospital para conversar com o garoto. Amanhã, talvez?— Vou pensar nisso.— Como queira, Sr. Albertinni.Dirigi-me para o quarto e, ao entrar, Lorenzo conversava com uma enfermeira que tentava acalmar o seu choro manhoso.— O que foi, filho? — Aproximei-me da cama. — O que houve? Sente dor?— Eu quero a Laurinha — pediu-me fazendo um biquinho de choro, ficando com os olhos marejados.— Ele não para de chamar pela mãe — disse a enfermeira.— Ela já está vindo, meu amor. — Acariciei os seus cabelos.A enfermeira se retirou e eu me sentei aos pés da cama.— Ela vai demorar a chegar? — perguntou Lorenzo fungando o seu choro.— Vou ligar para saber. — Dei-lhe um sorriso e pisquei para ele.Levantei-me da cama e caminhei para a janela ligando para Laura.— Alô — atendeu sonolenta.— Oi, querida.— Está tudo bem? — perguntou preocupada.— E
LAURAChegamos ao prédio e subimos os três. Lorenzo insistia que precisava ir ao banheiro e não dava para esperar chegar em casa. As portas do elevador abriram e eu saí à frente procurando pela chave na bolsa, mas quando me aproximei da porta, parei bruscamente ao ver a fechadura arrombada e a mesma entreaberta.— Enzo... — chamei-o baixinho, dando um passo para trás, sentindo um enorme nervoso percorrer o meu corpo.Ele colocou Lorenzo no chão e me puxou para trás dele, afastando-me da porta. Rapidamente pegou o seu celular no bolso da calça e ligou para alguém, provavelmente, para os seguranças que o aguardavam lá embaixo.— Subam! — deu a ordem e encerrou a ligação. — Fique aqui com o Lorenzo! — ordenou a mim e tirou das costas, debaixo da sua camisa que estava por fora da calça jeans, uma arma prateada e brilhante.Enzo entrou no apartamento empurrando a porta vagarosamente. Peguei Lorenzo no meu colo, que começava a ficar assustado e afastei-me em mais um passo para trás. Enzo te
LAURA— Rodrigo? Rodrigo é seu irmão, não é? — perguntou Enzo.— É sim — respondeu Caio.Abaixei a minha cabeça e senti um medo horrível me invadir. O choro que caía já não era mais silencioso. Não posso acreditar que ele estava tão perto assim e não notamos. Droga! Depois que nos mudamos e ele sumiu, achei termos nos livrado dele! — O que ele quer? — interrogou Enzo.Olhei para o Caio implorando que não dissesse nada. Ele me olhou com pesar e depois para Enzo.— Ele quer a Laura.— Como assim ele quer você, Laura? — perguntou Enzo, confuso e nervoso.— Não quero falar sobre isso! Por favor... não agora. — Encarei-o, desencostando na cama.— Laura! — Caio chamou-me. — Qual é... Eu sei que o Enzo pode nos ajudar. Vocês estão praticamente morando juntos há um mês, não acha que ele merece saber a verdade? Saber sobre quem é o Rodrigo e todas as coisas que ele e o traste do seu pai fizeram com você?Olhei para Enzo e a minha visão estava turva. Eu não conseguia falar. Eu abria a minha bo
ENZODeixei o quarto e dei a ordem aos meus homens que ali estavam, para que ninguém entrasse além dos médicos e enfermeiras com identificação. Fui à procura da Laura e encontrei-a sentada em uma das cadeiras na sala de espera do terceiro andar. Sentei-me ao seu lado e peguei a sua mão guardando-a entre as minhas.— Vamos para a cobertura. Deixei os seguranças cuidando do Caio, ele vai ficar bem.— Não quero ir. — Olhou-me.— Você precisa descansar. Já são sete da noite e ainda não comeu nada. Deixe-me cuidar de você, amor! — pedi acariciando o seu rosto e secando as suas lágrimas. — Venha. Vamos buscar o Lorenzo.Estendi a minha mão para ela, que a aceitou e se levantou. Fomos para a mansão e, quando chegamos, Lorenzo veio correndo e abraçou Laura, quase a sufocando-a.— Pedi para não chorar! — disse ele ao notar os seus olhos vermelhos e levemente inchados. — Onde está o tio Caio?— Ele está bem. Está no hospital com um monte de enfermeiras bonitas cuidando dele — respondeu Laura so
LAURAApós colocar Lorenzo para dormir, foi a minha vez de relaxar. Tomei um merecido e quente banho e em seguida fui até a sala à procura do Enzo, vestindo somente um roupão de banho. Ele estava ao telefone no seu escritório e não quis atrapalhar. Fui à cozinha pegar uma água e lembrei-me de que no meio de toda a confusão, nem eu e Enzo havíamos jantado. Pensei em algo rápido para fazer, que fosse mais leve para a digestão, já passava das nove da noite.— Pensando em quê? — perguntou ele ao entrar na cozinha.— Que não jantamos.— Deixe isso comigo — disse tomando o outro lado do balcão onde eu estava.— O que vai fazer?— Se tem algo que faço melhor que massas, são sanduíches.— Então, tudo bem. Você faz o nosso jantar. — Ele sorriu e deu-me um beijo carinhoso nos lábios. — Quer ajuda?— Pegue o pão no armário.— Quando ia me falar sobre esse baile?— Amanhã, quando eu for levar você para comprar um vestido.— Ah... — sorri e lhe entreguei o pão. — E quando será?— No próximo sábado
LAURA— Vem. Traga o chá gelado — Enzo chamou-me levando os pratos para a mesa da cozinha.— Para que é o baile? Tem algo a ver com a... máfia?— Em primeiro lugar, não chamamos de máfia. Nos referimos a ela como família. Mas respondendo à sua pergunta, sim. Tem algo a ver e será uma noite muito importante.— O que vai acontecer?— Vou passar de Capo a Chefe.— E o Chefe atual?— Ele vai se aposentar, não tem herdeiros para ocupar o seu lugar.— Onde o seu pai entra nessa hierarquia?— Ele é Don. Assim como o meu avô, meu bisavô e todos os outros homens na minha família.— E quem vai ficar no seu lugar se Lorenzo ainda é um menino?— Serra.— E quando o seu pai se aposentar... então você será o Don?— Sim. Mas isso só vai acontecer em dez anos.— Então é algo que ainda vai demorar.— Dez anos passam rápido, querida. Quando piscar já teremos três lindos filhos e eu serei o Don da família italiana.— Quando o seu pai disse para que eu fosse bem-vinda à família, foi isso que ele quis diz