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Promessa de Um Destino
Promessa de Um Destino
Por: Paulamonteiro_autora
Capitulo 1: O Pacto Inusitado

Mais um dia com meus amigos, ao lado de nossa casa à beira-mar, onde sempre nos reunimos para admirar o pôr do sol, quando vejo um sorriso compartilhado entre Daniel e sua esposa. Conhecendo os dois desde a faculdade, sabia que algo muito inusitado viria deles:

— Vamos, o que estão aprontando agora? Será que não amadureceram depois que se tornaram pais? — Falo já curioso com o que vem por aí.

— Vocês já pensaram em como seria incrível manter nossas famílias unidas para sempre? — Laura perguntou de repente, com aquele brilho travesso no olhar que eu já conhecia bem. Sabia que algo estava vindo.

Sofia, ao meu lado, levantou uma sobrancelha, segurando a xícara de café com as duas mãos. O sorriso dela era um misto de curiosidade e cautela. Eu a conheço o suficiente para saber que ela estava prestes a dizer algo espirituoso.

— Do jeito que nos conhecemos desde a faculdade, isso parece até um destino predestinado — disse Sofia, com aquele tom leve que me fazia rir.

Inclinei-me para frente, apoiando o queixo nas mãos, enquanto olhava para Laura. Eu sabia que ela não diria algo assim sem ter algo em mente.

— Mas o que você está sugerindo, Laura? — perguntei, tentando esconder minha curiosidade sob um tom brincalhão.

Ela trocou um olhar significativo com Daniel antes de responder. Aquele tipo de silêncio — carregado de cumplicidade — sempre me intrigava. Era como se eles tivessem desenvolvido uma linguagem secreta que nós nunca entenderíamos.

— Estava pensando... e se fizéssemos um pacto? Prometemos nossos filhos em casamento desde a infância? — As palavras saíram com tanta naturalidade que levaram alguns segundos para que eu processasse o que ela havia dito.

Por um momento, o som das ondas foi a única coisa que ouvi. Meus olhos se voltaram para Sofia, que parecia tão surpresa quanto eu. Depois, para Daniel, que sorriu com um ar divertido, claramente já preparado para defender a ideia, argumentos não lhe faltariam, já que é um ótimo advogado.

— Imagine só — ele disse, girando o garfo na mão como se estivesse contando uma história — daqui a algumas décadas, nossos filhos, Emily e Gabriel, casados e felizes, seguindo nossos passos. Seria como um conto de fadas moderno!

Sofia soltou uma risada nervosa e cruzou os braços. Eu podia sentir a tensão no jeito como ela se mexia. Ela nunca gostou dessas ideias malucas.

— Isso é... bem incomum, não acham? Prometer nossos filhos em casamento? E se eles quiserem seguir caminhos separados no futuro? E se eles se apaixonarem por outras pessoas?

Apertei os lábios, tentando não rir da expressão dela. Havia lógica em suas palavras, mas algo na ideia parecia... intrigante. Como se fosse uma história que valesse a pena contar.

— Mas quem sabe? — falei, quebrando o silêncio que se seguira. — O mundo é cheio de histórias surpreendentes. Quem somos nós para dizer o que é impossível?

Sofia me lançou um olhar, algo entre exasperação e diversão. Sabia que minha mente já estava vagando pelas possibilidades. Ela suspirou, olhando para Laura e Daniel, que esperavam pacientemente.

— Bem — ela finalmente disse, com um sorriso tímido —, se a ligação dos nossos filhos for tão incrível quanto nossa amizade, talvez isso realmente possa funcionar.

Laura bateu palmas animadamente, enquanto Daniel ergueu sua taça em um brinde improvisado. E assim, entre risos e uma promessa que parecia mais uma brincadeira, selamos algo que eu sabia que nos acompanharia pelo resto da vida.

Algo inusitado e sei que a Sofia continua meio que incrédula com essa possibilidade, mas o Daniel já tinha cuidado de tudo e redigiu até um contrato de casamento entre nossos filhos, selando uma amizade que jamais será abalada.

Depois daquela tarde, fiquei pensativo. O que parecia começar como uma brincadeira ganhou um peso que nenhum de nós havia previsto. Caminhei até a beira da praia, deixando meus pés afundarem na areia úmida, enquanto o som das ondas se misturava aos meus pensamentos.

“E se isso realmente der certo?”, pensei. A ideia de Emily e Gabriel seguindo nossos passos era quase poética, mas sabia que a vida não seguia roteiros perfeitos. Tudo podia mudar. E se mudasse, seríamos nós os culpados por tentar moldar o destino deles? Por outro lado, havia algo incrível na possibilidade de transformar a nossa amizade em uma ligação eterna.

Olhei para o horizonte, onde o sol começava a mergulhar no oceano, tingindo o céu com tons alaranjados. Um pacto feito em um dia como aquele, cercado de risos e esperanças, não podia ser de todo ruim. Talvez, assim como o mar e a areia, nossas famílias estivessem destinadas a se entrelaçar para sempre. Mas e se a Sofia estivesse certa? E se as crianças no futuro se interessassem por outras pessoas? 

Ao longe, eles estão brincando e fico a observar, vejo o cuidado e o carinho que o Gabriel tem com a Emily, sei que são apenas duas crianças, mas se eles estiverem realmente predestinados um ao outro?

— Lucas, será que o que fizemos foi o correto? — Fala Sofia, sentando-se ao meu lado.

— Sofi, olha para eles, veja como o Gabriel cuida da nossa menina, não poderia pedir ninguém melhor para ela.

— Eu sei, Lucas, mas eles são apenas duas crianças e tanta coisa pode mudar ainda, eles têm que aprender com os erros deles e não ficarem ligados por um destino que estamos traçando sem o consentimento deles.

— Entendo sua preocupação, e te faço uma promessa: se um dia no futuro nossa menina der indícios de que não quer seguir o destino que traçamos, anulo o contrato.

— Lucas, mas promessas, não sei se será uma boa ideia, mas vamos dar tempo ao tempo, e o futuro dirá o que realmente será feito.

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