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Capitulo 4: Surpresas do Destino

Sofia Narrando

No dia seguinte à festa de aniversário da Emily, nossos amigos iriam voltar para a cidade. Mas o destino tem seus próprios métodos de resolver as coisas.

O dia amanheceu muito chuvoso, impedindo que eles pudessem viajar. Junto com o Lucas vou até onde eles estão hospedados para acabar com esse contrato de uma vez por todas.

A chuva forte, a pista escorregadia eram cenários de que a vida da minha filha foi sempre na escuridão, mesmo diante de tantas cores ela não viveu da forma correta e com essa certeza em mente começo uma conversa com meu marido tentando de todas as formas fazer ele aceitar o fim do contrato.

— Lucas, a Emily tem que começar a viver, eles não educaram o Gabriel para este casamento. Sem falar que toda essa história foi feita por eles. Não aguento mais, Minha filha precisa viver, conhecer alguém e se apaixonar, ela precisa viver.

— Pare de falar besteiras, esse acordo não será desfeito, não sei se você lembra, mas assinamos um contrato onde entregamos a eles todos nossos bens, inclusive o restaurante e a nossa fazenda.

— Lucas, você não entende. O que é um contrato diante da felicidade da nossa filha? — rebati, sentindo meu coração acelerava a cada palavra. Ele virou o rosto para a janela do quarto, o som da chuva martelando o telhado como uma sinfonia desesperada. Seus olhos, sempre tão frios e calculistas, agora pareciam hesitar, mesmo que por um breve segundo.

— Não é só sobre nós. É sobre a família. É sobre honra, é sobre legado — respondeu, com a voz cansada, como se dissesse essas palavras apenas para convencer a si mesmo.

— Honra? — Soltei uma risada amarga. — Que tipo de honra é essa que prende a vida da nossa filha como uma moeda de troca? Você vê isso, Lucas? Ela nunca teve escolha. E agora, quando finalmente poderia, você quer que ela continue como prisioneira.

Ele permaneceu em silêncio, os olhos fixos na dança hipnótica das gotas de chuva que escorriam pela vidraça. Por um instante, pensei ter visto uma fissura em sua armadura, uma rachadura minúscula que deixava escapar uma fração de dúvida.

Aproveitei o momento e avancei um pouco mais, a voz embargada mas firme:

— Lucas, se continuar assim, vamos perder a Emily para sempre. Não estou falando de perdê-la fisicamente, mas de perder a alma dela, o brilho nos olhos que ela ainda tem, por menor que seja. Se ela continuar nesse caminho, tudo o que restará será um corpo vazio, obediente, mas infeliz.

Ele fechou os olhos por um momento e respirou fundo. Pela primeira vez em muito tempo, ele parecia vulnerável. Mas quando abriu os olhos novamente, eles estavam escuros e resolutos.

— Se eu disser que aceito desfazer o contrato, eles vão vir atrás de nós, você sabe disso. Não é apenas um acordo de papel. É uma promessa. E quebrar uma promessa com aquela família tem consequências.

— E nós lidamos com as consequências juntos. Pela Emily, pelo futuro dela. Não quero que ela olhe para trás e veja que os pais não tiveram coragem de lutar por ela.

Um trovão retumbou ao longe, fazendo a casa vibrar levemente. O silêncio entre nós era espesso, como a tempestade lá fora. O som da chuva parecia agora mais um lembrete de tudo o que estava em jogo, uma contagem regressiva para uma decisão que mudaria tudo.

Lucas fechou os punhos ao lado do corpo, os nós dos dedos ficando brancos. Finalmente, ele se virou para mim, e pela primeira vez, vi medo em seus olhos.

— Vamos acabar com isso — ele disse, a voz baixa e tensa. — Mas se algo der errado, se eles decidirem retaliar... — Ele não completou a frase. Não precisava. O peso daquelas palavras já estava cravado em nós há anos.

Um nó se formou na minha garganta, mas uma faísca de esperança brilhou em meio à tempestade. Por Emily, pela liberdade dela, estávamos dispostos a enfrentar qualquer tempestade que viesse.

Mas o destino tem seus próprios métodos e mais uma vez um raio partiu o céu e dessa vez veio em nossa direção fazendo com que o Lucas perdesse o controle do carro e de repente tudo se tornou um borrão.

O som da chuva contra o vidro do carro era ensurdecedor, mas nada se comparava ao grito abafado que escapou da minha garganta quando senti o impacto. Tudo aconteceu rápido demais. O clarão do raio iluminando a estrada, o barulho dos pneus derrapando no asfalto molhado e, então, o carro girando, descontrolado, como se a gravidade tivesse perdido o sentido.

Quando finalmente paramos, tudo ao meu redor parecia em câmera lenta. O som da chuva parecia distante agora, abafado por um zumbido insistente em meus ouvidos. Pisquei algumas vezes, tentando organizar os pensamentos, mas minha cabeça latejava. Meus olhos buscaram Lucas ao meu lado, e um frio percorreu meu corpo ao vê-lo com a testa apoiada no volante, o sangue escorrendo lentamente por sua têmpora.

— Lucas! — Minha voz saiu trêmula, quase inaudível, enquanto eu me inclinava em sua direção, ignorando a dor que irradiava pelo meu corpo. — Lucas, me escuta! Você está bem?

Ele gemeu baixo, um som que me deu um fio de esperança. Com as mãos trêmulas, toquei seu rosto, tentando chamá-lo de volta.

— Estou aqui — ele murmurou, a voz rouca, os olhos ainda fechados. — Você está… está machucada?

Uma risada nervosa escapou de mim, um som quebrado entre o alívio e o pânico.

— Não se preocupe comigo. Você bateu a cabeça. Precisamos sair daqui.

Olhei pela janela, tentando entender onde estávamos. O carro havia saído da estrada, parando em um barranco raso. A chuva ainda caía pesada, e as luzes dos faróis iluminavam uma paisagem distorcida pelas gotas na janela. O motor havia morrido, e o silêncio agora era cortado apenas pelo som da chuva e do vento.

— Consegue se mover? — Perguntei, tentando esconder o pânico em minha voz.

Lucas abriu os olhos lentamente, piscando para afastar o sangue que escorria em sua visão. Ele tentou se mexer, mas seu rosto se contorceu de dor.

— Acho que torci o ombro — ele disse, a voz arrastada. — Mas posso sair.

Lutando contra a dor, desci do carro. O vento gelado bateu contra mim, e meus pés afundaram na lama, mas eu não me importei. Corri até o lado de Lucas e abri a porta com esforço. Ele precisou de minha ajuda para sair, e juntos nos afastamos do carro, que ainda soltava um cheiro estranho de combustível.

— Precisamos de ajuda — murmurei, olhando ao redor, mas não havia sinal de civilização. Apenas a estrada deserta atrás de nós e a escuridão à frente.

Lucas apertou minha mão, me puxando levemente para perto.

— Vamos ficar bem. Vamos resolver isso, por Emily, lembra?

Assenti, mas meu coração estava pesado. O que o destino ainda reservava para nós? A chuva parecia sussurrar promessas de mais provações, mas eu sabia que, enquanto estivéssemos juntos, enfrentaríamos qualquer coisa.

Segurando firme na mão de Lucas, e quando pensei que iríamos sair dessa situação uma explosão aconteceu e simplesmente apaguei.

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