Gabriel Narrando... Após a Melina discutir com a Emily, fui levar a Melina em casa. — Dorme aqui, Gabriel — pede a Melina. — Não posso, tenho que ir para casa, o clima lá não está bom e não sei como está depois do que você fez com a Emily. — Agora a culpa é minha, Gabriel? Eles decidem sua vida por meio de um maldito contrato e eu sou culpada de colocar aquela garota no lugar dela. — Melina, você não entende, a Emily está passando por muita coisa nos últimos dias. Ela perdeu os pais, teve que se mudar para uma cidade que ela não conhece ninguém e ao chegar descobrir que está prometida em casamento a um cara que está namorando outra. — Esta com piedade? Gabriel, ela é uma oportunista, está se fazendo de vítima para ficar com você. — Vai dizer que ela se aproveitou da morte dos pais dela também, Melina? Não viaja, nós somos o que a Emily tem mais próximo de uma família. Fica em casa e pensa em todos os absurdos que você falou e quando estiver mais tranquila, conversamos. Saio da
Gabriel Narrando... As palavras dela ficaram ecoando na minha mente, como um sonoro tapa na cara que eu não esperava, mas talvez merecesse. Ninguém nunca me rejeitou, não assim. Emily foi delicada, mas firme. Suas palavras, mesmo envoltas em doçura, carregaram um peso que me prendeu ao chão, obrigando-me a encarar a verdade de que eu tanto fugia. — Gabriel, eu não posso me envolver com você se você não tiver certeza do que realmente sente — ela havia dito, com aqueles olhos tão serenos e, ao mesmo tempo, tão penetrantes. Aquilo mexeu comigo. Nunca precisei provar nada a ninguém, principalmente quando se tratava de sentimento. Mas com Emily... era diferente. Eu não sabia exatamente o que sentia, mas sabia que não era superficial, muito menos passageiro. E também não era o mesmo que eu sentia por Melina, como ela mesma mencionou. “Por que, então, eu não consigo explicar o que é isso?” — perguntei-me pela centésima vez enquanto caminhava até ela. Saio de lá com o coração em pedaços
Melina narrando... Depois que essa garota chegou, minha vida antes perfeita agora está desmoronando. Eu estava namorando o garoto mais cobiçado da cidade, tinha ao seu lado a vida que sempre desejei: glamour, atenção, sempre éramos vistos como o casal perfeito. Entretanto, tudo desmoronou quando a Emily chegou. Eu não vou deixar o caminho livre para ela. Mais uma vez, estou com o Gabriel e essa garota chega, toda frágil, toda cheia de histórias que fazem ele olhar para ela de um jeito que nunca olhou para mim. Estou estressada e hoje, simplesmente, não aguentei. Descontei tudo de uma vez. — Já chega dessa conversa, Gabriel! — gritei, quando ele tentou me interromper. — Essa garota não é o que você pensa! Ela está se fazendo de vítima, e você está caindo feito um idiota. — Melina, para com isso. Você está exagerando — ele respondeu, cruzando os braços com aquele olhar desapontado que só fazia o meu sangue ferver mais. — Exagerando? Desde quando eu preciso de concorrência? Ela é um
Emily Narrando… Tudo em minha vida está acontecendo de forma diferente. Após a morte dos meus pais tudo virou de ponta cabeça, tive que me mudar e morar com as pessoas que eles achavam que era o melhor para mim, mas foi aí que descobri o que eles e esse casal que chamo carinhosamente de tios fizeram para minha vida. Me prometeram em casamento para o filho deles, esse que por muitos anos foi meu amor em segredo, mas a decepção de encontrá-lo nos braços de outra me fez pensar se é isso que quero na minha vida. Agora, ele está aqui, no apartamento da minha melhor amiga dormindo no sofá e meus pensamentos estão confusos não sei o que fazer ele me pediu para lhe dar uma chance. Eu acordo com o som suave de talheres vindo da cozinha. O aroma de café fresco e algo doce me faz sorrir, mesmo que por reflexo. Após uma noite cheia de pensamentos conturbados, esse pequeno gesto traz um pouco de paz. Levanto-me, tomo um banho rápido, tentando organizar minha mente. Depois de me arrumar,
Emily narrando… Estou com o rosto ruborizado de tantas perguntas que a Manu está fazendo. — Manu, eu não me entreguei a ele, se é o que está tentando descobrir. Ela sorri e me fala: — Não foi por falta de oportunidade, suponho, porque o clima aqui estava muito quente. Eu solto um suspiro longo, tentando não deixar transparecer mais do que ela já percebeu. Manu sempre foi boa em ler nas entrelinhas. — Você está imaginando coisas — respondo, tentando manter a compostura. Ela me encara com aquela expressão típica, misto de curiosidade e provocação. — Emily, você é a pior mentirosa que eu conheço. Reviro os olhos e tento mudar de assunto, mas Manu não desiste tão fácil. Ela se senta na cama, cruzando as pernas, completamente à vontade, enquanto eu ainda estou de pé, com os braços cruzados, parecendo uma adolescente encurralada. — Tudo bem, tudo bem — admito finalmente, sentando ao seu lado. — Nós ficamos mais… próximos, sim. Mas isso não significa nada. Manu arqueia uma sobran
Emily narrando...Quando estava me arrumando para sair com a maluca da minha amiga, meu celular toca, revelando o nome do tio Daniel no visor. Respiro fundo e atendo.— Bom dia, tio.— Bom dia, Emily, a Laura me falou que vocês tiveram um pequeno desentendimento ontem, e você simplesmente fez as malas e foi embora. — Fala ele direto.— Sim, tio, não tinha motivos para ficar na casa de alguém que não deseja minha presença.— Filha, vamos conversar? Preciso de uma conversa franca entre você, o Gabriel e eu. Onde posso te buscar?— Tio, me passa o endereço que encontro vocês.— Posso ir te buscar, filha, não há nenhum problema com isso.— Prefiro te encontrar no local.— Certo, então me encontre em um café próximo ao Central Park, mandarei a localização.Me despeço do tio Daniel e falo para Manu que nossos planos terão que ser adiados, pois terei que sair para resolver o problema do contrato.Horas depois, já pronta, eu caminho até o café indicado pelo tio Daniel. O dia está nublado, típ
Emily narrando... Acordo e olho ao redor tentando assimilar onde estou, só então lembro que estou na casa do tio Daniel e da tia Laura. Pego minha bolsa onde estão meus produtos de higiene pessoal e sigo para o banheiro. Após tomar meu banho, sigo para meu quarto e me arrumo para descer e tomar o café da manhã. Chego na cozinha e todos já estão na mesa e estão conversando, e suponho que seja eu o assunto da conversa. — Bom dia, — falo, chamando a atenção. — Bom dia, minha linda, dormiu bem? — pergunta tia Laura. — Dormi, sim, titia, só achei estranho quando acordei e não estava em minha casa. — Falo tristemente. — Filha, aqui você está em casa. — Oh, minha querida, eu entendo que esteja se sentindo deslocada, mas não se preocupe. Estamos aqui por você. — Tia Laura sorri calorosamente, colocando sua mão sobre a minha. — Obrigada, titia. — respondo, tentando forçar um sorriso enquanto sento à mesa. Minha mente continua distante, mas o carinho dela aquece meu coração. D
Gabriel Narrando Estou com meu pai sentado em um dos cafés mais solicitados de Nova Iorque. O ambiente é sofisticado, mas, para mim, não passa de um palco para um teatro que eu não pedi para participar. Ele fala sobre as cláusulas do contrato, suas expectativas e as oportunidades que isso traria para ambas as partes. Eu balanço a cabeça, fingindo prestar atenção, mas minha mente está a milhão. Então ela entra. Meu coração salta no peito, como se tivesse sido atingido por um raio. Ela está lá, do outro lado do café, com aquela postura firme, mas os olhos entregam uma mistura de nervosismo e orgulho. Lembranças dos nossos momentos pela manhã invadem minha mente — o toque dela, o cheiro do cabelo, a forma como ela sorriu, mesmo que por um instante, como se tudo estivesse bem entre nós. Ela senta-se e minha respiração fica mais pesada. Meu pai continua falando, mas eu não ouço mais nada. Tudo que vejo é ela. Quando nossos olhares finalmente se cruzam, é como se o mundo ao nosso redo