Estava tão inquieta na cadeira que já era a quarta vez que recebia um olhar severo do professor, fazendo-a encolher os ombros levemente. Os olhos fincaram-se no relógio na sala, acima do quadro, observando os ponteiros moverem-se com grande expectativa. Estava nervosa, os pés mexiam-se inquietos debaixo da mesa, as mãos tremiam sobre o livro aberto em sua mesa, seu coração pulsava. Queria sair logo dali, queria que a aula terminasse logo. Queria ver Eva, checar se sua irmã estava bem, saindo da escola e sendo pega pela senhora Loren, como combinado. Queria se certificar de que ninguém havia tirado sua irmã de si ainda, a levado para longe.
Suspirou. Precisava se acalmar. Mas como? Pensou em Ian e Vincent. Como eles eram capazes de agir de maneira tão despreocupada, quase fria numa situação como aquelas? O amigo deles estava preso a um vicio que o podia levar à morte, e como se isso já não fosse o bastante, o mesmo ainda estava ameaçando a tirar-lhe a irmã.
Com os nervos à flor da pele, o medo e a irritação pelas palavras de David ainda presentes em cada lacuna de sua mente, Alana condenou Ian e Vincent por agirem de forma tão despreocupada, tão fria, quando ela estava a ponto de entrar em um colapso nervoso. Porém, lembrou-se então do que Ian havia lhe dito quando estavam nas montanhas. Não era a primeira vez que David se sucumbia ao vício, logo não era a primeira vez que eles lidavam com aquilo.
O sinal tocou, assustando Alana que deu um pulo na cadeira ganhando olhares repletos de desprezo sob si. Ignorou a todos, soltando um suspiro baixo enquanto começava a colocar as coisas na mochila muito depressa. Estava juntando os livros, quando um grupo de garotas a rodeou, a olhando de cima abaixo com seus ares de superioridade, Alana às fitou com quase irritação quando uma delas pousou as mãos sob o livro na mesa, impedindo-a de guardá-lo.
— Posso ajudar? — Alana perguntou com leve rispidez. Aquele não era um bom dia para garotas ricas resolverem implicar com ela.
A mais alta tinha o cabelo tão escuro quanto seus olhos, a pele clara como porcelana e que parecia ser a líder do grupo sorriu tão dócil quanto diabólica para Alana.
— Na verdade, você pode se ajudar, querida. — disse-lhe sem abandonar o sorriso; Alana esperou. — Vimos você hoje, no refeitório, com Ian...
Alana baixou os olhos para os pés rapidamente. Estivera tão imersa em seus problemas, seus medos e receios que não deu importância, sequer reparou nos vários olhares que caíram sob eles no refeitório. Ela engoliu em seco, tudo o que não precisava no momento eram garotas ciumentas... Já tinha problemas demais. O abraço, a mão de Ian em sua cintura, a aproximação de seus corpos... Tudo, absolutamente tudo tinha sido visto com exagerada atenção e raiva por aquelas garotas.
— Não sei do que está falando. — Alana tentou passar, porém, três, das cinco garotas, colocaram-se à sua frente, bloqueando o caminho. A Steawart suspirou cansada, enquanto a líder do grupo de mal amadas cruzava os braços, erguendo a sobrancelha.
— Sabe, sabe sim. — disse com uma calma assustadora. Era nítido que sua calma, sua gentileza era ensaiada. Ricos tinham dessas coisas, não gostavam de perder a classe, a pose, menos ainda com alguém que eles consideravam desprezível. — De todos os três Ian foi sempre o único que mais esteve ao nosso alcance, e acredite isso não é muito. David sempre preferiu mulheres mais velhas, — ela rolou os olhos — e eu duvido muito que depois da declaração de Lisandra a semanas atrás, se ele for escolher alguém da nossa idade que não seja ela. Vincent... Vincent sempre evitou garotas da escola por as acharem demasiado irritantes, o que só me leva a achar que ele deve estar com os neurônios afetados pelo aquecimento global por não apenas estar com uma garota que é bolsista como também garçonete pra sair. De todo caso, isso não vai durar, pois ele é um Bennie e Bennies não ficam com escórias. Ela é apenas um divertimento...
Alana estava pronta para gritar com ela, ninguém chamava Cassandra, sua amiga, sua irmã, de escória. Ainda sim, a riquinha de nariz empinado ergueu um dedo não dando-lhe tempo para dizer qualquer coisa e prosseguindo...
— E então, temos o Ian. — ela sorriu sonhadora, e Alana estreitou os olhos, quase os revirando com tamanha idolatração. — De todos, ele sempre foi o mais simpático, ainda que isso seja apenas para tirar proveito de nós... De qualquer forma, nós não nos importamos com isso. Ian não namora, e você parece, ou melhor, você com certeza é o tipo de garota que procura o namoro dos sonhos... Bom, esqueça isso. Ele não é um sonho exclusivamente seu, é de todas nós.
As cinco garotas cruzaram os braços, altivas, e Alana piscou aturdida, perguntando-se se aquilo estava realmente acontecendo. Para seu desespero e divertimento estava, e ela não fora capaz de segurar o riso que lhe escapou os lábios, tapando a boca com as mãos logo em seguida.
— Olha, eu realmente gostaria mesmo de ficar aqui e continuar a ouvir suas teses e divagações sonhadoras sobre Ian, mas infelizmente, eu não posso. — Alana sorriu-lhes cínica. Tentou puxar o livro restante, o que estavam lendo na aula de literatura, mas novamente foi impedida por uma garota baixinha de cabelos curtos, enquanto a líder novamente tomava a palavra:
— Você se acha muito especial, não é mesmo? — ela perguntou com um sorriso, a esse ponto as únicas pessoas presentes na sala eram elas, o grupo de garotas malignas, e Alana. — Eu entendo, Ian é tão irresistível, e ele é tão bom... — a malicia em suas palavras fez o estômago de Alana se embrulhar, ao mesmo tempo em que uma raiva gigantesca crescia por cada célula de seu corpo. — Ele é capaz mesmo de fazer todos nós nos sentirmos especiais. Por um tempo. Mas você não é especial, então pra que se iludir não é mesmo?...
Alana estreitou os olhos, em sua mente viu-se dando um tapa de cinco dedos abertos e bem dados no rosto daquela garota, porém sabia que, infelizmente, a realidade era outra e ela não se atreveria a tanto.
— É só um jogo para ele, querida. — continuou a garota, e Alana prendeu o fôlego. Eram as mesmas palavras que David havia lhe dito mais cedo, as mesmas palavras que não lhe saiam da mente e quebravam seu coração com a possibilidade de serem verdadeiras. — Um jogo em que ele o único que sai vencendo, enquanto nós saímos com um coração partido porque é isso o que ele faz, cedo ou tarde. A diferença é que nós não nos importamos com isso, já garotas como você... — ela balançou a cabeça negativamente. — Acredite, o que quer que esteja acontecendo entre vocês, se é que está acontecendo algo, não dura uma semana e logo ele estará beijando outra garota de sorte nos lugares onde costuma beijar você agora.
As cinco garotas abriram sorrisos mais que satisfeitos umas para as outras quando, pouco a pouco, os olhos de Alana baixaram-se para o chão, o incômodo daquelas palavras eram tão nítidas que pareciam quase palpáveis. O trabalho delas estava feito, haviam conseguido afetá-la. Satisfeitas, as garotas deram-lhe as costas, caminhando em direção a porta com toda sua perfeição, a maioria comprada por meio de cirurgias plásticas. Bem quando chegaram à porta, eis que surge o motivo de toda aquela conversa.
Ian sorriu para as garotas, um sorriso torto, sedutor, enquanto elas o cumprimentavam com sorrisos e suspiros. Ele ainda piscou para algumas, deixando até que poucas sortudas lhe beijassem a bochecha demoradamente. O que para Ian era algo habitual, algo com o qual estava acostumado, para Alana que observava a tudo aquilo serviu-lhe apenas para pensar que talvez David, e também aquelas garotas insuportáveis, estivessem certos. Talvez fosse só um jogo para ele. Vê-lo ali, sorrindo galante para elas, deixando-as inebriadas com seus olhos e fala, serviu também para que uma raiva crescente e desafiadora tomasse o peito de Alana. Ciúmes.
As garotas deixaram a sala e Alana baixou os olhos para o chão, não vendo assim o suspiro de alívio que Ian soltou pela ida delas, tampouco o sorriso que ele abriu ao vê-la no fundo da sala. Sentindo o corpo todo dolorido, Alana descobrira que quando seu emocional sofria, seu corpo reagia a isso também – cansada, irritada, com medo, com ciúmes, Alana voltou a concentrar-se apenas em colocar o livro dentro da mochila. Porém, antes que o fizesse, Ian que se aproximara rápido tomou o livro das mãos dela com um amplo sorriso, ao qual ela revidou com uma expressão cansada.
— Romeu e Julieta. — ele leu o nome de forma poética, logo em seguida, rolando os olhos. Bateu com as mãos no livro, jogando-o dentro da mochila aberta de Alana. — Ridículo. — concluiu.
— Romeu e Julieta é uma das muitas representações sobre o amor sabia disso? — tomada pelo leve ciúme que a consumia, Alana disse com irritação, ajeitando o livro dentro da mochila, já que Ian fizera o favor jogá-lo de qualquer maneira lá dentro.
— Como eu dizia; ridículo. — lhe disse o Norton, não dando a devida importância a irritação dela. Pensava que era apenas por causa de toda a confusão de David; e isso ele havia jurado a si mesmo que resolveria, a libertando daquilo.
— Não acredita no amor? — questionou Alana, de repente o encarando muito séria. Ian estreitou os olhos, não gostando da pergunta, tampouco do tom em que ela fora feita.
Seus olhares ficaram presos um no outro, um tentando descobrir o que se passava na mente do outro, tentando descobrir suas intenções, seus... sentimentos. Por fim, com um sorriso de descaso nos lábios, Ian fitou o teto branco e disse:
— O amor é ilusório. — não havia emoção alguma em sua resposta; ela fora seca, dura. — É algo superestimado por alguns.
— E por você? — Alana perguntou-lhe num ímpeto desesperado, sem deixar o volume de sua voz subir mais que o necessário para ser ouvida.
Ian a fitou, sério, por um longo segundo. E então suspirou, não olhando-a nos olhos quando disse:
— Eu sou uma exceção.
Alana não pensou que se sentiria como se sentiu naquele momento. Foi como uma facada em seu peito, uma dor, uma decepção grande demais que a fez prender o fôlego, enquanto olhava para os próprios pés. Ele não acreditava no amor.
As palavras de David mais cedo se fincaram em sua mente, fundindo-se com as palavras duras daquelas garotas. Alana sentiu seu peito doer, e de repente, se deu conta do que era o algo mais que queria de Ian. Amor. Era isso que queria dele.
Menos do que ela poderia querer, mais do que ele parecia disposto a dar.
Quando Alana voltou a erguer os olhos, encontrou Ian a fitando. Ele a olhava de um jeito estranho, um misto de preocupação e inquietação que ela não soube compreender o porquê e quando estava prestes a perguntar, eis que o celular dele tocou.
— Eu preciso ir. — ele disse fitando o celular, ainda lendo a mensagem recebida. Suspirou, guardando o aparelho no bolso e então fitando Alana que o fitava com curiosidade. — Tenho um compromisso. — ele sorriu.
Num impulso que Alana não soube de onde veio, ela agarrou-lhe o braço antes que Ian pudesse se afastar.
— O que? — perguntou ele a fitando com preocupação. Alana respirou fundo.
— Por falar em... — engoliu em seco — ... compromissos... O que nós temos Ian? O que somos?
Ela observou, atentamente, Ian travar diante da pergunta. Seus olhos sempre tão hipnotizadores, arregalaram-se levemente, pouco antes de se estreitarem e sua face ficar completamente ilegível. Era impossível para Alana lê-lo no momento, decifrá-lo, e ela odiava quando ele fazia isso.
— O que você quer dizer? — questionou, desconfiado do propósito daquela pergunta. Seu celular apitou novamente, mas ele o ignorou, permanecendo a encará-la.
Alana soltou um leve riso falso para si mesma, soltando do braço dele e deslizando as mãos pelo cabelo.
— Sua fuga a minha pergunta já a responde. — lamentou ela, fazendo Ian franzir o cenho.
— Não estou te entendendo...
— Eu sei. — falou melancólica, engolindo em seco, fungando, segurando lágrimas estúpidas que pareciam querer vir à tona. Estava se sentindo estúpida, sim muito estúpida. Estava apaixonada. Por mais que relutasse essa era a realidade. Apaixonada por ele, por Norton Ian. Agora ela entendia o porquê relutara tanto em admitir tal coisa, tal sentimento... Talvez, porque bem no fundo, no que lhe sobrou de razão quando se tratava de Ian, ela sabia que havia um grande risco naquilo, em se apaixonar por ele. Porque pior do que estar apaixonada por Norton Ian, o arrogante, o inalcançável, era estar apaixonada sozinha.
Novamente o celular de Ian apitou, ele puxou o aparelho, fitando a tela antes de fitar Alana.
— É o Vincent. — compartilhou, e Alana assentiu, prensando os lábios numa linha única. Ian respirou fundo, os olhos vacilantes sob a face de Alana que o olhava como que esperando algo dele. Mas o que? O que ela queria? Era tudo o que ele se perguntava, e por vezes, assustava-se com a resposta que recebia de si mesmo. — Eu preciso ir.
— É, eu também. — ela puxou a mochila para suas costas, e em silêncio os dois deixaram a sala.
Caminharam em silêncio pelo corredor. Alana abraçando o único livro que levava nas mãos, e Ian com as mãos nos bolsos da calça, fitando ora o teto, outras Alana que mantinha o olhar fixo no chão.
Quando chegaram ao armário de Alana, a mesma puxou a mochila para frente, empurrando-a para dentro do pequeno armário. Ian encostou-se no armário ao lado, observando-a tentar fazer com que a mochila coubesse no pequeno espaço.
— Então... o que foi aquela conversa? — ele perguntou, e Alana bateu a porta do armário com força, finalmente conseguindo fechá-lo. Fitou Ian nos olhos e suspirou.
— Acho que você sabe perfeitamente o que foi aquela conversa. — ela o fitava com olhos cansados e tristes.
Ian ficou em silencio, apenas a olhando nos olhos o que fez Alana desviar o olhar imediatamente. Não era seguro para ela ficar encarando-o nos olhos, não quando o que estava tentando lhe dizer era um “adeus”. Adeus aos seus momentos roubados.
Ian estava pronto a contestá-la, e realmente ia se não fosse seu celular tocando. Irritado, atendeu-o:
— O que foi?
Alana o observou ficar em silencio por alguns segundos, murmurar algumas concordâncias e então suspirar, desligando o aparelho.
— Preciso ir. — disse ele, guardando o celular. Voltou a fitar Alana com olhos determinados, e com ainda mais determinação finalizou: — Essa conversa não acabou, Steawart. — e lhe sorriu antes de se afastar.
Alana suspirou, encostando a testa na porta do armário e cerrando os olhos com força, disse num lamento de voz:
— Acabou sim, Ian.
Assim que a Ferrari grafite entrou no estacionamento, o local pareceu parar apenas para observá-lo. Já era algo costumeiro, porém, diferente das outras noites, Ian não deu atenção a ninguém quando saltou do carro, o que deixou algumas garotas particularmente entristecidas. Ele caminhou até onde Cassandra e Ino estavam, ajeitando a jaqueta escura de couro no corpo.— Tá gostoso hein? — Ian revirou os olhos para Lisandra.— Não finja que não está louca para saber se o encontramos ou não. — ele disse, e Lisandra baixou os olhos, mordendo os lábios.— Parece que eu não sou tão boa em esconder as coisas como você. — murmurou Lisandra, entristecida. Ian sorriu para ela, piscando e como meio para animá-la, disse de maneira despreocupada e cínica:
... Ian deu-lhes as costas, ignorando as garotas que tentavam chegar a ele, voltando ao carro e saindo cantando pneu com o mesmo. As pessoas do local ficaram atônitas, havia algo acontecendo, elas sabiam, e se corroíam por dentro por não saber exatamente oque, mas tinham a certeza que David estava no meio. O ruivo havia simplesmente desaparecido dali, e de todas as boates e clubes que costumava freqüentar, e assim como na escola o sumiço de David era um assunto que ainda rendia, mesmo passado algumas semanas; e enquanto algumas pessoas discutiam sobre as possibilidades do que estava havendo, Ian acelerava mais e mais.Suas mãos apertavam com força o volante, o pé pisando fundo no acelerador enquanto cortava por entre os vários carros na estrada numa velocidade impressionante. A janela aberta fazia com que o vento forte e gélido da noite entrasse no carro, agitando os fios de seu cabelo sempre t&a
— Não. — discordou David, meio grogue, forçando os olhos a manterem-se abertos, tanto quando a consciência ativa por mais alguns segundos. — É por que vocês são minha família. — concluiu, fitando Ian. O loiro reconheceu as palavras, fora o que ele lhe dissera no refeitório naquele desastroso dia para o Deeper.— Engraçado você falar em família agora... — com frieza e visível cansaço, Vincent disse, lançado seus olhos sobre seu Supra, parado atrás do carro de David.David forçou os olhos a focarem-se no carro azul, quando então a porta do passageiro foi aberta. Os olhos do Deeper se arregalaram e a respiração ficou presa em sua garganta por alguns instantes. Seria outra alucinação? Não. Não pois pelo modo como o olhavam, Ian e Vincent também a v
— David e... Garotas da escola? — ela ouviu Ian repetir baixo, como se aquela tivesse sido a única parte a qual ele realmente dera atenção. Ele soltou um leve riso, que disfarçava muito bem a agonia que Alana não podia ver em seus olhos naquele momento. — Sério que você vai ouvir conselhos de um cara que está psicologicamente perturbado e de garotas que sonham em serem as futuras senhoras Norton? Está mal hein, Steawart.— Os estados ou motivos deles não importam Ian. O que importa é que estão certos. — disse com melancolia. — Eu sei disso e você também.Ela pode ouvi-lo soltar um suspiro, um suspiro que lhe pareceu muito com um suspiro de derrota, vencido. Pensou que ele desistiria, e embora fosse isso que seu lado racional torcesse pra que acontecesse, o coração em seu peito, seu lado emocional,
Um gemido baixo, quase sussurrante escapou dos lábios de Alana, quando Ian fez um trajeto com a boca de seu pescoço até os ombros, em distribuições de molhados, beijos a leves mordidas no local. Ela arfou, o coração batia tão frenético em seu peito, mas ficou feliz em constar que o de Ian também. Sim, ela podia ouvi-lo devido à proximidade de seu corpo.Tímidas, trêmulas, as delicadas mãos de Alana foram para o final da camisa dele, e vendo o que ela queria, Ian afastou-se minimamente, apenas para ajudá-la a retirar-lhe a blusa. Ela prendeu o fôlego diante da visão do peitoral esculpido dele ali, nu, a sua frente; e para Ian foi impossível não sorrir diante da coloração vermelha que tingiu as bochechas dela.As mãos firmes dele pousaram em sua cintura, os corpos tão próximos qua
Seus olhos estavam envoltos de pequenas olheiras, e mantê-los abertos estava sendo um trabalho muito difícil. Ainda sim, não os fecharia. Não se permitiria dormir ainda. Não queria perder nada; queria continuar a observá-lo. Observar o ressonar suave, o jeito como o tórax dele subia e descia ou como alguns fios ruivos de seu cabelo lhe caiam a testa. Suspirou baixo, havia tantos pensamentos passando por sua cabeça naquele momento que nem mesmo ela conseguia ouvi-los com clareza.Permaneceu sentada na poltrona confortável, local de onde não saiu durante toda a longa noite que se passou. Os olhos que, devido ao cansaço e sono estavam pequenos, permaneceram grudados no corpo do irmão caçula todo o tempo. E, embora o rosto de David estivesse sereno, Antonia sabia que ele estava tendo um pesadelo. Soube no instante em que ele comprimiu os lábios numa linha reta; uma rea&c
Havia errado feio ao pensar que as palavras gentis de Simon no intervalo serviriam de consolo pelo resto do dia. A verdade era que assim que voltou a classe, as dúvidas e inseguranças voltaram junto, fazendo assim companhia a ela até que o sinal de término das aulas tocou. Ela poderia ter dito algo a Cassandra ou a Lisandra sobre o ocorrido, sobre suas incertezas, medos e sobre aquela sensação de coração prestes a ser partido. Ainda sim, sabia ser inútil. Quando perguntou a Cassandra pela manhã de Ian, a rosada apenas franziu o cenho, visivelmente confusa com a pergunta, dizendo que só o havia visto no ponto de corridas na noite anterior; para logo em seguida bufar e começar a murmurar resmungos e reclamações por Vincent a tê-la feito esperar por ele por um longo período, para depois ligar e avisá-la que não poderia encontrá-la naquela mesma noite. E Li
Seus olhos desviaram-se dos dele apenas para fitar a boca tentadora, e vê-la então esticar-se levemente para o lado naquele sorriso maroto e convencido que só Ian sabia dar e tornar ainda mais tentador do que já era. Um leve suspiro escapou pelos lábios de Alana quando estes foram cobertos pelos de Ian.O corpo inteiro relaxou, e sentiu como se só existissem os dois ali, tanto que sequer ouviu os sons de protestos e burburinhos que ecoaram pelo estacionamento com a cena. Tudo no qual ela conseguia se concentrar era na sensação que lhe acercava por estar nos braços de Ian, em como a boca dele movia-se sobre a sua de uma maneira lenta e sedutora; provando-lhe o sabor de seus lábios como se fossem o mais doce mel existente.Nas escadas, uma única pessoa soltou um leve som de comemoração ao tempo que sorria animada. Cassandra. Vincent que se aproximava nova